Questões de Concurso
Sobre crase em português
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Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a frase abaixo.
A escola fica ___ esquerda do posto de saúde, ___ faculdade não; fica ___ quarenta metros depois.
Voluntários respondem a cartas enviadas para Julieta
Junto à Casa de Julieta fica a sala do Clube de Julieta. O projeto existe oficialmente faz 30 anos e tem voluntários para responder, em diversas línguas, a cartas enviadas de todo o mundo para Julieta, conhecida personagem da obra de Shakespeare.
As cartas normalmente são tristes e sobre problemas em relacionamentos amorosos. Afinal, por mais que a famosa história seja romântica, também é bastante trágica.
Para os casos mais delicados, envolvendo, por exemplo, risco de suicídio, o clube tem a contribuição de um médico especialista.
Desde os anos de 1930, cartas são enviadas a Verona; mas só nos anos de 1980 a entidade foi criada oficialmente com apoio do governo.
O projeto ficou ainda mais famoso com o filme “Cartas para Julieta” (2010), em que a protagonista se junta aos voluntários do grupo e tenta ajudar pessoalmente a mulher a quem aconselhou. No ano que se seguiu ao filme, quase 4.000 cartas foram recebidas, segundo o Clube.
Há caixas de correio e computadores na Casa de Julieta para enviar mensagens. Por outro lado, uma placa na entrada alerta que escrever nas paredes – a exemplo de inúmeras pichações no hall de entrada – pode ser punido com multa de até € 1.039 ou prisão por até um ano.
(MK. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/turismo/fx2909201111.htm. Adaptado)
Acerca do acento indicativo de crase, analise as frases abaixo.
I. Distribuía panfletos à toda e qualquer pessoa que passasse pela catraca da estação.
II. Na fila do embarque no trem, os idosos passam à frente dos demais.
III. Este veículo está à serviço da companhia de trens.
IV. Os trabalhadores não se opuseram à essa nova norma.
O acento indicativo de crase está empregado corretamente, de acordo com a norma-padrão, apenas na(s) frase(s)
Assinale a opção que completa, correta e respectivamente, os espaços dos períodos na questão;
___ explicação para ___ rapidez com que se adquire o
vício se deve ___ forma como o cérebro reage ___ nicotina.
Atenção: Nesta prova, considera-se uso correto da Língua Portuguesa o que está de acordo com a norma padrão escrita.
Leia o texto a seguir para responder a questão sobre seu conteúdo.
O poder de poder
Adaptado de: http://revistaepoca.globo.com/Negocios-e-carreira/noticia/2012/07/e-de-crianca-que-se-empreende.html. Acesso em 30 jan 2017.
A professora Jacileide Soares dos Santos não teve aulas de empreendedorismo na escola. Nem na faculdade de Letras, que cursou há 32 anos. Desde 2005, seus alunos do 6º ano da escola estadual Senador Aderbal Jurema, em Jabotão, no interior de Pernambuco, passaram a ter aulas periódicas sobre Introdução ao Mundo dos Negócios.
As atividades não são desenvolvidas pelos professores, mas pela organização americana sem fins lucrativos, Junior Achievment, que há mais de 90 anos trabalha com programas que fomentam o empreendedorismo em jovens de mais de 120 países.
No Brasil desde 2003, a organização conta com o trabalho de funcionários-voluntários de empresas parceiras para preparar e conscientizar melhor as crianças para o mercado de trabalho. Neste ano, os alunos da professora Jacileide vivenciaram, dentro da sala de aula, o processo de fabricação de canetinhas. Divididos em grupos, eles aprendiam, juntos, a montar as canetas e a entender a importância de cada etapa na produção final.
No início, a professora Jacileide ficava desconfiada.
“Não sabia aonde eles queriam chegar e qual a
importância daquilo tudo”. Hoje, ela já tem a resposta.
Percebeu que a educação empreendedora é o caminho
mais sustentável para o progresso econômico e para o
combate à pobreza no longo prazo. “Muitos alunos não
queriam prestar vestibular ou fazer um curso técnico.
Tinham medo de disputar as coisas no mundo lá fora, de
fracassar”. Segundo a professora, de 2010 para 2011, o
número de alunos inscritos em cursos técnicos e
vestibulares dobrou – passou de quatro para oito, incluindo
todas as turmas do terceiro ano. “A autoestima da nossa
comunidade está aumentando a cada ano”, diz a
professora Jacileide. “Se eu tivesse tido essa formação,
minha vida teria sido tão diferente...”.
Oh! Minas Gerais
O irresistível sotaque dos mineiros me encanta.
Sei que deveria ir mais a Minas Gerais do que vou, umas duas, três vezes ao ano. Pra rever meus parentes, meus amigos, pra não perder o sotaque.
Sotaque que, acho eu, fui perdendo ao longo dos anos, desde aquele 1973, quando abandonei Belo Horizonte pra ir morar a mais de dez mil quilômetros de lá.
Senti isso quando, outro dia, pousei no aeroporto de Uberlândia e fui direto na lanchonete comer um pão de queijo que, fora de brincadeira, é mesmo o mais gostoso do mundo.
- Cê qué qui eu isquento um tiquinho procê?
Foi assim que a mocinha me recebeu, quase de braços abertos, como se fosse uma amiga íntima de longo tempo.
Sei não, mas eu acho que o sotaque mineiro aumentou – e muito – desde que parti. Quando peguei o primeiro avião com destino à felicidade, todos chamavam o centro de Belo Horizonte de cidade. O trólebus subia a Rua da Bahia, as pessoas tomavam Guarapan, andavam de Opala, ouviam Fagner cantando Manera Fru Fru, Manera, chamavam acidente de trombada e a polícia de Radio Patrulha.
Como pode, meu filho mais velho, que nasceu tão longe de Beagá, e, que hoje mora lá, me ligar e perguntar:
- E ai pai, tudo jóia, tudo massa?
A repórter Helena de Grammont, quando ainda trabalhava no Show da Vida, voltou encantada de lá e veio logo me perguntar se o sotaque mineiro era mesmo assim ou se estavam brincando com ela. Helena estava no carro da Globo, procurando um endereço perto de Belo Horizonte, quando perguntou para um guarda de trânsito se ele poderia ajudá-la. A resposta veio de imediato.
- Cê ségui essa istrada toda vida e quando acabá o piche, cê quebra pra lá e continua siguino toda vida!
Já virou folclore esse negócio de mineiro engolir parte das palavras. Debaixo da cama é badacama, conforme for é confórfô, quilo de carne é kidicarne, muito magro é magrilin, atrás da porta é trádaporta, ponto de ônibus é pôndions, litro de leite é lidileiti, massa de tomate é mastumati e tira isso daí é tirisdaí.
Isso é verdade. Um garoto que mora em São Paulo foi a Minas Gerais e voltou com essa: Lá deve ser muito mais fácil aprender o português porque as palavras são muito mais curtas.
Mineiro quando para num sinal de trânsito, se está vermelho, ele pensa: Péra. Se pisca o amarelo: Prestenção. Quando vem o verde: Podií.
Mas não é só esse sotaque delicioso que o mineiro carrega dentro dele. Carrega também um jeitinho de ser.
A Gabi, amiga nossa mineira, que mora em São Paulo há anos, toda vez que vem, aqui em casa, chega com um balaio de casos de Minas Gerais.
Da última vez que foi a Minas, ela viu na mesa de café da tia Teresa uma capinha de crochê, cobrindo a embalagem do adoçante. Achou aquilo uma graça e comentou com a tia prendada. Pra quê? Tem dias que Teresa não dorme, preocupada querendo saber qual é a marca do adoçante que a Gabi usa, pra ela fazer uma capinha igual, já que ela gostou tanto. Chega a ligar interurbano pra São Paulo:
- Num isquéci de mi falá a marca do seu adoçante não, preu fazê a capinha de crocrê procê...
Coisa de mineiro.
Bastou ela contar essa história que a Catia, outra amiga mineira – e praticante – que estava aqui em casa também, contar a história de um doce de banana divino que comeu na casa da mãe, dona Ita, a última vez que foi lá. Depois de todos elogiarem aquele doce que merecia ser comido de joelhos, ela revelou o segredo:
- Cês criditam que eu vi um cacho de banana madurin, bonzin ainda, no lixo do vizinho, e pensei: Genti, num podêmo dispidiçá não!
Mais de quarenta anos depois de ter deixado minha terra querida, o jeito mineiro de ser me encanta e cada vez mais.
Quer saber o que é ser mineiro? No final dos anos 80, quando o meu primeiro casamento se acabou, minha mãe, que era uma mineira cem por cento, queria saber se eu já “tinha outra”, como se diz lá em Minas Gerais. Um dia, cedo ainda, ela me telefonou e, ao invés de perguntar assim, na lata, se eu já tinha um novo amor, usou seu modo bem mineiro de ser:
- Eu tava pensâno em comprá um jogo de cama procê, mas tô aqui sem sabê. Sua cama nova é di casal ou di soltero?
No que se refere ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item subsequente.
Estaria mantida a correção gramatical do texto caso
fosse inserido acento indicativo de crase em “a mesma”
(linha 3) – à mesma –, dado o caráter opcional do
emprego de artigo antes desse pronome demonstrativo.
Leia o excerto e assinale a alternativa que indica como corrigir os erros de pontuação e ortografia:
TRECHO DO(A) ______ DA 346ª REUNIÃO, DA COMISSÃO DE GRADUAÇÃO
3. Recuperação de aprendizado para alunos de intercâmbio:
Em sessão extraordinária, a comissão de graduação reuniu-se aos quatorze dias do mês de janeiro de dois mil e quatorze e tomou a seguinte decisão.
Decisão da 346ª reunião da comissão de graduação, de 14 de janeiro de 2014: o
aluno que estiver participando de qualquer programa de intercâmbio ou mobilidade terá
direito a recuperação do aprendizado, desde que o período da ausência não ultrapasse 40
dias corridos a partir do início (ou término) do semestre letivo.
Beber café pode aumentar a sua expectativa de vida, afirma estudo
Quem bebe entre uma a três xícaras ao longo do dia tem menos chances
de desenvolver doenças crônicas
Agosto 2017
Não importa se é normal ou descafeinado: segundo uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, beber entre uma e três xícaras de café por dia pode aumentar a sua expectativa de vida.
Para a pesquisa, que será publicada no periódico científico Annals of Internal Medicine, mais de 185 mil participantes tiveram que responder, ao longo de mais de 16 anos, perguntas sobre suas dietas, estilos de vida e históricos médicos e familiares. Os candidatos tiveram que definir, por exemplo, a quantidade de vezes que bebiam café ao longo do dia e se a bebida era normal ou descafeinada.
Dezesseis por cento dos participantes afirmaram que não bebiam café, 31% que bebiam uma vez por dia, 25% que bebiam entre duas e três xícaras por dia e 7% que bebiam quatro ou mais ao longo do dia. Os outros 21% tinham hábitos irregulares de consumo da bebida.
Os cientistas observaram que quem bebe café regularmente tem menos chances de morrer por doenças cardíacas ou respiratórias, câncer, derrame, Parkinson, diabetes e outras doenças crônicas. A frequência também colabora para os resultados: aqueles que bebiam uma xícara de café por dia, tinham 12% menos chance de falecer pelos motivos listados, já para quem bebia três xícaras diariamente, o índice é de 18%. (...)
"O café contém vários antioxidantes e compostos que têm um papel importante na prevenção do câncer. Mesmo que a pesquisa não mostre exatamente quais desses elementos possuem esse 'efeito elixir', fica claro que o café pode ser incorporado em uma dieta e um estilo de vida saudáveis."
Setiawan e sua equipe pretendem continuar estudando o café, com foco na relação dele com tipos específicos de câncer.
Fonte: Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/07/beber-cafe-pode-aumentar-sua-expectativa-de-vida-afirma-estudo.html Acesso em: outubro 2017 (texto adaptado).
Considere as frases a seguir.
I. Para o Procon-SP, a Campanha “De Olho na Validade” é uma medida educativa que traz benefícios ____ população, uma vez que aprimora o mecanismo de controle para a questão dos produtos com prazo de validade vencido.
II. Vale ressaltar que a APAS (Associação Paulista de Supermercados) comprometeu-se ____ reforçar a comunicação interna da Campanha junto aos seus associados.
III. Dos consumidores que afirmaram conhecer a Campanha, 30% se informaram ____ respeito por meio do site do Procon-SP e 26% por intermédio dos veículos de comunicação.
IV. O Código de Defesa do Consumidor determina que os fornecedores, que colocam ____ venda produtos inadequados ao consumo, devem substituir o item por outro similar ou restituir a quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente,
as lacunas das frases.
DIÁLOGO DE SURDOS
Por: Sírio Possenti. Publicado em 09 mai 2016. Adaptado de:
http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4821/n/dialogo_de_surdos Acesso em 30 out 2017.
A expressão corrente trata de situações em que dois lados (ou mais) falam e ninguém se entende. Na verdade, esta é uma visão um pouco simplificada das coisas. De fato, quando dois lados polemizam, dificilmente olham para as mesmas coisas (ou para as mesmas palavras). Cada lado interpreta o outro de uma forma que este acha estranha e vice-versa.
Dominique Maingueneau (em Gênese dos discursos, São Paulo, Parábola) deu tratamento teórico à questão (um tratamento empírico pode ser encontrado em muitos espaços, quase diariamente). [...]
Suponhamos dois discursos, A e B. Se polemizam, B nunca diz que A diz A, mas que diz “nãoB”. E vice-versa. O interessante é que nunca se encontra “nãoB” no discurso de A, sempre se encontra A; mas B não “pode” ver isso, porque trairia sua identidade doutrinária, ideológica.
Um bom exemplo é o que acontece frequentemente no debate sobre variedades do português. Se um linguista diz que não há “erro” em uma fala popular, como em “as elite” (que a elite escreve burramente “a zelite”, quando deveria escrever “as elite”), seus opositores não dirão que os linguistas descrevem o fato como uma variante, mostrando que segue uma regra, mas que “aceitam tudo”, que “aceitam o erro”. O simulacro consiste no fato de que as palavras dos oponentes não são as dos linguistas (não cabe discutir quem tem razão, mas verificar que os dois não se entendem).
Uma variante da incompreensão é que cada lado fala de coisas diferentes.
Atualmente, há uma polêmica sobre se há golpe ou não há golpe. Simplificando um pouco, os que dizem que há golpe se apegam ao fato de que os dois crimes atribuídos à presidenta não seriam crimes. Os que acham que não há golpe dizem que o processo está seguindo as regras definidas pelo Supremo.
Um bom sintoma é a pergunta recorrente feita aos ministros do Supremo pelos repórteres: a pergunta não é “a pedalada é um crime?” (uma questão mérito), mas “impeachment é golpe?”. Esta pergunta permite que o ministro responda que não, pois o impedimento está previsto na Constituição.
Juca Kfouri fez uma boa comparação com futebol: a expulsão de um jogador, ou o pênalti, está prevista(o), o que não significa que qualquer expulsão é justa ou que toda falta é pênalti...
A teoria de Maingueneau joga água na fervura dos que acreditam que a humanidade pode se entender (o que faltaria é adotar uma língua comum, quem sabe o esperanto). Ledo engano: as pessoas não se entendem é falando a mesma língua.
Até hoje, ninguém venceu uma disputa intelectual (ideológica) no debate. Quando venceu, foi com o exército, com a maioria dos eleitores ou dos... deputados.
Sírio Possenti Departamento de Linguística Universidade Estadual de Campinas
Observe o emprego ou ausência do sinal indicativo de crase nas proposições que seguem, de acordo com a norma padrão:
I. Às pessoas é dada a opção de questionar as leis vigentes.
II. Às vezes que tivemos problemas quanto à distribuição de verbas já foram mencionadas.
III. Ignorou as formas de fazer referência a situações controversas tal como a apresentada à sua avaliação.
IV. Não há, àqueles que queiram se manifestar, tal possibilidade.
Estão corretas quantas das proposições? Assinale a alternativa que contenha essa resposta:
Texto 1
SINTAXE PENOSA
Não, dileto leitor, não incorporei o espírito do professor Pasquale; não é o objetivo da presente coluna proferir uma invectiva contra os que violentam a sintaxe da língua de Camões com gerundismos ("vamos estar falando de ciência") ou destroçam a harmonia das orações subordinadas. Quando digo "sintaxe penosa", entenda-me literalmente: passarinhos cujo canto tem regras semelhantes à nossa tradicional ordem de sujeito seguido de verbo e objeto (por exemplo) nas frases.
Se essa possibilidade não faz cair o seu queixo, deveria. Como enfatizei na coluna passada (eu sei, faz duas semanas já, mas quem sabe você recorda), os cientistas têm mostrado que é cada vez menor a lista das faculdades mentais exclusivamente humanas. Uma das poucas que sobraram – ou melhor, sobravam – é a linguagem com sintaxe. Alguns passarinhos japoneses resolveram melar o nosso triunfo, ao que parece.
Os penosos em questão pertencem à espécie Parus minor, ou chapim-japonês. Assim como uma grande variedade de outros animais, incluindo outras aves, obviamente, mas também primatas como nós e outras criaturas, o chapim-japonês produz vocalizações que podem ser comparadas às nossas palavras.
Esses sons foram criativamente apelidados com as letras A, B, C e D. Seu significado varia um pouco, mas podemos dizer, de modo geral, que combinações das três primeiras "palavras" (AC ou BC, por exemplo) denotam a presença de diversos tipos de predadores, enquanto os sons do tipo D (caracterizados por uma sequência de sete a dez "notas", como as de uma música) servem para recrutar outros passarinhos – quando um macho chama sua parceira, por exemplo.
O bacana, porém, é que a "palavra" D pode ser combinada às outras, modificando o sentido delas. AC-D, digamos, pode ser usado quando um chapim vê um falcão e chama outras aves para avisá-las sobre o caçador e convocá-las para fazer "mobbing" (quando vários passarinhos se juntam para intimidar uma ave de rapina).
A pergunta é: será que faz diferença a ordem dos fatores? Afinal, em português, "O cão mordeu o menino" e "O menino mordeu o cão" são frases com sentido completamente distinto. Foi o que Toshitaka Suzuki, da Universidade Sokendai, no Japão, resolveu testar usando gravações das "palavras" típicas das aves.
Resultado: quando ouvem as gravações de ABC, os chapins olham assustados para os lados esperando um predador; se escutam só D, voam na direção do alto-falante, procurando o colega que teria chamado por eles. ABCD produz, como esperado, um misto de olhares assustados para os lados e voo rumo ao som. E quando o som é DABC? Em geral, nada – os bichos ficam confusos. A sintaxe da "frase" não faz sentido para eles. Ou seja, é a ordem dos termos dos chamados que importa nesse caso, como na fala humana. Os dados estão em artigo na revista científica "Nature Communications".
Pode ser que você não esteja lá muito embasbacado com as proezas sintáticas do chapim-japonês. Está no seu direito, obviamente, mas o que descobertas como essa reiteram, feito a linha de baixo constante e sólida de um bom rock, é o fato inconteste de que as nossas capacidades mentais aparentemente inigualáveis derivam, na verdade, de "tijolinhos" cognitivos que já estavam presentes nos lugares mais improváveis da Árvore da Vida. Nosso edifício comportamental é mais arrojado, faraônico até – mas ainda tem as marcas de que um dia foi uma choupana.
LOPES, Reinaldo José. Publicado em 27 mar. 2017.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/reinaldojoselopes/2016/03/1754157-sintaxe-penosa.shtml.
Acesso em: 8 jul. 2017. Adaptado.
Acerca das normas de concordância e de regência verbal, incluídas as de emprego da crase, analise as afirmativas a seguir.
I. O trecho: “quando um chapim vê um falcão e chama outras aves para avisá-las sobre o caçador” também estaria em conformidade com a norma-padrão se fosse empregada a preposição “de”: „quando um chapim vê um falcão e chama outras aves para avisá-las do caçador‟.
II. O sinal indicativo de crase é opcional no trecho destacado em: “passarinhos cujo canto tem regras semelhantes à nossa tradicional ordem”, ao contrário do trecho: “Os penosos em questão pertencem à espécie Parus minor (...), em que a marcação da crase é obrigatória.
III. No trecho: “eu sei, faz duas semanas já”, a forma verbal destacada, com sentido de tempo decorrido, poderia flexionar corretamente no plural se o advérbio “já”, também de valor temporal, fosse descolocado para junto da citada forma verbal: “eu sei, já fazem duas semanas”.
IV. O trecho: “Uma das poucas que sobraram é a linguagem com sintaxe.” também estaria em conformidade com a norma-padrão se a forma verbal destacada fosse flexionada no singular, em concordância com “uma”.
Estão CORRETAS:
TEXTO 3
Os meios de transportes, e comunicação em massa, as mercadorias, casa, alimento e roupa, a produção irresistível da indústria de diversões e informação trazem atitudes e hábitos prescritos, certas reações intelectuais e emocionais que prendem os consumidores mais ou menos agradavelmente aos produtores e, através destes, ao todo. Os produtos doutrinam e manipulam; promovem uma falsa consciência que é imune à sua falsidade. E, ao ficarem esses produtos benéficos à disposição de maior número de indivíduos e de classes sociais, a doutrinação que eles portam deixa de ser publicidade; torna-se um estilo de vida. É um bom estilo de vida – muito melhor do que antes – e, como um bom estilo de vida, milita contra a transformação qualitativa. Surge, assim, um padrão de pensamento e comportamento unidimensionais no qual as ideias, as aspirações e os objetivos que, por seu conteúdo, transcendem o universo estabelecido da palavra e da ação são repelidos ou reduzidos a termos desse universo. São redefinidos pela racionalidade do sistema dado e de sua extensão quantitativa.
MARCUSE, H. A ideologia da sociedade industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. p.32. Adaptado.
Assinale a alternativa em que é opcional o uso
do sinal indicativo de crase na palavra destacada.
Assinale a opção que preenche as lacunas de forma gramaticalmente correta.
O termo Bioeconomia designa __1__ ideia de uma estrutura industrial baseada em materiais, processos e serviços biológicos desenvolvidos de maneira sustentável. Setores da economia global, como a agricultura e a pecuária, têm suas bases econômicas em alterações biotecnológicas de forma __2__ elevar a qualidade e quantidade da produção. Hoje o conceito de Bioeconomia é utilizado para descrever pelo menos três conceitos baseados na noção de que os sistemas e recursos biológicos podem ser manipulados para manter os atuais sistemas industriais de produção, consumo e acumulação de capital: a economia de biomassa também designada de produção primária, relacionada ao melhoramento genético; a economia da biotecnologia industrial, identificada pelos biocombustíveis e alterações moleculares; e a economia da saúde, relacionada __3__ farmacogenética, aos alimentos funcionais, aos equipamentos médicos e __4__ terapêutica em que se enquadra a terapia com células tronco. Devido __5__ suas características multifuncionais, as células tronco vêm sendo utilizadas no ramo médico veterinário com o objetivo de tratar diferentes doenças que acometem tanto os grandes como os pequenos animais.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/veterinaria/terapeutica-das-celulas-tronco (com adaptações)