Questões de Concurso
Sobre denotação e conotação em português
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( ) A palavra “magrelas” (l. 12) foi usada no seu sentido denotativo.
( ) Em “Na terra dos contos de fadas de Andersen” (l. 37) há um exemplo de perífrase.
( ) O segmento “a cidade mais populosa da Alemanha” (l. 31 e 32) é especificador de “Berlim”.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
(ALVES, Rubem. A morte lhe cai bem. Jornal Vanguarda. Categoria: Crônicas._São Paulo, 09 abr l l t h , 2008. Disponível em: www.j.vanguarda.com.br/site2012/category/cronicas. Acesso em:04 de out de 2012.
"Você colocou a nossa felicidade no lixo." (linha 33)
(ALVES, Rubem. A morte lhe cai bem. Jornal Vanguarda. Categoria: Crônicas._São Paulo, 09 abr l l t h , 2008. Disponível em: www.j.vanguarda.com.br/site2012/category/cronicas. Acesso em:04 de out de 2012.
" Todos os dias passa uma grana preta nas tuas mãos e não tens a coragem de pensar no futuro da tua família." (linhas 25-26)
(ALVES, Rubem. A morte lhe cai bem. Jornal Vanguarda. Categoria: Crônicas._São Paulo, 09 abr l l t h , 2008. Disponível em: www.j.vanguarda.com.br/site2012/category/cronicas. Acesso em:04 de out de 2012.
"- Esta gente é criminosa, mulher." (linha 24)
(ALVES, Rubem. A morte lhe cai bem. Jornal Vanguarda. Categoria: Crônicas._São Paulo, 09 abr l l t h , 2008. Disponível em: www.j.vanguarda.com.br/site2012/category/cronicas. Acesso em:04 de out de 2012.
"- Porque você é um banana." (linha 8)
(ALVES, Rubem. A morte lhe cai bem. Jornal Vanguarda. Categoria: Crônicas._São Paulo, 09 abr l l t h , 2008. Disponível em: www.j.vanguarda.com.br/site2012/category/cronicas. Acesso em:04 de out de 2012.
"Dona Violeta entrou em casa espumando pela boca." (linha 1)
Cair do cavalo
Todo mundo um dia cai do cavalo, alguns literalmente inclusive. Cair do cavalo é perder o equilíbrio e o movimento ao mesmo tempo. É bater com toda a força no chão e em seguida ficar prostrado, incapaz de planejar o próximo movimento. Cair do cavalo dói não apenas pelo impacto em si, mas porque nos arranca do conforto da rotina. Paranoicos, hipocondríacos, precavidos, todo mundo cai do cavalo do mesmo jeito, ou seja, sem aviso prévio. E ninguém consegue evitar a perplexidade e a indignação ao verificar, na própria pele, um dos fatos mais banais da existência: coisas dão errado.
Se as tijoladas do destino são mais a regra do que a exceção, deveríamos estar mais preparados para lidar com doenças, separações, mortes, problemas de dinheiro, frustrações em geral – mas o fato é que nunca estamos. Somos comovedoramente ingênuos e distraídos, pelo menos até o primeiro grande tombo.
De volta à terra firme, quando já não há dúvida de que, enfim, sobrevivemos, cada pessoa elabora o sofrimento da forma que pode e sabe. Alguns naufragam na autopiedade, outros veem suas forças exauridas pelo próprio esforço de enfrentar a tormenta. Muitos sentem a necessidade de extrair sentido do sofrimento, atribuindo algum propósito à experiência e propondo a si mesmos uma espécie de jogo do (des)contente: sofri, mas aprendi. (Foi o caso, por exemplo, de Reynaldo Gianecchini, que em todas as entrevistas depois do fim do tratamento do câncer fez questão de falar sobre o lado transcendente da doença.) Há aqueles, porém, em que o sofrimento apenas acentua traços de personalidade que já existiam: o egoísta torna-se intratável, o tímido recolhe-se ainda mais, o extrovertido abusa da grandiloquência. (Lula, na primeira grande entrevista depois do fim do tratamento, falou da doença com a mesma ênfase barroca que usa para florear todos os assuntos, da economia internacional às derrotas do Corinthians: “Se eu perdesse a voz, estaria morto” ou “Estava recebendo uma Hiroshima dentro de mim”.)
O ensaísta francês Michel de Montaigne (1533-1592) também caiu do cavalo – concreta e metaforicamente – e essa experiência foi determinante para tudo o que ele viria a produzir depois. A tese é apresentada na deliciosa biografia do filósofo lançada há pouco no Brasil: Como Viver – Uma biografia em uma pergunta e vinte tentativas de respostas, da escritora inglesa Sarah Bakewell. O acidente quase fatal, sustenta a autora, ajudou Montaigne a desencanar das preocupações com o futuro e prestar mais atenção no presente e nele mesmo. Seus magníficos Ensaios, escritos nos 20 anos seguintes ao acidente, nada mais são do que a tentativa de ficar alerta às próprias sensações e experiências e buscar a paz de espírito – o “como viver” do título.
Para Montaigne, a vida é aquilo que acontece quando estamos fazendo outros planos, e nossa atenção tem que estar o tempo todo sendo reorientada para onde ela deveria estar: aqui e agora. Cair do cavalo pode ser inevitável, mas prestar atenção na paisagem é o que faz o passeio valer a pena.
LAITANO, Claudia. In: Zero Hora, Porto Alegre,
7 de abril de 2012, p. 2.
O ciclista
Curvado no guidão lá vai ele numa chispa. Na esquina dá com o sinal vermelho e não se perturba - levanta voo bem na cara do guarda crucificado. No labirinto urbano persegue a morte com o trim-trim da campainha: entrega sem derreter sorvete a domicílio.
É sua lâmpada de Aladino a bicicleta e, ao sentar-se no selim, liberta o gênio acorrentado ao pedal. Indefeso homem, frágil máquina, arremete impávido colosso, desvia de fininho o poste e o caminhão; o ciclista por muito favor derrubou o boné.
Atropela gentilmente e, vespa furiosa que morde, ei-lo defunto ao perder o ferrão. Guerreiros inimigos trituram com chio de pneus o seu diáfano esqueleto. Se não se estrebucha ali mesmo, bate o pó da roupa e - uma perna mais curta - foge por entre nuvens, a bicicleta no ombro.
Opõe o peito magro ao para-choque do ônibus. Salta a poça d'água no asfalto. Num só corpo, touro e toureiro, golpeia ferido o ar nos cornos do guidão.
Ao fim do dia, José guarda no canto da casa o pássaro de viagem. Enfrenta o sono trim-trim a pé e, na primeira esquina, avança pelo céu na contramão, trim-trim.
I. O ciclista, cansado e sonolento, ainda ouve o som da campainha que usa durante suas viagens.
II. A expressão “avança pelo céu na contramão" sugere um estado de leveza, um espairecer após o “voo ciclístico".
III. A bicicleta, nesta última frase do texto, é vista como um instrumento mágico, capaz de dar ao ciclista sensação de liberdade.
IV. Estando o ciclista cansado e sonolento, não ouve mais o som da campainha que usa durante suas viagens.
verifica-se que está(ão) correta(s)
Falta de disciplina para fazer os depósitos e saques não programados prejudicam quem quer poupar para o futuro. “A contribuição deve ser encarada como uma despesa da casa, assim como as contas de água e luz", diz Carolina Wanderley, consultora sênior de previdência privada da empresa de investimentos Mercer. Ou seja, não se deve “pular" o investimento na previdência em meses de dinheiro curto, muito menos usar o montante reservado nela para cobrir despesas acima do normal.
Para contornar imprevistos desse gênero, os especialistas recomendam pedir ao banco que as mensalidades sejam postas em débito automático ou cobradas via boleto e manter um segundo investimento – como uma poupança – destinado a “apagar incêndios".
Uma noite, voltando de metrô para casa, como fazia cinco vezes por semana, onze meses por ano, ele ouviu uma voz. Estava exausto, com o nó da gravata frouxo no pescoço, o colarinho desabotoado, a cabeça jogada para trás, o walkman a todo o volume e os fones enterrados nos ouvidos. De repente, antes mesmo de poder perceber a interrupção, a música que vinha ouvindo cessou sem explicações e, ao cabo de um breve silêncio, no lugar dela surgiu uma voz que ele não sabia nem como, nem de quem, nem de onde. Ergueu a cabeça. Olhou para os lados, para os outros passageiros. Mas era só ele que a ouvia. Falava aos seus ouvidos. Recompôs-se. A voz lhe disse umas tantas coisas, que ele ouviu com atenção, que era justamente o que ela pedia. Poderia ter cutucado o vizinho de banco. Poderia ter saído do metrô e corrido até em casa para anunciar o fato extraordinário que acabara de acontecer. Poderia ter sido tomado por louco e internado num hospício. Poderia ter passado o resto da vida sob o efeito de tranquilizantes. Poderia ter perdido o emprego e os amigos. Poderia ter vivido à margem, isolado, abandonado pela família, tentando convencer o mundo do que a voz lhe dissera. Poderia não ter tido os filhos e os netos que acabou tendo. Poderia ter fundado uma seita. Poderia ter feito uma guerra. Poderia ter arregimentado seus seguidores entre os mais simples, os mais fracos e os mais idiotas. Poderia ter sido perseguido. Poderia ter sido preso. Poderia ter sido assassinado, crucificado, martirizado. Poderia vir a ser lembrado séculos depois, como líder, profeta ou fanático. Tudo por causa da voz. Mas entre os mandamentos que ela lhe anunciou naquela primeira noite em que voltava de metrô para casa, e que lhe repetiu ao longo de mais cinquenta e tantos anos em que voltou de metrô para casa, o mais peculiar foi que não a mencionasse a ninguém, em hipótese alguma. E, como ele a ouvia com atenção, ao longo desses cinquenta e tantos anos nunca disse nada a ninguém, nem à própria mulher quando chegou em casa da primeira vez, muito menos aos filhos quando chegaram à idade de saber as verdades do mundo. Acatou o que lhe dizia a voz. Continuou a ouvi-la todos os dias, sempre com atenção, mas para os outros era como se nunca a tivesse ouvido, que era o que ela lhe pedia. Morreu cinquenta e tantos anos depois de tê-la ouvido pela primeira vez, sem que ninguém nunca tenha sabido que a ouvia, e foi enterrado pelos filhos e netos, que choraram em torno do túmulo a morte de um homem normal. CARVALHO, Bernardo. A vida de um homem normal. In: Boa companhia: contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 11-12.
“Estava exausto, com o nó da gravata frouxo no pescoço, o colarinho desabotoado, a cabeça jogada para trás, o walkman a todo o volume e os fones enterrados nos ouvidos". (L.3-6).
A palavra destacada apresenta sentido
Estaria o autor sugerindo que, em algum nível subterrâneo, abra mão da autoridade e dos direitos geralmente associados à autoria?
Com referência ao fragmento de texto apresentado acima, assinale a opção correta.
*Cético do clima se 'converte' ao aquecimento global
O debate sobre as mudanças climáticas, com o perdão do trocadilho, esquentou. Richard Muller, climatologista e físico da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA), afirma em novo estudo que há fortes evidências de que os seres humanos estão causando o aquecimento do planeta. Embora ainda considere infundado o alarmismo climático, o cientista se diz agora um “cético convertido". O posicionamento de Muller foi anunciado na semana passada em artigo no jornal New York Times e mostra que ainda há espaço para uma espécie de “troca de lados" no debate sobre as questões climáticas. Afinal, este é um campo de pesquisa relativamente jovem, que ganhou força apenas nos últimos 40 anos. Muller era um dos mais proeminentes “céticos do clima", como são chamados os cientistas que não se convenceram de que a atividade humana esteja provocando o aumento da temperatura do planeta. O que levou Muller a mudar de ideia foi uma pesquisa que ele próprio decidiu empreender, auxiliado por outros especialistas, utilizando uma nova metodologia. Em 2011, o grupo publicou os resultados e concluiu que, sim, o mundo está esquentando, e a melhor explicação para esse aquecimento é a emissão de gases que aceleram o efeito estufa, consequência da atividade humana. Muller pode ter deixado o clube dos “céticos do clima", mas ainda guarda boa distância do ativismo messiânico. E continua defendendo o ceticismo como postura científica: “É dever de um cientista ser cético. Ainda penso que muito, se não a maior parte, do que é atribuído à mudança climática é especulativo, exagerado ou simplesmente errado. Analisei algumas das afirmativas mais alarmistas e meu ceticismo sobre elas não mudou." * Cético = desconfiado, descrente; que duvida. (Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/ex-cetico... -afirma-que-aquecimento-global-e-causado-pelo-homem. Acesso em: 04. 08. 2012. Adaptado)
A respeito dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item seguinte.
O emprego das aspas em ‘bacana’ (L.12) e ‘se dar bem’ (L.21) justifica-se por destacar o sentido conotativo que essas expressões adquirem no texto.


Considerando os aspectos morfossintáticos e semânticos dos fragmentos apresentados, assinale a opção correta.

COM BASE NA LEITURA DO TEXTO, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE COMPLETA CORRETAMENTE AS QUESTÕES DE 01 A 10.