Questões de Concurso
Sobre figuras de linguagem em português
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Texto 1:
Para um negro. (Adão Ventura)
Para um negro
a cor da pele
é uma sombra
muitas vezes mais forte
que um soco.
Para um negro
a cor da pele
é uma faca
que atinge
muito mais em cheio
o coração.
Texto 2:
Nossa gente. (Márcio Barbosa)
Nossa gente também veio
pra ser feliz e ter sorte.
Nossa gente é quente
é bela e forte.
Mas às vezes essa gente
passa, inconsciente.
Sofre, mas não se mexe
ri, mas não se gosta.
Nossa gente inconsciente
sofrendo, fica fraca.
Nem vê que por dentro ainda
traz a força da mãe áfrica.
Nem vê que pode vencer
pois tem energia nos braços.
E pode ter liberdade
alegria e espaço.
Superando a pobreza
socializando a riqueza.
Inventando unidade
solidariedade, abraços.
Nosso povo é lindo
nosso povo é afro.
E perfeito vai destruindo
ódios e preconceitos.
“Esse povo negro
que se diz moreno.”
Com suas cores, com seu jeito
é um povo pleno.
Nossa gente é ventania
é ousadia, é mar cheio.
Nossa gente também veio
pra ser feliz e ter sorte.
TEXTO V
LÍNGUA
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões.
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E um profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões.
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa,
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade.
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixa os portugais morrerem à míngua,
“Minha pátria é minha língua”
- Fala Mangueira
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
o que pode
Esta língua?
Caetano Veloso. Velô, 1984.
A música de Caetano, um verdadeiro poema, versa sobre língua portuguesa, chamada de a última flor do Lácio, região, ainda do Império Romano, em que se falam as línguas provindas do latim. A questão toma o poema como unidade de análise.
COLUNA I. A- Polissíndeto. B- Prosopopeia. C- Aliteração. D- Sinestesia. E- Hipérbole. F- Antítese. G- Onomatopeia.
COLUNA II. (1) Usada para expressar de forma exagerada um fato, uma ideia, ou um sentimento, com o objetivo de dar mais ênfase ao que se quer dizer. (2) Consiste no aproveitamento de palavras, cuja pronúncia imita o som, ou a voz natural, dos seres. (3) É uma figura de linguagem, em que se usa com intencionalidade, a repetição de conectivo. (4) Consiste em mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. (5) É atribuir características, ações e sentimentos humanos a seres inanimados, ou a animais. (6) Quando um fonema consonantal (igual, ou parecido) se repete em um enunciado. (7) Consiste na aproximação de palavras, ou expressões, de sentido oposto.
TEXTO II
QUINO, J. L. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2003
Associe as colunas de acordo com as figuras de linguagem e assinale a alternativa correta:
COLUNA I.
A) Metáfora.
B) Comparação.
C) Prosopopeia.
D) Antítese.
E) Hipérbole.
F) Eufemismo.
G) Pleonasmo.
COLUNA II.
1- Foi inaugurada uma escola para crianças especiais.
2- Amar é mudar a alma de casa. (Mário Quintana).
3- Como beber dessa bebida amarga / Tragar a dor, engolir a labuta. (Chico Buarque).
4- A Lua assistia ao amor dos namorados.
5- És na minha vida como um luminoso poema que se lê comovidamente. (Manuel Bandeira).
6- Estou morto de saudades.
7- Antes, todos os caminhos iam / agora todos os caminhos vêm. (Mário Quintana).
Odontologia
O profissional formado em Odontologia é responsável pela saúde bucal das pessoas. Ele atua na prevenção, diagnóstico e tratamento de problemas relacionados à mordida, gengiva e dentes. O dentista realiza tratamentos estéticos e também intervenções relacionadas à saúde bucal.
Fonte: www.guiadacarreira.com.br (com adaptações)
Coluna I.
A- Denotação. B- Conotação. C- Figuras de linguagem. D- Figuras de palavras. E- Figuras de pensamento. F- Figuras sintáticas. G- Figuras fonéticas.
Coluna II.
(1) São recursos expressivos que se encontram na combinação das palavras, quando o conteúdo da frase expressa um jogo de conceitos. (2) São recursos expressivos que se revelam pelo modo não convencional com que as palavras são trabalhadas. (3) É o emprego da palavra fora do seu sentido normal: a ela é atribuído um significado novo, um sentido figurado. Ele é criado pelas circunstâncias, pelo contexto em que se encontra a palavra. é um tipo de emprego em que ela (a palavra) fica sujeita a mais de uma interpretação. Ela é própria da linguagem literária, porque os textos literários expressam o imaginário do autor, uma realidade criada por ele, fictícia. O objetivo do autor é puramente estético, artístico; ela é também muito usada na linguagem falada. (4) São recursos expressivos que se obtêm quando as palavras adquirem um sentido novo, diferente do convencional. (5) É o emprego da palavra no seu sentido usual. O significado usual, ou convencional da palavra, é o primeiro informado no dicionário. É um tipo de emprego em que a palavra fica sujeita a apenas uma interpretação. Ela é própria da linguagem informativa, científica, ou técnica, porque os textos dessa natureza exigem informações claras, objetivas, exatas. (6) São recursos expressivos que se mostram nos aspectos sonoros das palavras. (7) São recursos expressivos que se encontram na organização não convencional, ou usual, dos termos na frase.
TEXTO I
Do bom uso do relativismo
Hoje, pela multimídia, imagens e gentes do mundo inteiro nos entram pelos telhados, portas e janelas e convivem conosco. É o efeito das redes globalizadas de comunicação. A primeira reação é de perplexidade que pode provocar duas atitudes: ou de interesse para melhor conhecer, que implica abertura e diálogo, ou de distanciamento, que pressupõe fechar o espírito e excluir. De todas as formas, surge uma percepção incontornável: nosso modo de ser não é o único. Há gente que, sem deixar de ser gente, é diferente.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil
outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos yanomamis
do Brasil, até chegarmos aos sofisticados moradores de Alphavilles, onde se resguardam as elites opulentas e
amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Deste fato surge, de imediato, o relativismo em dois sentidos: primeiro, importa relativizar todos os modos de
ser; nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais; impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da
diferença porque, pelo simples fato de estar-aí, goza de direito de existir e de coexistir; segundo, o relativo quer
expressar o fato de que todos estão de alguma forma relacionados. Eles não podem ser pensados
independentemente uns dos outros, porque todos são portadores da mesma humanidade.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Somos uma geossociedade
una, múltipla e diferente.
Todas estas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade
relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, autoimplicados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o everything goes de alguns pós-modernos? Quer dizer, o “vale tudo”?
Não é o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença.
Cada um é portador de verdade mas ninguém pode ter o monopólio dela. Todos, de alguma forma, participam da
verdade. Mas podem crescer para uma verdade mais plena, na medida em que mais e mais se abrem uns aos outros.
Bem em dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua,
guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na cordialidade, então mais e mais desaparece a minha verdade para
dar lugar à Verdade comungada por todos.
A ilusão do Ocidente é de imaginar que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à
autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens
distorcidas. Ele se condena a um fundamentalismo visceral que o fez, outrora, organizar massacres ao impor a sua
religião e, hoje, guerras para forçar a democracia no Iraque e no Afeganistão.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os
alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas, as várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa,
a chinesa, a mexicana e outras. Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa e as outras não. Todas são
gostosas do seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária. Por que com a verdade deveria
ser diferente?
LEONARDO BOFF - http://alainet.org
Vocabulário:
Alphavilles: condomínios de luxo
everything goes: literalmente, “todas as coisas vão”; equivale à expressão “vale tudo”Do bom uso do relativismo
Texto II
Titãs
COLUNA I. A- Metáfora. B- Hipérbole. C- Sinestesia. D- Metonímia. E- Elipse. F- Zeugma. G- Assíndeto.
COLUNA II. (1) É a omissão de termo anteriormente expresso, que se subentende com outra flexão. (2) É a interpenetração de planos sensoriais. Por esta figura, fundem-se sensações visuais com auditivas, gustativas, olfativas, tácteis, num amálgama de ricos efeitos expressivos. (3) É a omissão de termos que facilmente se podem subentender. (4) É a falta de conjunção entre elementos coordenados. (5) É a figura do exagero: tem por fundamento a paixão, que leva o escritor a deformar a realidade, glorificando-a, ou amesquinhando-a segundo o seu particular modo de sentir. (6) Baseado numa relação de contiguidade, origina-se este tropo das ideias evocadas por outra com a qual apresentam certa interdependência. Consiste em tomar-se o efeito pela causa, o autor pela obra, a parte pelo todo, o singular pelo plural, a matéria pela obra, etc. (7) Consiste na transferência de um termo para uma esfera de significação que não é a sua, em virtude de uma comparação implícita.