Questões de Concurso Sobre crase em português

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Q1965245 Português

        A independência política em 1822 não trouxe muitas novidades em termos institucionais, mas consolidou um objetivo claro, qual seja: estruturar e justificar uma nova nação.

        A tarefa não era pequena e quem a assumiu foi o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que, aberto em 1838, no Rio de Janeiro, logo deixaria claras suas principais metas: construir uma história que elevasse o passado e que fosse patriótica nas suas proposições, trabalhos e argumentos.

        Para referendar a coerência da filosofia que inaugurou o IHGB, basta prestar atenção no primeiro concurso público por lá organizado. Em 1844, abriam-se as portas para os candidatos que se dispusessem a discorrer sobre uma questão espinhosa: “Como se deve escrever a história do Brasil”. Tratava-se de inventar uma nova história do e para o Brasil. Foi dado, então, um pontapé inicial, e fundamental, para a disciplina que chamaríamos, anos mais tarde, e com grande naturalidade, de “História do Brasil”.

        A singularidade da competição também ficou associada a seu resultado e à divulgação do nome do vencedor. O primeiro lugar, nessa disputa histórica, foi para um estrangeiro − o conhecido naturalista bávaro Karl von Martius (1794-1868), cientista de ilibada importância, embora novato no que dizia respeito à história em geral e àquela do Brasil em particular − , o qual advogou a tese de que o país se definia por sua mistura, sem igual, de gentes e povos. Utilizando a metáfora de um caudaloso rio, correspondente à herança portuguesa que acabaria por “limpar” e “absorver os pequenos confluentes das raças índia e etiópica”, representava o país a partir da singularidade e dimensão da mestiçagem de povos por aqui existentes.

        A essa altura, porém, e depois de tantos séculos de vigência de um sistema violento como o escravocrata, era no mínimo complicado simplesmente exaltar a harmonia. Além do mais, indígenas continuavam sendo dizimados no litoral e no interior do país.

        Martius, que em 1832 havia publicado um ensaio chamado “O estado do direito entre os autóctones no Brasil”, condenando os indígenas ao desaparecimento, agora optava por definir o país por meio da redentora metáfora fluvial. Três longos rios resumiriam a nação: um grande e caudaloso, formado pelas populações brancas; outro um pouco menor, nutrido pelos indígenas; e ainda outro, mais diminuto, alimentado pelos negros.

        Ali estavam, pois, os três povos formadores do Brasil; todos juntos, mas (também) diferentes e separados. Mistura não era (e nunca foi) sinônimo de igualdade. Essa era uma ótima maneira de “inventar” uma história não só particular (uma monarquia tropical e mestiçada) como também muito otimista: a água que corria representava o futuro desse país constituído por um grande rio caudaloso no qual desaguavam os demais pequenos afluentes.

        É possível dizer que começava a ganhar força então a ladainha das três raças formadoras da nação, que continuaria encontrando ampla ressonância no Brasil, pelo tempo afora.

(Adaptado de: SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019) 

A singularidade da competição também ficou associada a seu resultado e à divulgação do nome do vencedor


O sinal indicativo de crase deve ser mantido se a palavra sublinhada for substituída por: 

Alternativas
Q1965144 Português

A importância dos debates

É promissor que os candidatos ao governo gaúcho venham dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo de interesse específico dos eleitores


O primeiro confronto direto entre os candidatos Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), que disputam o governo do Estado em segundo turno, reafirmou a importância dessa alternativa democrática para ajudar os eleitores a fazer suas escolhas. Uma das vantagens do sistema de votação em dois turnos, instituído pela Constituição de 1988, é justamente a de propiciar um maior detalhamento dos programas de governo dos dois candidatos mais votados na primeira etapa.


Foi justamente o que ocorreu ontem entre os postulantes ao Palácio Piratini. Colocados frente a frente nos microfones da Rádio Gaúcha, ambos tiveram a oportunidade de enfrentar questões importantes ligadas ao cotidiano dos eleitores. A viabilidade de as principais demandas dos gaúchos serem contempladas vai depender acima de tudo da estratégia de cada um para enfrentar a crise das finanças públicas.


Diferentemente do que os eleitores estão habituados a assistir no horário eleitoral obrigatório e a acompanhar por postagens dos candidatos nas redes sociais, debates se prestam menos para propaganda pessoal, estratégias de marketing e para a disseminação de informações inconfiáveis e notícias falsas, neste ano usadas largamente em campanhas. Além disso, têm a vantagem de desafiar os candidatos com questionamentos de jornalistas e do público. As respostas, inclusive, podem ser conferidas por profissionais de imprensa, com divulgação posterior, o que facilita o discernimento por parte de eleitores sobre o que corresponde ou não à verdade.


O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise fiscal no setor público que, se não contar com uma perspectiva de solução imediata, praticamente vai inviabilizar a implantação de qualquer plano de governo. Por isso, é promissor que, enquanto em outros Estados predominam denúncias e acusações, os candidatos ao governo gaúcho venham dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo de interesse específico dos eleitores.


Democracia se faz com diálogo e transparência. Sem discussões amplas, perdem os cidadãos, que ficam privados de informações essenciais para fazer suas escolhas com mais objetividade e menos passionalismo.



(A IMPORTÂNCIA dos debates. GaúchaZH, 17 de outubro de 2018. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br. Acesso em: 30 de agosto de 2022)

No segundo parágrafo do texto, há a frase: “Colocados frente a frente nos microfones da Rádio Gaúcha, ambos tiveram a oportunidade de enfrentar questões importantes ligadas ao cotidiano dos eleitores.” Conforme se observa, na expressão em destaque, não há ocorrência da crase.

Assim, seguindo a regra gramatical acerca da crase, assinale a alternativa em que há o emprego da crase indevidamente

Alternativas
Q1965061 Português

Capital intelectual


        Todo conhecimento, sabedoria e vivência que os profissionais de uma empresa possuem (I)__________ (é conhecido – são conhecidos) como capital intelectual. As empresas estão tão habituadas a inventariar computadores, móveis e ativos que se esquecem da parte humana, ou seja, a intelectual. Ele é invisível e intangível, tornando-se difícil sua identificação e gestão adequada.

        Antigamente, a lógica do capitalismo na Era Industrial focava apenas no capital financeiro, mas a realidade atual é diferente. As empresas fazem investimentos massivos em conhecimento. Se antes os empresários eram donos das ferramentas e dos materiais de trabalho, agora o trabalhador é quem os carrega, ou seja, seu conhecimento em sua mente. (II) __________(Quanto menos – Assim), quando um trabalhador se desliga da empresa por qualquer razão, uma parte do capital intelectual dela o acompanha.

        É por esse motivo que atualmente, para que uma empresa chegue ao seu valor de mercado, é preciso somar seus ativos tangíveis e intangíveis (capital intelectual), a estrutura de valor de mercado em uma organização pode ser composta por seis capitais: o humano, estrutural, de clientes, organizacional, de inovação e de processos (...).

        Dada a importância do capital intelectual para as organizações modernas, é preciso ficar atento para que processos de reengenharia não o suprimam. Afinal de contas, por mais que a tecnologia e a automação possam incrementar a produtividade e deixar as empresas mais (III) __________(enchutas – enxutas), elas ainda não substituem inteiramente o capital humano. É justamente nele que se iniciam os processos de inovação.

        Na atualidade, é comum encontrar organizações que desenvolvem modelos de educação por meio de universidades corporativas, tanto presenciais quanto virtuais, com o intuito de melhorar a gestão de seu capital intelectual.

        Apesar de ser um capital de difícil mensuração, podemos afirmar que representa o ativo mais rentável às organizações e sem o qual nenhuma empresa alcançaria o sucesso. Logicamente que vale a pena investir nele.


(Texto modificado especificamente para este concurso. Texto original desenvolvido por Juliana Machado Cruz disponível em https://www.infoescola.com/administracao_/capital-intelectual/)

Leia as estruturas adaptadas do texto: “Capital Intelectual” e assinale a alternativa em que a crase não foi empregada corretamente. 
Alternativas
Q1964497 Português

Leia o texto que segue e responda à questão.


Novas gerações são mais frágeis e mimadas?


A partir do trecho “A tendência dos adultos a depreciar o caráter dos jovens vem acontecendo há séculos” (linha 17), julgue os itens abaixo:
I. O vocábulo 'depreciar', caso fosse substituído por 'depreciação', deveria receber acento grave no 'a' que lhe antecede;
II. A forma verbal 'vem' deveria vir acentuada com o acento circunflexo, uma vez que o sujeito com o qual concorda está no plural, qual seja: 'jovens';
III. A permuta da forma verbal impessoal 'há' por 'faz' exigiria que este último fosse colocado na forma plural.
Marque a opção CORRETA:
Alternativas
Q1964496 Português

Leia o texto que segue e responda à questão.


Novas gerações são mais frágeis e mimadas?


A partir do trecho “Pesquisas demonstram que milhares de norte-americanos acreditam que “as crianças de hoje em dia” não possuem certas qualidades que os participantes associam às gerações mais velhas - mas esse resultado não significa necessariamente que os jovens atuais, na verdade, não possuem essas qualidades” (linhas 19 a 22), julgue os itens abaixo:
I. O uso do acento grave, no trecho, se justifica porque a forma verbal 'associam' exige um 'a' e o substantivo 'gerações' admite a anteposição do artigo feminino no plural 'as';
II. O uso do travessão antes da conjunção adversativa 'mas' pode ser, sem prejuízo, substituído por uma vírgula;
III. A expressão 'essas qualidades', no trecho, retoma, por sua vez, a expressão 'certas qualidades'.
Marque a opção CORRETA:
Alternativas
Q1964493 Português

Leia o texto que segue e responda à questão.


Novas gerações são mais frágeis e mimadas?


Levando-se em conta o trecho “E já se especula sobre a geração Z que se recusa a trabalhar das nove às cinco ou questiona se é preciso permanecer no escritório em tempo integral [...]” (linhas 41 e 42), julgue os itens abaixo:
I. A forma verbal 'recusa' pode ter o pronome oblíquo colocado também na forma enclítica;
II. A expressão 'das nove às cinco', se modificada para 'de nove às cinco', continua com acento indicador da crase;
III. O uso de vírgulas no trecho 'que se recusa a trabalhar das nove às cinco ou questiona se é preciso permanecer no escritório em tempo integral' não trará alteração de sentido.
Marque a opção CORRETA:
Alternativas
Q1964387 Português
Leia o texto que segue e responda à questão.

Parlamentares dos EUA enviam carta ao Facebook sobre desinformação russa na plataforma




BARTZ, Diane. Parlamentares dos EUA enviam carta a facebook sobre desinformação
russa na plataforma. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/parlamentares-dos-eua-enviam-carta-ao-facebook-sobre-desinformacao-russa-na-plataforma /. Acesso em 24 de abril de 2022 
A partir do trecho “Estamos removendo conteúdo relacionado à guerra na Ucrânia que viola nossas políticas e trabalhando com verificadores de fatos terceirizados para desmascarar alegações falsas” (linhas 17 e 18), julgue os itens abaixo:
Marque a opção CORRETA:
I. O pronome 'que', antes da forma verbal 'viola', se relaciona sintático-semanticamente com a palavra 'Ucrânia', que está mais próxima;
II. O uso do acento grave no trecho se justifica porque a palavra 'relacionado‟ exige um 'a' e a palavra 'guerra' admite a anteposição do artigo feminino 'a';
III. A troca de 'Estamos removendo' por 'Removeremos' não implica mudança de sentido. 
Alternativas
Q1964386 Português
Leia o texto que segue e responda à questão.

Parlamentares dos EUA enviam carta ao Facebook sobre desinformação russa na plataforma




BARTZ, Diane. Parlamentares dos EUA enviam carta a facebook sobre desinformação
russa na plataforma. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/parlamentares-dos-eua-enviam-carta-ao-facebook-sobre-desinformacao-russa-na-plataforma /. Acesso em 24 de abril de 2022 
A partir do trecho “disse à carta dos senadores Amy Klobuchar e Ben Ray Lujan e o deputado Tony Cardenas e 18 outros” (linhas 06 e 07), julgue os itens abaixo:
I. O vocábulo 'a', antes da palavra 'carta', está corretamente acentuado porque sintático-semanticamente 'carta' é um complemento direto de 'coisa';
II. O vocábulo 'a', antes da palavra 'carta', está corretamente acentuado porque sintático-semanticamente 'carta' é um complemento indireto de 'pessoa';
III. O vocábulo 'a', antes da palavra 'carta', está corretamente acentuado, mas poderia, no mesmo contexto, prescindir do acento.
Marque a opção CORRETA: 
Alternativas
Q1963312 Português

Leia o texto.


Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pela NASA aponta o Brasil como um dos países com maior número de incidências de raios do mundo, alcançando 70 milhões de descargas atmosféricas, um prejuízo de 500 milhões de reais e cerca de 100 pessoas atingidas anualmente no país.


Engenheiros e pesquisadores fizeram uma reanálise do método de proteção contra descargas atmosféricas, desde 2005 e, com isso, uma revisão da norma foi lançada pela Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT), buscando resguardar a estrutura da edificação e zelar pela integridade física de seus ocupantes, a norma NBR 5419:2015.


A NBR 5419 fixa as condições exigíveis ao projeto, instalação e manutenção de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) de estruturas, bem como de pessoas e instalações no seu aspecto físico dentro do volume protegido, e aplica-se às estruturas comuns, utilizadas para fins comerciais, industriais, agrícolas, administrativas ou residenciais, e às estruturas especiais.


O novo texto se baseia no IEC 62305:2010, onde (sic) apresenta novos conceitos para aumentar não só a segurança das estruturas e instalações, mas também (sic) prevê meios de proteger seres vivos contra lesões causadas pelas tensões de passo e toque provenientes de descargas atmosféricas. A norma vem estruturada em quatro partes, dividida em Princípios Gerais, Gerenciamento de Risco, Danos Físicos às Estruturas e Perigo à Vida e Sistemas Elétricos e Eletrônicos Internos na Estrutura”, disse Juliana Bertoni, Coordenadora de Projetos da Focus Engenharia.


Ainda segundo ela, “com uma análise mais rebuscada para a classificação da classe do SPDA (Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas) em que a edificação se enquadrará, a nova NBR 5419 permitirá que os projetos se tornem mais eficientes, pois passa (sic) a analisar a descarga atmosférica sob mais de uma ótica como, por exemplo, leva-se (sic) em conta o raio que cai nas proximidades da edificação e não somente diretamente sobre esta”.


(https://focusengenharia.eng.br/noticias/nbr5419)

Assinale a alternativa cuja crase deveria ser usada de modo obrigatório.
Alternativas
Q1963311 Português

Leia o texto.


Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pela NASA aponta o Brasil como um dos países com maior número de incidências de raios do mundo, alcançando 70 milhões de descargas atmosféricas, um prejuízo de 500 milhões de reais e cerca de 100 pessoas atingidas anualmente no país.


Engenheiros e pesquisadores fizeram uma reanálise do método de proteção contra descargas atmosféricas, desde 2005 e, com isso, uma revisão da norma foi lançada pela Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT), buscando resguardar a estrutura da edificação e zelar pela integridade física de seus ocupantes, a norma NBR 5419:2015.


A NBR 5419 fixa as condições exigíveis ao projeto, instalação e manutenção de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) de estruturas, bem como de pessoas e instalações no seu aspecto físico dentro do volume protegido, e aplica-se às estruturas comuns, utilizadas para fins comerciais, industriais, agrícolas, administrativas ou residenciais, e às estruturas especiais.


O novo texto se baseia no IEC 62305:2010, onde (sic) apresenta novos conceitos para aumentar não só a segurança das estruturas e instalações, mas também (sic) prevê meios de proteger seres vivos contra lesões causadas pelas tensões de passo e toque provenientes de descargas atmosféricas. A norma vem estruturada em quatro partes, dividida em Princípios Gerais, Gerenciamento de Risco, Danos Físicos às Estruturas e Perigo à Vida e Sistemas Elétricos e Eletrônicos Internos na Estrutura”, disse Juliana Bertoni, Coordenadora de Projetos da Focus Engenharia.


Ainda segundo ela, “com uma análise mais rebuscada para a classificação da classe do SPDA (Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas) em que a edificação se enquadrará, a nova NBR 5419 permitirá que os projetos se tornem mais eficientes, pois passa (sic) a analisar a descarga atmosférica sob mais de uma ótica como, por exemplo, leva-se (sic) em conta o raio que cai nas proximidades da edificação e não somente diretamente sobre esta”.


(https://focusengenharia.eng.br/noticias/nbr5419)

Assinale a alternativa que apresenta corretamente a justificativa para a crase em: “A NBR 5419 aplica-se às estruturas comuns”. 
Alternativas
Q1963211 Português

Leia o texto.


O problema da sonegação fiscal é tão antigo quanto os impostos em si. Embora seja comum afirmar que as únicas coisas certas na vida sejam a morte e os impostos, não há dúvida que quase sempre há uma forma de evitar estes últimos, ou pelo menos parte deles. Como os indivíduos, em geral, não gostam de pagar impostos, farão tudo o que puderem para reduzi-los.


(…)


O uso moderno de ferramentas econômicas para a análise da obediência tributária pode ser creditado a Allingham e Sandmo (1972) que estenderam o trabalho de Becker (1968) sobre imposição legal à análise da sonegação fiscal, usando a moderna teoria do risco desenvolvida por Von Neumann e Morgenstern. Desde então, a literatura sobre a análise econômica da sonegação cresceu de forma vertiginosa e, muito provavelmente, nenhum aspecto da obediência à lei tributária escapou ao menos a um exame preliminar.


Sem questionar a relevância de motivações éticas e sociológicas, a análise econômica da obediência tributária focou-se principalmente em como a sonegação pode ser dissuadida pela detecção e pela aplicação de sanções. Trata-se da chamada análise das políticas tributárias de imposição. A tese adotada é a de que o comportamento do contribuinte pode ser visto como o resultado de um cálculo racional, de uma avaliação cuidadosa dos custos e dos benefícios da sonegação. Como mesmo nos sistemas mais simples de imposição tributária os incentivos para cumprimento fiel das obrigações tributárias não são óbvios, esta perspectiva econômica oferece preciosas conclusões que podem ser usadas para derivar medidas apropriadas de políticas públicas.


Por outro lado, dada a complexidade do ambiente econômico em que o contribuinte geralmente toma as decisões acerca da sonegação, constata-se que nenhuma receita simples de política tributária pode ser implementada; não obstante o panorama geral da obediência tributária seja muito mais claro agora do que algumas poucas décadas atrás. Ao menos a literatura mostrou que a sonegação é um problema sério, demasiadamente complexo para ser resolvido, tão somente, por meio de ajustes simples na política tributária, e que o conjunto de instrumentos de controle é bastante vasto.


(Marcelo Lettieri Siqueira e Francisco S. Ramos. Fragmento adaptado de artigo acessado em: www.scielo.br)

Assinale a alternativa cuja frase apresenta o necessário uso da crase como em: “Imposição legal à análise da sonegação fiscal”. 
Alternativas
Q1962970 Português
      Faz parte da natureza humana a incansável busca por relacionamentos ideais. Em se tratando de carreira ou de relações românticas, a tendência é sempre a mesma: apego à falível ideia de que há alguém ou algo perfeito — seja qual for o objeto de desejo. Perfeição significa ausência de falhas ou defeitos em relação a um padrão ideal, no entanto isso não existe, pois ninguém nem lugar nenhum são infalíveis. A perfeição é irreal e inalcançável. O componente das organizações são as pessoas, que trazem em suas bagagens as falhas. Portanto, não haveria a possibilidade de existir uma empresa perfeita.

      Embora algumas companhias já comecem a expor suas imperfeições um pouco mais nas redes sociais, reconhecendo seus erros, e estimulem seus líderes a demonstrar vulnerabilidade, ainda há o discurso estereotipado de que aquele trabalho é o melhor do mundo ou de que aquela empresa é a melhor de todas. Apesar de ser louvável a busca por construir um excelente ambiente de trabalho, disseminar a ilusão de perfeição pode ser altamente prejudicial para as empresas e para seus funcionários, que podem acabar frustrados diante da realidade, muitas vezes mais dura do que o ideal prometido.


Internet: <https://vocerh.abril.com.br> (com adaptações). 
No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.

O emprego do sinal indicativo de crase em “à falível ideia” (segundo período do primeiro parágrafo) é facultativo, logo a sua retirada não prejudicaria a correção gramatical nem o sentido original do texto. 
Alternativas
Q1962747 Português

Texto 3

A Beleza Total

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu- -se em mil estilhaços.

A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito.

Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um dia cerrou os olhos para sempre. Sua beleza saiu do corpo e ficou pairando, imortal. O corpo já então enfezado de Gertrudes foi recolhido ao jazigo, e a beleza de Gertrudes continuou cintilando no salão fechado a sete chaves.

(Carlos Drummond de Andrade)

Assinale a alternativa que apresenta a correta justificativa para o uso da crase em “à revelia” e apresenta uma frase com a mesma situação para esse uso.
Alternativas
Q1962227 Português

Considere o fragmento de texto abaixo para a questão.

Galinhas

RAFAEL BARRETT

   Enquanto não possuía nada além da minha cama e dos meus livros, eu estava feliz. Agora eu possuo nove galinhas e um galo, e minha alma está perturbada. A propriedade me tornou cruel.
  Sempre que comprava uma galinha, amarrava-a por dois dias a uma árvore, para impor a minha morada, destruindo em sua memória frágil o amor a sua antiga residência. Remendei a cerca do meu quintal, a fim de evitar a evasão das minhas aves e a invasão de raposas de quatro e dois pés.
  Eu me isolei, fortifiquei a fronteira, tracei uma linha diabólica entre mim e meu vizinho. Dividi a humanidade em duas categorias: eu, dono das minhas galinhas, e os outros que podiam tirá-las de mim.
   Eu defini o crime. O mundo encheu-se para mim de alegados ladrões, e pela primeira vez eu lancei do outro lado da cerca um olhar hostil. [...]

Texto original: “Galinhas”, de Rafael Barrett (Paraguai, 1910). Texto traduzido para o português acessado em: https://viladeutopia.com.br/galinhas/ (com alterações)

Assinale a alternativa que apresenta uma análise INCORRETA.
Alternativas
Q1961384 Português

Considerando-se o correto emprego da crase em língua portuguesa, assinalar a alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE:


As autoridades prometeram _____ comunidade que auxiliariam os moradores _____ conseguir melhores oportunidades de emprego.

Alternativas
Q1961344 Português

Considerando-se o correto emprego da crase em língua portuguesa, assinalar a alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE:


As autoridades prometeram ____ comunidade que auxiliariam os moradores ____ conseguir melhores oportunidades de emprego.

Alternativas
Q1961036 Português

Conversinha mineira

(Fernando Sabino) 



- É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?

- Sei dizer não senhor: não tomo café.

- Você é dono do café, não sabe dizer?

- Ninguém tem reclamado dele não senhor.

- Então me dá café com leite, pão e manteiga.

- Café com leite só se for sem leite.

- Não tem leite?

- Hoje, não senhor.

- (I) __________ hoje não?

- (II) __________ hoje o leiteiro não veio.

- Ontem ele veio?

- Ontem não.

- Quando é que ele vem?

- Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem. Só que no dia que devia vir em geral não vem.

- Mas ali fora está escrito “Leiteria”!

- Ah, isso está, sim senhor.

- Quando é que tem leite?

- Quando o leiteiro vem.

- Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?

- O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada?

- Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade?

- Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.

- E há quanto tempo o senhor mora aqui?

- Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos.

- Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?

- Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.

- Para que Partido? - Para todos os Partidos, parece.

- Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui.

- Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida...

- E o Prefeito?

- Que é que tem o Prefeito?

- Que tal o Prefeito daqui?

- O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.

- Que é que falam dele?

- Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.

- Você, certamente, já tem candidato.

- Quem, eu? Estou esperando as plataformas.

- Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa?

- Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí...

Observe o uso de crase no excerto a seguir e assinale a alternativa que o justifique.
“- Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não”.
I. Recebe o acento grave o “a” inicial das locuções adverbiais (à noite, à tarde, à beça, à revelia, à deriva, à farta, à vista, à primeira vista, à hora certa, à esquerda, à direita, à toa, à espanhola, à milanesa, à oriental, à ocidental, às vezes, às escondidas, às avessas, às claras, às pressas, à vontade, às ocultas etc.). A crase é formada por palavras femininas.
II. Recebe o acento grave o “a” inicial das locuções prepositivas (à custa de, à força de, à beira de, à espera de, à vista de, à guisa de, à semelhança de, à frente de, às vezes, à razão de, à cata de, à roda de, à mercê de, à base de, à moda de, à maneira de etc.). A crase é formada por palavras masculinas.
III. Recebe o acento grave o “a” inicial das locuções conjuntivas (à medida que, à proporção que, às vezes). A crase é formada por palavras neutras.
Estão corretas as afirmativas: 
Alternativas
Q1960588 Português
Assinale a alternativa que contém uso incorreto de crase:
Alternativas
Q1960352 Português

        Em uma sociedade desigual, aqueles que alcançam o topo querem acreditar que seu sucesso tem justificativa moral. Em uma sociedade de meritocracia* , isso significa que os vencedores devem acreditar que conquistaram o sucesso através do próprio talento e empenho. Quem entra em uma universidade pública de prestígio com credenciais brilhantes se orgulha da conquista e considera que o fez por conta própria. Mas isso, de certa forma, é ilusório. Ainda que seja verdade o fato de a entrada refletir dedicação e empenho, não se pode dizer que foi somente resultado da própria ação. E o que dizer a respeito de pai, mãe e professores que ajudaram ao longo do caminho? E a sorte de viver em uma sociedade que cultiva e recompensa os talentos que eles por acaso têm?

        As pessoas que, por meio de um pouco de esforço e talento, prevalecem em uma meritocracia ficam endividadas de uma forma que a competição ofusca. À medida que a meritocracia se intensifica, o esforço nos absorve tanto que o fato de estarmos endividados sai de vista. Dessa maneira, até mesmo uma meritocracia justa, uma em que não haja trapaça, ou suborno, ou privilégios especiais para os ricos, induz a uma impressão equivocada: de que chegamos lá por conta própria. Os anos de árduo esforço exigidos de candidatos a universidades de elite praticamente os obriga a acreditar que o sucesso deles é resultado das próprias ações, e, se fracassarem, não terão a quem culpar, a não ser a si mesmos.

        Esse é um fardo pesado para pessoas jovens carregarem. Além disso, corrói sensibilidades cívicas. Porque quanto mais pensarmos em nós como pessoas que vencem pelo próprio esforço e que são autossuficientes, mais difícil será aprender a ter gratidão e humildade. E sem esses sentimentos é difícil se importar com o bem comum.

        O ingresso em universidades não é a única ocasião para discussões sobre mérito. Na política contemporânea, há uma abundância de debates acerca de quem merece o quê. Na superfície, esses debates são sobre o que é justo – todo mundo tem oportunidades verdadeiramente iguais para competir por bens desejáveis e posições sociais? No entanto, nossas discordâncias a propósito do mérito não são apenas em relação a ser justo mas também quanto a como definimos sucesso e fracasso, vencer e perder, e o comportamento que vencedores devem direcionar àqueles menos bem-sucedidos do que eles. Essas são questões bastante pesadas e que tentamos evitar, até o momento em que elas se lançam sobre nós. Precisamos perguntar se a solução para nossa política conflituosa é viver mais fielmente pelo princípio do mérito ou buscar um bem comum além da classificação e da luta.

* meritocracia: sistema de recompensa e/ou promoção fundamentado no mérito pessoal


(Michael J. Sandel. A tirania do mérito:

o que aconteceu com o bem comum? Trad. Bhuvi Libanio. – 4ª ed.

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021. Excerto adaptado)

Assinale a alternativa em que, na frase que completa o enunciado a seguir, o acento indicativo da crase está empregado em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa.


O debate sobre a meritocracia envolve o comportamento que vencedores devem direcionar...

Alternativas
Q1960323 Português
Assinale a alternativa, onde não pode ocorrer a crase.
Alternativas
Respostas
1801: B
1802: D
1803: C
1804: A
1805: D
1806: E
1807: B
1808: E
1809: C
1810: E
1811: C
1812: E
1813: A
1814: C
1815: D
1816: D
1817: A
1818: B
1819: D
1820: A