Questões de Concurso
Sobre crase em português
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Dona formiga, nesta redondeza Rústica e solitária, É tida Como três vezes milionária, Possuidora de esplêndida riqueza Que levou a juntar durante toda a vida.
Acostumou-se desde criança __ luta, Ao sol de fogo e __ aventura brava. Vivia __ trabalhar heroica e resoluta Armazenando tudo o que ganhava. [...] Disponível em: <http://livroerrante.blogspot.com.br/>. Acesso em: 29 jun. 2016.
De acordo com a linguagem normativa da língua portuguesa, as lacunas do fragmento do texto são preenchidas, correta e respectivamente, com
O abraço e a flor
A campanha das enfermeiras e a necessidade diária de surpresa.
Saí hoje cedo para caminhar com o objetivo de sempre: mexer o corpo, chacoalhar as ideias e ver a vida como ela é. A colheita não poderia ter sido melhor. Assim que dobrei a esquina, consegui minha dose diária de surpresa boa – tão necessária para mim quanto o sol de abril.
Meninas de 20 e poucos anos exibiam um cartaz que anunciava abraços grátis. Achei que fosse mais uma ação promocional das construtoras de apartamento que, nos últimos meses, passaram a perturbar os moradores na porta de todas as padarias da região. [...]
Algumas ações são nobres e humanitárias. Outras não passam de estratégias comerciais para promover sites, empresas ou palestras de autoajuda.
No caso da enfermagem e da psicologia, a justificativa é a melhoria da qualidade de vida. Estudos demonstram que abraçar reduz os níveis de cortisol e norepinefrina, hormônios relacionados ao estresse crônico e à ocorrência de doenças cardíacas.
O abraço também aumenta a produção de dopamina e serotonina (hormônios do prazer) e de oxitocina (o hormônio do afeto). Quanto mais oxitocina o cérebro libera, mais a pessoa quer ser tocada e menos estressada ela fica. É um círculo virtuoso: quanto mais abraçada ela é, mais ela deseja ser abraçada.
Um estudo realizado no ano passado pela Universidade Médica de Viena demonstrou que o abraço pode mesmo reduzir o stress, o medo e a ansiedade. A oxitocina liberada contribui para a redução da pressão arterial, aumenta o bem-estar e favorece o desempenho da memória.
No entanto, o neurofisiologista Jürgen Sandkühler, autor do trabalho, questiona o valor dos abraços recebidos de pessoas estranhas. A oxitocina é o hormônio produzido pela glândula pituitária, conhecido por favorecer o estabelecimento de laços afetivos entre pais e filhos e entre os casais.
“O efeito do abraço sobre a produção de oxitocina só ocorre quando existe confiança mútua. Se o abraço não é desejado pelas duas pessoas, o efeito positivo se perde”, diz.
Em resumo: as pessoas precisam estar na mesma sintonia. Acredito que isso seja perfeitamente possível entre estranhos. Não sei se o nível dos meus hormônios aumentou, mas a iniciativa das estudantes de enfermagem alegrou meu dia. Espero que elas não percam a ternura quando a realidade da profissão se apresentar.
Como essas meninas, acredito que o bem-estar pode ser contagiante. Ao final de nosso breve encontro, uma delas me ofereceu uma flor feita com capricho e papel crepom.
Resolvi testar o poder da flor. Durante uma hora caminharia com ela na mão e observaria a reação de quem cruzasse meu caminho. Será que alguém notaria alguma coisa fora do script? Será que um sorrisinho escaparia dos lábios? [...]
Voltei para casa com uma supersafra de gentilezas. Nunca ouvi, numa única manhã, tanta gente me desejando bom dia, tanto motorista me dando passagem, tanta conversa, tanto olho no olho, tanto sorriso. O tênis, a roupa, o percurso eram os mesmos. O que mudou foi o abraço e a flor.
Só um pedestre não viu nada. Bateu o portão de um prédio com fones enterrados no ouvido, óculos bem escuros, mochila estufada, ombros curvados para frente – aquele visual e aquele comportamento que são a marca do nosso tempo. Não do meu tempo, mas o de muita gente. Quase me atropelou, mas não notou minha presença. Muito menos a da flor.
(Cristiane Segatto – 12/04/2013. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com//Saude-e-bem-estar/cristiane-segatto/noticia/2013/04/o-abraco-e-flor.html. Com Adaptações.)
Ocorre crase em “represália à aliança” (l.29) porque “represália” exige complemento regido pela preposição a e “aliança” está antecedido do artigo a.
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB1A1BBB, julgue o seguinte item.
O emprego do acento grave em “às receitas” (l.27) decorre da
regência do verbo “adaptar” (l.26) e da presença do artigo
definido feminino determinando o substantivo “receitas”.
INSTRUÇÃO: A questão refere-se ao texto a seguir. Leia-o com atenção antes de responder a elas.
Aula de Português: uma tragicomédia que pode ser vista na sala de aula mais próxima
Sérgio Simka
O professor chega, cumprimenta o pessoal com um sorriso, escreve na lousa seu nome, a disciplina e em letras tamanho 20:
O burburinho transforma-se em risadinhas. Um destemido, lá do fundo, solta:
- É pra mim copiar, professor?
As lembranças subitamente saem da boca de um aluno:
- Fazem quinze anos que não faço ditado.
Um engraçadinho:
- Não diga-me uma coisa dessas...
Outro resolve perguntar:
- O senhor está brincando com nós, não está?
Uma moça observa:
- Só pode ser trote. Você acha que o professor vai vim no primeiro dia de aula?
Ao que outro completa:
- Espero que você esteje certa.
Um aluno levanta a mão:
- Professor, gostaria de fazer uma colocação
O professor atento.
- Me perguntaram há dois dias atrás e eu não sube, tipo assim, responder. Em "contas a pagar", esse "a" tem crase?
- Não, o "a" não tem acento grave.
- Acento grave? Mas, professor, perguntei se o "a" tem crase...
Outro cochichou:
- Não esquenta, é só um pequeno detalhe.
- Pessoal, boa noite, para começar, gostaria de ditar apenas cinco palavras. Tudo bem?
- É pra intregá?
- Não.
- Vai valê nota?
- Não.
Ditou. Pediu que cinco alunos escrevessem as respectivas palavras na lousa, para posterior correção.
O momento da correção foi inesquecível. A cada palavra corrigida, gritos, urros, vaias, uma grande variedade de expressões, algumas das quais jamais ouvidas.
A última palavra então fez tremer o teto da classe. Só não caiu por causa da manutenção feita nas férias.
- Não acredito!
- Ele está fazendo nós de bobo.
- Estou pasmo
- O senhor anda fumando tóchico.
- Jura que é assim que nóis escreve?
O professor apenas balançou a cabeça.
- Meu Deus, é preciso ter fé demais!
Todos olharam para a voz. Um silêncio absoluto.
- Não posso crer... Será que eu aprendi errado toda a minha vida? Como vou encarar de frente a língua portuguesa daqui por diante?
A classe ia soltar aquela gargalhada, mas a palidez de seu rosto impediu.
O aluno pôs a mão no peito. Fechou os olhos. E caiu da carteira. Duro.
Todos se aproximaram. De repente, levantou-se rindo.
- Mas é um bocó mesmo!
- Só podia ser o José Chaves!
- Bem, na próxima aula, vamos estudar o período composto por subordinação. Vocês sabiam que "É necessário aprender gramática", a oração "aprender gramática" se classifica como oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo? E que...
Ouviu-se um barulho. José Chaves tinha caído de novo. E não se levantou mais.
http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramaticaortografia/25/artigo186004-1.asp [adaptado]
- Me perguntaram há dois dias atrás e eu não sube, tipo assim, responder. Em "contas a pagar", esse "a" tem crase?
- Não, o "a" não tem acento grave.
Em “contas a pagar” NÃO há acento indicador de crase porque
Texto I
Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: “Pai, fiz a barba”. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos, aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM, 2003)
Feiura
Quando ___ cegonha chegou ___ casa dos meus vizinhos para entregar ___ encomenda, o garoto era tão feio que eles ficaram com ___ cegonha e devolveram o menino.
Nunes, Max. O pescoço da girafa. São Paulo: Companhia das letras, 1997. p. 31.
Considerando o emprego do acento grave, assinale a alternativa
que preenche corretamente os espaços.
Verifique o trecho a seguir e assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas:
“___ vésperas de meu aniversário, pedi ___ minha mãe que me comprasse um livro para eu conseguir me ocupar na viagem ___ Santos que tanto amo e cidade onde nasci e cresci”.