Questões de Português - Colocação Pronominal para Concurso
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Com a popularização dos smartphones, a internet se tornou o principal meio de comunicação do brasileiro. Ninguém mais fala ao telefone ou manda uma correspondência física. É tudo resolvido pelo WhatsApp, pelo Facebook e pelo Instagram, citando apenas alguns dos mais populares aplicativos presentes nos celulares da maioria. Já as compras e as transações bancárias são todas feitas on-line.
O aumento ao acesso também eleva o risco. Apesar de muito se falar sobre o cuidado na rede, parece que as pessoas não têm se protegido como deveriam. Segundo o Relatório de Segurança Digital no Brasil, apenas no primeiro trimestre deste ano, foram 56,9 milhões de ciberataques via links maliciosos e 7,9 milhões de pessoas atacadas. Isto é, um em cada quatro brasileiros foi potencialmente vítima de cibercriminosos.
E o que tem feito mais vítimas são publicações suspeitas e notícias falsas, as famosas fake news.
Mas não se engane. Não são apenas links recebidos por mensagens e e-mails ou publicidades infectadas que representam risco para a privacidade na internet. Toda transação on-line potencialmente se coloca como um risco…
(Beto Carlomagno, Revista Vida&Arte, 07.07.2018. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o pronome da expressão destacada poderia, de acordo com a norma-padrão, ser colocado também depois do verbo a que se vincula.
Inspeções de segurança geram benefícios para empresas e trabalhadores — Por Paulo Ribeiro Neres
Uma das atividades mais comuns entre os profissionais de saúde e segurança do trabalho são as inspeções de segurança. Estas podem ser específicas, como por exemplo, em equipamentos de combate a incêndio ou gerais como: ordem, arrumação e limpeza. Normalmente, alguns de seus objetivos são: reconhecer e antecipar as condições ou procedimentos que se encontram abaixo dos padrões de segurança estabelecidos, ou ainda detectar situações perigosas que possam acarretar perdas materiais ou pessoais no ambiente ocupacional.
Seja qual for o propósito ou tipo das inspeções, de rotina ou periódica, é de extrema relevância que o próprio trabalhador, “aquele que põe a mão na massa”, participe dessas atividades e que sua opinião seja considerada e avaliada no momento da conclusão. Desta forma, espera-se aumentar o interesse e motivação dos trabalhadores com as questões de saúde e segurança no ambiente de trabalho e, paralelo a isso, desenvolver uma cultura que promova a ideia de que a prevenção de perdas seja de interesse de todos e não apenas uma responsabilidade do Departamento de Segurança, como é comum em diversas organizações. [...]
O melhor e mais vantajoso de tudo isso é que podemos usar o conhecimento e experiência prática de quem realmente sabe onde estão as condições perigosas e desvios que mais ocorrem naquele ambiente de trabalho. Geralmente, as inspeções de segurança são realizadas sem a participação dos trabalhadores do chão de fábrica. Precisamos quebrar esse paradigma. [...] Não será demérito para os profissionais do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) adicionar os trabalhadores nas suas inspeções de segurança. Para isso, será necessário capacitá-los, treiná- los e orientá-los para que sejam capazes de auxiliar na identificação e avaliação dos perigos. [...]
Se realizarmos inspeções com o auxílio dos próprios trabalhadores, é bem provável que as medidas de controle, que serão sugeridas para mitigar os riscos detectados, sejam mais coerentes e próximas da realidade do dia a dia. Assim, o bom resultado prático virá pela união do conhecimento técnico do profissional da segurança com a opinião e visão de quem realmente fica exposto, que são os trabalhadores.
http://revistacipa.com.br/inspecoes-de-seguranca-geram-beneficios- para-empresas-e-trabalhadores/ acesso em 14/11/2019 (adaptado)
Assinale a alternativa correta quanto à regra utilizada para a colocação pronominal destacada no enunciado a seguir: “Para isso, será necessário capacitá-los, treiná-los e orientá-los”.
Afonso Romano de Sant’Anna
Conheço muitas pessoas que estão envelhecendo mal. Desconfortavelmente. Com uma infelicidade crua na alma. Estão ficando velhas, mas não estão ficando sábias. Um rancor cobre-lhes a pele, a escrita e o gesto. São críticos azedos, aliás estão ficando cítricos sem nenhuma doçura nas palavras. Estão amargos. Com fel nos olhos.
E alguns desses, no entanto, teriam tudo para ser o contrário: aparentemente tiveram sucesso em suas atividades. Maior até do que mereciam. Portanto, a gente pensa: o que querem? __________ essa bílis ao telefone e nos bares? __________ esse resmungo pelos cantos e esse sarcasmo público que se pensa humor?
Isto está errado. Errado, não _________ esteja simplesmente errado, mas __________ tais pessoas vivem numa infelicidade abstrata. E, ademais, dever-se-ia envelhecer maciamente. Nunca aos solavancos. Nunca aos trancos e barrancos. Nunca como alguém caindo num abismo e se agarrando nos galhos e pedras, olhando em pânico para o buraco enquanto despenca. Jamais, também, como quem está se afogando, se asfixiando ou morrendo numa câmara de gás.
Envelhecer deveria ser como plainar. Como quem não sofre mais (tanto) com os inevitáveis atritos. Assim como a nave que sai do desgaste da atmosfera e vai entrando noutro astral, e vai silente, e vai gastando nenhum − quase combustível, flutuando como uma caravela no mar ou uma cápsula no cosmos.
Os elefantes, por exemplo, envelhecem bem. E olha que é uma tarefa enorme. Não se queixam do peso dos anos, nem da ruga do tempo, e, quando percebem a hora da morte, caminham pausadamente para um certo e mesmo lugar -- o cemitério dos elefantes, e aí morrem, completamente, com a grandeza existencial só aos sábios permitida.
Os vinhos envelhecem melhor ainda. Ficam ali nos limites de sua garrafa, na espessura de seu sabor, na adega do prazer. E vão envelhecendo e ganhando vida, envelhecendo e sendo amados, e, ____________ velhos, desejados. Os vinhos envelhecem densamente. E dão prazer.
O problema da velhice também se dá com certos instrumentos. Não me refiro aos que enferrujam pelos cantos, mas a um envelhecimento atuante como o da faca. Nela o corte diário dos dias a vai consumindo. E, no entanto, ela continua afiadíssima, encaixando-se nas mãos da cozinheira como nenhuma faca nova.
Vai ver, a natureza deveria ter feito os homens envelhecerem de modo diferente. Como as facas, digamos, por desgaste, sim, mas nunca desgastante. Seria a suave solução: a gente devia ir se gastando até desaparecer sem dor, como quem, caminhando contra o vento, de repente, se evaporasse. E aí iam perguntar: cadê fulano? E alguém diria: gastou-se, foi vivendo, vivendo e acabou. Acabou, é claro, sem nenhum gemido ou resmungo.
Bilac dizia que a gente deveria aprender a envelhecer com as velhas árvores. Walt Whitman tem um poema onde vai dizendo: “Penso que podia viver com os animais que são plácidos e bastam-se a si mesmos”. Ainda agora tirei os olhos do papel e olhei a natureza em torno. Nunca vi o sol se queixar no entardecer. Nem a lua chorar quando amanhece.
Assinale a afirmativa INCORRETA: