Questões de Português - Adjetivos para Concurso

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Q2180199 Português
Assinale a alternativa que apresenta a classe de palavras que NÃO se pode identificar no trecho a seguir, retirado do texto: “O primeiro era morro, onipresente em nossa poesia e em nosso cancioneiro popular”.
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Q2178822 Português

Texto CB1A1-I


    Ouvir é um sentido e uma das ações humanas mais básicas e elementares na comunicação. Essa ação é bastante relevante quando se trata de responsividade e prestação de contas no âmbito da gestão pública. Na discussão sobre o modelo ideal de ouvidoria pública, a transparência, a autonomia e a promoção da participação e do controle social são centrais. Assim, para que as ouvidorias públicas cumpram seu papel no fortalecimento da democracia participativa e no aperfeiçoamento da gestão pública, é fundamental que os ouvidores exerçam suas atribuições com autonomia e independência.

    O desenvolvimento das estruturas burocráticas do Estado gerou a necessidade de proteção de direitos dos cidadãos contra usos e abusos do poder público. A inexistência de controle efetivo e de penalidades aplicáveis aos serviços públicos enfraquece os ideais democráticos, limitando a influência dos cidadãos no funcionamento e na fiscalização das instituições do Estado e os expondo aos riscos potenciais da burocracia. Portanto, a autonomia das ouvidorias públicas está relacionada ao provimento de estruturas que possibilitem a prestação de contas à sociedade, com o objetivo de expor os erros governamentais e ativar o funcionamento das agências horizontais. Dessa forma, a ouvidoria tem o papel não de se contrapor ao órgão ou à entidade na defesa do cidadão, mas de garantir que a demanda da cidadania seja considerada e tratada, à luz das garantias constitucionais e legais, atuando no sentido de recomendar adequações necessárias ao efetivo funcionamento da administração pública.


Michelle Vieira Fernandez et alii. Ouvidoria como instrumento de participação,

controle e avaliação de políticas públicas de saúde no Brasil. Physis:

Revista de Saúde Coletiva, n.º 31, 2021 (com adaptações). 

No segundo período do primeiro parágrafo do texto CB1A1-I, o substantivo “responsividade”, criado a partir do adjetivo responsivo, veicula a ideia de capacidade de
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Q2177593 Português
Leia a fábula para responder a questão:

A Rã e o Boi 

    Uma rã estava no prado olhando um boi e sentiu tal inveja do tamanho dele que começou a inflar para ficar maior.
    Então, outra rã chegou e perguntou se o boi era o maior dos dois.
    A primeira respondeu que não – e se esforçou para inflar mais.
    Depois, repetiu a pergunta:
– Quem é maior agora?
    A outra rã respondeu:
– O boi.
    A rã ficou furiosa e tentou ficar maior inflando mais e mais, até que arrebentou
Marque a opção que apresenta uma sequência de adjetivo, pronome e substantivo: 
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Q2177167 Português
Leia o texto abaixo e responda a questão:

Brasileira sobrevivente de guerra na Síria e terremoto na Turquia recomeça vida no Ceará: 'Difícil ter que ir embora'

Aminah Nahan voltou ao Brasil depois de oito anos morando no Oriente Médio. Ela é enfermeira e prestava serviço humanitário e voluntário na Turquia quando ocorreu o terremoto que matou mais de 41 mil pessoas. Por Isayane Sampaio, g1 CE 16/02/2023 04h50

    A cearense Aminah Nahan, sobrevivente do terremoto que atingiu a Turquia e a Síria em 6 de fevereiro, revelou que se sente feliz por voltar ao Brasil após a tragédia. Contudo, a enfermeira, que prestava serviço humanitário na Turquia, relatou que a intenção dela era ter ficado para ajudar voluntariamente outras pessoas, mas precisou deixar o país por questão de sobrevivência.
   Aminah conta que pretende voltar a fazer os trabalhos de auxílio que fazia na Turquia. Contudo, neste momento, ela e o marido que precisam de ajuda. Ela voltou à Missão Velha, cidade cearense onde já morou, e lá vai tentar recomeçar a vida ao lado do companheiro, que trabalhava em construção civil. Os dois perderam todos os bens com o desastre. "O mais importante é que meu marido consiga um trabalho", diz. 
    "Pra mim, foi muito difícil ter que vir embora. Estou feliz por estar aqui, por estar viva e pelo livramento que Deus nos deu a mim e ao meu marido, mas ao mesmo tempo dói muito você ter que deixar pessoas para trás. Porque a minha intenção era ficar para fazer os trabalhos humanitários", contou Aminah.
    A enfermeira, casada com um sírio da cidade de Khan Sheikhun, destruída por bombardeios, morava há oito anos no Oriente Médio. A princípio, morou na Síria, mas por conta da guerra, buscou refúgio na Turquia com o marido.
   Ela teme pela situação dos sobreviventes principalmente na Síria, onde ela diz que a chegada de ajuda é mais demorada.

https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2023/02/16/brasileira-sobrevivente-de-guerra-na-siria-e-terremoto-na-turquia-recomecavida-no-ceara-dificil-ter-que-ir-embora.ghtml
As palavras destacadas abaixo pertencem a que classe morfológica?
“Estou feliz por estar aqui, por estar viva e pelo livramento que Deus nos deu a mim e ao meu marido,”
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Q2176714 Português
Leia o texto para responder à questão.

Infeliz Aniversário

        A Branca de Neve de Disney fez 80 anos, com direito a chamada na primeira página de um jornalão e farta matéria crítica lá dentro. Curiosamente, as críticas não eram à versão Disney cujo aniversário se comemorava, mas à personagem em si, cuja data natalícia não se comemora porque pode estar no começo do século XVII, quando escrita pelo italiano Gianbattista Basile, ou nas versões orais que se perdem na névoa do tempo.

        É um velho vício este de querer atualizar, podar, limpar, meter em moldes ideológicos as antigas narrativas que nos foram entregues pela tradição. A justificativa é sempre a mesma, proteger as inocentes criancinhas de verdades que poderiam traumatizá-las. A verdade é sempre outra, impingir às criancinhas as diretrizes sociais em voga no momento.

        E no momento, a crítica mais frequente aos contos de fadas é a abundância de princesas suspirosas à espera do príncipe. Mas a que “contos de fadas” se refere? Nos 212 contos recolhidos pelos irmãos Grimm, há muito mais do que princesas suspirosas. Nos dois volumes de “The virago book on fairy tales”, em que a inglesa Angela Carter registrou contos do mundo inteiro, não se ouvem suspiros. Nem suspiram princesas entre as mulheres que correm com os lobos, de Pinkola Estés.

        As princesas belas e indefesas que agora estão sendo criticadas foram uma cuidadosa e progressiva escolha social. Escolha de educadores, pais, autores de antologias, editores. Escolha doméstica, feita cada noite à beira da cama. Garimpo determinado selecionando, entre tantas narrativas, aquelas mais convenientes para firmar no imaginário infantil o modelo feminino que a sociedade queria impor.

        Não por acaso Disney escolheu Branca de Neve para seu primeiro longa-metragem de animação. O custo era altíssimo, não poderia haver erro. E, para garantir açúcar e êxito, acrescentou o beijo.

        Os contos maravilhosos, ou contos de fadas, atravessaram séculos, superaram inúmeras modificações sociais, venceram incontáveis ataques. Venceram justamente pela densidade do seu conteúdo, pela riqueza simbólica com que retratam nossas vidas, nossas humanas inquietações. Querer, mais uma vez, sujeitá-los aos conceitos de ensino mais rasteiros, às interpretações mais primárias, é pura manipulação, descrença no poder do imaginário.

(https://www.marinacolasanti.com/. Adaptado)

Na frase que inicia o texto – A Branca de Neve de Disney fez 80 anos, com direito a chamada na primeira página de um jornalão e farta matéria crítica lá dentro. –, o emprego do substantivo destacado reforça
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Q2176702 Português
Leia o texto para responder à questão.

Trabalho a preservar

        São dignos de celebração os números que mostram a expressiva queda do desemprego no país ao longo do ano passado, divulgados pelo IBGE.

          Encerrou-se 2022 com taxa de desocupação de 7,9% no quarto trimestre, ante 11,1% medidos 12 meses antes e 14,2% ao final de 2020, quando se vivia o pior do impacto da pandemia. Trata-se da melhora mais longa e aguda desde o fim da recessão de 2014-16.

        Isso não quer dizer, claro, que se viva um momento brilhante de pujança econômica e ascensão social. Há senões, a começar pelo rendimento médio do trabalho de R$ 2.808 mensais – que, embora tenha aumentado recentemente, ainda é o menor em cinco anos.

        As médias, ademais, escondem desigualdades de todos os tipos. O desemprego entre as mulheres nordestinas ainda atinge alarmantes 13,2%, enquanto entre os homens do Sul não passa de 3,6%.

        Nada menos que 16,4% dos jovens de 18 a 24 anos em busca de ocupação não a conseguem. Entre os que se declaram pretos, a taxa de desocupação é de 9,9%, ante 9,2% dos pardos e 6,2% dos brancos.

        Pode-se constatar, de qualquer modo, que o mercado de trabalho se tornou mais favorável em todos os recortes, graças a um crescimento surpreendente da economia, em torno dos 3% no ano passado.

(Editorial. Folha de S. Paulo, 28.02.2023. Adaptado)

Nas passagens – ... a expressiva queda do desemprego... (1º parágrafo) – e – Isso não quer dizer... (3º parágrafo) –, os termos destacados pertencem, correta e respectivamente, às mesmas classes de palavras daqueles destacados em:
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Q2176559 Português
Texto CB1A1

    Percebe-se no Brasil um persistente discurso de negativação da atividade fiscal, do Estado fiscal, ainda marcado por figuras arcaicas como a do “leão” do imposto de renda, a tão repetida expressão “carga tributária”, entre outras. Essa “demonização” do fisco em muito se justifica por uma deslegitimação do Estado brasileiro como um todo e, na seara tributária, especialmente por não sentir retorno a população em relação ao quanto é onerada. Frise-se, porém, que essa imagem negativa é, às vezes, patrocinada por quem ideologicamente julga desnecessária uma tributação nas proporções em que o Estado brasileiro vem aplicando.               
   Nesse cenário, percebe-se, com linhas mais nítidas, um fenômeno que acompanha toda a história tributária do homem: o da oposição social aos tributos, entendida aqui não como uma predisposição “natural”, “inata” dos contribuintes, mas como todo desvio que afasta o contribuinte do cumprimento de uma obrigação tributária, não sendo naturais as causas que o levam a resistir. O contribuinte resiste diante da cobrança de uma tributação ilícita; diante da cobrança ou da instituição de um tributo por um governo ou legislador ilegítimo; diante da possibilidade de se praticar uma conduta tributária menos onerosa, tendo o contribuinte a liberdade e o direito de resistir à tributação mais severa; e, no caso dos crimes contra a ordem tributária, quando apenas há a vontade livre e consciente de cometer o crime.
    A resistência fiscal, assim, tem um conteúdo que ora se distancia dos conceitos clássicos de direito de resistência (objeção de consciência, desobediência civil, greve política, direito de revolta, entre outros), ora se aproxima desses mesmos conceitos. É quando se veem na literatura, especialmente na estrangeira, expressões como “direito de resistência fiscal”, “objeção fiscal”, “desobediência fiscal”, “greve fiscal”, “revolta fiscal”, “rebelião fiscal”. Entre outras, tais expressões relacionam-se com os conceitos de “direito de resistência” e de “resistência fiscal”, tomados como dois gêneros em que algumas espécies coincidem, mas que também possuem pontos incomunicáveis.
    Com efeito, dado que seja gênero de múltiplas espécies, podem ser elencadas como modalidades de resistência fiscal: a) a resistência à cobrança de tributos ilícitos/inconstitucionais, que tem total amparo no princípio constitucional da legalidade tributária, tendo os contribuintes direito de resistir a essa tributação ilegal/inconstitucional; b) a resistência à cobrança ou à instituição de tributos que, mesmo amparados na lei e na Constituição Federal de 1988, são, porém, rechaçados pela sociedade, considerados ilegítimos pela população, ou rechaçados por camada social que se veja prejudicada com sua instituição; c) o crime tributário, que não passa de uma ofensa deliberada à lei; e d) a resistência lícita, na qual se opta por alternativa legal menos onerosa ou pela abstenção de conduta tributável.
    A história mostrou que a resistência fiscal, por mais que pareça natural e inevitável a toda realidade tributária, teve proporções menores em regimes considerados mais democráticos, uma vez que os abusos e o arbítrio das autoridades foram, em muitas sociedades, as principais causas para a recusa ao pagamento dos tributos. Verifica-se, assim, uma razão inversamente proporcional entre o quantum democrático de um regime político e a resistência social aos tributos por ele instituídos. Assim, a democracia participativa, em superação aos modelos clássicos e insuficientes da representação ou do exercício semidireto do poder, aponta para uma “relegitimação” do Estado fiscal, na qual a sociedade passa a tomar parte de espaços de decisões políticas.
    A sociedade contribuinte deve-se preocupar, portanto, no caminho a ser trilhado em direção a uma educação (para a cidadania) fiscal, não apenas com a “carga tributária”, mas com o destino das arrecadações e com os gastos públicos. Nesse sentido, já existem alguns avanços, como o da Lei n.º 12.741/2012, que obrigou, como direito básico dos consumidores, informarem-se os tributos incidentes e repassados no preço dos produtos, e os programas de educação fiscal ligados aos órgãos fiscais da União, dos estados e das capitais. Muito ainda, porém, estão alheios os cidadãos acerca do que o Estado arrecada e, mais ainda, de como gastam os governantes tais recursos, o que pode aumentar os índices de resistência fiscal na sociedade brasileira.

Isaac Rodrigues Cunha. Resistência fiscal, democracia e educação tributária: fundamentos para uma fiscalidade democrático-participativa por meio de uma “pedagogia fiscal”. Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Direito, Programa de Pós-Graduação em Direito, Fortaleza, 2017 (com adaptações)
No segundo período do quinto parágrafo do texto CB1A1, o termo quantum classifica-se gramaticalmente como 
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Q2176008 Português
    Uma breve história da expectativa de vida
Em um século, a expectativa de vida no Brasil saltou de 33
para 77 anos. E o aumento na longevidade deixa claro qual é o próximo desafio da medicina: vencer as enfermidades mentais
associadas à idade avançada.

Por Alexandre Versignassi

    No início do século 20, quando a expectativa de vida era de 47 anos nos países industrializados e de 33 no nosso, o que mais matava eram as doenças infecciosas: pneumonia, tuberculose, gastroenterite. A pandemia, ao tirar 5,5 milhões de vidas nos últimos dois anos, trouxe as infecções de volta aos holofotes. O caminho natural, porém, é a ciência vencer essa luta novamente, como fez antes.
    O desenvolvimento de vacinas e antibióticos, além de condições mais humanas de saneamento básico, foi baixando a bola das doenças infecciosas ao longo do século passado. E em 1960 a expectativa de vida tinha saltado para 52 anos por aqui (e 69 anos nos países ricos). Foi aí que as doenças cardiovasculares e os vários tipos de câncer passaram a ser os grandes desafios de longo prazo da medicina. Mas essa é outra guerra que está sendo vencida. Nos EUA, que mantêm dados históricos precisos, o número de mortes por doenças cardiovasculares caiu de 800 para cada 100 mil habitantes na década de 1960 para 200 hoje. Um tombo de 75%.
    As batalhas contra o câncer são mais complexas, mas não faltam vitórias. Uma das principais é o sucesso das imunoterapias no combate ao melanoma (o mais agressivo dos cânceres de pele). Desde o boom na criação de novos medicamentos, a mortalidade por melanoma passou a cair 5% ao ano. Tudo isso levou a mais avanços na expectativa de vida. Hoje ela está próxima dos 80 anos, seja no Brasil, seja nos países do topo da pirâmide. Por aqui, sempre vale lembrar, boa parte disso se deve a um fato central: sermos o único país com mais de 200 milhões de habitantes a contar com um sistema universal de assistência médica gratuita, o SUS.
    E hoje há 22 milhões de pessoas com 65 anos ou mais no país. Uma vitória. Mas o aumento na longevidade traz outro desafio para a medicina: as enfermidades mentais que surgem nas fases mais avançadas da vida – principalmente o Alzheimer, que atinge 1,2 milhão de brasileiros. A FDA (Anvisa dos EUA) aprovou em junho de 2021 aquele que seria o primeiro remédio capaz de reverter o Alzheimer: o aducanumab. Seu trunfo é “limpar” as placas de proteína beta-amiloide no cérebro. O acúmulo delas ao longo dos anos seria, de acordo com a hipótese mais aceita, a causa do Alzheimer. E o aducanumab consegue mesmo exterminar essas placas. O problema: isso se mostrou ineficaz. Os doentes tratados seguiram doentes, o que só aumenta a aura de mistério em torno da doença.
     [...]

Disponível em: https://super.abril.com.br/coluna/alexandre-versignassi/uma-brevehistoria-da-expectativa-de-vida/
Analise: “Uma breve história da expectativa de vida” e assinale a alternativa incorreta. 
Alternativas
Q2175810 Português
TEXTO 01 

Brasileiros planejam mudar nome em cartório após lei que dispensou autorização judicial

Nova regra permite alteração para maiores de 18 anos sem necessidade de justificativa; em SP, serviço custa cerca de R$ 166
Bruno Lucca

Maria Gomes de Souza, 57, nasceu na região do Cariri, interior do Ceará, e na infância não sabia seu verdadeiro nome. Chamada de Maria Vaneide desde o nascimento, a mulher só descobriu que seu até então segundo nome não pertencia a ela quando começou a frequentar a escola.

Ao registrá-la, seu pai esquecera de incluir o Vaneide, que ele mesmo havia escolhido. Além disso, Inácio - "em um ato de rebeldia ou arbitrariedade", diz Maria - escolheu não dar à filha o sobrenome da família, Freire. Os familiares de Maria Vaneide nunca deixaram de chamá-la pelo nome perdido.

Hoje moradora de Osasco, na Grande São Paulo, ela nunca tentou incluir a alcunha em seus documentos, apesar do desejo. Para ela, o processo seria longo e cansativo. Até o mês passado, uma decisão judicial era necessária para realizar a alteração.

Aprovada no fim de junho, a lei federal 14.382, conhecida como Lei de Registros Públicos, permite que qualquer cidadão maior de 18 anos modifique seu nome diretamente em cartório de registro civil. Salvo em casos de suspeita de fraude, falsidade e má-fé - análise que deve ser feita pelo oficial de registro-, os solicitantes não têm a necessidade de explicar sua motivação.

Anteriormente, a lei permitia a alteração somente no primeiro ano da maioridade, isto é, entre 18 e 19 anos. Além disso, o pedido deveria ser analisado judicialmente e com a apresentação de um motivo considerado suficiente para alteração. Dessa forma, o processo poderia ser longo e desencorajador para interessados, como Maria.

[...]

Quanto a sobrenomes, a nova lei permite a inclusão e exclusão - esta em caso de sobrenome de cônjuge ou ex-cônjuge-, que também podem ser feitas diretamente em cartório. É possível adotar o sobrenome dos pais, do cônjuge, dos avós, padrastos ou madrastas.

O estudante João Vitor Nogueira da Silva,21, morador de Parelheiros, na zona sul de São Paulo, ficou animado com a facilitação. Ele pretende incorporar o sobrenome da mãe, a cabeleireira Nilde de Oliveira.

Antes Nilde da Silva - em razão do casamento com o pai de João, Antônio Nogueira da Silva -, ela se divorciou em 2018 e desistiu do sobrenome adquirido.

[...]

A alteração de nome pode ser feita apenas uma vez e não há limite para a de sobrenome. Os valores, segundo a Arpen-SP, são tabelados por estado. Em São Paulo, paga-se em torno de R$166.

Para realizar a mudança, o interessado deve comparecer a um cartório de registro civil com seus documentos pessoais (RG e CPF). Após a alteração, o cartório deve notificar os órgãos expedidores dos documentos de identidade e do passaporte, bem como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Caso o solicitante queira desistir da mudança, deverá entrar com uma ação.

A lei 14.382 também permite a mudança de nome de recém-nascidos em até 15 dias após o registro, quando houver consenso entre os pais. Se não, o caso deve ser encaminhado à Justiça.


Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/07/brasileiros-planejam-mudar-nom
e-em-cartorio-apos-lei-que-dispensou-autorizacao-judicial.shtml>. Acesso em: 20
jul 2022. (Adaptado)
Assinale a alternativa que corresponde à classe de palavras dos termos destacados no trecho a seguir, considerando o contexto de uso: "O estudante João Vitor Nogueira da Silva, 21, morador de Parelheiros, na zona sul de São Paulo, ficou animado com a facilitação. Ele pretende incorporar o sobrenome da mãe, a cabeleireira Nilde de Oliveira".
Alternativas
Q2175258 Português

TEXTO 1


Mudança

Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.


Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.


Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.


- Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.


Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo. A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas. O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos.


- Anda, excomungado.


O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário - e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde.


RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 71 ed. Rio de Janeiro: Record, 1996. (Fragmento)

Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. No contexto de uso do trecho retirado do texto, os termos destacados (infelizes, famintos) são, morfologicamente, classificados como: 
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Q2175050 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.

Flexibilidade é prioridade
Por Fernando Mantovani



(Disponível em: https://exame.com/colunistas/sua-carreira-sua-gestao/flexibilidade-e-prioridade/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Tendo em vista o trecho adaptado do texto “Os trabalhadores anseiam por formatos flexíveis”, assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, a classificação das palavras sublinhadas.
Alternativas
Q2174227 Português
Analise o texto a seguir.
“O sono é um estado fisiológico especial que ocorre em ciclos em vários seres vivos do reino animal, tendo sido observados comportamentos de repouso e atividade, compondo um ciclo vigília-sono rudimentar, em animais tão inferiores na escala zoológica como os insetos, entretanto, a caracterização do sono por parâmetros eletrofisiológicos já foi feita em anfíbios, répteis e mamíferos, além do ser humano. Nos humanos, a partir da análise das fases do sono, fica evidente a natureza não homogênea de suas diferentes etapas, quando avaliadas por registros poligráficos, o que dificulta uma definição simplista deste estado [...].”
MAZARIOL, Andréa da Silva. Avaliação da Qualidade do Sono e Fadiga em Tripulação de Helicópteros Militares. Rev. bras. segur. Pública, São Paulo v. 17, n. 1, 10-23, fev/mar 2023. Disponível em: https://revista.forumseguranca.org.br/index.php/rbsp/article/view/1393/638. Acesso em: 09 mar. 2023.

Qual das palavras em destaque no texto NÃO pode ser classificada como adjetivo, levando-se em consideração o contexto em que ela foi empregada? 
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Q2172100 Português

Malpassado


     Quanto mais sutil a opressão, mais cruel. Por isso, dentre as mil formas de “subjugar” os outros, tenho uma implicância especial com o bom gosto. Apontar o que há de brega, cafona, fora de moda ou exagerado nas pessoas é uma vaidade disfarçada de virtude.

     Dentre as mil formas de se oprimir pelo gosto, uma das que me dão mais raiva é o ponto da carne. Repare com que orgulho o cidadão declara ao garçom, num restaurante, “malpassado”. Fala alto, para que os outros ouçam, como se a pergunta fosse “Onde você se formou?” e a resposta, “Harvard”.

    Já o pobre diabo que quer seu bife bem passado é quase um proscrito. Eu sou churrasqueiro. Vejo uma amiga ou amigo se aproximar da grelha e pelo jeito que se arrasta, com o rabo entre as pernas, quase ganindo, sei o que vai pedir. Ela(e) chega bem perto. Inclina o corpo. Com cautela sussurra no meu ouvido como quem pede algo ilícito: “Será que rola sair uma um pouquinho mais bem passada?”.

    Venho de uma família dogmática. Minha avó tem uma pousada e no cardápio está escrito, em letras maiores do que as dos pratos: “Não servimos bife bem passado”. “No meu restaurante eu não sirvo comida ruim!”, ela diz. Eu respeito sua posição. Contudo, rompendo com os valores familiares, ajo diferente. Não ao ponto de preferir carne bem passada, mas pelo menos ao de grelhá-la mais pra quem quiser. Acredito que o churrasqueiro é um funcionário público e está a serviço dos comensais, não o contrário.

    “Ah, Antonio, mas e o ketchup na pizza?”. (Não sei por que pus entre aspas, sou eu perguntando pra mim mesmo). “E o cream cheese no sushi?”. “E o macarrão no bufê do rodízio?”. Aceitemo-los — assim como vós aceitais essa mesóclise. São todos filhos da Revolução Francesa, frutos da democracia. O preço da liberdade não é só a eterna vigilância. Entram também na conta o Crocs, a estampa de oncinha e o bife esturricado.

(Antônio Prata. Adaptado).

Analise a frase abaixo para responder à questão .


Será que rola sair uma um pouquinho mais “bem” passada?


De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto às classes de palavras, assinale a alternativa que apresenta a correta classificação e justificativa da palavra “bem” destacada acima.

Alternativas
Q2171280 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para responder à questão que a ele se refere. 

Texto 01


Quanto tempo a gente tem?  

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Disponível em: https://vidasimples.com/vida-emocional. Acesso em: 14 fev. 2023. Adaptado. 
Considere o trecho: “Afinal, como escreveu Quintana ao fim do poema: ‘Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas’”. (Linhas 21-23) Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a organização morfossintática e semântica do trecho.
I. O termo “se” é uma conjunção subordinativa adverbial, que introduz, no trecho, uma ideia de condição. II. O uso da forma “olhava” é uma marca do registro coloquial, já que, no registro formal, tendo em vista o contexto em que foi empregada, seria “olharia”. III. O pronome “me” foi usado em posição proclítica, mas poderia ter sido usado, com igual correção, em posição enclítica ao verbo “dado”. IV. O substantivo “casca” e o adjetivo “dourada” em relação ao substantivo “horas” constroem uma metáfora. V. Os verbos “seguiria” e “iria” foram usados estabelecendo relação com o verbo “fosse”, de acordo com a norma.
Estão CORRETAS as afirmativas
Alternativas
Q2171152 Português
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 02 a seguir para responder à questão que a ele se refere.

Texto 02



Disponível em: http://bichinhosdejardim.com. Acesso em: 17 fev. 2023.  
Sobre as palavras “proativo”, “hiperprodutivo” e “automotivado”, usadas na segunda fala, é CORRETO afirmar que:
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Q2170639 Português
Ossos de neandertal reforçam ideia de que espécie enterrava seus mortos

A descoberta mostra um complexo ritual fúnebre, e contraria a antiga ideia de que nossos ancestrais extintos eram burros e primitivos.

Por Bruno Carbinatto

A prática de enterrar mortos é inerentemente humana. Nenhuma outra espécie conhecida pratica esse costume - apesar de algumas possuírem comportamentos equivalentes a um velório. Mas talvez nem sempre tenha sido assim. Alguns pesquisadores acreditam que os neandertais, um tipo de hominídeo ancestral já extinto, também realizavam enterros. E, agora, novos restos de um neandertal, encontrados em 2019, parecem fortalecer essa ideia.

É a primeira vez em 10 anos em que uma ossada de neandertal é encontrada - e o primeiro achado do século em que o esqueleto está articulado, ou seja, os ossos ainda estão nas suas posições originais. Eles foram escavados na Caverna de Shanidar, que fica na região do Curdistão no Iraque, e consistem em um tronco, um crânio amassado e ossos de uma mão esquerda. Técnicas de datação iniciais apontam que o indivíduo, cujo sexo ainda não foi definido, viveu há cerca de 70 mil anos e morreu como um adulto de meia-idade, ou talvez até mais velho. Os resultados foram publicados na revista Antiquity.

Algumas pistas indicam que o corpo foi enterrado propositalmente: havia uma pedra triangular perto do crânio, que poderia ter sido um apoio de cabeça ou um marcador do local da cova; sua mão estava colocada debaixo da cabeça, como se fosse um travesseiro, e os sedimentos que cobriam seu corpo tinham características a aparência diferentes dos que estavam embaixo dele.

Não é a primeira vez que uma descoberta indica que os neandertais provavelmente enterravam seus mortos. Na verdade, as pesquisas que moldaram essa ideia aconteceram exatamente no mesmo local décadas atrás. Nos anos 1950 e 1960, o arqueólogo Ralph Solecki realizou uma série de escavações na Caverna de Shanidar e encontrou dez ossadas de homens, mulheres e crianças neandertais.

Na época, Solecki afirmou que havia várias informações na caverna que podiam mudar a forma que pensávamos sobre os costumes dos nossos extintos parentes. Primeiro: quatro corpos encontrados pareciam ter sido enterrados juntos e propositalmente próximos, como se houvesse algum tipo de padrão ou organização - características típicas de um ritual fúnebre. Segundo, os restos de um dos homens neandertais indicavam que, em vida, ele havia sobrevivido à várias lesões, era surdo e parcialmente cego. Mesmo assim, ele havia vivido até a vida adulta - provavelmente com a ajuda de outros neandertais, um sinal de compaixão e cooperação.

Mas talvez a descoberta mais polêmica foi a de indícios de pólen ao redor do corpo de um deles. Segundo a equipe de Solecki, isso indicava que flores haviam sido colocadas junto com o corpo na hora do enterro - um comportamento muito parecido com o de humanos modernos.

Um estudo posterior, no entanto, sugeriu que a presença de pólen na região poderia ser fruto de contaminação de animais que levaram as flores para lá. O mistério ainda permanece.

As ideias de Solecki causaram bastante polêmica na época em que foram publicadas. Isso porque, por muito tempo, neandertais foram considerados por cientistas como inferior aos humanos, mais burros e primitivos - "sub-humanos". Argumentar que a espécie possuía rituais de luto complexos e relações sofisticadas ia contra essa ideia dominante. Hoje em dia, a ciência já trabalha com a hipótese de neandertais sendo tão inteligentes quantos os Homo sapiens.

Desde as descobertas de Solecki, a caverna se tornou um sítio icônico para a arqueologia. Mas passaram-se décadas até que ela fosse estudada novamente. Em 2011, o governo curdo da região convidou arqueólogos britânicos para escavar o local. A pesquisa iria começar em 2014, mas foi adiada por conta da ação do grupo terrorista ISIS na região. Em 2016, os pesquisadores Graeme Barker e Emma Pomeroy, da Universidade de Cambridge, finalmente começaram as novas escavações. A equipe não procurava por mais restos mortais - eles só pensavam em estudar os sedimentos da caverna. Mas, nos três anos de escavação, os restos do Shanizar-Z, como foi apelidado o neandertal, apareceram de surpresa.

Os restos estavam abaixo do nível em que os neandertais do século 20 foram encontrados, mas os pesquisadores não conseguiram determinar ainda se eles tinham alguma relação ou estavam separados pelo tempo, possivelmente até por séculos. Agora, a equipe pretende fazer análises extras em laboratório, incluindo exames de DNA, para responder essa e outras dúvidas sobre o Shanizar-Z.

Não se sabe se os neandertais desenvolveram o hábito de enterrar mortos por si só ou se aprenderam com os humanos, que já realizam essa prática há, pelo menos, 100 mil anos, segundo algumas estimativas. A segunda opção é uma boa possibilidade, porque sabemos que Homo sapiens e Homo neanderthalensis já ocuparam os mesmos locais e até procriaram entre si.
"Na época, Solecki afirmou que havia várias informações na caverna que podiam mudar a forma que pensávamos sobre os costumes dos nossos extintos parentes." As palavras destacadas são, respectivamente:
Alternativas
Q2170584 Português

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


              Prefiro acreditar que pensar que um dia nos sentiremos prontos o suficiente é utopia 


                                                                                                                                         Por Pedro Guerra



  1. (Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/colunistas – texto adaptado especialmente para esta prova).


A palavra ‘prontíssimo’ (l. 24) é um _____________ e, quanto à gradação, identificasse o _____________. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.
Alternativas
Q2170405 Português

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto está citado na questão.


                       Abelhas rebolam para se comunicar; e só fazem isso após ‘aulas de dança’ 




                    (Disponível em: www.revistaplaneta.com.br – texto adaptado especialmente para esta prova).

Analise as seguintes assertivas a respeito de determinadas passagens do texto, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) Na linha 01, pelo uso do adjetivo ‘novo’ é possível inferir que o estudo sobre o comportamento das abelhas ao se alimentarem foi pioneiro. ( ) O uso da forma verbal ‘tornando-se’ (l. 07) indica mudança de estado. ( ) O uso do advérbio ‘nunca’ na linha 08 pressupõe que a ação relatada no período era contumaz, expressa unicamente naquele tipo de situação.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Alternativas
Q2169494 Português
Considere o conto de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.

A beleza total

        A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços.

            A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa.

            O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito.

             Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um dia cerrou os olhos para sempre. Sua beleza saiu do corpo e ficou pairando, imortal. O corpo já então enfezado de Gertrudes foi recolhido ao jazigo, e a beleza de Gertrudes continuou cintilando no salão fechado a sete chaves.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2012)
O termo que qualifica o substantivo, conferindo a ele ideia de inexorabilidade, compõe a seguinte expressão:
Alternativas
Q2169072 Português
TEXTO:

Quem cuidará de você?

       Em 2030, os idosos brasileiros serão, segundo o IBGE, quase tão numerosos quanto os jovens. Esta é uma notícia positiva, pois estamos vivendo mais, e preocupante, pois não existe planejamento no atendimento adequado aos cuidados, necessários que tal população exige – sejam médicos, domiciliares, de lazer, de alternativas profissionais.
     O problema não é somente brasileiro. Os países desenvolvidos também estão diante de uma situação complicada, só que muitos estão enfrentando o desafio há décadas. Alguns conseguiram um planejamento exitoso.
       Em 2030, os EUA terão 72,1 milhões de adultos acima de 65 anos, mais que o dobro do número de idosos em 2005. Os americanos têm por regra poupar para chegar à terceira idade em condições de viver em lugares planejados, em comunidade. Os que podem, planejam essa independência e assistência.
      Na França, com grande número de idosos solitários, a ex-ministra do Trabalho Martine Aubry criou um programa que capacitava jovens a serem visitadores de idosos. Eles realizavam compras, levavam os idosos para caminhar, pegavam o metrô para levá-los à fisioterapia, a consultas.
      No Brasil, os idosos têm aposentadoria. Porém, mais que tudo, contam com a família. Para falar a verdade, com as mulheres da família. A filha solteira, a que larga o emprego para cuidar dos pais, a casada que abriga o idoso em sua residência. E sempre houve uma ojeriza da família ou do próprio idoso a ir para uma casa de repouso. Isso está mudando: mais pessoas envelhecem e a família não dá conta.
      Um grande número de mulheres não querem ou não podem mais abdicar de suas profissões para cuidar dos pais. Um enorme número que tinha como “natural” cuidar dos filhos e depois dos pais abriu mão desse programa por necessidade ou por mudanças de expectativa de realizações femininas neste século.
   A Constituição de 1988 fez avanços importantes, mas envelhecemos em plena fase de desenvolvimento, com um país sendo construído em todas as áreas. A redução da pobreza extrema que tivemos é recente. Parte dos idosos são chefes de família e não têm como pensar em si mesmos.
      Quando o idoso não chefia a família, mas depende dela, enfrenta graves problemas. Quem tem um pouco mais de poder aquisitivo não encontra bons cuidadores com facilidade. Falta qualificação. Quem procura casas de repouso encontra, nas mais acessíveis, péssimos serviços.
       Existem programas em andamento, mas precisamos acelerar soluções. Em particular, ações que façam frente ao crescimento de demandas de saúde, previdência e assistência social. E, urgentemente, capacitar cuidadores. O jovem Brasil envelhece rapidamente.

(Marta Suplicy, Folha de São Paulo, 23/07/2011) 

Observe o texto e numere as palavras grifadas de acordo com as classes a que pertencem. 

1. Substantivo

2. Pronome relativo

3. Pronome demonstrativo

4. Pronome indefinido

5. Verbo

6. Adjetivo


“Os países desenvolvidos ( ) também estão diante de uma situação ( ) complicada. Alguns ( ) conseguiram um planejamento. Os ( ) que ( ) podem, planejam ( ) essa independência e assistência.”  


A sequência está correta em 

Alternativas
Respostas
841: B
842: A
843: D
844: B
845: C
846: C
847: B
848: C
849: A
850: B
851: B
852: D
853: A
854: C
855: C
856: A
857: A
858: C
859: D
860: E