Questões de Português - Crase para Concurso

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Q1758944 Português

O texto abaixo servirá de subsídio para a questão.


E o seu nível de corrupção, como vai?


Millôr Fernandes


    Dizem por ai que todo homem tem seu preço. Há quem vá mais longe afirmando que alguns homens são vendidos a preço de banana. Sempre esperei, na vida, o dia da Grande Corrupção, e confesso, decepcionado, que ele nunca veio. A mim só me oferecem causas meritórias, oportunidades de sacrifício, salvações da Pátria ou pura e frontalmente a hedionda tarefa de lutar contra a corrupção. Enquanto eu procuro desesperadamente uma oportunidade, as pessoas e entidades agem comigo de tal forma que às vezes chego a duvidar de que a corrupção exista. Mas, falar em corrupção, como anda a sua? Vendendo saúde ou combalida e atrofiada como a minha? (...)

“Dizem por ai que todo homem tem seu preço. quem mais longe afirmando que alguns homens são vendidos a preço de banana. Sempre esperei, na vida, o dia da Grande Corrupção, e confesso, decepcionado, que ele nunca veio.” Com relação as palavras em destaque é correto:
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Q1758199 Português
Assinale a alternativa cuja reescrita da frase está correta. Perceba que todas têm alterações de vocabulário.
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Q1757532 Português

Com base no excerto abaixo, da matéria Alarme desregulado, exposta na revista Segredos da mente - o poderdo cérebro, Ano 3, no. 4, 2019), responda ao que se pede na questão.


    Visando a sobrevivência, durante a evolução do ser humano, a natureza soube adaptar seu desenvolvimento para que ele se preparasse para as mais diversas situações que viria a encarar, como o perigo. A ansiedade e o medo, por exemplo, são gatilhos natos e muito importantes para a proteção do indivíduo. “Se estivermos em um local diferente, pouco iluminado e vermos um vulto, a ansiedade funciona como um sinal de alarme que pode servir para uma reação de fuga, para evitar sermos pegos de surpresa ou até reconhecer se há um perigo real”, exemplifica o psiquiatra Bernard Miodownik.

     [...] “A ansiedade é uma reação humana e suas alterações são contingências que podem atingir qualquer um, dependendo das vulnerabilidades subjetivas de cada pessoa”, explica Miodownik.

     Algumas pesquisas indicam que exista uma base genética que justifica o transtorno de ansiedade. Na formação das estruturas cerebrais ligadas aos estados de vigilância, haveria erros de funcionamento neuroquímico, que desencadeariam as sensações de ansiedade exagerada. [...]

     O hipocampo ventral é acionado ao mesmo tempo em que a área medial do córtex pré-frontal entra em ação. Assim, o cérebro irá reconhecer ou não a situação como ameaça. É no hipocampo que a memória e as emoções são processadas.

     De acordo com a interpretação do sistema nervoso, a área medial formula a resposta de outras áreas. Isso serve para que sejam produzidas uma reação de defesa e comportamento associados à ansiedade. 

Julgue a validade das afirmações feitas com relação aos aspectos de regência e de concordância, sinalizando (V) para verdadeiro e (F) para falso.


( ) Em: “visando a sobrevivência... (L.1)”, o verbo VISAR, no sentido de “ter como objetivo”, é transitivo indireto, mas há uma tendência de uso como transitivo direto, dispensando a preposição, razão de não ser necessário o emprego da crase nesse contexto.

( ) O verbo ATINGIR só pode ser empregado como transitivo indireto, de modo que ocorre uma falha em: “contingências que podem atingir qualquer um (L.6)”, devido à ausência da preposição.

( ) O verbo HAVER foi empregado corretamente no singular em: “haveria erros de funcionamento neuroquímico (L.9)”, pois, sendo impessoal, não requer sujeito com o qual concordar.

( ) Em: “Isso serve para que sejam produzidas uma reação de defesa e comportamento associados à ansiedade (L.13) e (L.14)”, a concordância não foi estabelecida corretamente com o adjetivo, cuja forma deveria ser “produzidos”.


A sequência CORRETA de preenchimento é:

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Q1753944 Português
Texto CB1A1-I
    Não estamos opondo máquinas a ecologia, como se as máquinas fossem aquelas coisas que só servem para violentar a Mãe Natureza e violar a harmonia entre o ser humano e a natureza ― uma imagem atribuída à tecnologia desde o fim do século XVIII. Também não estamos seguindo a hipótese de Gaia de que a Terra é um único superorganismo ou uma coletividade de organismos. Em vez disso, gostaria de propor uma reflexão sobre a ecologia das máquinas. Para dar início a essa ecologia das máquinas, precisamos primeiro voltar ao conceito de ecologia. Seu fundamento está na diversidade, já que é apenas com biodiversidade (ou multiespécies que incluam todas as formas de organismos, até mesmo bactérias) que os sistemas ecológicos podem ser conceitualizados. A fim de discutir uma ecologia de máquinas, precisaremos de uma noção diferente e em paralelo com a de biodiversidade ― uma noção a que chamamos tecnodiversidade. A biodiversidade é o correlato da tecnodiversidade, uma vez que sem esta só testemunharemos o desaparecimento de espécies diante de uma racionalidade homogênea. Tomemos como exemplo os pesticidas, que são feitos para matar certa espécie de insetos independentemente de sua localização geográfica, precisamente porque são baseados em análises químicas e biológicas. Sabemos, no entanto, que o uso de um mesmo pesticida pode levar a diversas consequências desastrosas em biomas diferentes. Antes da invenção dessas substâncias, empregavam-se diferentes técnicas para combater os insetos que ameaçavam as colheitas dos produtos agrícolas ― recursos naturais encontrados na região, por exemplo. Ou seja, havia uma tecnodiversidade antes do emprego de pesticidas como solução universal. Os pesticidas aparentam ser mais eficientes a curto prazo, mas hoje é fato bastante consolidado que estávamos o tempo todo olhando para os nossos pés quando pensávamos em um futuro longínquo. Podemos dizer que a tecnodiversidade é, em essência, uma questão de localidade. Localidade não significa necessariamente etnocentrismo ou nacionalismo, mas é aquilo que nos força a repensar o processo de modernização e de globalização e que nos permite refletir sobre a possibilidade de reposicionar as tecnologias modernas.
Yuk Hui. Tecnodiversidade. São Paulo: Ubu Editora, 2020, p. 122-123 (com adaptações).

Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o item a seguir.
No trecho “Para dar início a essa ecologia das máquinas” (quarto período), o acréscimo do sinal indicativo de crase no vocábulo “a” manteria a correção gramatical do texto.
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Ano: 2021 Banca: VUNESP Órgão: CODEN - SP Prova: VUNESP - 2021 - CODEN - SP - Advogado |
Q1753161 Português
Certa vez estive presente numa reunião em Brasília ___ se analisava decisão cogitada pelo governo federal. Surgiu uma dúvida jurídica e quem conduzia_____  reunião disse que recorreria ______“turma do depende”, referindo-se _____ assessoria jurídica disponível. Um de seus membros veio ______ reunião e a dúvida existente foi-lhe apresentada. Começou ______ responder dizendo: “Depende...”. E veio uma gargalhada geral. A razão foi-lhe explicada. (Roberto Macedo, “Quanto crescerá o PIB em 2020? Depende...”. https://opiniao.estadao.com.br. 20.02.2020. Adaptado) Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas dos enunciados devem ser preenchidas, respectivamente, com: 
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Q1752025 Português
Quando fui ____ Grécia, visitei vários museus, ____ me levaram ____ uma profunda nostalgia. Marque a alternativa que completa a frase corretamente:
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Q1751136 Português

Leia o texto para responder à questão.

crase
substantivo feminino

1.
na gramática grega, fusão ou contração de duas vogais, uma final e outra inicial, em palavras unidas pelo sentido, e que é indicada na escrita pela corônis.
2.
FONÉTICA•FONÊMICA
fusão de duas vogais idênticas numa só, que ocorre, p.ex.:, na evolução das línguas român. (lat. colore 'cor' > port. coor > cor ).
Fonte: Oxford Languages

Conforme a gramática tradicional da Língua Portuguesa do Brasil, assinale a alternativa que melhor define o conceito de crase:

Alternativas
Q1750345 Português
Texto CB1A1-I

   Desde que o almirante Pedro Álvares Cabral oficialmente descobriu a Terra de Santa Cruz, em abril de 1500, o primeiro português a estabelecer uma marca na história mineral do Brasil foi Martim Afonso de Souza. Depois de fundar a pequena vila de São Vicente, no litoral de São Paulo, a primeira base estabelecida na América portuguesa, no ano de 1531, ele tentou descobrir ouro, prata e pedras preciosas antes de sua partida para Lisboa. Esse plano visava confirmar notícias trazidas por quatro homens de sua comitiva sobre a existência de minas abundantes em ouro e prata na região do Rio Paraguai. Sob essa orientação, três expedições foram realizadas, todas em 1531: nas montanhas ao longo da costa do Rio de Janeiro, ao sul do estado de São Paulo e no Rio da Prata, mais ao sul.
   No entanto, as primeiras iniciativas para descoberta de metais e pedras preciosas em terras brasileiras falharam, devido às dificuldades daquela época. Apesar disso, o desejo de descobrir riquezas minerais se manteve entre os habitantes da nova colônia, estimulados pela corte portuguesa, que oferecia promessas de honra e reconhecimento para aqueles que encontrassem tais riquezas.
   Durante todo o século XVI, os portugueses usaram recursos financeiros, trabalho, soldados, artesãos de todos os tipos (cortadores, mineiros, construtores e até mesmo engenheiros estrangeiros) nos trabalhos de pesquisa das expedições, sob a supervisão dos governadores. Mas, infelizmente, o que foi encontrado não estava à altura do que foi despendido. Mesmo os mais positivos resultados tiveram pouco significado econômico, tanto em termos de quantidade quanto de teor dos metais. Os depósitos eram, além de pobres, localizados em lugares remotos. Concluindo, quase candidamente, que as descobertas naquele século eram desapontadoras, o governador-geral Diogo de Meneses Sequeira escreveu uma carta ao rei, afirmando que “sua Alteza precisa acreditar que as atuais minas do Brasil são compostas por açúcar e pau-brasil, muito lucrativos e com os quais o Tesouro e sua Alteza não precisam gastar um simples centavo”.

Iran F. Machado e Silvia F. de M. Figueirôa. 500 anos de mineração no Brasil: breve histórico. Parte I. InBrasil Mineral. São Paulo, n.º 186, p. 44-47, ago./2000 (com adaptações).

A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o item que se segue.
No trecho “devido às dificuldades” (segundo parágrafo), a supressão do acento indicativo de crase em “às” manteria a correção gramatical do texto.
Alternativas
Q1748185 Português

Texto para o item. 




Jairo Bouer. Homo paradoxalis. In: Revista da Cultura,

edição 105, jul./ago. 2016 (com adaptações).

Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item.


Na pergunta “Como essa transformação vai ocorrendo de forma às vezes abrupta, às vezes gradual?” (linhas 24 e 25), é obrigatório o emprego do sinal indicativo de crase no vocábulo “às”, em ambas as suas ocorrências.

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Q1747187 Português
Assinale a alternativa que preenche as lacunas do texto a seguir, respectivamente e de acordo com a norma-padrão da língua. As máquinas de escrever estiveram muitos anos _________ serviço de escritores e secretárias. Foi graças ___________ elas que livros e documentos ganharam vida com uma agilidade que a pena não teria garantido. Hoje elas deram lugar ___________ máquinas informatizadas e se tornaram objeto de museu.
Alternativas
Ano: 2021 Banca: IESES Órgão: MSGás Prova: IESES - 2021 - MSGás - Tecnico - Contabilidade |
Q1746939 Português
Para responder à questão, leia o texto abaixo:

Objeto de estudo ____ mais de um século, o Titanic, considerado um dos navios mais icônicos da história da navegação, está de novo nos holofotes. Por meio de um estudo publicado na Royal Meteorological Society, Mila Zinkova, pesquisadora da Universidade da Califórnia, afirma que uma Aurora Boreal pode ter causado o acidente da famosa embarcação. De acordo com a teoria, em 15 de abril de 1912, data do naufrágio, a região do Atlântico Norte foi atingida por uma tempestade geomagnética causada por uma Aurora Boreal. No caso, o impacto teria sido tão intenso que desconfigurou os aparelhos de navegação, como bússolas e rádios comunicadores. Para profissionais da engenharia, os fatores que resultaram no desastre são diversos e estão relacionados a falhas técnicas e mecânicas, não fenômenos naturais. “Eu não concordo com essa teoria da Aurora Boreal. De fato ____ casos de campos magnéticos, porém, em 1912, época do acidente, ainda não existia radar, era só bússola. Não tinha como saber do iceberg”, afirma Claudio Ruggieri, professor do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da USP.
(Brian Alan. Revista IstoÉ. “O novo enigma do Titanic”. Adaptado. 02 de outubro de 2020. Edição nº 2647.)
Qual alternativa preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto?
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Q1746027 Português

Considerando a norma-padrão da Língua Portuguesa, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase a seguir.


A filha caçula chorou __________ desentendeu-se _____ irmã mais velha. O pai interveio e fez com que esta pedisse desculpas__________ irmã.

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Q1745287 Português

TEXTO I 

Modernidade líquida  


    O conceito de modernidade líquida foi desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman e diz respeito a uma nova época em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito de modernidade sólida, quando as relações eram solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais fortes e duradouras. 
    O que é modernidade líquida? 
    Bauman definiu como modernidade líquida um período que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial e ficou mais perceptível a partir da década de 1960. Esse sociólogo chamou de modernidade sólida o período anterior.
    A modernidade sólida era caracterizada pela rigidez e solidificação das relações humanas, das relações sociais, da ciência e do pensamento. A busca pela verdade era um compromisso sério para os pensadores da modernidade sólida. As relações sociais e familiares eram rígidas e duradouras, e o que se queria era um cuidado com a tradição. Apesar dos aspectos negativos reconhecidos por Bauman da modernidade sólida, o aspecto positivo era a confiança na rigidez das instituições e na solidificação das relações humanas. 
    A modernidade líquida é totalmente oposta à modernidade sólida e ficou evidente na década de 1960, mas a sua semente estava no início do capitalismo industrial, durante a Revolução Industrial. As relações econômicas ficaram sobrepostas às relações sociais e humanas, e isso abriu espaço para que cada vez mais houvesse uma fragilidade de laço entre pessoas e de pessoas com instituições. 
    A lógica do consumo entrou no lugar da lógica da moral, assim, as pessoas passaram a ser fortemente analisadas não pelo que elas são, mas pelo que elas compram. A ideia de compra também adentrou nas relações sociais, e as pessoas passaram a comprar afeto e atenção. 
   Nesse contexto, as instituições ficaram estremecidas. O emprego tornou-se um empreendimento completamente individual no momento em que o indivíduo tornou-se um “empreendedor” de si mesmo. Se alguém não obtém sucesso nessa lógica da modernidade líquida, a responsabilidade é completamente individual. 
    Assim sendo, a modernidade líquida tem instituições líquidas, pois cada pessoa é uma instituição. A exploração capitalista deixou de ser vista como exploração e passou a ser vista como uma relação natural em que o sujeito, empreendedor de si mesmo, vende a sua força de trabalho ao sujeito empreendedor que possui o capital.  
    A modernidade líquida é ágil, pois ela acompanha a moda e o pensamento de época. A ciência, a técnica, a educação, a saúde, as relações humanas e tudo mais que foi criado pelo ser humano para compor a sociedade são submetidos à lógica capitalista de consumo. 
    Modernidade líquida e relações humanas  
    As relações humanas ficaram extremamente abaladas com o surgimento da modernidade líquida. Bauman usa o termo “conexão” para nomear as relações na modernidade líquida no lugar de relacionamento, pois o que se passa a desejar a partir de então é algo que possa ser acumulado em maior número, mas com superficialidade suficiente para se desligar a qualquer momento. A amizade e os relacionamentos amorosos são substituídos por conexões, que, a qualquer momento, podem ser desfeitas. 
    As redes sociais e a internet serviram de instrumento para a intensificação do que Bauman chamou de amor líquido: a relação pseudoamorosa da modernidade líquida. Não se procura, como na modernidade sólida, uma companhia afetiva e amorosa como era na modernidade sólida, mas se procura uma conexão (que pode ser sexual ou não, sendo que a não sexual substitui o que era a amizade) que resulte em prazer para o indivíduo. O imperativo da modernidade líquida é a busca por prazer a qualquer custo, mesmo que utilizando pessoas como objetos. Aliás, na modernidade líquida, o sujeito torna-se objeto. 
    As conexões estabelecidas entre pessoas são laços banais e eventuais. As pessoas buscam um número grande de conexões, pois isso se tornou motivo de ostentação. Mais parceiros e parceiras sexuais, mais “amigos” (que, na verdade, não passam, na maioria dos casos, de colegas ou conhecidos), pois quanto mais conexões, mais célebre a pessoa é considerada. Basta fazer uma breve análise das relações sociais em redes sociais como o Facebook: quanto mais “amigos” (que, na verdade, são apenas contatos virtuais) a pessoa tem, mais requisitada ela se torna. (...) 
    Modernidade líquida e consumismo 
    O consumo tornou-se um imperativo na modernidade líquida. Criou-se todo um aparato para que o capitalismo consiga progredir desenfreadamente por meio do consumo irracional. Para além do que o filósofo e sociólogo alemão Karl Marx observou em sua época, um fetiche pelo consumo, criou-se um fetiche pelas marcas, deixando de importar o produto em si, mas a sua fabricante e o seu preço. 
    Consumo sempre foi sinônimo de status, mas, na modernidade líquida, o consumo e o status são expressivamente dotados de uma carga simbólica muito mais intensa do que era na modernidade sólida. O sujeito é objetificado pelo capitalismo, tornando-se apenas o que ele consome, e não mais o que ele é. Na lógica da modernidade líquida, o sujeito é aquilo que ele consome.  
    O modo pelo qual o capitalismo consegue efetuar essa mudança de perspectiva é pela promessa de felicidade: os sujeitos estão cada vez mais ansiosos, tristes e sobrecarregados. Associa-se então o prazer momentâneo oferecido pelo consumo à felicidade. Como esse prazer é rapidamente passageiro, o sujeito sente a necessidade de buscá-lo constantemente, na tentativa de alcançar a felicidade. (...)  

Publicado por Francisco Porfírio
Disponível em https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/modernidade-liquida.htm.


Em “A modernidade líquida é totalmente oposta à modernidade sólida...”, o fenômeno linguístico da crase teve de ocorrer porque
Alternativas
Q1743719 Português
Leia o texto para responder à questão.

   “A maior parte da população mundial vive hoje nas cidades: essas aglomerações de pessoas e concreto em que sobram problemas e falta planejamento. A urbanização desordenada traz inúmeros desafios e uma certeza: não há solução para a humanidade que não passe necessariamente pela transformação das cidades.” É o que defende André Trigueiro, jornalista especializado em gestão ambiental e sustentabilidade.
   Para ele, vivemos um modelo suicida de desenvolvimento e precisamos reinventar o sistema. Ou mudamos ou pereceremos. A preocupação ambiental se reflete no consumo consciente, mas não no consumismo que degrada a vida porque exaure os estoques de matéria-prima, que são finitos no planeta.
   “Eu procuro economizar água e energia, separo o lixo. Basicamente, tento praticar no dia-a-dia aquilo que eu entendo como certo. Estou longe da perfeição e não me considero um modelo, mas descobri a força daquilo que os educadores chamam de pedagogia do exemplo: ‘não importa o que você fala, importa o que você faz’. É isso que move o mundo.” Ele cita o caso do aposentado José Alcino Alano, da cidade de Tubarão, que descobriu como fabricar coletores solares para esquentar a água do banho a partir de garrafas PET e caixas de leite Tetrapak. Liberou a patente e permitiu que todas as pessoas ou instituições interessadas replicassem o invento gratuitamente, sem interesse pessoal ou financeiro. “É um caso singular de amor ao próximo,” comenta Trigueiro.
   O poder público também deve adotar medidas educativas e conscientes. Ensinar que jogar lixo na cidade é um serviço caro e custa muito aos cofres públicos. Além disso, tem de difundir um discurso responsável. Não é possível falar em preservação da Amazônia e liberar recursos para a construção de frigoríficos na região – o que estimula a criação de gado, responsável por 80% de toda a destruição já registrada da floresta, como bem avaliou o ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero.
   Trigueiro não considera a tecnologia inimiga da luta pela preservação do planeta. É o uso que se faz dela que definirá se haverá dano ou benefício. Ela é apenas uma ferramenta e não a solução definitiva para os graves problemas ambientais que enfrentamos e que nos ameaçam como espécie.

(filantropia.ong/andretrigueiro.com. Adaptado, acesso em 22.02.2020)
Assinale a alternativa que completa, corretamente, o segmento frasal, de acordo com a norma-padrão da crase. José Alcino Alano, da cidade de Tubarão,
Alternativas
Q1743539 Português
Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase foi empregado segundo a norma-padrão da língua.
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Q1743480 Português

Leia o texto para responder à questão.


Lições de vida

    Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O piloto era Sully Sullenberger e as 155 pessoas a bordo foram salvas por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa. Sully virou herói e a lenda estava criada.

    Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para contar o que aconteceu depois do milagre: uma séria investigação às competências do capitão Sully Sullenberger. Ele salvara 155 pessoas, ninguém contestava. Mas foi mesmo necessário pousar no Hudson? Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando existiam opções mais sensatas?

    Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível ter evitado as águas do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully começou a duvidar das suas competências. Todos falhamos. Será que ele falhou?

    Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationalism in Politics”. Argumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou-se a mais influente moda intelectual da Europa. Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na razão dos homens como guia único, supremo, da conduta humana.

    Para o racionalista, o conhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da vida vivida. O conhecimento é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode ser resumido ou aprendido em livros ou doutrinas.

    Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conhecimento técnico e prático, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresentados com rigor cartesiano.

    Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sullenberger. O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente, procura a resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende que ele não basta para salvar o dia.

    E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabedoria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação matemática.

    As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum é perpetuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbitas iluminações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender.

    Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernidade, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood, aos 86 anos, traduziu essas imagens.

(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)

O sinal indicativo de crase está corretamente empregado na alternativa:
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Q1741481 Português

TEXTO

O texto abaixo servirá de base para responder a questão.


A IDEALIZAÇÃO DO AMOR

(1º§) Eu estava a pensar na forma como se poderá entender o amor, à luz da minha formação. A minha perspectiva depende daquilo que o outro representa, se o outro é um prolongamento nosso, é uma parte nossa, como acontece muitas vezes, ou é uma idealização do eu de que falaria o Freud. No sentido psicanalítico, poder-se-ia dizer que o amor corresponde ao EU IDEAL e, portanto, à procura de qualquer coisa de ideal que nós colocamos através de um mecanismo de identificação projetiva no outro.

(2º§) Portanto, à luz de uma perspectiva científica, como é apesar de tudo a psicanalítica, o problema começa a pôr-se de uma forma um bocado diferente. Nesse sentido e na medida em que o objeto amado é sempre idealizado e nunca é um objetivo real, a gente, de fato, nunca se está a relacionar com pessoas reais, estamos sempre a relacionarmo-nos com pessoas ideias e com fantasmas.

(3º§) A gente vive, de fato, num mundo de fantasmas: os amigos são fantasmas que têm para nós determinada configuração, ou os pais, ou os filhos, etc. Portanto, devemos refletir sobre este fantasmagórico mundo em que vimos. (...)

(4º§) O amor é uma coisa que tem que ver de tal forma com todo um mundo de fantasmas, com todo um mundo irreal, com todo um mundo inventado que nós carregamos conosco desde a infância, que até poderá haver, eventualmente, amor sem objeto. Reflitamos, entendamos, procuremos conviver com os fantasmas que nos cercam na vastidão do mundo.

(5º§) O amor não será, assim, necessariamente, uma luta corpo a corpo, ou uma luta corporal, mas pode ter que ver realmente com outras coisas, uma idealização, um desejo de encontrar qualquer coisa de perdido, nosso, que é normalmente isso que se passa, no amor neurótico, ou mesmo não neurótico. Quer dizer, é a procura de encontrarmos qualquer coisa que a nós nos falta e que tentamos encontrar no outro e nesse caso tem muito mais que ver conosco do que com a outra pessoa. Normalmente, isso passa-se assim e também não vejo que seja mau que, de fato, se passe assim.

(António Lobo Antunes, in Diário Popular - 2019)

Marque o que não se comprova dentre os componentes textuais.
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Q1741261 Português
Assinale a alternativa correta quanto à pontuação ou acentuação gráfica.
Alternativas
Q1740509 Português

Texto 1A2-I

    

    Chamarei de literatura, da maneira mais ampla possível, todas as criações de toque poético, ficcional ou dramático em todos os níveis de uma sociedade, em todos os tipos de cultura.

     A literatura aparece como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabulado.

     Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito.

     A literatura é o sonho acordado das civilizações. Portanto, assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a literatura. Desse modo, ela é fator indispensável de humanização e, sendo assim, confirma o homem na sua humanidade. Humanização é o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor.

     A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade, na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos à natureza, à sociedade e ao semelhante. A literatura corresponde a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob a pena de mutilar a personalidade, porque, pelo fato de dar forma aos sentimentos e à visão do mundo, ela nos organiza, nos liberta do caos e, portanto, nos humaniza. A fruição da arte e da literatura, em todas modalidades e em todos os níveis, é um direito inalienável.

Antonio Candido. O direito à literatura. In: Vários escritos.

5ª ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre o azul, 2011 (com adaptações).

No trecho “a literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito”, a expressão “a que” poderia ser corretamente substituída por
Alternativas
Q1740054 Português

O texto abaixo servirá de base para responder a questão.


A IDEALIZAÇÃO DO AMOR


(1º§) Eu estava a pensar na forma como se poderá entender o amor, à luz da minha formação. A minha perspectiva depende daquilo que o outro representa, se o outro é um prolongamento nosso, é uma parte nossa, como acontece muitas vezes, ou é uma idealização do eu de que falaria o Freud. No sentido psicanalítico, poder-se-ia dizer que o amor corresponde ao EU IDEAL e, portanto, à procura de qualquer coisa de ideal que nós colocamos através de um mecanismo de identificação projetiva no outro.

(2º§) Portanto, à luz de uma perspectiva científica, como é apesar de tudo a psicanalítica, o problema começa a pôr-se de uma forma um bocado diferente. Nesse sentido e na medida em que o objeto amado é sempre idealizado e nunca é um objetivo real, a gente, de fato, nunca se está a relacionar com pessoas reais, estamos sempre a relacionarmo-nos com pessoas ideias e com fantasmas.

(3º§) A gente vive, de fato, num mundo de fantasmas: os amigos são fantasmas que têm para nós determinada configuração, ou os pais, ou os filhos, etc. Portanto, devemos refletir sobre este fantasmagórico mundo em que vimos. (...)

(4º§) O amor é uma coisa que tem que ver de tal forma com todo um mundo de fantasmas, com todo um mundo irreal, com todo um mundo inventado que nós carregamos conosco desde a infância, que até poderá haver, eventualmente, amor sem objeto. Reflitamos, entendamos, procuremos conviver com os fantasmas que nos cercam na vastidão do mundo.

(5º§) O amor não será, assim, necessariamente, uma luta corpo a corpo, ou uma luta corporal, mas pode ter que ver realmente com outras coisas, uma idealização, um desejo de encontrar qualquer coisa de perdido, nosso, que é normalmente isso que se passa, no amor neurótico, ou mesmo não neurótico. Quer dizer, é a procura de encontrarmos qualquer coisa que a nós nos falta e que tentamos encontrar no outro e nesse caso tem muito mais que ver conosco do que com a outra pessoa. Normalmente, isso passa-se assim e também não vejo que seja mau que, de fato, se passe assim.

(António Lobo Antunes, in Diário Popular - 2019)

Marque o que não se comprova dentre os componentes textuais.
Alternativas
Respostas
621: B
622: A
623: D
624: E
625: E
626: C
627: B
628: E
629: C
630: D
631: D
632: C
633: C
634: C
635: A
636: D
637: A
638: C
639: D
640: C