Texto CB1A1-I
A pandemia transformou a rotina de diversas pessoas ao
redor do mundo, principalmente em relação à sustentabilidade.
Dentro de casa, aumentou a percepção quanto à
importância de modelos de consumo mais conscientes e
responsáveis, como a escolha de produtos mais duráveis e menos
geradores de resíduos. No entanto, a transformação mais
significativa, que deveria vir das empresas, ainda é relativamente
tímida.
De acordo com Mariana Schuchovski, professora de
Sustentabilidade do ISAE Escola de Negócios, a disseminação do
vírus é resultado do atual modelo de desenvolvimento, que
fomenta o uso irracional de recursos naturais e a destruição de
hábitats, como florestas e outras áreas, o que faz que animais,
forçados a mudar seus hábitos de vida, contraiam e transmitam
doenças que não existiriam em situações normais. “Situações de
desequilíbrio ambiental, causadas principalmente por
desmatamento e mudanças de clima, aumentam ainda mais a
probabilidade de que zoonoses, ou seja, doenças de origem
animal, nos atinjam e alcancem o patamar de epidemias e
pandemias”, explica a professora.
A especialista aponta que todos nós, indivíduos, sociedade
e empresas, precisamos entender os impactos desta pandemia no
meio ambiente e na sustentabilidade bem como refletir sobre eles
e, principalmente, sobre a sua relação inversa: o impacto da
(in)sustentabilidade dos nossos modelos de produção e consumo
como causador desta pandemia. “Toda escolha que fazemos pode
ser para apoiar ou não a sustentabilidade”, diz Mariana. Por outro
lado, para que possamos fazer melhores escolhas e praticar o
verdadeiro consumo consciente, é necessário que, em primeiro
lugar, as empresas realizem a produção consciente, assumindo
sua verdadeira responsabilidade pelos impactos que causam.
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