Questões de Português - Denotação e Conotação para Concurso
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O que uma menina de 9 anos tem a nos ensinar sobre propósito?
Encontrar um propósito através do qual se consiga deixar sua marca no mundo ou um sentido para aquilo que se faz todos os dias tornou-se um fenômeno.
Luciana Rodrigues 6 de abril de 2022
Em uma das despretensiosas conversas que tive com a Isadora, minha filha de 9 anos, ela soltou, como quem não quer nada: “Sabia que todo mundo quer ser lembrado?”. Sem entender muito bem como ela tinha chegado a essa conclusão, pedi-lhe para que me contasse um pouco mais sobre essa sua observação.
“Quando eu crescer, quero abrir um café. Acho triste passar pelo mundo sem deixar alguma coisa para as pessoas lembrarem da gente”. Mesmo sem saber ao certo de onde veio essa inspiração repentina, confesso que meu lado mãe-fã-númeroum ficou super orgulhoso.
Indo além das paredes do meu apartamento, encontrar um propósito, através do qual se consiga, de fato, deixar sua marca no mundo – como sonha a Isadora –, ou ainda, conseguir um sentido para aquilo que se faz todos os dias, tornou-se um fenômeno que une de tech-nerds do Vale do Silício a profissionais dos mais variados cargos e salários pelo Brasil e o mundo. Obviamente, isso só é possível quando a base da Pirâmide de Maslow (lembra dela?) está muito bem estabelecida.
Nos EUA, existe até um nome para esse movimento: “The Great Resignation” ou “A Grande Demissão”. Segundo o U.S. Department of Labor, só no último mês de fevereiro, 4,4 milhões de americanos deixaram seus empregos formais. Os motivos para esses números vão do desejo de fazer mudanças drásticas na carreira à necessidade de largar a profissão para cuidar de crianças ou parentes idosos. Além de sintomas típicos dos tempos atuais, como o burnout e o sentimento de abismo existente entre o que as pessoas acreditam e os valores do seu empregador.
Os números não afirmam, categoricamente, qual é o principal fator para essa debandada de trabalhadores, mas uma coisa é certa: para milhões de pessoas ao redor do mundo, a pandemia veio para rever suas prioridades. A remuneração deixa de ser o fator decisivo para a permanência em um emprego, ganhando relevância questões que, há poucos anos, ficavam em segundo plano, como modelos híbridos e flexíveis de trabalho, tempo gasto em deslocamentos, equilíbrio maior entre vida pessoal x trabalho, e até mesmo afinidade com o propósito da empresa.
Para Ariana Huffington: “A Grande Demissão na verdade é uma Grande Reavaliação. O que as pessoas estão abandonando é uma cultura de esgotamento e uma definição quebrada de sucesso. Ao deixar seus empregos, as pessoas estão afirmando seu desejo por uma maneira diferente de trabalhar e viver”.
Conheci uma dessas histórias de perto, em um dos encontros mensais que organizo na empresa em que atuo como CEO. A ideia dos bate-papos é trazer novos repertórios para dentro da nossa rotina de trabalho, com convidados que, à primeira vista, não têm nada a ver com o nosso “core-business”, mas que ajudam imensamente a furar a bolha em que vivemos.
Um desses convidados foi uma enfermeira. Uma mulher muito culta, expansiva e encantadora que, no alto dos seus 30 anos, decidiu dar uma guinada em sua vida. Depois de um período sabático pela América Latina, decidiu abandonar uma carreira bem-sucedida na área do entretenimento e estudar enfermagem. Uma profissão com menos perspectivas financeiras, mas completamente alinhada com o seu chamado.
“Para alguns, hospital significa morte. Para mim, é sinônimo de vida”. Essa foi uma das frases ditas por ela que mais me impactou em seu depoimento, e que, por semanas, me fez refletir sobre sua história de coragem e seu olhar transformador.
Mas não espere respostas certas nos momentos certos. Cada um tem seu tempo e suas formas de encontrá-las. Sabemos tão pouco sobre nós. Por isso, investir seu tempo (que também é dinheiro) em coisas que ninguém pode tirar de você, como autoconhecimento, é a decisão mais sábia que você pode tomar. É um processo transformador, que envolve desconforto, mas que vai te colocar numa posição de maior controle das suas emoções.
Não passe uma vida inteira esperando algo que ninguém jamais poderá lhe oferecer.
E, se eu pudesse dar mais uma dica, seria: assim como no mercado financeiro, nunca invista todo seu patrimônio em só um ativo. Não fique esperando que o trabalho supra todas as suas necessidades. Encontre um hobby. Dedique-se a um trabalho voluntário. Seja mentor de um jovem aprendiz. Ou, então, coloque no papel um plano para daqui a 2 anos e persiga-o incansavelmente.
Talvez “A Grande Demissão” seja um movimento coletivo de pessoas querendo encontrar seu verdadeiro propósito aqui na Terra. Ou, talvez, uma oportunidade para que consigam usar suas histórias para dar sentido às próprias vidas. Mas também pode ser apenas o reflexo de dois anos trancados em casa, e o desejo por uma mudança, seja ela qual for.
Na animação da Pixar “Viva – A Vida é uma Festa”, de que aliás, a Isadora é fã, é contada a história do “Dia de Los Muertos”, típica tradição mexicana de celebração aos que se foram. Diz-se que, após a morte de uma pessoa, ela vai para o mundo dos mortos e permanece lá apenas enquanto os vivos ainda se lembrarem dela. Quando for esquecida, aí, sim, será seu verdadeiro fim.
Não posso afirmar que veio daí a inspiração para a reflexão inicial da Isa, mas a conversa, que começou com uma questão existencial, terminou com: “Mamãe, qual é o sentido da vida?”. Dei a última mordida no pão de queijo e respondi: “Isa, que tal fazermos um brigadeiro?”
Luciana Rodrigues é CEO da Grey Brasil, conselheira do board da Junior Achievement, membro do conselho da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial e do comitê estratégico de presidentes da Amcham.
Vocabulário:
• tech-nerds: estudiosos de tecnologia.
• CEO: diretor executivo.
• core-business: negócios principais.
• burnout: síndrome de esgotamento mental no trabalho.
• hobby: passatempo, atividade para lazer.
RODRIGUES, Luciana. O que uma menina de 9 anos tem a
nos ensinar sobre propósito? Forbes Brasil, 06 de abril de
2022. Colunas. Disponível em:
https://forbes.com.br/coluna/2022/04/luciana-rodrigues-o-que-uma-menina-de-9-anos-tem-a-nos-ensinar-sobre-proposito/.
Leia o texto abaixo e responda ao que se pede.
Cordão dos come-saco
Pois essa pelinha, irmãos, é de matéria plástica comestível. Foi inventada por um Thomas Edison das salsichas e aprovou num instante. E baseada nessa aprovação é que uma fábrica de embalagens estudou a possibilidade de fazer sacos para carregar comida das mercearias para o lar, capazes de serem comidos, isto é, um saco de matéria plástica parecida com o das salsichas, que seriam vendidos aos armazéns e utilizados pelos fregueses para transportar a mercadoria comprada. Entenderam, ou tem leitor retardado mental?
Agora, que fica bacaninha, isto fica. Num instante vão aparecer os estetas dos refogados, para melhor aproveitamento do saco (...), e os jornais , nas suas seções dominicais de culinária, terão títulos como este: “Saquinho de siri”, “Saco au champignon”, “Saco à la façon du chef”, etc, etc.
E parece até que aqui o neto do Dr. Armindo está vendo uma dessas grã-finas, sempre mais preocupadas com o aspecto exterior do que com o aspecto interior, fazendo um rigoroso regime alimentar e dizendo para a empregada, quando esta volta do mercadinho com as compras:
- Para mim não precisa preparar almoço, não. Eu como só o saco.
PONTE PRETA, Stanislaw
O que uma menina de 9 anos tem a nos ensinar sobre propósito?
Encontrar um propósito através do qual se consiga deixar sua marca no mundo ou um sentido para aquilo que se faz todos os dias tornou-se um fenômeno.
Luciana Rodrigues 6 de abril de 2022
Em uma das despretensiosas conversas que tive com a Isadora, minha filha de 9 anos, ela soltou, como quem não quer nada: “Sabia que todo mundo quer ser lembrado?”. Sem entender muito bem como ela tinha chegado a essa conclusão, pedi-lhe para que me contasse um pouco mais sobre essa sua observação.
“Quando eu crescer, quero abrir um café. Acho triste passar pelo mundo sem deixar alguma coisa para as pessoas lembrarem da gente”. Mesmo sem saber ao certo de onde veio essa inspiração repentina, confesso que meu lado mãe-fã-número-um ficou super orgulhoso.
Indo além das paredes do meu apartamento, encontrar um propósito, através do qual se consiga, de fato, deixar sua marca no mundo – como sonha a Isadora –, ou ainda, conseguir um sentido para aquilo que se faz todos os dias, tornou-se um fenômeno que une de tech-nerds do Vale do Silício a profissionais dos mais variados cargos e salários pelo Brasil e o mundo. Obviamente, isso só é possível quando a base da Pirâmide de Maslow (lembra dela?) está muito bem estabelecida.
Nos EUA, existe até um nome para esse movimento: “The Great Resignation” ou “A Grande Demissão”. Segundo o U.S. Department of Labor, só no último mês de fevereiro, 4,4 milhões de americanos deixaram seus empregos formais. Os motivos para esses números vão do desejo de fazer mudanças drásticas na carreira à necessidade de largar a profissão para cuidar de crianças ou parentes idosos. Além de sintomas típicos dos tempos atuais, como o burnout e o sentimento de abismo existente entre o que as pessoas acreditam e os valores do seu empregador.
Os números não afirmam, categoricamente, qual é o principal fator para essa debandada de trabalhadores, mas uma coisa é certa: para milhões de pessoas ao redor do mundo, a pandemia veio para rever suas prioridades. A remuneração deixa de ser o fator decisivo para a permanência em um emprego, ganhando relevância questões que, há poucos anos, ficavam em segundo plano, como modelos híbridos e flexíveis de trabalho, tempo gasto em deslocamentos, equilíbrio maior entre vida pessoal x trabalho, e até mesmo afinidade com o propósito da empresa.
Para Ariana Huffington: “A Grande Demissão na verdade é uma Grande Reavaliação. O que as pessoas estão abandonando é uma cultura de esgotamento e uma definição quebrada de sucesso. Ao deixar seus empregos, as pessoas estão afirmando seu desejo por uma maneira diferente de trabalhar e viver”.
Conheci uma dessas histórias de perto, em um dos encontros mensais que organizo na empresa em que atuo como CEO. A ideia dos bate-papos é trazer novos repertórios para dentro da nossa rotina de trabalho, com convidados que, à primeira vista, não têm nada a ver com o nosso “core-business”, mas que ajudam imensamente a furar a bolha em que vivemos.
Um desses convidados foi uma enfermeira. Uma mulher muito culta, expansiva e encantadora que, no alto dos seus 30 anos, decidiu dar uma guinada em sua vida. Depois de um período sabático pela América Latina, decidiu abandonar uma carreira bem-sucedida na área do entretenimento e estudar enfermagem. Uma profissão com menos perspectivas financeiras, mas completamente alinhada com o seu chamado.
“Para alguns, hospital significa morte. Para mim, é sinônimo de vida”. Essa foi uma das frases ditas por ela que mais me impactou em seu depoimento, e que, por semanas, me fez refletir sobre sua história de coragem e seu olhar transformador.
Mas não espere respostas certas nos momentos certos. Cada um tem seu tempo e suas formas de encontrá-las. Sabemos tão pouco sobre nós. Por isso, investir seu tempo (que também é dinheiro) em coisas que ninguém pode tirar de você, como autoconhecimento, é a decisão mais sábia que você pode tomar. É um processo transformador, que envolve desconforto, mas que vai te colocar numa posição de maior controle das suas emoções.
Não passe uma vida inteira esperando algo que ninguém jamais poderá lhe oferecer.
E, se eu pudesse dar mais uma dica, seria: assim como no mercado financeiro, nunca invista todo seu patrimônio em só um ativo. Não fique esperando que o trabalho supra todas as suas necessidades. Encontre um hobby. Dedique-se a um trabalho voluntário. Seja mentor de um jovem aprendiz. Ou, então, coloque no papel um plano para daqui a 2 anos e persiga-o incansavelmente.
Talvez “A Grande Demissão” seja um movimento coletivo de pessoas querendo encontrar seu verdadeiro propósito aqui na Terra. Ou, talvez, uma oportunidade para que consigam usar suas histórias para dar sentido às próprias vidas. Mas também pode ser apenas o reflexo de dois anos trancados em casa, e o desejo por uma mudança, seja ela qual for.
Na animação da Pixar “Viva – A Vida é uma Festa”, de que aliás, a Isadora é fã, é contada a história do “Dia de Los Muertos”, típica tradição mexicana de celebração aos que se foram. Diz-se que, após a morte de uma pessoa, ela vai para o mundo dos mortos e permanece lá apenas enquanto os vivos ainda se lembrarem dela. Quando for esquecida, aí, sim, será seu verdadeiro fim.
Não posso afirmar que veio daí a inspiração para a reflexão inicial da Isa, mas a conversa, que começou com uma questão existencial, terminou com: “Mamãe, qual é o sentido da vida?”. Dei a última mordida no pão de queijo e respondi: “Isa, que tal fazermos um brigadeiro?”
Luciana Rodrigues é CEO da Grey Brasil, conselheira do
board da Junior Achievement, membro do conselho da
Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial e do comitê
estratégico de presidentes da Amcham.
RODRIGUES, Luciana. O que uma menina de 9 anos tem a
nos ensinar sobre propósito? Forbes Brasil, 06 de abril de
2022. Colunas. Disponível em:
https://forbes.com.br/coluna/2022/04/luciana-rodrigues-oque-uma-menina-de-9-anos-tem-a-nos-ensinar-sobreproposito/.
Texto para o item.
Murilo Toretta. Arroz com feijão: perfeitos para a sua saúde.
In: Viva Saúde, ano 15, ed. 209, 2021 (com adaptações).
Com relação às informações e aos sentidos do texto, julgue o item.
A palavra “casamento” (linha 7) apresenta sentido
conotativo no texto.
A informação acima foi empregada no texto 1 com sentido:
O ESPETÁCULO DA VIDA
(1º§) Que você seja um grande empreendedor. Quando empreender, não tenha medo de falhar. Quando falhar, não tenha receio de chorar. Quando chorar, repense a sua vida, mas não recue. Dê sempre uma nova chance para si mesmo.
(2º§) Que você seja contemplado por encontrar um oásis em seu deserto. Os perdedores veem os raios. Os vencedores veem a chuva e a oportunidade de cultivar. Os perdedores paralisam-se diante das perdas e dos fracassos. Os vencedores começam tudo de novo.
(3º§) Que você seja sabedor de que o maior carrasco do ser humano é ele mesmo. Não seja escravo dos seus pensamentos negativos. Liberte-se da pior prisão do mundo: o cárcere da emoção. O destino raramente é inevitável, mas sim uma escolha. Escolha ser um ser humano consciente, livre e inteligente.
(4º§) Que você seja consciente de que sua vida é mais importante do que todo o ouro do mundo. Mais bela que as estrelas: obra-prima do Autor da vida. Apesar dos seus defeitos, você não é um número na multidão. Ninguém é igual a você no palco da vida. Você é um ser humano insubstituível.
(5º§) Que você seja um persistente dos seus anseios e que jamais desista das pessoas que ama. Jamais desista de ser feliz. Lute sempre pelos seus sonhos. Seja profundamente apaixonado pela vida. Pois a vida é um espetáculo imperdível.
(Dr. Augusto Cury. Médico Psiquiatra, Professor e Escritor) - (Adaptado)
Analise as assertivas:
I.A numeração crescente em: "jamais¹ desista das² pessoas que³ ama! - identifica: advérbio dissílabo oxítono, contração prepositiva imposta pela regência verbal, pronome relativo.
II.Em: "Escolha ser um ser humano consciente" - temos exemplo de homônimos perfeitos, conforme orientam os estudos semânticos.
III.O período: "Mais bela que as estrelas: obra-prima do Autor da vida" é denotativo escrito com elementos coesivos com ideia consecutiva.
IV.A primeira oração do período: "O destino raramente é inevitável, mas sim uma escolha" - está escrita com objeto direto, a segunda oração é coordenativa adversativa.
V.O pronome da oração: "Você é um ser humano insubstituível". - comprova um interlocutor direto.
Estão CORRETOS, apenas:
I. O humor da tira consiste no fato de o inglês, atualmente, ser considerada uma língua universal e, por isso, uma das cobras sugere o contato nesse idioma.
II. Os termos “Eu” e “aqui” (quadro 2) são dêiticos, cujas referências são estabelecidas por informações dadas pelo contexto.
III. Os vocábulos “frio” e “indiferente” (quadro 3) marcam o uso da linguagem conotativa cujo efeito é a personificação do universo.
IV. A interjeição “Ei!” (quadro 1) é mobilizada para chamar a atenção da outra cobra.
Disponível em: https://gq.globo.com/Corpo/Saude/noticia/2018/08/o-que-acontece-com-seu-corpo-quando-voce-para-defumar.html. Acesso em: 24 jan. 2022.
( ) Em “Apague o cigarro e...” o sentido denotativo aponta para o pressuposto de que o cigarro está aceso.
( ) Está implícito que o enunciado do cartaz toma o interlocutor como fumante.
( ) A gradação do tempo sem o uso do cigarro obedece sempre a mesma proporcionalidade.
( ) Quem fica 15 anos sem fumar passa a ter saúde equivalente à de quem nunca fumou.
( ) O nível de oxigênio aumenta em apenas 8 horas sem cigarro, mas para a função pulmonar melhorar em até 30% são necessários até 3 meses.
( ) Depois de 15 anos sem cigarro, os riscos de câncer de pulmão chegam a zero.
( ) Em “Apague o cigarro e...” o uso de reticências indica a necessidade da complementação de ideia.
Me chamem de velha
Desde que a juventude virou não mais uma fase da vida, mas uma vida inteira, temos convivido com essas tentativas de tungar a velhice também no idioma. Vale tudo. Asilo virou casa de repouso, como se isso mudasse o significado do que é estar apartado do mundo. Velhice virou terceira idade e, a pior de todas, “melhor idade”.
Chamar de idoso aquele que viveu mais é arrancar seus dentes na linguagem. Velho é uma palavra com caninos afiados – idoso é uma palavra banguela. Velho é letra forte. Idoso é fisicamente débil, palavra que diz de um corpo, não de um espírito. Idoso fala de uma condição efêmera, velho reivindica memória acumulada. Idoso pode ser apenas “ido”, aquele que já foi. Velho é – e está.
Basta evocar a literatura para perceber a diferença. Alguém leria um livro chamado “O idoso e o mar”? Não. Como idoso o pescador não lutaria com aquele peixe. Imagine então essa obra-prima de Guimarães Rosa, do conto “Fita Verde no Cabelo”, submetida ao termo “idoso”: “Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam…”.
Velho é uma conquista. Idoso é uma rendição.
BRUM, Eliane. Disponível em: https://geledes.org.br. Acesso em: 02 mar. 2022.
Covid-A?
Tempos de crise, pandemia,
O que fazer?
Para onde correr?
Balbúrdia, parcimônia,
Equilíbrio, frenesi,
Provocam insônia.
Tudo vem à tona
Não se isolar ou morrer?
Viver sem comer?
Insolucionável!
(Autoria exclusiva)
OBSERVAÇÃO: no ano de 2020, diversos países adotaram
medidas sanitárias em decorrência da epidemia de
COVID-19. Entre as medidas, destacam-se o isolamento e o
distanciamento social, o uso de máscaras e a adoção de
medidas de higiene e limpeza.
Leia o texto 'Covid-A?' e, em seguida, analise as afirmativas abaixo:
I. O poema é permeado por questionamentos que sugerem o clima de descontração do eu-lírico e seu ceticismo diante da vida.
II. No texto, é possível identificar um extenso uso da linguagem conotativa para apresentar argumentos em favor da manutenção da política econômica brasileira.
Marque a alternativa CORRETA:
( ) Infelizmente, a notícia não é boa: nosso amigo tornou-se escravo das drogas. ( ) Na excursão, por acidente, quebramos o galho de uma árvore. ( ) Tenho doces recordações do passado, apesar das amargas desilusões. ( ) Os cometas possuem longas caudas luminosas. ( ) As horas pingaram tão rapidamente que a noite logo chegou. ( ) Há pessoas que têm o coração de pedra.
Assinale a alternativa que registra a sequência CORRETA de D e C de cima para baixo:
Leia o texto a seguir para responder à questão.
A mudança linguística e as normas
Dizer que a língua muda com o tempo já não parece novidade para ninguém. Basta uma breve comparação entre textos de épocas diferentes para constatar isso.
É claro que, ao cotejar textos de momentos distantes no tempo, fica mais fácil perceber as diferenças. Difícil, porém, é lidar com a fluidez da língua, com a sua natural instabilidade. Afinal, quando se constata que a mudança se efetivou?
Dada a grande dificuldade, se não a impossibilidade, de determinar com precisão o que já é e o que deixou de ser, ou seja, aquilo que é novo e veio para ficar e aquilo que não serve mais, parece mais fácil continuar ensinando a velha norma-padrão, que, não sendo ela própria a língua, mas uma espécie de fotograma dentro de um continuum, se deixa pegar, segurar e pode ser apresentada como se constituísse um todo logicamente organizado.
Talvez por isso é que exista tanta resistência não à mudança em si, mas antes ao seu reconhecimento. Daí certa concessão, mesmo entre professores, a um suposto “falar cotidiano”, que seria diferente da “norma culta” e, portanto, “permitido” em situações de informalidade. O problema, porém, é mais complexo que isso.
O professor Carlos Alberto Faraco, da UFPR, tem uma explicação: “Em primeiro lugar, é importante ter claro que oralidade não se confunde com informalidade. As modalidades da língua podem ser mais formais e mais informais. De resto, os falantes tendem a achar que falam sempre a mesma língua no correr de toda a sua vida. São raras as situações em que se dão conta de que mudam sua fala. Vive-se sob a ilusão do permanente e não se capta o movimento contínuo”, afirma.
No campo lexical, as coisas parecem menos problemáticas. É fácil perceber a chegada de uma palavra nova e dificilmente alguém, em sã consciência, lamenta o desaparecimento de uma antiga. Embora os neologismos (e os empréstimos linguísticos) à primeira vista dividam opiniões, sendo rechaçados por uns e acolhidos por outros, a tendência é que, tendo utilidade na comunicação, ganhem seu lugar no léxico da língua. Já os termos que perdem relevância (por diversos motivos) vão sendo esquecidos, saem do uso e são reconhecíveis nos dicionários e nos textos de outras épocas.
Palavras também podem mudar de significado.
Permanecem na língua, mas usadas em diferentes contextos. Quem hoje diria que “formidável” já quis dizer “terrível” e que “roxo” já foi “vermelho”? Esse processo também ocorre em outros domínios da língua, nos quais, todavia, é frequentemente visto como deterioração. “Quando algum fenômeno de mudança é percebido, ele é logo classificado de erro.
Há aí qualquer coisa na psicologia humana que nós, linguistas, não sabemos explicar. O fato é que a língua em uso muda e muda inexoravelmente”, diz Faraco.[...]
*Thaís Nicoleti, consultora de língua portuguesa da Folha.
Adaptado
https://thaisnicoleti.blogfolha.uol.com.br
A palavra “inexorável” NÃO apresenta o seguinte sentido:
INSTRUÇÃO: Leia o Texto 3 a seguir e responda à questão que a ele se refere.
I. Entre os recursos usados para a construção do sentido do texto, encontra-se o paradoxo.
II. O uso reiterado da onomatopeia reforça a ideia de “trabalhar sem parar”, do 1.º quadro.
III. A expressão “ganhar a vida” foi usada em sentido denotativo, significando “sustentar-se”.
IV. Infere-se, a partir do texto, que há outros aspectos importantes na vida além do trabalho.
Estão CORRETAS as afirmativas:
INSTRUÇÃO: Leia o Texto 3 a seguir e responda à questão que a ele se refere.
Sobre o Texto 3, analise as afirmativas que se seguem.
I. Entre os recursos usados para a construção do sentido do texto, encontra-se o paradoxo.
II. O uso reiterado da onomatopeia reforça a ideia de “trabalhar sem parar”, do 1.º quadro.
III. A expressão “ganhar a vida” foi usada em sentido denotativo, significando “sustentar-se”.
IV. Infere-se, a partir do texto, que há outros aspectos importantes na vida além do trabalho.
Estão CORRETAS as afirmativas:
Texto 2
Com relação às ideias e aos sentidos do texto, julgue (C ou E) o item a seguir.
O neologismo “‘bandeirantemente’” (linha 19)
descreve, em linguagem conotativa, o pioneirismo de
Mário de Andrade como modernista brasileiro e sua
preferência por não se apresentar simplesmente como
um artista regido pelos ideais futuristas de Marinetti, e
sim por ideais libertários.
I. Em determinado(s) trecho(s), o rio Negro aparece personificado, constituindo isso uma figura de linguagem denominada prosopopeia.
II. Observa-se conotação no seguinte trecho: “suas águas de veludo testemunharam a glória de grandes tuxauas”.
III. No início do terceiro parágrafo, a oração principal não apresenta sequência após a oração adjetiva explicativa.
IV. Uma ideia do texto é que, quem nasce à beira-mar, tem dificuldade para entender o modo de vida de populações ribeirinhas.
V. O rio Negro, em virtude de em suas margens terem surgido civilizações indígenas, não é menos importante que rios como o Nilo, no Egito.
Assinale a alternativa CORRETA:
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder à questão que a ele se refere.