Questões de Concurso
Sobre flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo) em português
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A substituição das formas verbais “têm buscado” (l.29) e “aumentar” (l.30) por buscam e aumentam, respectivamente, manteria a correção e a coerência do texto.
Drauzio Varella
Tensões e suspeições intergrupais são responsáveis pela violência entre muçulmanos e hindus, católicos e protestantes, palestinos e judeus, brancos e negros, heterossexuais e homossexuais, corintianos e palmeirenses.
Num experimento clássico dos anos 1950, psicólogos americanos levaram para um acampamento adolescentes que não se conheciam.
Ao descer do ônibus, cada participante recebeu aleatoriamente uma camiseta de cor azul ou vermelha. A partir desse momento, azuis e vermelhos faziam refeições em horários diferentes, dormiam em alojamentos separados e formavam equipes adversárias em todas as brincadeiras e práticas esportivas.
A observação precisou ser interrompida antes da data prevista, por causa da violência na disputa de jogos e das brigas que irrompiam entre azuis e vermelhos.
Nos anos que se seguiram, diversas experiências semelhantes, organizadas com desconhecidos reunidos de forma arbitrária, demonstraram que consideramos os membros de nosso grupo mais espertos, justos, inteligentes e honestos do que os "outros".
Parte desse prejulgamento que fazemos "deles" é inconsciente. Você se assusta quando um adolescente negro se aproxima da janela do carro, antes de tomar consciência de que ele é jovem e tem pele escura, porque o preconceito contra homens negros tem raízes profundas.
Nos últimos 40 anos, surgiu vasta literatura científica para explicar por que razão somos tão tribais. Que fatores em nosso passado evolutivo condicionaram a necessidade de armar coligações que não encontram justificativa na civilização moderna? Por que tanta violência religiosa? Qual o sentido de corintianos se amarem e odiarem palmeirenses?
Seres humanos são capazes de colaborar uns com os outros numa escala desconhecida no reino animal, porque viver em grupo foi essencial à adaptação de nossa espécie. Agruparse foi a necessidade mais premente para escapar de predadores, obter alimentos e construir abrigos seguros para criar os filhos.
A própria complexidade do cérebro humano evoluiu, pelo menos em parte, em resposta às solicitações da vida comunitária.
Pertencer a um agrupamento social, no entanto, muitas vezes significou destruir outros. Quando grupos antagônicos competem por território e bens materiais, a habilidade para formar coalizões confere vantagens logísticas capazes de assegurar maior probabilidade de sobrevivência aos descendentes dos vencedores.
A contrapartida do altruísmo em relação aos "nossos" é a crueldade dirigida contra os "outros".
Na violência intergrupal do passado remoto estão fincadas as raízes dos preconceitos atuais. As interações negativas entre nossos antepassados deram origem aos comportamentos preconceituosos de hoje, porque no tempo deles o contato com outros povos era tormentoso e limitado.
Foi com as navegações e a descoberta das Américas que indivíduos de etnias diversificadas foram obrigados a conviver, embora de forma nem sempre pacífica. Estaria nesse estranhamento a origem das idiossincrasias contra negros e índios, por exemplo, povos fisicamente diferentes dos colonizadores brancos.
Preconceito racial não é questão restrita ao racismo, faz parte de um fenômeno muito mais abrangente que varia de uma cultura para outra e que se modifica com o passar do tempo. Em apenas uma geração, o apartheid norte-americano foi combatido a ponto de um negro chegar à Presidência do país.
O preconceito contra "eles" cai mais pesado sobre os homens, porque eram do sexo masculino os guerreiros que atacavam nossos ancestrais. Na literatura, essa constatação recebeu o nome de hipótese do guerreiro masculino.
A evolução moldou nosso medo de homens que pertencem a outros grupos. Para nos defendermos deles, criamos fronteiras que agrupam alguns e separam outros em obediência a critérios de cor da pele, religião, nacionalidade, convicções políticas, dialetos e até times de futebol.
Demarcada a linha divisória entre "nós" e "eles", discriminamos os que estão do lado de lá. Às vezes com violência.
Estaria nesse estranhamento a origem das idiossincrasias contra negros e índios, por exemplo, povos fisicamente diferentes dos colonizadores brancos.
I. O uso do futuro do pretérito do verbo “estar” indica falta de certeza quanto à origem do preconceito contra outros povos.
II. O adjetivo “idiossincrasias” pode ser substituído, sem alteração de sentido, por agressões.
Está correto o que se afirma em
(Adaptado de: Flavio Gikovate, Ensaios sobre o a amor e a solidão.
São Paulo, MG Editores, 2006, 6. ed.)
Com base no texto acima, julgue os próximos itens.
Se você __________ amanhã, __________ realizar o exame.
A substituição do trecho “o que atenderia” (l.38-39) por que atendem manteria a correção gramatical e a coerência do texto.
Texto para responder às questões de 01 a 05.
O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde.
Acredito que se um homem vivesse a sua vida plenamente, desse forma a cada sentimento, expressão a cada pensamento, realidade a cada sonho, acredito que o mundo beneficiaria de um novo impulso de energia tão intenso que esqueceríamos todas as doenças da época medieval e regressaríamos ao ideal helênico*, possivelmente até a algo mais depurado e mais rico do que o ideal helênico. Mas o mais corajoso homem entre nós tem medo de si próprio. A mutilação do selvagem sobrevive tragicamente na autonegação que nos corrompe a vida. Somos castigados pelas nossas renúncias. Cada impulso que tentamos estrangular germina no cérebro e envenena-nos. O corpo peca uma vez, e acaba com o pecado, porque a ação é um modo de expurgação. Nada mais permanece do que a lembrança de um prazer, ou o luxo de um remorso. A única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos-lhe. Se lhe resistirmos, a nossa alma adoece com o anseio das coisas que se proibiu, com o desejo daquilo que as suas monstruosas leis tornaram monstruoso e ilegal. Já se disse que os grandes acontecimentos do mundo ocorrem no cérebro. É também no cérebro, e apenas neste, que ocorrem os grandes pecados do mundo.
*Ideal helênico: refere-se ao ideal de beleza e perfeição cultuado na antiguidade grega clássica.
Como ficará escrita a oração acima se o verbo grifado for conjugado na segunda pessoa do singular do presente do subjuntivo?
O verbo empregado em “chegara o efetivo” (l.31) pode ser substituído pela locução verbal tinha chegado, sem prejuízo para a interpretação do texto
A forma verbal “Escutai” (l.18) está flexionada no modo subjuntivo e indica a incerteza do falante a respeito do que está dizendo.
Fica nítida, nos verbos sublinhados, a representação de fatos não concluídos, situados num intervalo de :empo simultâneo a um ponto de referência passado (Cf. AZEREDO: 2008, p.360). Tal ideia está relacionada ao emprego do seguinte tempo verbal
A substituição de “exigirá” (l.8) por exigiriam manteria a correta correlação entre os tempos e modos verbais empregados no período.
As formas verbais compostas ‘estão fazendo’ (l.22) e “irão construir” (l.30) poderiam ser substituídas, respectivamente, pelas formas verbais simples fazem e construirão, uma vez que são equivalentes em sentido.
Como executivo de um fundo de hedge, ele havia apostado contra as ações da Berkshire.
No contexto em que está empregada, a oração – … ele havia apostado contra as ações da Berkshire. – pode ser correta- mente substituída por:
Sobre as formas verbais e seus usos, considere as assertivas que seguem.
I. Em Eu discordo. (linha 05), o verbo está flexionado no modo indicativo, que exprime um fato hipotético.
II. Na frase O estresse da vida moderna, portanto, é culpa do mundo moderno. (linha 04), a forma verbal é, flexionada no presente do indicativo, introduz na frase ideia de desejo.
III. Na linha 17, na frase pode se ajudar reduzindo o número de tarefas, a forma verbal sublinhada, por estar flexionada no gerúndio, expressa ideia de continuidade.
Quais estão corretas?