Questões de Concurso
Sobre figuras de linguagem em português
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Em relação ao texto acima e ao tema nele abordado, julgue o item a seguir.
Nos trechos “é uma verdadeira mancha de Caim que o Brasil traz
na fronte” (l.4-5) e “uma boa colheita no solo ainda virgem da
nova geração” (l.29-30), foi utilizada linguagem figurada.
I. É possível perceber, na primeira estrofe do texto poético, a figura “aliteração”, que consiste na repetição dos mesmos sons consonantais.
II. Na segunda estrofe da canção, o autor transforma a “cachoeira” em pessoa que “canta” e “lembra”, intensificando assim a força poética da descrição, por meio da figura de linguagem “prosopopeia”.
III. No 1º e no 3º verso (3ª estrofe), a associação de ideias possibilitou ao poeta exprimir seu estado de espírito por meio da figura de linguagem “metáfora”.
verifica-se que está/ão correta/s
Luz de lanterna, sopro de vento
Tendo o marido partido para a guerra, na primeira noite da sua ausência a mulher acendeu uma lanterna e pendurou-a do lado de fora da casa. “Para trazê-lo de volta” murmurou. E foi dormir.
Mas, ao abrir a porta na manhã seguinte, deparou-se com a lanterna apagada. “Foi o vento da madrugada” pensou olhando para o alto como se pudesse vê-lo soprar.
À noite, antes de deitar, novamente acendeu a lanterna que a distância deveria indicar ao seu homem o caminho de casa.
Ventou de madrugada. Mas era tão tarde e ela estava tão cansada que nada ouviu, nem o farfalhar das árvores, nem o gemido das frestas, nem o ranger das argolas da lanterna. E de manhã surpreendeu-se ao encontrar a luz apagada.
Naquela noite, antes de acender a lanterna, demorou-- se estudando o céu límpido, as claras estrelas. “Na certa não ventará” disse em voz alta, quase dando uma ordem. E encostou a chama do fósforo no pavio.
Se ventou ou não, ela não saberia dizer. Mas antes que o dia raiasse não havia mais nenhuma luz, a casa desaparecia nas trevas.
Assim foi durante muitos e muitos dias, a mulher sem nunca desistir acendendo a lanterna que o vento, com igual constância apagava.
Talvez meses tivessem passado quando num entardecer, ao acender a lanterna, a mulher viu ao longe recortada contra a luz que lanhava em sangue o horizonte, a silhueta escura de um homem a cavalo. Um homem a cavalo que galopava na sua direção.
Aos poucos, apertando os olhos para ver melhor, distinguiu a lança erguida ao lado da sela, os duros contornos da couraça. Era um soldado que vinha. Seu coração hesitou entre o medo e a esperança. O fôlego se reteve por instantes entre lábios abertos. E já podia ouvir os cascos batendo sobre a terra, quando começou a sorrir. Era seu marido que vinha.
Apeou o marido. Mas só com um braço rodeou-lhe os ombros. A outra mão pousou na empunhadura da espada. Nem fez menção de encaminhar-se para a casa.
Que não se iludisse. A guerra não havia acabado. Sequer havia acabado a batalha que deixara pela manhã. Coberto de poeira e sangue, ainda assim não havia vindo para ficar. “Vim porque a luz que você acende à noite não me deixa dormir” disse-lhe quase ríspido. “Brilha por trás das minhas pálpebras fechadas, como se me chamasse. Só de madrugada depois que o vento sopra posso adormecer.”
A mulher nada disse. Nada pediu. Encostou a mão no peito do marido, mas o coração dele parecia distante, protegido pelo couro da couraça. “Deixe-me fazer o que tem de ser feito, mulher” disse sem beijá-la. De um sopro apagou a lanterna. Montou a cavalo, partiu. Adensavam-se as sombras, e ela não pode sequer vê-lo afastar-se contra o céu.
A partir daquela noite, a mulher não acendeu mais nenhuma luz. Nem mesmo a vela dentro de casa, não fosse a chama acender-se por trás das pálpebras do marido.
No escuro, as noites se consumiam rápidas. E com elas carregavam os dias, que a mulher nem contava. Sem saber ao certo quanto tempo havia passado, ela sabia, porém, que era tanto.
E, passado num final de tarde em que a soleira da porta despedia-se da última luz no horizonte, viu desenhar-se lá longe a silhueta de um homem. Um homem a pé que caminhava na sua direção. Protegeu os olhos com a mão para ver melhor e, aos poucos, porque o homem avançava devagar, começou a distinguir a cabeça baixa, o contorno dos ombros cansados. Contorno doce, sem couraça, retendo o sorriso nos lábios – tantos homens haviam passado sem que nenhum fosse o que ela esperava. Ainda não podia ver-lhe o rosto, oculto entre a barba e o chapéu, quando deu o primeiro passo e correu ao seu encontro, liberando o coração. Era seu marido que voltava da guerra.
Não precisou perguntar-lhe se havia vindo para ficar. Caminharam até a casa. Já iam entrar. Quando ele se reteve. Sem pressa voltou-se, e, embora a noite ainda não tivesse chegado, acendeu a lanterna. Só entrou com a mulher. E fechou a porta.
(COLASANTI, Marina. Luz de lanterna, sopro de vento. In: Um espinho de marfim e outras histórias. Porto Alegre: L&PM. p. 39, 1999. Adaptado.)
Primeira coluna: figura de linguagem
(1)Metonímia (2)Antítese (3)Metáfora (4)Antonomásia
Segunda coluna: exemplo
(__)A ciência é luz na escuridão. (__)Acabei de estudar Einstein. É incrível! (__)O Pai da Ciência Moderna fez incríveis contribuições à Física e à Astronomia! (__)A diferença entre o esclarecimento e a ignorância, às vezes, está na vontade de saber.
Assinale a alternativa que apresenta a correta associação entre as colunas:
Leia a tirinha a seguir.
LEITE, Will. Anésia #697, 12 de junho de 2023. Disponível em: http://www.willtirando.com.br/anesia-697/. Acesso em: 24 jun. 2023.
Qual é a figura de linguagem que se manifesta nos dois
últimos quadrinhos dessa tirinha?
"Nas baterias de lítio, o ânodo é feito de grafite; nas baterias de sódio, por outra estrutura de carbono. Uma utiliza cátodos à base de lítio e a outra, de sódio", detalha Zanin.
Assinale a alternativa que corretamente apresenta a figura de linguagem que ocorre no trecho destacado:
“Tomar liberdade com a língua é uma atividade tão mal vista pelos guardiões da sua virtude como seria tomar liberdade com suas filhas”.