Questões de Concurso
Sobre análise sintática em português
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Texto 3
Texto 2
Piedade de Minas
Dom Walmor Oliveira de Azevedo*
Piedade de Minas, grito que brota do coração de cada pessoa, uma vez mais, convocando toda a sociedade mineira a buscar novos rumos. Caminhos que sejam condizentes com a história tricentenária do Estado, suas tradições religiosas e culturais, com o coração bom de seu povo, adornado por valores e princípios. Todos se unam por uma nova etapa civilizatória que respeite as singulares belezas naturais de Minas – dos campos aos sertões, da Mata Atlântica ao alto das montanhas. Piedade de Minas! Precisamos de preces fortes, por compaixão, que devem inspirar gestos cidadãos, alicerçados na solidariedade com os que sofrem as consequências de tragédias criminosas – a exemplo das ocorridas em Brumadinho, em Bento Rodrigues e em tantos outros lugares. [...] No Brasil e, particularmente, em Minas Gerais, é necessário parar tudo o que está comprovadamente errado e promover recomeços, a partir de um horizonte humanitário. [...]
Dia após dia, o luto do povo mineiro cobre todos, indicando que é hora de ousar e efetivar mudanças para que não ocorram novas tragédias. Minas não pode ser a mesma. Sobre os alicerces de sua rica história, a partir do exercício da cidadania, de modo condizente com os nobres valores de seu povo, o Estado deve iniciar um novo ciclo para a sua história. Tenham todos Piedade de Minas!
* Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte.
(Estado de Minas, Caderno Opinião, 01 fev. 2019, p. 7. Adaptado.)
Os fragmentos de textos a seguir foram transcritos e adaptados de sites diversos, que tratam de fatos científicos curiosos e, ao mesmo tempo, surpreendentes.
Após a leitura, é correto afirmar que aquele em que o articulador destacado estabelece uma relação sintático-semântica de adição entre as frases é
Estátua Falsa
Só de oiro falso meus olhos se douram;
Sou esfinge sem mistério no poente.
A tristeza das coisas que não foram
Na minha alma desceu veladamente.
Na minha dor quebram-se espadas de ânsia,
Gomos de luz em treva se misturam.
As sombras que eu dimano não perduram,
Como ontem para mim, hoje é distância.
Já não estremeço em face de segredo;
Nada me aloira, nada me aterra
A vida corre sobre mim em guerra,
E nem sequer um arrepio de medo!
Sou estrela ébria que perdeu os céus,
Sereia louca que deixa o mar;
Sou templo prestes a ruir sem deus,
Estátua falsa ainda erguida no ar...
Mário de Sá Carneiro.
Estátua Falsa
Só de oiro falso meus olhos se douram;
Sou esfinge sem mistério no poente.
A tristeza das coisas que não foram
Na minha alma desceu veladamente.
Na minha dor quebram-se espadas de ânsia,
Gomos de luz em treva se misturam.
As sombras que eu dimano não perduram,
Como ontem para mim, hoje é distância.
Já não estremeço em face de segredo;
Nada me aloira, nada me aterra
A vida corre sobre mim em guerra,
E nem sequer um arrepio de medo!
Sou estrela ébria que perdeu os céus,
Sereia louca que deixa o mar;
Sou templo prestes a ruir sem deus,
Estátua falsa ainda erguida no ar...
Mário de Sá Carneiro.
[...] “que perdeu os céus” classifica-se, sintaticamente, como uma oração
Estátua Falsa
Só de oiro falso meus olhos se douram;
Sou esfinge sem mistério no poente.
A tristeza das coisas que não foram
Na minha alma desceu veladamente.
Na minha dor quebram-se espadas de ânsia,
Gomos de luz em treva se misturam.
As sombras que eu dimano não perduram,
Como ontem para mim, hoje é distância.
Já não estremeço em face de segredo;
Nada me aloira, nada me aterra
A vida corre sobre mim em guerra,
E nem sequer um arrepio de medo!
Sou estrela ébria que perdeu os céus,
Sereia louca que deixa o mar;
Sou templo prestes a ruir sem deus,
Estátua falsa ainda erguida no ar...
Mário de Sá Carneiro.


As orações “que os níveis de repouso do corpo” (linhas 14 e 15) e “que sofrem de transtornos de humor” (linha 20) têm sentido restritivo.
De acordo com o texto, julgue o item a seguir.
À linha 2, o emprego de vírgula após “caminho” e
“dopamina” justifica‐se por isolar oração de sentido
explicativo.
Observe os enunciados abaixo e, em seguida, marque a opção que traz as funções sintáticas dos termos destacados:
I. O homem nervoso entrou no banco.
II. O homem, nervoso, entrou no banco.
Para ser franco, declaro que esses infelizes não me inspiram simpatia. Lastimo a situação em que se acham, reconheço ter contribuído para isso, mas não vou além.
RAMOS, Graciliano. São Bernardo. São Paulo: M. Fontes, 1970. p. 241.
Considerando aspectos sintáticos, a oração destacada no texto é
Observe a tirinha e responda a questão.
Estabeleça a relação entre as colunas, considerando os termos destacados:
1 - A minha coleção será a mais “maneira” da sala.
2 - A gente não precisa perder “tempo” com isso.
3 - Você trocará a Terra por folhas “alienígenas”.
4 - A gente pode ficar de bobeira “o resto do dia”.
( ) Adjunto adnominal
( ) Núcleo do predicativo
( ) Objeto direto
( ) Adjunto adverbial
A sequência correta é:
Medo da Eternidade
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.
Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
— Como não acaba? — Parei um instante na rua, perplexa.
— Não acaba nunca, e pronto.
— Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual já começara a me dar conta.
— Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.
— E agora que é que eu faço? — Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.
— Perder a eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
— Acabou-se o docinho. E agora?
— Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
— Olha só o que me aconteceu! - Disse eu em fingidos espanto e tristeza. - Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse - repetiu minha irmã - que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.
Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
Clarice Lispector