Questões de Concurso Comentadas sobre crase em português

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Q844639 Português

Texto 1


                                            O preconceito linguístico deveria ser crime


(01) Basta ser homem, estar em sociedade e estar rodeado de pessoas falantes que a língua – esse sistema de comunicação inigualável – emerge. Ela se instaura e toma conta de todos nós, de nossos pensamentos, de nossos desejos e de nossas ações. Falar faz parte do nosso cotidiano, de nossa vida. A troca por meio das formas linguísticas é a nossa dádiva maior, nossa característica básica. É por meio de uma língua que o ser humano se individualiza, em um movimento contínuo de busca de identidade e de distinção. É isso, enfim, que nos torna humanos e nos diferencia de todos os outros animais. 

(02) Não existe homem sem língua. Mesmo as pessoas com deficiências diversas adotam um sistema de comunicação. Quem é surdo, por exemplo, usa a linguagem de sinais. Sendo assim, não existe razão para que tenhamos preconceito com relação a qualquer variedade linguística diferente da nossa. Preconceito linguístico é o julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humilhante da fala do outro ou da própria fala. O problema maior é que as variedades mais sujeitas a esse tipo de preconceito são, normalmente, as com características associadas a grupos de menos prestígio na escala social ou a comunidades da área rural ou do interior. Historicamente, isso ocorre pelo sentimento e pelo comportamento de superioridade dos grupos vistos como mais privilegiados, econômica e socialmente. 

(03) Então, há críticas negativas em relação, por exemplo, à falta de concordância verbal ou nominal (“As coisa tá muito cara”); ao "r" no lugar do "l" (“Eu torço pelo Framengo”); à presença do gerúndio no lugar do infinitivo (“Eu vô tá verificano”); ao "r" chamado de caipira, característico da fala de amplas áreas mineiras, paulistas, goianas, mato-grossenses e paranaenses – em franca expansão, embora sua extinção tenha sido prevista por linguistas. Depreciando-se a língua, deprecia-se o indivíduo, sua identidade, sua forma de ver o mundo.  

(04) O preconceito linguístico – o mais sutil de todos os preconceitos – atinge um dos mais nobres legados do homem, que é o domínio de uma língua. Exercer isso é retirar o direito de fala de milhares de pessoas que se exprimem em formas sem prestígio social. Não quero dizer com isso que não temos o direito de gostar mais, ou menos, do falar de uma região ou de outra, do falar de um grupo social ou de outro. O que afirmo e até enfatizo é que ninguém tem o direito de humilhar o outro pela forma de falar. Ninguém tem o direito de exercer assédio linguístico. Ninguém tem o direito de causar constrangimento ao seu semelhante pela forma de falar. 

(05) A Constituição brasileira estabelece que “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”. Sendo assim, interpreto eu que qualquer pessoa que for vítima de preconceito linguístico pode buscar a lei maior da nação para se defender. Até porque, sob essa ótica, o preconceito linguístico se configura como um tratamento desumano e degradante – uma tortura moral. Se necessário for, poderíamos até propor uma lei específica contra esse tipo de preconceito, apenas para ficar mais claro que qualquer pessoa tem o direito de buscar a justiça quando for vítima de qualquer iniciativa contra o seu modo de se expressar.

(06) Sei que muitos devem achar que isso é bobagem, que todos devem deixar de falar errado. Mas todo mundo tem direito de se expressar, sem constrangimento, na forma em que é senhor, em que tem fluência, em que é capaz de expressar seus sentimentos, de persuadir, de manifestar seus conhecimentos. Enfim, de falar a sua língua ou a sua variante dela. 

Marta Scherre. Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI110515-17774,00- O+PRECONCEITO+LINGUISTICO+DEVERIA+SER+CRIME.html. Acesso em: 17/07/17. Adaptado. 

Considerando alguns aspectos formais do Texto 1, analise as proposições abaixo.


I. A forma verbal destacada no trecho: “Sendo assim, não existe razão para que tenhamos preconceito [...].” (2º parágrafo) deveria ir para o plural se o trecho fosse alterado para: „Sendo assim, não existem razões para que tenhamos preconceito [...].‟.

II. O sinal indicativo de crase é obrigatório no trecho: “Então, há críticas negativas em relação, por exemplo, à falta de concordância verbal ou nominal” (3º parágrafo); e seria igualmente obrigatório se o trecho fosse alterado para: "Então, há críticas negativas em relação, por exemplo, à formas de falar de pessoas menos letradas‟.

III. No trecho: “O preconceito linguístico – o mais sutil de todos os preconceitos – atinge um dos mais nobres legados do homem” (4º parágrafo), os travessões foram utilizados para isolar um segmento explicativo. O mesmo segmento poderia ter sido isolado por meio de parênteses.

IV. Para escrever “preconceito linguístico”, observa-se que a autora do Texto 1 seguiu a orientação do último Acordo Ortográfico da nossa língua, que aboliu o trema de diversas palavras. A mesma regra alterou também a grafia das palavras 'extinguir', 'questão' e 'arquipélago'.


Estão CORRETAS:

Alternativas
Q844148 Português

                                                        TEXTO 1


           O acúmulo de compromissos preenche horários livres, adia o lazer e a vida social,

                          dando a impressão de que o tempo passa cada vez mais rápido

                                                                                                                                    Raphael Martins


O ano passou rápido? Não dá para cumprir todas as obrigações dentro dos prazos? O dia parece cada vez mais curto? Por que não se tem mais tempo para nada?


      O estilo de vida atarefada e a dificuldade de conciliar compromissos profissionais com relações sociais dão uma nítida impressão de que o tempo voa. Dentre os principais motivos para que isso aconteça está o aumento de tarefas e obrigações que as pessoas se envolvem nos dias de hoje. Cria-se, assim, uma sensação pessoal de que há cada vez menos tempo para si. Florival Scheroki, doutor em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo e psicólogo clínico, explica: “Há realmente essa impressão de que o tempo se acelerou. Na realidade, é uma percepção que as pessoas têm que não cabe, no tempo disponível, tudo aquilo que elas têm que fazer”.

      O psicólogo complementa: “Isso tudo acontece pelo estilo de vida que temos hoje. Uma mãe de família sai às 7 horas da manhã para deixar as crianças na escola. Se sai às 7h15, ela não cumpre o horário de entrada no trabalho, às 8 horas. Parece que não temos mais intervalos”. Maria Helena Oliva Augusto, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, concorda: “É como se o ritmo do tempo se acelerasse. Na verdade, a percepção temporal muda por conta dos inúmeros compromissos que estão presentes no cotidiano, que fazem não se dar conta de perceber o tempo de maneira mais tranquila”.

      Sobre o assunto, Luiz Silveira MennaBarreto, professor especializado em cronobiologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, coloca que, na sociedade contemporânea, as cobranças são cada vez mais intensas e frequentes, o que produz uma sensação crônica de falta de tempo. As demandas exigem que as pessoas tenham inúmeras habilidades e qualificações acadêmicas, tomando boa parte do tempo que poderia ser destinado ao lazer. Scheroki completa: “Por que hoje é assim e antes não era? Hoje temos várias tarefas que não tínhamos. Temos que saber inglês, francês, jogar tênis, trabalhar… As pessoas tentam alocar dentro do tempo mais ações do que cabem nele”. [...]

      A professora Maria Helena destaca: “A percepção de aceleração do tempo é uma coisa angustiante. É possível se dar conta disso pela quantidade de pessoas ansiosas, depressivas e estressadas que se encontra. Elas percebem o tempo passando rapidamente e, por isso, tem pressa de viver intensamente. Isso acaba criando situações de tensão muito grandes”.[...] 

      O psicólogo acredita que os principais prejuízos de uma vida atarefada é sentido nas relações com amigos ou familiares. Na hora de escolher entre uma obrigação profissional ou uma interação social, as pessoas acabam priorizando o trabalho: “Nós somos nossas relações sociais, nós acontecemos a partir delas. Se elas acabam sendo comprometidas, comprometem toda a nossa vida. A vida é composta pelas nossas ações no tempo e cada vez menos a gente tem autonomia sobre ela”.

      Para o professor Menna-Barreto, o ideal é buscar alternativas de trabalho ou estudo em horários mais compatíveis com uma vida saudável. “Exercício físico, relações sociais e familiares ricas e alimentação saudável também ajudam, mas a raiz do problema reside no trabalho excessivo”, completa.[...]

Disponível em: http://www.ip.usp.br/portal/index.php?option=com_ content&view=article&id=3330%3Aa-sensacao-dos-dias-de-poucashoras&catid=46%3Ana-midia&Itemid=97&lang=pt

Assinale a alternativa correta em relação ao Texto 1.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: FAPEMS Órgão: PC-MS Prova: FAPEMS - 2017 - PC-MS - Delegado de Polícia |
Q843704 Português

A partir da leitura do texto a seguir, assinale a alternativa correta.


Às vezes, uma ideologia se expressa claramente, até grosseiramente. O racismo e o machismo são dois exemplos, sem contar determinados pronunciamentos políticos, especialmente sobre questões "sociais". Dos enunciados correntes, como "lugar de mulher é na cozinha" e "negro não é gente", aos enunciados que ainda há pouco destinavam lugares e funções distintos para homens e mulheres ou para brancos e negros, chegando à violência física que muitos ainda consideram justificada (nas delegacias e prisões, quando policiais batem em presos, ou nos "lares", quando maridos ou namorados batem em mulheres), tais ideologias se expressam de maneiras muito inequívocas.

POSSENTI, S. Machismo, Humor e Leveza: fórmulas e intertexto. In: D.E.L.T.A., 29. Edição especial. Campinas: UNICAMP/FESTA, 2013, p. 536.

Alternativas
Ano: 2017 Banca: FAPEMS Órgão: PC-MS Prova: FAPEMS - 2017 - PC-MS - Delegado de Polícia |
Q843702 Português

Leia o texto a seguir.


                       UM DIA NA VIDA DE UM DELEGADO DE POLÍCIA


      Um dia de trabalho na vida do delegado tem, de fato, 24 horas de trabalho.

      Desde cedo, quando chega à unidade, o delegado checa os bens patrimoniais e confere o estado das viaturas, armamento, munições, algemas e a presença da equipe.

      Algumas delegacias possuem um acervo de 4.000 procedimentos, como inquéritos, autos de investigação por ato infracional, termos circunstanciados e, por esta razão, dá-se prioridade aos procedimentos que estão em atraso, como por exemplo, reanalisar os autos após a juntada de documentos requisitados, como laudos, dados cadastrais, exame cadavérico, de corpo de delito, merceológico, reiterar requisições, ofícios ou intimações.

      Paralelamente a isso, a delegacia está a todo vapor confeccionando boletins de ocorrência - conhecidos pela sigla B.O. - e pessoas já estão sendo ouvidas em um atendimento preliminar. Algumas vezes são casos inusitados e o delegado orienta o atendimento sobre de que tipo penal se trata.

      Em um dia tranquilo, ainda na parte da manhã, talvez não tenha surgido nenhuma situação flagrancial, para a apreciação do delegado, o que exigiria uma atenção redobrada, para que se decida ou não pela lavratura do auto de prisão em flagrante.

      Em regra, a grande massa de inquéritos policiais surge pela denúncia das próprias vítimas ou de outros órgãos que comunicam fatos para serem analisados e investigados.

      É o delegado quem analisa cada caso e pode entendê-lo ou não como um fato criminoso. Somente deve determinar ou deferir o registro se efetivamente houver a narrativa de fato que se amolde em algum tipo penal, dentre os aproximadamente 3.500 tipos existentes.

BARBOSA, R. Um dia na vida de um Delegado de Polícia. Disponível em: https:// canalcienciascriminais.com.br. Acesso em: 13 jul. 2017. (Adaptado).


Sobre o texto apresentado, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Ano: 2017 Banca: FAPEMS Órgão: PC-MS Prova: FAPEMS - 2017 - PC-MS - Delegado de Polícia |
Q843699 Português

Assinale a opção que completa correta e respectivamente a sequência de lacunas neste texto.


                  PROJETO QUER LIBERAR ANIMAIS EM HOSPITAIS

                             DE SP PARA VISITAR PACIENTES.



      Um projeto de lei que tramita na Câmara Municipal de São Paulo propõe ____ liberação de animais de estimação em hospitais públicos para visitar pacientes internados. Uma das justificativas é o benefício da relação entre homens e bichos ___, cientificamente.

       Autor da proposta, o vereador Rinaldi Digílio (PRB) argumenta que____ visita do animal é uma forma de levar "carinho e alegria" ao paciente internado.

      "Conforme ___ psicóloga Karina Schutz, especialista em terapia cognitivo-comportamental e diretora da Pet Terapeuta, tratamentos que utilizam animais na recuperação de pacientes já _____ sendo aplicados em diversos países, contabilizando resultados de sucesso", defendeu vereador.

      Segundo Digílio, na Inglaterra, onde Karina estudou por três anos e meio, foi possível comprovar "que o estímulo dos pets em ambientes hospitalares, por exemplo, ajuda não somente o paciente, mas toda ___ equipe que convive com o animal".

      O texto determina regras para a liberação dos bichos, como vacinação em dia e laudo veterinário atestando a boa condição. Além disso, os animais deverão estar em recipiente ou caixa____. "No caso de cães e gatos, devem estar em guias presas por coleiras e se necessário de enforcador e focinheiras", explicou o parlamentar. Também está previsto no projeto que os hospitais devem estabelecer normas e procedimentos próprios para organizar o tempo e o local de permanência dos animais durante___visita. O local de encontro do paciente com o pet ficará a critério do médico e da administração do hospital, que determinarão____regras.

      "A presença do animal se dará mediante ___ solicitação e autorização do médico responsável pelo paciente. ___ visita dos animais terá que ser agendada previamente na administração do hospital", determina o projeto de lei. O texto ainda será discutido por quatro comissões da Câmara: Constituição e Justiça; Administração Pública; Saúde, Promoção Social e Trabalho; e Finanças e Orçamento.

DIÓGENES, Juliana. Estadão. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimasnotidas/agencia-estado/2017/07/17/projeto-quer-liberar-animais-em-hospitais-de-sp-para-visitar-pacientes.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 17 jul. 2017. 

Alternativas
Q843230 Português
O acento grave indicador da crase está corretamente empregado, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:
Alternativas
Q842932 Português
Assinale a alternativa correta a respeito de aspectos linguísticos do texto.
Alternativas
Q841870 Português

Texto II 


Mulheres e poder contra o culto da ignorância machista  


      A representação das mulheres no parlamento brasileiro é uma questão fundamental em nossa cultura política. A desproporção é espantosa tendo cerca de 90% dos cargos ocupados por homens e apenas cerca de 10% por mulheres.

      Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas mulheres ocupando cargos nos espaços de poder em geral. No mundo da iniciativa privada os números não são diferentes. Mulheres trabalham demais, são maioria em algumas profissões, mas ocupam pouquíssimos cargos de poder. Como se fosse um direito natural, o poder é reservado aos homens em todos os níveis enquanto as mulheres sofrem sob estereótipos e idealizações também naturalizados.

      O ato de naturalizar corresponde a um procedimento moral e cognitivo que se torna hábito. Por meio dele, passamos a acreditar que as coisas são como são e não poderiam ser de outro modo. Nem poderiam ser questionadas.

      Mesmo assim, há questões básicas relativas ao que chamamos de sociedade patriarcal às quais ninguém pode se furtar. Nessa mesma sociedade em que o poder concerne aos homens, não podemos dizer que às mulheres foi reservada a violência? Alguém terá coragem de dizer que isso é natural sem ferir princípios morais que sustentam a sociedade como um todo? Sabemos que a violência contra as mulheres é uma constante cultural. Ela é física e simbólica, psíquica e econômica e se aproveita da naturalização da suposta fragilidade das mulheres construída por séculos de discursos e práticas misóginas. Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque são mulheres. [...]

      Na ausência de questionamento, o machismo aparece como culto da ignorância útil na manutenção da dominação que depende do confinamento das mulheres na esfera da vida doméstica para que se mantenham longe do poder. O machismo se mostra como o que há de mais arcaico em termos de ética e política. O machismo é uma forma de autoritarismo que volta à cena em nossa época. Enquanto isso, a violência doméstica simplesmente cresce e as mulheres continuam afastadas do poder. Mas por quanto tempo?

      Ao longo da história, a consciência da condição das mulheres entre a violência e o poder teve um de seus momentos mais importantes na conquista do voto pelas sufragistas. Hoje, o direito à candidatura e à eleição, o direito a ser votada, nos mostra um outro mundo possível. [...]

Marcia Tiburi, 5 de abril de 2017 Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br/home/mulheres-e-poder-contra-o-culto-da-ignorancia-machista>  (adaptado) 

Em “Mesmo assim, há questões básicas relativas ao que chamamos de sociedade patriarcal às quais ninguém pode se furtar. Nessa mesma sociedade em que o poder concerne aos homens, não podemos dizer que às mulheres foi reservada a violência? ” (4º§) é possível reconhecer duas ocorrências de crase que
Alternativas
Q841554 Português

Considere as seguintes afirmações:


I - Na frase “Só reconhecemos os verdadeiros amigos quando estamos enfrentando dificuldades.” é obrigatório o uso de vírgula antes do QUANDO.

II - Na frase “Então ela se levantou, veio até a porta e pegou o refrigerante.” a omissão do acento indicativo da crase no A é um grande equívoco.

III - Na frase “Uma amizade, ainda que imperfeita, não nos decepcionará, a menos que lhe dermos um valor absoluto.” a virgulação é inteiramente adequada.

IV - Na frase “O sentido controverso da palavra discussão, deve-se ao modo pelo qual costumam agir, os contendores, ao exporem seus argumentos." a virgulação não está inteiramente correta.


Está correto apenas o que se afirma em:

Alternativas
Q837233 Português

       O que acontece quando se divide a casa com quem não cumpre suas tarefas domésticas

                                                                                      Ana Carolina Prado


     Quem mora ou já morou em república sabe que, ainda que você e seus companheiros de casa se gostem, a coisa não é sempre uma maravilha. Na verdade, pode ser meio infernal às vezes. E isso se deve, em grande parte, a diferenças na forma como cada um encara o trabalho doméstico. Quer ver uma receita infalível para brigas? Você, neurótico por limpeza, resolve morar com alguém que costuma deixar um rastro de farelos por onde passa e largar pratos e embalagens sujos em cima da pia por dias.

      Essa diferença de limites do que é aceitável ou não na convivência diária foi objeto de estudo dos pesquisadores Sarah Riforgiate, da Universidade Estadual do Kansas, e Jess Alberts e Paul Mongeau, da Universidade Estadual do Arizona. Diferente do que se possa imaginar, não foi nenhuma experiência pessoal que os inspirou: tudo começou depois de Alberts ler um estudo dizendo que abelhas e formigas têm diferentes níveis de tolerância para as tarefas não concluídas. Sim, até elas. Se abelhas com níveis muito díspares são colocadas juntas, a mais perturbada com o baixo nível de mel produzido acaba trabalhando mais – muitas vezes, até a morte. Isso fez com que se perguntassem se os humanos apresentam um comportamento parecido (claro, nada que chegue perto de precisar esfregar o chão do banheiro até morrer, esperamos).

      Então, os pesquisadores analisaram pares de pessoas do mesmo sexo com idades entre 19 e 20 anos que dividiam apartamentos ou quartos. A conclusão foi que, de fato, essas diferenças realmente são prejudiciais para os relacionamentos e resultam em menor satisfação na amizade e maior propensão a conflitos. Nenhuma surpresa até aí. Mas olha só as outras implicações:

      “Diferentes limites impactam negativamente a ideia de gratidão”, diz Riforgiate. Segundo ela, tanto no caso de um casal que mora junto ou no de companheiros de moradia, a pessoa com o menor nível de tolerância à bagunça muitas vezes sente-se incomodada e acaba fazendo todo o trabalho. A repetição desse comportamento pode fazer com que o companheiro deixe de considerar tais tarefas como problema seu e os deixe sempre para a outra pessoa. “Assim, acabamos achando que não precisamos mais ser gratos pelo trabalho do nosso parceiro nem tentar compensá-lo, pois passamos a pensar que ele não fez nada além de sua obrigação”, completa. E aí entramos na mesma questão daquele estudo sobre casais fazerem pequenos sacrifícios diários: um dos lados trabalha e se cansa mais e o outro nem percebe o que foi feito. Frustração na certa.

      O que fazer para evitar problemas, então? Segundo os autores, conversar muito – especialmente antes de se mudar – para identificar possíveis diferenças na forma de encarar as responsabilidades e estabelecer uma divisão de tarefas.

      Além disso, Riforgiate destaca que uma falha em completar uma tarefa específica nem sempre é pura preguiça ou falta de consideração. Pode ser que ela apenas não tenha percebido ainda que isso é um problema para o outro. “Nós realmente damos atributos negativos para as pessoas com quem vivemos – sejam companheiros de quarto ou parceiros românticos – que não são úteis para a nossa relação e que podem, na verdade, não ter nada a ver com a realidade”, diz Riforgiate.

      O próximo passo do grupo de pesquisadores é estudar duplas mistas de roommates e achar uma forma de usar os resultados das pesquisas para ajudar as pessoas a escolherem bem seus companheiros de casa, além de desenvolver estratégias de comunicação para melhorar os relacionamentos entre eles.

Adaptado de http://super.abril.com.br/blogs/como-pessoas-funcionam/ page/2/

Em “...a pessoa com o menor nível de tolerância à bagunça...”, o sinal indicativo de crase ocorreu
Alternativas
Q834727 Português

Leia o texto “Procura-se restaurante sem TV”, para responder à questão.


      No fim de semana passado, fui com a família a um dos nossos restaurantes prediletos. É um desses lugares com cardápio gigante e pratos idem, ideal para um almoção de domingo. Um dos atrativos do lugar é um agradável jardim com mesas ao ar livre. O jardim é a parte do restaurante preferida por famílias. Fica cheio de crianças nos fins de semana.

      Ao chegar, tivemos uma surpresa: o restaurante havia colocado uma enorme televisão no jardim, com caixas de som espalhadas por todo o lugar. A TV exibia – juro – um programa sobre o cultivo de orégano.

      Somos clientes antigos do lugar. Vamos tanto que até conhecemos os donos. Perguntei por que haviam decidido instalar o aparelho.

      “Cansei de perder clientes porque não tínhamos TV”, disse um dos proprietários. “Tem gente que chega aqui, pergunta se tem TV e, quando digo que não, vai embora.”

      Triste, mas verdadeiro: achar um restaurante sem TV está ficando cada vez mais difícil. Entendo que um restaurante de PF ou de almoço comercial tenha TV nas paredes para os clientes verem as notícias ou os gols da noite anterior. É claro que já fui com amigos a bares para assistir a jogos. Ninguém é contra a televisão. Mas não consigo entender como uma família prefere ficar vendo um programa sobre plantação de orégano a conversar.

      Nosso almoço foi uma depressão só: o som do programa impedia qualquer tentativa de comunicação. Era impossível escapar do barulho da TV, já que as caixas cobriam toda a área do lugar.

      O pior é que o dono do restaurante tinha razão: as famílias pareciam estar gostando do programa. Na mesa ao lado, um casal passou o almoço todo sem trocar uma palavra, aparentemente hipnotizado pelas informações sobre a melhor época para plantar orégano.

      Perdemos outro de nossos restaurantes favoritos. Uma pena. Mas tenho certeza de que o lugar, agora com TV, não vai sentir nossa falta.

            (André Barcinski, Folha de S.Paulo, 09.05.2012. Adaptado)

Considere a frase.


O autor não se opõe ___ existência de TV em bares e restaurantes e afirma que há situações em que ela é bem-vinda, ____ exemplo do horário de almoço, quando os clientes aproveitam esse curto período para estar _____ par das últimas notícias e dos gols do campeonato.


De acordo com a norma-padrão, as lacunas dessa frase devem ser preenchidas, correta e respectivamente, por:

Alternativas
Q834674 Português

Considere a figura apresentada e as afirmativas formuladas a partir dela.


Imagem associada para resolução da questão


Em se tratando da compra responsável da madeira, as obras da construção civil, empregando apenas 14% da produção, são um segmento com grande potencial de expansão. Em polos opostos, estão o setor moveleiro, com somente 6% do destino da madeira certificada, e a indústria do papel e celulose, com 80% do consumo. Para a mudança desse quadro, um dos desafios é alterar a tendência de os empresários substituírem a madeira por receio de estarem consumindo um produto ilegal.


Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em cada afirmativa.


( ) Se o segmento Em se tratando da for reescrito como Em referência a , criam-se condições para a ocorrência da crase.

( ) Sem prejuízo do sentido e da coerência, o segmento Em polos opostos pode ser reescrito como Contraditoriamente.

( ) Sem alteração da adequação à norma-padrão da escrita, o verbo auxiliar da locução estarem consumindo pode ser reescrito na forma singular.


A sequência correta é

Alternativas
Q834380 Português

A questão foi elaborada tendo como base o texto de Reinaldo José Lopes, a seguir.


           Em livro ambicioso, sociólogo analisa incertezas do futuro


      Falta de ambição claramente não é o problema de A Era do Imprevisto: A Grande Transição do Século 21, novo livro do sociólogo mineiro Sérgio Abranches. Se o leitor já se perguntou, como imagino, que diabos está acontecendo com o mundo nos últimos anos e o que pode vir daqui para a frente, a obra do especialista formula algumas respostas – imaginativas, provisórias e diabolicamente complicadas.

      Ele tem se especializado na interface entre política global e questões ambientais, uma conexão que, por si só, já seria suficiente para produzir calvície e gastrite nos espíritos mais serenos. Esse eixo político-ambiental está no cerne do livro, mas o sociólogo também tenta investigar como a ascensão das redes sociais pode afetar a organização da sociedade do futuro; como o conhecimento emergente (biotecnologia, nanotecnologia, inteligência artificial) pode transformar a vida humana neste século; e o que a tradição filosófica ocidental e as descobertas da biologia evolucionista têm a dizer sobre nossa natureza e nosso futuro como espécie.

      Para Abranches, a sede de ir ao cerne de todas essas questões existenciais se justifica pelo próprio subtítulo do livro: estaríamos vivendo “a grande transição do século 21”, um ponto de virada tão importante, à sua maneira, quanto o Renascimento do século 16 ou a Revolução Industrial do século 18.


      Num cenário fulcral como esse, nada mais lógico que tudo pareça bagunçado e em crise permanente. Estruturas políticas, sociais, econômicas e culturais velhas ainda estão se encaminhando lentamente para o leito de morte, enquanto suas substitutas passam por um parto difícil. Resultado: sensação perpétua de caos e desalento, ainda que o momento também esteja repleto de potencialidades positivas.

      Abranches está convicto de que a falta de controle sobre o capitalismo tem solapado o funcionamento das democracias. “As leis de mercado são hoje um eufemismo que designa a combinação entre controle oligopolista e hegemonia do capital financeiro”, resume. Nesse cenário, poucos decidem os destinos de bilhões.

      Onde ver esperança? Para Abranches, será crucial usar as possibilidades do ciberespaço para criar um modelo de participação política mais direto, evitando que a democracia representativa se transforme de vez em oligarquia. Resta saber como fazer isso sem que as redes sociais se transformem numa reunião de condomínio improdutiva de dimensões planetárias.

            (Reinaldo José Lopes, Folha de S. Paulo, 27.05.2017. Adaptado)

O trecho – Tal complicação deriva da pesquisa de Abranches. Ele tem se especializado em questões ambientais e políticas globais, conexão suficiente para produzir calvície e gastrite. – apresenta reescrita correta, quanto ao padrão normativo da regência e da crase, em:
Alternativas
Ano: 2014 Banca: FUNCERN Órgão: CAERN Prova: FUNCERN - 2014 - CAERN - Engenheiro Civil |
Q833472 Português

 Amor pelo Ártico

            Atividade do Greenpeace no Rio pede proteção a um dos ecossistemas

            mais ameaçados do planeta.

                       A ação aconteceu simultaneamente em 36 países


      Voluntários brasileiros se reúnem na praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, e se juntam ao Dia Mundial de ação para proteger o Ártico.

      O Rio de Janeiro foi uma das 280 cidades, em 36 países, que participou, neste sábado, de um ato do Greenpeace em defesa do Ártico, um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta devido aos efeitos do aquecimento global.

      Mais de 20 voluntários usaram seus próprios corpos para formar, nas areias de Botafogo, a mensagem I love Arctic (Eu amo o Ártico) – mote da ação que envolveu milhares de pessoas em todo o mundo.

      A campanha do Greenpeace em proteção ao Ártico foi lançada em junho de 2012, durante a Rio+20. A organização defende a criação de um santuário mundial na área em torno do polo norte, que seria dedicado exclusivamente à pesquisa. Pela proposta, a exploração de petróleo em alto mar e a pesca predatória seriam banidas.

      A pesca intensiva, em lugares antes congelados, prejudica comunidades nativas da região que sobrevivem dessa atividade, além de causar desequilíbrios ao ecossistema marítimo. Além disso, a exploração de petróleo em um local inóspito e frio como o Ártico torna a operação altamente arriscada. Um vazamento de óleo ali teria efeitos devastadores e irreversíveis.

      De acordo com Cristine Rosa, coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, a intenção da atividade deste sábado foi ressaltar a importância que a população tem em apoiar a campanha e pedir que seus governantes ajudem a levar a discussão à Assembleia Geral da ONU.

      “O Ártico está derretendo a um ritmo nunca antes visto e seu desaparecimento vai acelerar ainda mais o aquecimento global e as mudanças climáticas”, disse Rosa. “Por isso, proteger o Ártico é proteger a todos nós”, concluiu.

(Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Amor-pelo-Artico1/. Acesso em: 07/12/2013)

Analise as afirmativas a seguir.


I. A ocorrência dos acentos nas palavras “voluntários” e “países” justifica-se pela mesma regra gramatical.

II. A ocorrência do acento grave indicador de crase, no quarto parágrafo do texto, justifica-se devido à regência do vocábulo “dedicado” e por ser “pesquisa” uma palavra feminina que admite o artigo “a”.

III. No 6º parágrafo do texto, justifica-se o uso das vírgulas por isolarem um aposto.

IV. No último parágrafo, o uso das aspas objetiva assinalar um termo que necessita ser realçado.


Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Q832871 Português
Qual alternativa requer emprego da crase?
Alternativas
Q832190 Português
Observadas as relações de regência e o usa (presença ou ausência) do “acento" indicativo de crase, está correta a alternativa:
Alternativas
Q832186 Português
Considere o seguinte texto: ‘Art 3°. Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos á vida, à segurança, à saúde, a alimentação, á educação, à cultura, à moradia, ao acesso á justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, á cidadania, á liberdade, á dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária." (Lei Maria da Penha Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006. Disponível em www.planalto.gov.br). Sobre a uso (presença ou ausência) do “acento" indicativo de crase, é correto o comentário contido na alternativa: 
Alternativas
Q832113 Português

      Baixa estatura, mobilidade reduzida e articulações inflamadas podem não vir _____ mente quando se pensa na sobrevivência do mais apto. Mas a evolução humana pode sugerir outra interpretação.

      Em novo estudo, pesquisadores constataram que, _____ medida que os humanos primitivos migravam para os climas mais frios do norte, uma mutação genética que reduz a altura em cerca de um centímetro e eleva o risco de osteoartrite em 80% pode tê-los ajudado _____ sobreviver _____ mais recente era glacial. Embora algumas características dessa mutação possam parecer desfavoráveis agora, elas eram vantajosas para os primeiros humanos _____ se aventurarem fora da África há cerca de 60 mil anos. [...]

      A estatura reduzida pode ter ajudado esses humanos pré-históricos a reter calor e impedir a queimadura do frio das extremidades, asseguram os autores. A mutação também pode ter reduzido o risco de fraturas ósseas mortais causadas por quedas nas superfícies geladas. Mas o mesmo gene eleva o risco de artrite na era moderna quando vivemos muito além da idade reprodutiva.

      O estudo examinou variantes do gene GDF5, [...] conhecido por estar envolvido no crescimento ósseo e na formação das articulações. Os pesquisadores queriam compreender como as sequências de DNA ao seu redor podem afetar a expressão do gene, concentrado na região que batizaram de GROW1.

      Depois de analisar a sequência GROW1 no banco de dados do Projeto dos Mil Genomas, uma coleção de sequências de populações humanas do mundo inteiro, os pesquisadores identificaram uma mudança em um nucleotídeo, o material básico do DNA. A alteração predomina entre europeus e asiáticos, mas é rara em africanos. Para ver se a mutação era casual ou se realmente provocou baixa estatura, eles testaram a mudança no nucleotídeo em camundongos e viram que ela reduzia o tamanho dos ossos longos, da mesma forma como se acredita que ocorre em humanos. [...]

      “A própria abundância da mudança significa que ela poderia contribuir em vários casos de artrite”, dizem os pesquisadores. Um paradoxo evolutivo similar pode ser visto na anemia falciforme, enfermidade em que um número baixo de glóbulos vermelhos dificulta o transporte adequado de oxigênio pelo organismo. Uma variante genética causa um índice elevado da doença em populações africanas, mas ela foi favorecida porque também confere proteção contra a malária.

(Aneri Pattani, 23/07/2017. Disponível em:: <https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/the-new-york-times/2017/07/23/como-a-baixa-estaturaajudou-nossos-ancestrais-a-sobreviverem-a-era-do-gelo.htm> .) 

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas deixadas no texto.
Alternativas
Q832069 Português

Considere o trecho abaixo:


____ voltas com novas denúncias, a polícia reabriu ____ investigações e ouviu novas testemunhas. Com os novos depoimentos prestados ____ polícia, foi possível relacionar os furtos ____ um dos moradores do condomínio.


Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima.

Alternativas
Q831988 Português

Soul e black music temperam novo churrasco de Seu Jorge

Em time que está ganhando não se mexe, certo? Talvez. A máxima dos técnicos de futebol das antigas foi seguida à risca apenas em parte por Seu Jorge no lançamento de seu novo álbum, Musica para Churrasco – Volume II.

Gazeta do Povo, caderno G, 6 abr. 2015, p. 1 (excerto).


O acento grave, indicativo da ocorrência de crase, pode ter várias justificativas em língua portuguesa. No texto lido, há uma ocorrência de crase em “à risca”. Assinale a alternativa cujo acento grave pode ser justificado pelo mesmo motivo que ocorre no texto.

Alternativas
Respostas
1161: B
1162: D
1163: B
1164: D
1165: B
1166: D
1167: D
1168: D
1169: A
1170: A
1171: C
1172: E
1173: A
1174: B
1175: C
1176: C
1177: A
1178: C
1179: E
1180: C