Questões de Português - Colocação Pronominal para Concurso

Foram encontradas 862 questões

Q1872782 Português

        Quem consulta o acervo da revista Superinteressante percebe um salto entre os meses de janeiro e março de 2001. A edição de fevereiro daquele ano não está mais acessível para consultas. A publicação da editora Abril trazia como assunto principal naquele mês questionamentos sobre a eficácia das vacinas.

         O atual diretor de redação da revista, Alexandre Versignassi, responde sobre os questionamentos a vacinas levantados na matéria de 2001: “Nada se provou”. Ou seja, as dúvidas levantadas naquela época não se comprovaram. Por esse motivo, numa conversa com a administração da Abril, o jornalista achou prudente excluir provisoriamente a edição do acervo. “Num período de pandemia e de vacinação, poderia ser um desserviço”, diz.

         Versignassi ressalta uma questão importante: “Não é apagar a história. É uma questão de saúde pública”.

(Mauricio Stycer. Em: https://noticias.uol.com.br. 02.11.2021. Adaptado)

Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de colocação pronominal.
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FAURGS Órgão: TJ-RS Prova: FAURGS - 2022 - TJ-RS - Juiz Substituto |
Q1872359 Português

Considere as seguintes afirmações quanto à sintaxe de colocação do pronome pessoal oblíquo átono se.

I - Na expressão Sêneca preocupou-se (l. 02-03), o emprego do pronome se na posição enclítica decorre da aplicação da regra geral da colocação pronominal segundo a norma-padrão do português.

II - Na expressão que se encontra (l. 25), a próclise é justificada pela anteposição da conjunção integrante que ao pronome se.

III - A colocação sintática de ênclise do pronome se na linha 31 justifica-se por estar a expressão amplia-se (l. 31), no referido contexto, entre vírgulas.

Quais estão corretas?

Alternativas
Q1870711 Português

Leia o texto de Luís Fernando Veríssimo.


Foi numa festa de família, dessas de fim de ano. Já que o bisavô estava morre não morre, decidiram tirar uma fotografia de toda a família reunida, talvez pela última vez.

A bisa e o bisa sentados, filhos, filhas, noras, genros e netos em volta, bisnetos na frente, esparramados pelo chão. Castelo, o dono da câmara, comandou a pose, depois tirou o olho do visor e ofereceu a câmara a quem ia tirar a fotografia. Mas quem ia tirar a fotografia? – Tira você mesmo, ué. – Ah, é? E eu não saio na foto?

O Castelo era o genro mais velho. O primeiro genro. O que sustentava os velhos. Tinha que estar na fotografia. – Tiro eu - disse o marido da Bitinha. – Você fica aqui - comandou a Bitinha. Havia uma certa resistência ao marido da Bitinha na família. A Bitinha, orgulhosa, insistia para que o marido reagisse. “Não deixa eles te humilharem, Mário Cesar”, dizia sempre. O Mário Cesar ficou firme onde estava, do lado da mulher.

A própria Bitinha fez a sugestão maldosa: – Acho que quem deve tirar é o Dudu… O Dudu era o filho mais novo de Andradina, uma das noras, casada com o Luiz Olavo. Havia a suspeita, nunca claramente anunciada, de que não fosse filho do Luiz Olavo. O Dudu se prontificou a tirar a fotografia, mas a Andradina segurou o filho. – Só faltava essa, o Dudu não sai.

E agora? – Pô, Castelo. Você disse que essa câmara só faltava falar. E não tem nem timer!

O Castelo impávido. Tinham ciúmes dele. Porque ele tinha um Santana do ano. Porque comprara a câmara num duty free da Europa. Aliás, o apelido dele entre os outros era “Dutifri”, mas ele não sabia.

– Revezamento - sugeriu alguém. – Cada genro bate uma foto em que ele não aparece, e… A ideia foi sepultada em protestos. Tinha que ser toda a família reunida em volta da bisa. Foi quando o próprio bisa se ergueu, caminhou decididamente até o Castelo e arrancou a câmara da sua mão. – Dá aqui. – Mas seu Domício… – Vai pra lá e fica quieto. – Papai, o senhor tem que sair na foto. Senão não tem sentido! – Eu fico implícito - disse o velho, já com o olho no visor. E antes que houvesse mais protestos, acionou a câmara, tirou a foto e foi dormir

Analise as frases abaixo:

1. Minha namorada cheira à flor!

    Cheira a flor, minha namorada.

2. Não quero você aqui! Não, quero você aqui!

3. Todos nós, tiramos fotos em família! Todos nós, de vez em quando, tiramos fotos em família!

4. Fiz alusão àquela família, registrada naquela foto. Olhei àquela família, registrada naquela foto.

5. Chegarei às 14 horas em ponto, espere-me!

    Chegarei até as 14 horas em ponto, não me espere antes!

Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q1868879 Português

A arte de ser avó


            Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade.

            Quarenta anos, quarenta e cinco… Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Meu Deus, para onde foram as suas crianças? Naqueles adultos cheios de problemas que hoje são os filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento a prestações, você não encontra de modo nenhum as suas crianças perdidas. São homens e mulheres – não são mais aqueles de que você se recorda.

            E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis – nisso é que está a maravilha. Sem dores, sem choros, aquela criancinha da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino seu que lhe é “devolvido”. E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário, causaria escândalo e decepção se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor recalcado que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.

            Sim, tenho certeza de que a vida nos dá os netos para nos compensar de todos os sofrimentos trazidos pela velhice. São amores novos, profundos e felizes, que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis.

            Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô de estimação que se quebrou porque o menininho – involuntariamente! – bateu com a bola nele. Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beiço pronto para o choro; e depois o sorriso malandro e aliviado porque “ninguém” se zangou, o culpado foi a bola mesmo, não foi, Vó? Era um simples boneco que custou caro. Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague…

(Rachel de Queiroz. O brasileiro perplexo. 1963. Adaptado)

Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, o pronome está corretamente empregado em: 
Alternativas
Q1868739 Português

Uma geração de extraterrestres


            Penso que Michel Serres seja a mente filosófica mais aguda na França de hoje e, como todo bom filósofo, é capaz de dedicar-se também à reflexão sobre a atualidade. Uso despudoradamente (à exceção de alguns comentários pessoais) um belíssimo artigo de Serres publicado em março de 2010 que recorda coisas que, para os leitores mais jovens, dizem respeito aos filhos e, para nós, mais velhos, aos netos.

            Só para começar, estes filhos ou netos nunca viram um porco, uma vaca, uma galinha. Os novos seres humanos não estão mais habituados a viver na natureza, e só conhecem as cidades. Trata-se de uma das maiores revoluções antropológicas depois do neolítico* .

            Há mais de sessenta anos, os jovens europeus não conhecem guerras, beneficiam-se de uma medicina avançada e não sofrem como sofreram seus antepassados. Então, que obras literárias poderão apreciar, visto que não conheceram a vida rústica, as colheitas, os monumentos aos caídos, as bandeiras dilaceradas pelas balas inimigas, a urgência vital de uma moral?

            Foram formados por meios de comunicação concebidos por adultos que reduziram a sete segundos o tempo de permanência de uma imagem e a quinze segundos o tempo de resposta às perguntas. São educados pela publicidade que exagera nas abreviações e nas palavras estrangeiras e faz com que percam o senso da língua materna. A escola não é mais o local da aprendizagem e, habituados aos computadores, esses jovens vivem boa parte da sua vida no virtual. Nós vivíamos num espaço métrico perceptível, e eles vivem num espaço irreal onde vizinhanças e distâncias não fazem mais a menor diferença.

            Não vou me deter nas reflexões de Serres acerca das possibilidades de administrar as novas exigências da educação. Em todo caso, sua panorâmica nos fala de um período semelhante, pela subversão total, ao da invenção da escrita e, séculos depois, da imprensa. Só que estas novas técnicas hodiernas mudam em grande velocidade. Por que não estávamos preparados para esta transformação?

            Serres conclui que talvez a culpa seja também dos filósofos, que, por profissão, deveriam prever as mudanças dos saberes e das práticas e não o fizeram de maneira suficiente porque, “empenhados na política de todo dia, não viram chegar a contemporaneidade”. Não sei se Serres tem toda razão, mas alguma ele tem.

*Última divisão da Idade da Pedra, caracterizada pelo desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais.

(Umberto Eco. Pape Satàn aleppe: crônicas de uma sociedade líquida.

2 ed. – Rio de Janeiro: Record, 2017. Excerto adaptado)

Considere as frases do 2º e 3º parágrafos, respectivamente:


•  Só para começar, estes filhos ou netos nunca viram um porco, uma vaca, uma galinha.

•  Há mais de sessenta anos, os jovens europeus não conhecem guerras...


Assinale a alternativa em que as formas pronominais que substituem os temos destacados atendem à norma padrão de uso dos pronomes e de colocação pronominal.

Alternativas
Respostas
221: B
222: A
223: E
224: E
225: C