Questões de Concurso Sobre adjetivos em português

Foram encontradas 3.479 questões

Q2759542 Português

Assinale a alternativa em que o acréscimo do adjetivo mantém a coerência do emprego do substantivo conforme se depreende da leitura do texto.

Alternativas
Q2757234 Português

Passando-se o adjetivo destacado em ''Que admirável este monumento!'' para o grau superlativo absoluto sintético, temos:

Alternativas
Q2755387 Português

Texto 2

Fisioterapia
É o conjunto de técnicas usadas no tratamento e na prevenção de doenças e lesões. O fisioterapeuta previne, diagnostica e trata disfunções do organismo humano causadas por acidentes, má- formação genética ou vício de postura. Para isso, usa métodos como massagem e ginástica, com a finalidade de restaurar e desenvolver a capacidade física e funcional do paciente. Também faz tratamentos à base de água, calor, frio e aparelhos especiais. Além de ajudar na recuperação de pacientes acidentados e portadores de distúrbios neurológicos, cardíacos ou respiratórios, trabalha com idosos, gestantes, crianças e portadores de deficiência física ou mental. Pode atuar em clubes esportivos, hospitais, centros de reabilitação e em clínicas de fisioterapia e ortopedia. Em empresas, trabalha com a prevenção de acidentes de trabalho e com a correção postural dos funcionários. Em escolas, corrige e orienta a postura de crianças, jovens e adultos.
A preocupação com a saúde e o bem-estar mantém aquecido o mercado para o fisioterapeuta. Atividades como pilates, a área estética, com tratamentos corporais, e fisioterapia esportiva abrem ainda mais chancesde trabalho. Mas o setor que mais demanda profissionais é o hospitalar. Nele, o profissional faz atendimento intensivo a pacientes. Para isso, precisa dominar conhecimentos e técnicas nas áreas respiratória, neurológica e musculoesquelética. Embora não exista obrigatoriedade, o Programa Saúde da Família, em muitos estados brasileiros, já tem um fisioterapeuta em suas equipes de atendimento, o que aumenta o número de vagas. Outros nichos, como a geriatria e saúde do trabalho, também oferecem boas oportunidades. A Região Sudeste concentra o maior número de vagas e os melhores salários, mas a concorrência é grande. Mais fácil é conseguir trabalho no Norte e Nordeste, regiões carentes de profissionais.

(www.guiadoestudante.abril.com.br)

Na passagem “... A Região Sudeste concentra o maior número de vagas e os melhores salários...”, os adjetivos “maior” e “melhores” estão empregados no grau:

Alternativas
Q2755015 Português

Leia o texto a seguir e responda às questões de 1 a 8.

Poluição do ar tira R$ 15,8 bi anuais do Brasil com 62 mil mortes prematuras

1 Décadas atrás, quem dirigia pelas estradas brasileiras topava com placas de mensagens lúgubres

2 como “não faça do seu carro uma arma – a vítima pode ser você”.

3 As placas sumiram, mas as mortes no trânsito, não: são mais de 40 mil por ano, e crescendo. De 19

4 óbitos por 100 mil habitantes em 2009, o país passou para 23,4/100 mil em 2013, segundo relatório da

5 Organização Mundial da Saúde (OMS).

6 Correr demais ou usar o celular enquanto se dirige não são, porém, as únicas maneiras de fazer do

7 seu carro uma arma. São apenas as mais ruidosas, como sair dando tiros por aí. Basta ligar o motor

8 para fazer dele também uma arma química.

9 O cano de escapamento cospe uma série de compostos tóxicos, como os monóxidos de nitrogênio

10 (NO) ou de carbono (CO) e precursores de ozônio (O₃). Dali sai também material particulado, com

11 destaque para a poeira fina (PM2,5) que penetra até os alvéolos dos pulmões e faz estragos neles.

12 Não faltam pesquisas a mostrar que a poluição do ar está diretamente relacionada com mortes

13 prematuras causadas por doença cardíaca isquêmica (enfarte), derrame, doença pulmonar obstrutiva

14 crônica, câncer de pulmão, infecção respiratória aguda e pneumonia. Velhos e crianças pequenas são

15 as maiores vítimas.

16 O Banco Mundial estima que 2,9 milhões morrem antes da hora no mundo, todos os anos, por causa

17 da poluição do ar. A maior parte por cozinhar dentro de casa com lenha e carvão, como fazem 2,8

18 bilhões de pessoas, principalmente na África e no Sul da Ásia. Fora daí, as mortes por poluição do ar

19 se dão por força das emissões veiculares.

20 As cifras acabrunhantes estão na publicação “O Custo da Poluição do Ar”, que teve lançamento na

21 semana passada. Em anos de vida produtiva perdidos, isso custou à economia global, em 2013, a

22 bagatela de estimados US$ 225 bilhões.

23 Outra medida feita pelo Banco Mundial diz respeito à perda de bem-estar. Aqui, o valor monetário do

24 prejuízo é calculado por meio de metodologia diversa – quanto cada pessoa se disporia a pagar para

25 livrar-se do risco de morrer por aquela causa. Neste caso, o montante sobe para US$ 5,1 trilhões.

26 Estima-se que 87% da população mundial viva em áreas acima do máximo de concentração de PM2,5

27 recomendado pela OMS, de 10 microgramas por metro cúbico. A de ozônio vem caindo no mundo,

28 mas Brasil, China, Índia, Paquistão e Bangladesh viram-na aumentar entre 10% e 20%.

29 No que toca ao PM2,5, a média do Brasil se encontrava ligeiramente abaixo do recomendado pela OMS

30 em 2009, com 9,68 micrograma/m3. Em 2013, contudo, esse valor já se encontrava em 16,5

31 micrograma/m3.

32 As mortes decorrentes, segundo a estimativa do Banco Mundial, subiram de 59,6 mil para 62,2 mil ao

33 ano no intervalo. Em matéria de produtividade perdida, o custo foi de US$ 4,9 bilhões em 2013, ou R$

34 15,8 bilhões na taxa de câmbio atual.

35 Com transporte de massa eletrificado, seria possível matar três coelhos com um único golpe de

36 progresso tecnológico: diminuir os acidentes fatais, abater as mortes prematuras por poluição e ainda

37 mitigar o aquecimento global, pois os motores a explosão também emitem gases do efeito estufa.

38 Não há por que continuar indefinidamente com essa insanidade de ênfase no deslocamento individual

39 propelido a combustíveis poluentes. Melhor seria retomar as placas dos anos 1970, com uma pequena

40 adaptação: “Não faça de seu carro uma arma – o fóssil pode ser você”.

(LEITE, Marcelo. Poluição do ar tira R$ 15,8 bi anuais do Brasil com 62 mil mortes prematuras. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/marceloleite/2016/09/1812251-poluicao-do-ar-tira-r-158-bi-anuais-do-brasil-com-62-mil-mortes-prematuras.shtml>. Acesso em: 15 set. 2016.)

A relação de sentido estabelecida pelos termos sublinhados nos enunciados está corretamente indicada em:

Alternativas
Q2754831 Português

TEXTO 3



Conceição Lima

Conceição Lima nasceu, em 1961, na ilha de São Tomé, em São Tomé e Príncipe, país africano de língua portuguesa que se tornou independente de Portugal em 1975, após 500 anos de colonização. Formada pelo King’s College de Londres, Conceição é jornalista e trabalha para a BBC de Londres.

A mão é um de seus mais conhecidos poemas. Leia-o, com atenção, e responda às questões 8, 9 e 10.


A MÃO


Toma o ventre da terra

e planta no pedaço que te cabe

esta raiz enxertada de epitáfios.

Não seja tua lágrima a maldição

que sequestra o ímpeto do grão

levanta do pó a nudez dos ossos,

a estilhaçada mão

e semeia


girassóis ou sinos, não importa

se agora uma gota anuncia

o latente odor dos tomateiros

a viva hora dos teus dedos.

Quanto à classe gramatical das palavras selecionadas pela autora no verso “Não seja tua lágrima a maldição”, é correto afirmar que se tem respectivamente:

Alternativas
Q2754161 Português

Leia, atentamente, o texto a seguir:


UM PAÍS SE FAZ COM SAPATOS E LIVROS


Leo Cunha


Outro dia, numa palestra, eu escutei uma frase genial do Pedro Bandeira, aquele escritor que você deve estar cansado de conhecer. [...]

Pois bem: o Pedro estava num colégio carérrimo e chiquérrimo de São Paulo quando uma madame veio reclamar do preço dos livros. Nosso caro escritor - carérrimo, segundo a madame - olhou pros filhos dela e viu que os dois estavam de tênis importado.

Então o Pedro – que, apesar do nome, não costuma dar bandeira – virou pra ela e soltou a seguinte frase: “Ô, minha senhora, não é o livro que é caro. É a senhora que prefere investir no pé do que na cabeça dos seus filhos”.

O auditório aplaudiu de pé aquela história. Palmas, gritos, gargalhadas. Eu, disfarçadamente, olhei pra baixo pra ver se não estava calçando meu bom e velho Nike branco. Não tenho a menor intenção de fazer propaganda pra ninguém, pelo contrário: não perco uma chance de comentar aquelas acusações que a Nike vive recebendo, de explorar o trabalho infantil na Ásia. Mas não posso negar que me bateu um sentimento de culpa ao escutar aquela frase. Felizmente eu estava calçando um discretíssimo mocassim preto, então pude aplaudir com mais entusiasmo a tirada do Pedro.

Tirada, aliás, que me fez lembrar um caso divertido da minha infância. Foi no início da década de 80, eu e minha irmã estávamos entrando na adolescência e estudávamos num grande colégio de BH.

Um dia, estávamos em casa quando a mãe de um colega da minha irmã bateu a campainha. Abrimos a janela e vimos a tal senhora debruçada sobre o portão, em lágrimas. Pronto, morreu alguém!, pensamos logo.

Mas não. A coitada começou a explicar, aos soluços: “Eu não estou dando conta dos meus serviçais, eles não param de brigar!”. Juro, foi assim que ela falou: “meus serviçais”. Se eu me lembro bem, a casa dessa senhora era imensa e ocupava quase um quarteirão. Para manter o castelo em ordem, ela precisava de pelo menos uns oito “serviçais”. Era aí que o negócio complicava, pois controlar tanta gente se mostrava uma tarefa árdua, que exigia muito preparo e psicologia.

Ficamos muito consternados com a pobrezinha, ela agradeceu o apoio moral, mas completou que esse não era o motivo da visita. O que era então? E foi aí que veio a bomba. O colégio tinha mandado os meninos lerem um livro assim assim (esqueci o título) e ela queria saber se minha irmã já tinha terminado, pra poder emprestar pro filho dela!

Minha mãe ficou congelada, não sabia se tinha ouvido direito. Então quer dizer que a madame podia contratar oito serviçais pra se engalfinharem e não podia comprar um livro, um mísero livro, coitadinho, que nunca brigou com ninguém?

Minha mãe era livreira, professora, escrevia resenhas para a imprensa e tinha uma biblioteca imensa, inclusive com alguns livros repetidos. Deve ser por isso que, se não me falha a memória, nós não apenas emprestamos, como demos o livro para a mulher.

A frase do Pedro Bandeira completa perfeitamente o caso, e vice-versa. Ninguém está negando que o livro, ou alguns livros, poderiam ser mais baratos, mas de que adianta baixar o preço do produto se nós não dermos valor a ele, se ele não for importante em nossas vidas? Se a gente prefere entrar numa sapataria e investir no pé de nossos filhos. Se a gente entra num McDonald’s da vida e pede pelo número, pede pelo número deixando as letras para depois, ou para nunca.


Disponível em: http://dicasdeleitores.blogspot.com.br/2012/09/um-pais-se-fazcom-sapatos-e-livros.html Acesso em 28 mar. 2016 (Adaptado)

Todos os termos destacados têm natureza adjetiva, EXCETO em:

Alternativas
Q2754023 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 ao 10.


O Fenômeno da Matureia

A história de Matureia está relacionada com os primórdios do Povoado dos Canudos do qual se originou o município de Teixeira. O nome próprio do lugar foi derivado do capitão-de-Campos, Francisco da Costa Teixeira que nos idos de 1761 tomou posse de extensa região localizada num dos prolongamentos da Serra da Borborema. O antigo Povoado de Canudos mudou o nome para Vila do Teixeira e, em 1874, foi elevada à condição de cidade.
O povoado de Matureia pertencia a Teixeira. Durante sua formação, evoluiu da condição de ponto de passagem de mercadores e tangerinos de gado para um arruado que ficou famoso pelo fenômeno vegetal da prolongada maturação dos seus cajueiros. Pela observação dos antigos moradores daquele lugar, os maturis, como são chamados os cajus novos, ainda verdes (pedúnculos) tinham longa maturescência. O fenômeno tem explicação científica: Matureia fica muito próxima às elevações serranas que culminam no Pico do Jabre, o ponto mais alto do Estado da Paraíba.
Ali, o regime climatológico cria, como que degraus para a incidência das chamadas chuvas do caju, numa escala de variação ditada pela Natureza. Dependendo da altitude, o fenômeno da Matureia, segundo a linguagem matuta, acontece em períodos distintos, todavia sequenciados. A região tem, portanto, prolongada maturescência, produzindo safras contínuas de cajus. Esse fenômeno interessante do ponto de vista botânico vem sendo prejudicado pelo desmatamento e pelas constantes queimadas praticadas nos pés-de-serra. Recentemente o Governo do Estado zoneou uma área de preservação ambiental disciplinando o uso do solo nos arredores do Pico do Jabre.
A Vila de Matureia foi transformada em cidade, desmembrando-se de Teixeira, por força da Lei número: 6175 de 13 de Dezembro de 1995. São considerados os fundadores do local, os ascendentes das famílias Dantas, Jerônimo, Vasco, Maia, Costa e Firmino. Os descendentes dessas famílias habitam o local e se dedicam a variadas atividades econômicas relacionadas com a agricultura e à pecuária.
http://www.matureia.pb.gov.br

Os cajus novos, ainda verdes (pedúnculos) tinham longa maturescência.


Assinale a opção que contém a classificação correta das palavras destacadas, RESPECTIVAMENTE.

Alternativas
Q2750729 Português

PAISAGEM URBANA


-----São cinco horas da manhã, um nevoeiro cai branco como leite, fria como gelo. Milhões de gotinhas d’água brilham em trilhos de ferro. “Bom dia”, diz Um Homem para o Outro Homem. “Bom dia, por quê?”, pensa o Outro, olhando para o Um. Um Homem inalterável é um poste, que espera o trem na estação quase vazia.

-----É o trem que leva e traz toda a gente ao trabalho, ao centro da cidade, a tantos lugares nenhum. É o trem que chega carregado de pop, popular, população, populacho, que pula que nem pipoca por todos os bairros da capital. Na plataforma uma luz vermelha pisca, enquanto um sinal de alerta grita: blem! Blem! Blem! Na cabeça, tanto do Um como do Outro, as ideias vão e vêm, como os trens. Os trens que não têm remédio, não têm escolha. Apenas vão e vem. É preciso ir em frente.

-----A máquina aparece na curva e vem lenta, grave, forte, grande, imensa. Pára a máquina, desce um branco, uma mulata, o gordo e o magro, dois meninos maluquinhos. Chegada de uns, partida de outros. No meio de um cheiro áspero de fumaça e óleo diesel, o Outro Homem entra no trem. Um Homem continua um poste. Rígido. Concreto. E é só quando uma moça desce a escada do vagão carregando uma mala, cabelo preso com fita e olhar de busca, que o homem-poste tem um sobressalto. Os olhares se encontram. O trem vai e os olhares vêm. O mundo é assim...

-----Outro Homem se foi. Um Homem está feliz.


Marco Antonio Hailer.

Considere as seguintes afirmações sobre classes de palavras e termos da oração dos vocábulos presentes no texto:


I - O vocábulo “trem” em “que espera o trem” (1º parágrafo) é substantivo em função de objeto direto.

II - Os vocábulos “da cidade” (2º parágrafo) é uma locução adjetiva em função de adjunto adnominal.

III - O vocábulo, “feliz” em “Um Homem está feliz” (3º parágrafo) é um adjetivo em função de predicativo do sujeito.

IV - O vocábulo “luz” em “Na plataforma uma luz vermelha pisca” é um substantivo em função de núcleo do sujeito simples.


Quais afirmativas estão corretas?

Alternativas
Q2748268 Português

Texto para responder às questões de 01 a 14.


Uma velhinha


___Quem me dera um pouco de poesia, esta manhã, de simplicidade, ao menos para descrever a velhinha do Westfália! É uma velhinha dos seus setenta anos, que chega todos os dias ao Westfália (dez e meia, onze horas), e tudo daquele momento em diante começa a girar em torno dela. Tudo é para ela. Quem nunca antes a viu, chama o garçom e pergunta quem ela é. Saberá, então, que se trata de uma velhinha “de muito valor”, professora de inglês, francês e alemão, mas “uma grande criadora de casos”.

___Não é preciso perguntar de que espécie de casos, porque, um minuto depois, já a velhinha abre sua mala de James Bond, de onde retira, para começar, um copo de prata, em seguida, um guardanapo, com o qual começa a limpar o copo de prata, meticulosamente, por dentro e por fora. Volta à mala e sai lá de dentro com uma faca, um garfo e uma colher, também de prata. Por último o prato, a única peça que não é de prata. Enquanto asseia as “armas” com que vai comer, chama o garçom e manda que leve os talheres e a louça da casa. Um gesto soberbo de repulsa.

___O garçom (brasileiro) tenta dizer alguma coisa amável, mas ela repele, por considerar (tinha razão) a pronúncia defeituosa. E diz, em francês, que é uma pena aquele homem tentar dizer todo dia a mesma coisa e nunca acertar. Olha-nos e sorri, absolutamente certa de que seu espetáculo está agradando, Pede um filete recomenda que seja mais bem do que malpassado. Recomenda pressa, enquanto bebe dois copos de água mineral. Vem o filet e ela, num resmungo, manda voltar, porque está cru. Vai o filet, volta o filet e ela o devolve mais uma vez alegando que está assado demais. Vem um novo filet e ela resolve aceitar, mas, antes, faz com os ombros um protesto de resignação.

___Pela descrição, vocês irão supor que essa velhinha é insuportável. Uma chata. Mas não. É um encanto. Podia ser avó da Grace Kelly. Uma mulher que luta o tempo inteiro pelos seus gostos. Não negocia sua comodidade, seu conforto. Não confia nas louças e nos talheres daquele restaurante de aparência limpíssima. Paciência, traz de sua casa, lavados por ela, a louça, os talheres e o copo de prata. Um dia o garçom lhe dirá um palavrão? Não acredito. A velhinha tão bela e frágil por fora, magrinha como ela é, se a gente abrir, vai ver tem um homem dentro. Um homem solitário, que sabe o que quer e não cede “isso” de sua magnífica solidão.


(MARIA, Antônio. “Com Vocês, Antônio Maria”. Rio de Janeiro: Editora Paze Terra, 1964, p. 262.)

“.. em seguida, um guardanapo, com o qual começa a limpar o copo de prata..." (§2)


Das alterações feitas na redação da oração adijetiva do fragmento acima, constitui um desvio de regência em relação à norma culta da língua a seguinte:

Alternativas
Q2748267 Português

Texto para responder às questões de 01 a 14.


Uma velhinha


___Quem me dera um pouco de poesia, esta manhã, de simplicidade, ao menos para descrever a velhinha do Westfália! É uma velhinha dos seus setenta anos, que chega todos os dias ao Westfália (dez e meia, onze horas), e tudo daquele momento em diante começa a girar em torno dela. Tudo é para ela. Quem nunca antes a viu, chama o garçom e pergunta quem ela é. Saberá, então, que se trata de uma velhinha “de muito valor”, professora de inglês, francês e alemão, mas “uma grande criadora de casos”.

___Não é preciso perguntar de que espécie de casos, porque, um minuto depois, já a velhinha abre sua mala de James Bond, de onde retira, para começar, um copo de prata, em seguida, um guardanapo, com o qual começa a limpar o copo de prata, meticulosamente, por dentro e por fora. Volta à mala e sai lá de dentro com uma faca, um garfo e uma colher, também de prata. Por último o prato, a única peça que não é de prata. Enquanto asseia as “armas” com que vai comer, chama o garçom e manda que leve os talheres e a louça da casa. Um gesto soberbo de repulsa.

___O garçom (brasileiro) tenta dizer alguma coisa amável, mas ela repele, por considerar (tinha razão) a pronúncia defeituosa. E diz, em francês, que é uma pena aquele homem tentar dizer todo dia a mesma coisa e nunca acertar. Olha-nos e sorri, absolutamente certa de que seu espetáculo está agradando, Pede um filete recomenda que seja mais bem do que malpassado. Recomenda pressa, enquanto bebe dois copos de água mineral. Vem o filet e ela, num resmungo, manda voltar, porque está cru. Vai o filet, volta o filet e ela o devolve mais uma vez alegando que está assado demais. Vem um novo filet e ela resolve aceitar, mas, antes, faz com os ombros um protesto de resignação.

___Pela descrição, vocês irão supor que essa velhinha é insuportável. Uma chata. Mas não. É um encanto. Podia ser avó da Grace Kelly. Uma mulher que luta o tempo inteiro pelos seus gostos. Não negocia sua comodidade, seu conforto. Não confia nas louças e nos talheres daquele restaurante de aparência limpíssima. Paciência, traz de sua casa, lavados por ela, a louça, os talheres e o copo de prata. Um dia o garçom lhe dirá um palavrão? Não acredito. A velhinha tão bela e frágil por fora, magrinha como ela é, se a gente abrir, vai ver tem um homem dentro. Um homem solitário, que sabe o que quer e não cede “isso” de sua magnífica solidão.


(MARIA, Antônio. “Com Vocês, Antônio Maria”. Rio de Janeiro: Editora Paze Terra, 1964, p. 262.)

“Não confia nas louças e nos talheres daquele restaurante de aparência LIMPISSIMA.” (§ 4)


O nome adjetivo em letras maiúsculas no período acima está expresso no grau superlativo absoluto sintético. Dos pares abaixo, aquele em que há superlativo com erro de grafia, segundo as normas da modalidade escrita culta da língua, é:

Alternativas
Q2745525 Português

Texto para responder às questões de 01 a 14.


Uma velhinha


Quem me dera um pouco de poesia, esta manhã, de simplicidade, ao menos para descrever a velhinha do Westfálial E uma velhinha dos seus setenta anos, que chega todos os dias ao Westfália (dez e meia, onze horas), e tudo daquele momento em diante começa a girar em torno dela. Tudo é para ela. Quem nunca antes a viu, chama o garçom e pergunta quem ela é. Saberá, então, que se trata de uma velhinha “de muito valor”, professora de inglês, francês e alemão, mas “uma grande criadora de casos”.

Não é preciso perguntar de que espécie de casos, porque, um minuto depois, já a velhinha abre sua mala de James Bond, de onde retira, para começar, um copo de prata, em seguida, um guardanapo, com o qual começa a limpar o copo de prata, meticulosamente, por dentro e por fora. Volta à mala e sai lá de dentro com uma faca, um garfo e uma colher, também de prata. Por último o prato, a única peça que não é de prata. Enquanto asseia as “armas” com que vai comer, cnama o garçom e manda que leve os talheres e a louça da casa. Um gesto soberbo de repulsa.

O garçom (brasileiro) tenta dizer alguma coisa amável, mas ela repele, por considerar (tinha razão) a pronúncia defeituosa. E diz, em francês, que é uma pena aquele homem tentar dizer todo dia a mesma coisa e nunca acertar. Olha-nos e sorri, absolutamente certa de que seu espetáculo está agradando, Pede um filete recomenda que seja mais bem do que malpassado. Recomenda pressa, enquanto bebe dois copos de água mineral. Vem o filet e ela, num resmungo, manda voltar, porque está cru. Vai o filet, volta o filet e ela o devolve mais uma vez alegando que está assado demais. Vem um novo filet e ela resolve aceitar, mas, antes, faz com os ombros um protesto de resignação.

Pela descrição, vocês irão supor que essa velhinha é insuportável. Uma chata. Mas não. É um encanto. Podia ser avó da Grace Kelly. Uma mulher que luta o tempo inteiro pelos seus gostos. Não negocia sua comodidade, seu conforto. Não confia nas louças e nos talheres daquele restaurante de aparência limpíssima. Paciência, traz de sua casa, lavados por ela, a louça, os talheres e o copo de prata. Um dia o garçom lhe dirá um palavrão? Não acredito. A velhinha tão bela e frágil por fora, magrinha como ela é, se a gente abrir, vai ver tem um homem dentro. Um homem solitário, que sabe o que quer e não cede “isso” de sua magnífica solidão.


(MARIA, Antônio. “Com Vocês, Antônio Maria”. Rio de Janeiro: Editora Paze Terra, 1964, p. 262.)

“Não confia nas louças e nos talheres daquele restaurante de aparência LIMPÍSSIMA.” (§4)


O nome adjetivo em letras maiúsculas no período acima está expresso no grau superlativo absoluto sintético. Dos pares abaixo, aquele em que há superlativo com erro de grafia, segundo as normas da modalidade escrita culta da língua, é:

Alternativas
Q2744093 Português

Leia com atenção o texto abaixo e responda ao que se pede.


Adriane quer saber se o terno do seu futuro marido deve combinar com as flores do buquê, com os tons das toalhas da recepção ou se deve ser branco (ou bem claro) para ficar de acordo com o vestido dela.

Meu impulso foi o de ligar para o noivo e dizer que ainda estava em tempo de ele desistir, se mandar e arranjar outra noiva. Uma que não o visse como um acessório na sua vida!

Noivos não devem se fantasiar no dia de seu casamento: nada de roupinha de soldadinho de chumbo, ternos brancos de primeira comunhão, túnicas indianas. O dia do casamento é o momento em que um homem assume, perante a sociedade, seu compromisso com a masculinidade e com a vida adulta. Não é, portanto, hora para brincadeiras, roupinhas infantis ou bobagens fora de propósito. Se não, quem vai levar o casamento dele a sério? Ninguém. Nem a noiva.

Noivos, não comecem mal essa história que já não é fácil! Respeito e adequação são indispensáveis para um casamento dar certo. Festa de casamento não é baile de carnaval.


(KALIL, Glória. Alô, chics. São Paulo: Ediouro, 2008, p. 101)

Assinale a alternativa em que o termo grifado é um adjetivo.

Alternativas
Q2743622 Português

Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 07.

O homem e a galinha

Era uma vez um homem que tinha uma galinha. Era uma galinha como as outras. Um dia a galinha botou um ovo de ouro.

O homem ficou contente. Chamou a mulher:

– Olha o ovo que a galinha botou.

A mulher ficou contente:

– Vamos ficar ricos!

E a mulher começou a tratar bem da galinha. Todos os dias a mulher dava mingau para a galinha. Dava pão-de-ló, dava até sorvete. E todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:

– Pra que esse luxo com a galinha? Nunca vi galinha comer pão-de-ló… Muito

menos tomar sorvete!

– É, mas esta é diferente! Ela bota ovos de ouro!

O marido não quis conversa:

– Acaba com isso mulher. Galinha come é farelo.

Aí a mulher disse:

– E se ela não botar mais ovos de ouro?

– Bota sim – o marido respondeu.

A mulher todos os dias dava farelo à galinha. E a galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:

– Farelo está muito caro, mulher, um dinheirão! A galinha pode muito bem comer milho.

– E se ela não botar mais ovos de ouro?

– Bota sim – o marido respondeu.

Aí a mulher começou a dar milho pra galinha. E todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:

– Pra que esse luxo de dar milho pra galinha? Ela que procure o de-comer no quintal!

– E se ela não botar mais ovos de ouro? – a mulher perguntou.

– Bota sim – o marido falou.

E a mulher soltou a galinha no quintal. Ela catava sozinha a comida dela. Todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Um dia a galinha encontrou o portão aberto. Foi embora e não voltou mais. Dizem, eu não sei, que ela agora está numa boa casa onde tratam dela a pão-de-ló.

(Ruth Rocha, Enquanto o mundo pega fogo,2. ed.Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984.p.14-9.)

A classe gramatical da palavra destacada em “Farelo está muito caro, mulher, um dinheirão!” é:

Alternativas
Q2743142 Português

Medidas simples garantem mais segurança no trânsito



Em um clássico desenho da Disney, ao assumir a direção de um carro, o pacato e humilde senhor Andante se transforma

no terrível senhor Volante, modelo de arrogância e violência. Essa cena ilustra uma situação comum até hoje no trânsito, onde

os motoristas descarregam toda sorte de frustração.

Não por acaso, o fator humano é responsável pela maioria dos acidentes. Dirigir defensivamente é essencial para prevenir os

5 desastres ou pelo menos minimizar suas consequências. De acordo com o professor Adilson Lombardo, especialista em segurança

no trânsito, na direção defensiva “é preciso avaliar riscos, reduzir a velocidade perto de escolas, não fazer ultrapassagens

perigosas”. Na prática, são medidas simples, que podem ser resumidas em duas: respeito às normas e bom senso.

Lombardo frisa que não se deve confundir direção defensiva com técnicas de pilotagem, que também podem ajudar a

prevenir acidentes. “Os cursos de pilotagem ensinam a sair da aquaplanagem, a fazer uma frenagem segura e a desviar de

10 obstáculos”, explica. “As autoescolas não dão essa formação, que é essencial, por exemplo, para funcionários de empresas.”

Ele destaca ainda a função educativa da multa: “Todos sabemos que a cultura da impunidade é perigosa.”

Ari Silveira

Adaptado de gazetadopovo.com.br, 22/08/2009

não fazer ultrapassagens perigosas (l. 6-7)


A palavra perigosas é um adjetivo, pois indica uma qualidade da palavra ultrapassagens. Outro adjetivo está sublinhado em:

Alternativas
Q2741520 Português

Instrução: As questões 06 a 10 referem-se ao texto abaixo


A língua do Brasil amanhã


  1. ____Ouvimos com frequência opiniões alarmantes a
  2. respeito do futuro da nossa língua. ___ vezes se diz
  3. que ela vai simplesmente desaparecer, em benefício de
  4. outras línguas supostamente expansionistas (em especial
  5. o inglês, atual candidato número um a língua universal);
  6. ou que vai se “misturar” com o espanhol, formando o
  7. “portunhol”; ou, simplesmente, que vai se corromper
  8. pelo uso da gíria e das formas populares de expressão
  9. (do tipo: o casaco que cê ia sair com ele tá rasgado).
  10. Aqui pretendo trazer uma opinião mais otimista: a
  11. nossa língua, estou convencido, não está em perigo de
  12. desaparecimento, muito menos de mistura. Por outro
  13. lado (e não é possível agradar a todos) acredito que
  14. nossa língua está mudando, e certamente não será a
  15. mesma dentro de vinte, cem ou trezentos anos.
  16. ____O que é que poderia ameaçar a integridade ou
  17. a existência da nossa língua? Um dos fatores,
  18. frequentemente citado, é a influência do inglês – o
  19. mundo de empréstimos que andamos fazendo para
  20. nos expressarmos sobre certos assuntos.
  21. ____Não se pode negar que o fenômeno existe; o que
  22. mais se faz hoje em dia é surfar, deletar ou tratar do
  23. marketing. Mas isso não significa o desaparecimento
  24. da língua portuguesa. Empréstimos são um fato da
  25. vida e sempre existiram. Hoje pouca gente sabe disso,
  26. mas avalanche, alfaiate, tenor e pingue-pongue
  27. são palavras de origem estrangeira; hoje já se
  28. naturalizaram, e certamente ninguém vê ameaça
  29. nelas. Afinal de contas, quando se começou a jogar
  30. aquela bolinha em cima da mesa, precisou-se de um
  31. nome; podíamos dizer tênis de mesa, e alguns tentaram,
  32. mas a palavra estrangeira venceu – só que virou
  33. portuguesa, hoje vive entre nós como uma imigrante já
  34. casada, com filhos brasileiros etc. Perdeu até o sotaque.
  35. ____Quero dizer que não há o menor sintoma de que os
  36. empréstimos estrangeiros estejam causando lesões na
  37. língua portuguesa; a maioria, aliás, desaparece em
  38. pouco tempo, e os que ficam se assimilam. Como toda
  39. língua, o português precisa crescer para dar conta das
  40. novidades sociais, tecnológicas, artísticas e culturais; e
  41. pode aceitar empréstimos – ravióli, ioga, chucrute,
  42. balé – e também pode (e com maior frequência)
  43. criar palavras a partir de seus próprios recursos –
  44. como computador, ecologia, poluição – ou então esten-
  45. der o uso de palavras antigas a novos significados –
  46. executivo ou celular, que significam coisas hoje que
  47. não significavam ___ vinte anos. Isso está acontecendo
  48. a todo o tempo com todas as línguas, e nunca levou
  49. nenhuma delas ___ extinção.

Adaptado de PERINI, M. A. A língua do Brasil amanhã

e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.

Páginas 11-14.

Assinale a alternativa que contém apenas palavras empregadas como adjetivos no texto.

Alternativas
Q2740413 Português

ESTA VIDA


– Um sábio me dizia: esta existência, não vale a angústia de viver.

A ciência, se fôssemos eternos, num transporte de desespero inventaria a morte.

Uma célula orgânica aparece, no infinito do tempo.

E vibra, e cresce, e se desdobra, e estala num segundo. Homem, eis o que somos neste mundo. Assim falou-me o sábio e eu comecei a ver dentro da própria morte, o encanto de morrer.

– Um monge me dizia: ó mocidade, és relâmpago ao pé da eternidade! Pensa: o tempo anda sempre e não repousa; esta vida não vale grande coisa.

Uma mulher que chora, um berço a um canto; o riso, às vezes, quase sempre, um pranto. Depois o mundo, a luta que intimida, quatro círios acesos: eis a vida! Isto me disse o monge e eu continuei a ver, dentro da própria morte, o encanto de morrer.

– Um pobre me dizia: para o pobre, a vida é o pão e o andrajo vil que o cobre. Deus, eu não creio nesta fantasia. Deus me deu fome e sede a cada dia, mas nunca me deu pão, nem me deu água. Deu-me a vergonha, a infâmia, a mágoa, de andar de porta em porta, esfarrapado. Deu-me esta vida: um pão envenenado. Assim falou-me o pobre e eu continuei a ver, dentro da própria morte, o encanto de morrer.

– Uma mulher me disse: vem comigo! Fecha os olhos e sonha, meu amigo. Sonha um lar, uma doce companheira, que queiras muito e que também te queira. No telhado, um penacho de fumaça. Cortinas muito brancas na vidraça. Um canário que canta na gaiola. Que linda a vida lá por dentro rola! Pela primeira vez eu comecei a ver, dentro da própria vida, o encanto de viver.


Guilherme de Almeida

Quanto à morfossintaxe, em qual alternativa a classificação está correta.

Alternativas
Q2739016 Português

INSTRUÇÃO: Leia atentamente o trecho abaixo e responda às questões 02 e 03.


A Toyota é uma grande fabricante de modelos híbridos, mas ainda não tinha dado a devida atenção aos veículos puramente elétricos – isso até agora. O radical e pequenino i-Road certamente valeu a espera. O carro está sendo usado na cidade francesa de Grenoble, a 575 quilômetros de Paris, como parte de um novo e inteligente projeto de mobilidade urbana que tenta inserir pequenos veículos elétricos na rede de transporte público.

A primeira coisa que chama atenção é o tamanho compacto do i-Road. Embora o automóvel possa acomodar duas pessoas, a largura é a mesma de uma scooter. Há ainda o incomum formato de três rodas – duas na frente e uma atrás.


(Revista Info, dez. 2014.)

Na Língua Portuguesa, há adjetivos que têm uma única forma para referir-se ao masculino e ao feminino.


Assinale o trecho do texto que NÃO apresenta exemplo desse fato linguístico.

Alternativas
Q2738402 Português

Leia o texto a seguir para responder às próximas 12 questões.


ESCORPIÃO NA CARTEIRA


Na hora de pagar, uma amiga minha sempre estava sem cartão. Outra saía antes. E eu morria com a conta


Tive uma amiga que, quando íamos jantar fora, dava sempre a mesma desculpa:

– Meus cartões desmagnetizaram, acho que deixei com o celular.

Eu morria com a conta. Detalhe: era bem mais rica que eu, pobrinho naqueles tempos. E tinha hábitos de gastadora: bons uísques, frutos do mar... aiiii! O tempo nos afastou, e até hoje me pergunto: não tinha vergonha de repetir a mentira todas as vezes? Certamente não, eu é que tinha vergonha por ela. Outra, na hora do cafezinho, ia ao toalete. Se trancava uns 40 minutos e, é claro, depois de contemplar a dolorosa uns 15, 20 minutos, eu, ou qualquer outro acompanhante, pagava. Tudo bem, na época pré-feminismo homens pagavam sempre para as damas. Conheço até hoje mulheres que acreditam firmemente nessa obrigação e saem sem um centavo ou cartão. É um jeito de ser tão antigo! Um terror, gente avarenta. Lembro histórias que minha mãe contava: fazendeiros, sitiantes, que botavam todo o dinheiro embaixo do colchão. Tinham medo de banco, jamais gastavam um centavo, obrigavam a família a uma vida de miséria absoluta. Sofriam a mulher e os filhos. Um dia, pegava fogo no colchão, e lá se ia uma vida de economia. Frequentemente, quando ele morria, descobria-se que o dinheiro não valia mais, neste país de históricas mudanças de moeda.

Boa parte de nossas personalidades é formada pelas histórias infantis. Uma das mais populares é a fábula da cigarra e da formiga. Uma canta, enquanto a outra trabalha. No duro inverno, a coitada da cigarra é penalizada por sua alegria. Poupar, poupar, poupar – é um refrão que ecoa em nossos ouvidos. Não falo de quem precisa economizar para chegar ao fim do mês. Mas das pessoas que evitam até os menores prazeres da vida. Sei de um milionário que se orgulha de almoçar em restaurante por quilo. Mesmo no quilo, evita certos itens. Batatas, que pesam no prato. Ou a garrafa d’água, por considerar o preço exorbitante. Prefere comer a seco. Há os que andam em carros populares e só compram ternos em lojas simples. Querem ser valorizados pela modéstia. Seria melhor se dessem bônus aos funcionários, não? Minha alma sempre foi de cigarra, embora meu lado formiga me faça trabalhar muito. Já vivi tempos difíceis, mas nunca deixei de me proporcionar pequenas alegrias. Atualmente, se vejo uma obra de arte, um móvel que tenho condições de comprar, pechincho, como já contei. Mas compro feliz da vida. Moro numa casa antiga e espaçosa, gosto de viver cercado por meus livros. Já ouvi várias vezes:

– Mas você poderia viver num lugar menor.

Respondo:

– Poderia morar numa quitinete de 20 metros quadrados e também seria feliz. Mas comprei esta casa com meu trabalho e gosto daqui. Se um dia não puder pagar, saio, vou para um lugar menor e também serei feliz.

Como diziam os antigos, dinheiro não se leva no caixão. Então, vejo amigos, executivos bem de vida, ligando para o banco, brigando por causa de alguns reais a mais em qualquer situação. Ninguém deve aceitar ser roubado. Mas vale a pena brigar por tudo? A figura do personagem que economiza em misérias e é enganado o tempo todo já foi imortalizada por Molière, na peça “O avarento”. Uma comédia, é claro. Esse comportamento é motivo de piada entre colegas de trabalho, ou às vezes vira caso de polícia. Como aconteceu com o ator famoso – famosíssimo – que saiu com uma travesti e não queria pagar o programa combinado. Achou que por ser ele, o famoso, já valia. A profissional, sentindo-se, com razão, desrespeitada, começou a gritar pela polícia, em Copacabana. Só não virou escândalo nacional porque o astro gastou mais com advogado. Bem feito!

Vejo que gente assim também é avarenta com os sentimentos. Está sempre à espreita da pequena vantagem sobre os outros. Dá pouco de si. Afeições também exigem flores, chocolates, surpresas. Um teatro, um cinema. É preciso dizer que ama, que gosta, chorar e rir com quem é mais próximo, “perder tempo” sendo simplesmente feliz. Mas a pessoa trabalha demais, nunca tem tempo para a família ou os amigos. Um dia, descobre que os filhos se tornaram desconhecidos. É alguém travado na vida e nas palavras de amor. Conheço um executivo de alto escalão que se mudou para o 3° andar, sem elevador, para economizar no condomínio. O que oferece de fato à família? Economizar dinheiro é uma coisa. Economizar a vida, outra muito diferente.


WALCYR CARRASCO. Disponível em http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyrcarrasco/noticia/2014/07/escorpiao-na-bcarteirab.html. Acesso em 11 jul 2014.

“Como aconteceu com o ator famoso – famosíssimo.” Em que grau está o adjetivo “famosíssimo”?
Alternativas
Q2738122 Português

TEXTO


Olivia


Querida Olivia Schmid, muito obrigado pela carta que você me mandou no hospital Pró−Cardíaco, quando soube que eu estava internado lá, na semana passada. Sua carta me emocionou, bem como as muitas mensagens que recebi de amigos e de desconhecidos como você, desejando meu restabelecimento.

O restabelecimento era garantido, pois eu estava nas mãos dos médicos Claudio Domenico, Marcos Fernandes, Aline Vargas, Felipe Campos e toda a retaguarda de craques do hospital, além do dr. Alberto Rosa e do dr. Eduardo Saad, que instalou no meu peito o marca−passo que, se entendi bem, vai me permitir competir nas próximas Olimpíadas.

Mas, infelizmente, não pude responder sua cartinha, porque você não colocou seu endereço. Só sei que você se chama Olivia (lindo nome), tem 10 anos, mora na Tijuca e cursa o quinto ano da Escola Municipal Friedenreich. E que gosta muito de ler.

Você me fez uma encomenda: pediu que eu escrevesse uma história sobre pessoas que não gostam de acordar cedo de manhã, como você. Vou escrever a história, Olivia, inclusive porque pertenço à mesma irmandade.

Concordo que não existe maldade maior do que tirar a gente do quentinho da cama com o pretexto absurdo de que é preciso ir à escola, trabalhar etc., todas essas coisas que não se comparam com o prazer de ficar na cama só mais um pouquinho.

Acho até que poderíamos formar uma associação de pessoas que pensam como nós, uma Associação dos que Odeiam Sair da Cama de Manhã (AOSCM). Poderíamos até fazer reuniões do nosso grupo — desde que não fossem muito cedo de manhã, claro.

Você me fez um pedido e eu vou fazer um a você, Olivia. Por favor, continue sendo o que você é. Não, não quero dizer leitora dos meus livros, se bem que isto também. Continue sendo uma pessoa que consegue emocionar outra pessoa com um simples ato de bondade, sem qualquer outro pretexto a não ser sua vontade de ser solidária.

Você deve ter notado que o pessoal anda muito mal− humorado, Olivia. Se desentendem e brigam porque um não tolera a opinião do outro. Conversa vira bate−boca, debate vira, às vezes, até troca de tapas.

Uma das crises em que o Brasil está metido é uma crise de civilidade. Não deixe que nada disso mude a sua maneira de ser, Olivia. O seu simples ato de bondade vale mais do que qualquer um desses discursos rancorosos. Animou meu coração mais do que um marca−passo.

O Brasil precisa muito de você, Olivia.

VERÍSSIMO, Luiz Fernando. Olivia. Disponível em:

http://noblat.oglobo.globo.com/cronicas/noticia/2016/04/olivia.html.

Acessado em: 10 abr. 2016.

Só NÃO apresenta função adjetiva a palavra destacada em:

Alternativas
Q2738095 Português

Em relação ao grau comparativo do adjetivo, a única opção correta é:

Alternativas
Respostas
161: E
162: E
163: D
164: A
165: C
166: B
167: D
168: D
169: C
170: D
171: D
172: C
173: C
174: A
175: D
176: D
177: C
178: D
179: C
180: D