Pão com vina de Curitiba: conheça o
autêntico e tradicional, desde 1945
Qual memória o pão com vina desperta
em você? Para alguns, tem gosto de infância, de
pão de leite com salsicha ao molho nos
aniversários, ou quem sabe aquele dogão super
recheado no fim da noite. Eu lembro das
reuniões com os amigos, no Boqueirão.
Passávamos no mercado para garantir o molho,
a vina, o pãozinho francês, maionese, batata
palha. A festa era completa no fim de semana
com a turma.
Popular já há tantas décadas, pode até
ser que um jovem hoje não reconheça como
cachorro-quente o mais autêntico pão com vina
de Curitiba – símbolo completo da curitibanice
[só aqui a gente consegue entender o
significado de vina].
Num dos cartões-postais da cidade, no
Calçadão da Rua XV de Novembro, entre os
bares com as mesas embaixo das coberturas
roxas de acrílico assinadas por Abrão Assad, o
Bar Mignon mantém no cardápio o autêntico
lanche curitibano.
Pão d’água, duas vinas e cebolinha verde
picadinha, acompanhados de molho de pimenta
e mostarda escura (R$ 15). Esse é o pão com
vina, um dos mais antigos da cidade. Duvida?
Quem confirma a história é o gerente da casa,
Paulo Roberto Cordeiro. “É o mais antigo que
você vai achar. Não vai encontrar mais nada
nesse tipo. Hoje em dia o cachorro-quente
segue outro padrão, do cachorro de carrinho,
com um monte de coisa. Tudo é questão de
gosto, da clientela”, comenta.
A história conta que um açougueiro
alemão, vindo de Viena, resolveu inventar um
novo tipo de salsicha em 1805. Johann Georg
Lahner misturou carne bovina e suína e criou a
Wienerwust. Anos depois, em 1845, Curitiba
começou a receber imigrantes europeus. E,
adivinha? A Wienerwust veio de carona. O nome
é difícil, complicado. Para simplificar, o povo
passou a chamar Wienerwust de salsicha de
Viena, a vina.
Fonte: https://www.tribunapr.com.br/blogs/rangobarateza/o-autentico-pao-com-vina-de-curitiba-eservido-no-cartao-postal-da-cidade/