Questões de Português - Conjunções: Relação de causa e consequência para Concurso

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Q2272212 Português
Assinale o período em que a conjunção “e” evidencia relação lógica de causa e consequência.
Alternativas
Q2270971 Português

LÍNGUA PORTUGUESA


De muito procurar


     Aquele homem caminhava sempre de cabeça baixa. Por tristeza, não. Por atenção. Era um homem à procura. À procura de tudo o que os outros deixassem cair inadvertidamente, uma moeda, uma conta de colar, um botão de madrepérola, uma chave, a fivela de um sapato, um brinco frouxo, um anel largo demais. 

    Recolhia, e ia pondo nos bolsos. Tão fundos e pesados, que pareciam ancorá-los à terra. Tão inchados, que davam contornos de gordo à sua magra silhueta. 

    Silencioso e discreto, sem nunca encarar quem quer que fosse, os olhos sempre voltados para o chão, o homem passava pelas ruas desapercebido, como se invisível. Cruzasse duas ou três vezes diante da padaria, não se lembraria o padeiro de tê- -lo visto, nem lhe endereçaria a palavra. Sequer ladravam os cães, quando se aproximava das casas.

   Mas aquele homem que não era visto, via longe. Entre as pedras do calçamento, as rodas das carroças, os cascos dos cavalos e os pés das pessoas que passavam indiferentes, ele era capaz de catar dois elos de uma correntinha partida, sorrindo secreto como se tivesse colhido uma fruta. 

    À noite, no cômodo que era toda a sua moradia, revirava os bolsos sobre a mesa e, debruçado sobre seu tesouro espalhado, colhia com a ponta dos dedos uma ou outra mínima coisa, para que à luz da vela ganhasse brilho e vida. Com isso, fazia-se companhia. E a cabeça só se punha para trás quando, afinal, a deitava no travesseiro. 

    Estava justamente deitando-se, na noite em que bateram à porta. Acendeu a vela. Era um moço.

   Teria por acaso encontrado a sua chave? perguntou. Morava sozinho, não podia voltar para a casa sem ela.

    Eu... esquivou-se o homem. O senhor, sim, insistiu o moço acrescentando que ele próprio já havia vasculhado as ruas inutilmente.

    Mas quem disse... resmungou o homem, segurando a porta com o pé para impedir a entrada do outro.

    Foi a velha da esquina que se faz de cega, insistiu o jovem sem empurrar, diz que o senhor enxerga por dois.

    O homem abriu a porta.

  Entraram. Chaves havia muitas sobre a mesa. Mas não era nenhuma daquelas. O homem então meteu as mãos nos bolsos, remexeu, tirou uma pedrinha vermelha, um prego, três chaves. Eram parecidas, o moço levou as três, devolveria as duas que não fossem suas.

   Passados dias bateram à porta. O homem abriu, pensando que fosse o moço. Era uma senhora.

     Um moço me disse... começou ela. Havia perdido o botão de prata da gola e o moço lhe havia garantido que o homem saberia encontrá-lo. Devolveu as duas chaves do outro. Saiu levando seu botão na palma da mão. 

     Bateram à porta várias vezes nos dias que se seguiram. 

    Pouco a pouco espalhava-se a fama do homem. Pouco a pouco esvaziava-se a mesa dos seus haveres.

   Soprava um vento quente, giravam folhas no ar, naquele fim de tarde, nem bem outono, em que a mulher veio. Não bateu à porta, encontrou-a aberta. Na soleira, o homem rastreava as juntas dos paralelepípedos. Seu olhar esbarrou na ponta delicada do sapato, na barra da saia. E manteve-se baixo.

    Perdi o juízo, murmurou ela com voz abafada, por favor, me ajude. 

    Assim, pela primeira vez, o homem passou a procurar alguma coisa que não sabia como fosse. E para reconhecê-la, caso desse com ela, levava consigo a mulher.

    Saíam com a primeira luz. Ele trancando a porta, ela já a esperá-lo na rua. E sem levantar a cabeça – não fosse passar inadvertidamente pelo juízo perdido – o homem começava a percorrer rua após rua. 

    Mas a mulher não estava afeita a abaixar a cabeça. E andando, o homem percebia de repente que os passos dela já não batiam ao seu lado, que seu som se afastava em outra direção. Então parava, e sem erguer o olhar, deixava-se guiar pelo taque-taque dos saltos, até encontrar à sua frente a ponta delicada dos sapatos e recomeçar, junto deles, a busca.


(COLASANTI, Marina. Histórias de um viajante. São Paulo: Global,
2005.)

O 9º§ do texto é constituído de orações interligadas por conectores que exprimem determinadas relações de sentido: “Mas quem disse... resmungou o homem, segurando a porta com o pé para impedir a entrada do outro.”. De forma sequencial, evidenciam‐se:
Alternativas
Q2268827 Português
Labirinto com passagem para 'submundo' é achado sob
igreja no México



        Com uma tecnologia moderna de escaneamento do solo, pesquisadores descobriram uma "entrada para o submundo" sob uma igreja católica no sul do México. A área foi construída há mais de um milênio pela antiga cultura zapoteca.

        A descoberta do complexo de câmaras e túneis ocorreu no sítio de Mitla, a 44 km do município moderno de Oaxaca. Os zapotecas, cujo governo surgiu perto da localidade no final do século 6 a.C., ergueram as estruturas como parte de um templo religioso conhecido como Lyobaa (“o lugar de descanso”).

     O complexo apresenta mosaicos únicos e intrincados e serviu como o principal centro religioso zapoteca até o final do século 15, quando a conquista asteca resultou no provável abandono do local. Um século depois, os espanhóis reutilizaram blocos de pedra das ruínas para construir a igreja San Pablo Apostol.

        Sabendo dessa história sobre a igreja, que foi transmitida de modo oral ao longo dos anos, os pesquisadores usaram três métodos de escaneamento no local: radar de penetração no solo, tomografia de resistividade elétrica (mede o progresso de correntes elétricas) e tomografia de ruído sísmico. Então, a equipe produziu um modelo 3D virtual das ruínas subterrâneas.

     O projeto é uma colaboração de 15 arqueólogos, cientistas geofísicos, engenheiros e especialistas em conservação com o Instituto Nacional Mexicano de Antropologia e História (INAH), a Universidade Nacional Autônoma do México e o Projeto ARX.

      Um grande vazio foi detectado por vários dispositivos de medição abaixo do altar principal da igreja, além de duas passagens com profundidades de 5 a 8 metros. "As câmaras e túneis recém-descobertos se relacionam diretamente com as antigas crenças e conceitos zapotecas do submundo", avaliou Marco Vigato, fundador do Projeto ARX, ao site Live Science em um e-mail.

      De acordo com o especialista, as descobertas confirmam “a veracidade dos relatos coloniais que falam do elaborados rituais e cerimônias realizadas em Mitla em câmaras subterrâneas associadas ao culto dos mortos e dos ancestrais”.

    Segundo o site Science Alert, escritos de 1674 do padre dominicano Francisco de Burgoa descrevem um templo subterrâneo no local contendo quatro amplas câmaras interconectadas, várias cavernas e becos nas profundezas do solo. 

    Embora os pesquisadores já suspeitassem que o templo subterrâneo existisse, sua escala e profundidade os surpreenderam, de acordo com Vigato. “Mais pesquisas são necessárias para determinar com precisão a extensão total dessas características subterrâneas”, disse ele.


Fonte:
https://revistagalileu.globo.com/ciencia/arqueologia/noticia/
2023/07/labirinto-com-passagem-para-submundo-e-achado-
sob-igreja-no-mexico.ghtml (adaptado)
Em "Mais pesquisas são necessárias para determinar com precisão a extensão total dessas características subterrâneas", qual é a classe gramatical da palavra "Mais"?
Alternativas
Q2268825 Português
Labirinto com passagem para 'submundo' é achado sob
igreja no México



        Com uma tecnologia moderna de escaneamento do solo, pesquisadores descobriram uma "entrada para o submundo" sob uma igreja católica no sul do México. A área foi construída há mais de um milênio pela antiga cultura zapoteca.

        A descoberta do complexo de câmaras e túneis ocorreu no sítio de Mitla, a 44 km do município moderno de Oaxaca. Os zapotecas, cujo governo surgiu perto da localidade no final do século 6 a.C., ergueram as estruturas como parte de um templo religioso conhecido como Lyobaa (“o lugar de descanso”).

     O complexo apresenta mosaicos únicos e intrincados e serviu como o principal centro religioso zapoteca até o final do século 15, quando a conquista asteca resultou no provável abandono do local. Um século depois, os espanhóis reutilizaram blocos de pedra das ruínas para construir a igreja San Pablo Apostol.

        Sabendo dessa história sobre a igreja, que foi transmitida de modo oral ao longo dos anos, os pesquisadores usaram três métodos de escaneamento no local: radar de penetração no solo, tomografia de resistividade elétrica (mede o progresso de correntes elétricas) e tomografia de ruído sísmico. Então, a equipe produziu um modelo 3D virtual das ruínas subterrâneas.

     O projeto é uma colaboração de 15 arqueólogos, cientistas geofísicos, engenheiros e especialistas em conservação com o Instituto Nacional Mexicano de Antropologia e História (INAH), a Universidade Nacional Autônoma do México e o Projeto ARX.

      Um grande vazio foi detectado por vários dispositivos de medição abaixo do altar principal da igreja, além de duas passagens com profundidades de 5 a 8 metros. "As câmaras e túneis recém-descobertos se relacionam diretamente com as antigas crenças e conceitos zapotecas do submundo", avaliou Marco Vigato, fundador do Projeto ARX, ao site Live Science em um e-mail.

      De acordo com o especialista, as descobertas confirmam “a veracidade dos relatos coloniais que falam do elaborados rituais e cerimônias realizadas em Mitla em câmaras subterrâneas associadas ao culto dos mortos e dos ancestrais”.

    Segundo o site Science Alert, escritos de 1674 do padre dominicano Francisco de Burgoa descrevem um templo subterrâneo no local contendo quatro amplas câmaras interconectadas, várias cavernas e becos nas profundezas do solo. 

    Embora os pesquisadores já suspeitassem que o templo subterrâneo existisse, sua escala e profundidade os surpreenderam, de acordo com Vigato. “Mais pesquisas são necessárias para determinar com precisão a extensão total dessas características subterrâneas”, disse ele.


Fonte:
https://revistagalileu.globo.com/ciencia/arqueologia/noticia/
2023/07/labirinto-com-passagem-para-submundo-e-achado-
sob-igreja-no-mexico.ghtml (adaptado)
Em "Embora os pesquisadores já suspeitassem que o templo subterrâneo existisse, sua escala e profundidade os surpreenderam", o termo "Embora" estabelece que tipo de relação?
Alternativas
Q2267881 Português



Internet: : <www.cft.org.br> (com adaptações).
Em relação à estrutura linguística do texto, julgue o item.


No texto, o conectivo “assim como” (linha 23) classifica‑se como conjunção coordenativa conclusiva.
Alternativas
Respostas
926: C
927: B
928: C
929: B
930: E