Questões de Português - Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo) para Concurso

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Q2110780 Português

Leia a crônica de Moacyr Scliar para responder à questão.


Quando eu tinha a tua idade


   Ai, Senhor, não nos deixe cair na tentação de dizer ao nosso filho ou à nossa filha qualquer coisa que comece com “Quando eu tinha a tua idade...”

   Dificilmente haverá, nas sempre difíceis relações entre pais e filhos, frase mais perigosa. Para começar, ela alarga o gap entre as gerações, este fosso que separa adultos de crianças ou adolescentes, e cuja largura, nesta era de rápidas transformações, se mede em anos-luz. No entanto, os pais a usam, é uma coisa automática. Olhamos o quarto desarrumado e observamos: “Quando eu tinha a tua idade, fazia a cama sozinho”. Examinamos a redação feita para a escola e sacudimos a cabeça: “Quando eu tinha a tua idade, não cometia esses erros de ortografia. E a minha letra era muito melhor”. Sim, a nossa letra era melhor. Sim, íamos sozinhos até o centro da cidade.

   Sim, aos dez anos já trabalhávamos e sustentávamos toda a família. Sim, éramos mais cultos, mais politizados, mais atentos. Conhecíamos toda a obra de Balzac, entoávamos todas as sinfonias de Beethoven. Éramos o máximo.

   Mas éramos mesmo? Se entrássemos na máquina do tempo e recuássemos algumas décadas, será que teríamos a mesma impressão? Sim, íamos até o centro da cidade, mas a cidade era menor, mais fácil de ser percorrida. Sim, trabalhávamos – mas havia outra alternativa?

   Cada geração recorre às habilidades de que necessita. Sabíamos usar um martelo ou consertar um abajur, mas eles dedilham um computador com a destreza de um virtuose. Nós jogávamos futebol na várzea, mas agora que a febre imobiliária acabou com os terrenos baldios, os garotos fazem prodígios com o skate nuns poucos metros quadrados.

   Bem, mas então não podemos falar aos nossos filhos sobre a nossa infância? Longe disso. Há uma coisa que podemos compartilhar com eles; os sonhos que tivemos, e que, na maioria irrealizados (ai, as limitações da condição humana), jazem intactos, num cantinho da nossa alma. São estes sonhos que devemos mobilizar como testemunhas de nosso diálogo com os jovens.

   Fale a uma criança sobre aquilo que você esperava ser; fale de suas fantasias:

– Quando eu tinha a tua idade, meu filho, eu era criança como tu. E era bom.


(Coleção melhores crônicas: Moacyr Scliar.

Org. Luís Augusto Fischer. Global Editora. Adaptado)

No trecho – Se entrássemos na máquina do tempo e recuássemos algumas décadas... –, as formas verbais estão no pretérito imperfeito do subjuntivo. A mesma situação ocorre com a forma verbal destacada em: 
Alternativas
Q2109488 Português
Assinale a alternativa em que o enunciado está em conformidade com a norma-padrão, considerando a concordância e o emprego de formas verbais.
Alternativas
Q2109282 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

Vocação e ambição

        Machado de Assis tem um conto admirável – “Um homem célebre” – que narra a história de um famoso e prestigiado compositor popular do Rio do século XIX, um tal de Pestana, que em vez de gozar o sucesso de cada uma de suas composições ligeiras e dançantes, vivia atormentado por não compor nada à altura de um Mozart, de um Beethoven. Cada vez que uma composição sua atingia em cheio o gosto popular, o maestro oculto que havia nele sofria o sucesso fácil como uma sentença de morte. Machado resumiu assim a vida dramática desse músico ao mesmo tempo celebrado e infeliz: “Eterna peteca entre a ambição e a vocação”.
         A frase é forte: o jogo da peteca realiza o sofrido movimento de pêndulo de cada divisão nossa, que nunca encontra um ponto de equilíbrio. Ser jogado eternamente de um lado para outro, sem repouso, é de enlouquecer. É a oposição contínua entre duas forças que nos dividem e fazem sofrer: a força que está na inclinação natural para atender a uma vocação já instalada em nós e a força pela qual pretendemos atingir uma altura que está longe dos nossos recursos. No caso de Pestana, a aclamação pública que cada música sua atingia não compensava de modo algum a falta de realização de seus mais altos projetos pessoais.
       Com esse conto, Machado lembra que há quem não se contente em ser uma celebridade, sobretudo quando julga vazia essa celebração; há ainda quem busque alcançar a aprovação pública pelo valor efetivo de uma mais alta realização criativa. Essa busca, para desgraça nossa, é sofrida, e pode nos levar a dançar de um lado para outro. A saída estaria em identificarmos precisamente qual é a nossa vocação, para estabelecermos a partir dela os contornos da nossa ambição.

(TOLEDO, Cristiano. A publicar)
É plenamente adequada a correlação entre os tempos e modos verbais na frase:
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Q2108471 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.

O preço da vida

Por Marcelo Rech 




(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/marcelo-rech/noticia/2023/01/o-preco-da-vidacldex5lid002p014s2xig7wst.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
O verbo “falhamos” (l. 12) está flexionado na:
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Q2107802 Português
Atenção: Para responder a questão, baseie-se no texto abaixo.

Lembrança de Orides

     A conhecida quadrinha abaixo, de uma cantiga de roda que alguns de nós já teremos cantado nas ruas da infância, é tomada como epígrafe do livro Helianto (1973), de Orides Fontela:

“Menina, minha menina
        Faz favor de entrar na roda
         Cante um verso bem bonito
          Diga adeus e vá-se embora”

     Contextualizada no livro e na densa poesia de Orides, a quadrinha se redimensiona: fala de nosso efêmera ocupação do centro da vida, da necessidade de ali entoarmos nosso canto antes de partirmos para sempre. A quadrinha, cantada por Orides, ganha um halo trágico e duramente belo, soma a voz pessoal e o destino de todos.
     Trata-se, enfim, de pontuar nossa passagem pela vida com algum verso bem bonito antes da despedida derradeira. Trata-se, em outras palavras, de justificar o tempo que temos para viver construindo alguma coisa que sirva a alguém.
     A menina Orides soube fazer cantar sua entrada na roda da vida em tom ao mesmo tempo alto e meditativo, e o deixou vibrando para nós. Será essa, talvez, a contribuição maior dos poetas: elevar nossa vida à altura que nos fazem chegar suas palavras – mesmo que seja a altura singela de uma cantiga de roda, que Orides registrou, aliás, no modo de seu fatalismo íntimo.
(Deolindo Setúbal, a publicar)
Considera-se a mesma pessoa verbal nas flexões dos verbos fazer, cantar e dizer em:
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Q2107020 Português
Um aluno do ensino fundamental decidiu dar voz aos animais que estavam presentes em sua redação. Assinale a opção em que o verbo utilizado está adequado ao nome do animal.
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Q2104968 Português

Desigualdade racial na educação brasileira

(Disponível em: https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em-debate/desigualdade-racialna-educacao – texto adaptado especialmente para esta prova.)

Na linha 05, a flexão de “querer” no tempo Presente do Indicativo (linha 06), nesse contexto, não é a mais adequada. Assinale a alternativa que apresenta a flexão correta desse verbo.
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: PGE-AM Prova: FCC - 2022 - PGE-AM - Analista Procuratorial |
Q2104803 Português
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

1.    Quando me acontecer alguma pecúnia, passante de um milhão de cruzeiros, compro uma ilha; não muito longe do litoral, que o litoral faz falta; nem tão perto, também, que de lá possa eu aspirar a fumaça e a graxa do porto. Minha ilha ficará no justo ponto de latitude e longitude que, pondo-me a coberto de ventos, sereias e pestes, nem me afaste demasiado dos homens nem me obrigue a praticá-los diuturnamente. Porque esta é a ciência e, direi, a arte do bem viver; uma fuga relativa, e uma não muito estouvada confraternização.
2.    De há muito sonho esta ilha, se é que não a sonhei sempre. Se é que a não sonhamos sempre. Objetais-me: “Como podemos amar as ilhas, se buscamos o centro mesmo da ação?” Engajados; vosso engajamento é a vossa ilha, dissimulada e transportável. Por onde fordes, ela irá convosco. Significa a evasão daquilo para que toda alma necessariamente tende, ou seja, a gratuidade dos gestos naturais, o cultivo das formas espontâneas, o gosto de ser um com os bichos, as espécies vegetais, os fenômenos atmosféricos.
3.    E por que nos seduz a ilha? As composições de sombra e luz, o esmalte da relva, a cristalinidade dos regatos – tudo isso existe fora das ilhas, não é privilégio delas. A mesma solidão existe nos mais diversos locais, inclusive os de população densa, em terra firme.
4.    A ilha me satisfaz por ser uma porção curta de terra (falo de ilhas individuais, não me tentam aventuras marajoaras), um resumo prático dos estirões deste vasto mundo, sem os inconvenientes dele, e com a vantagem de ser uma ficção sem deixar de constituir uma realidade. A casa junto ao mar, que já foi razoável delícia, passou a ser um pecado, depois que se desinventou a relação entre homem, paisagem e morada. O progresso técnico teve isto de retrógrado: esqueceu-se do fim a que se propusera. Acabou com qualquer veleidade de amar a vida, que ele tornou muito confortável, mas invisível. Fez-se numa escala de massas, esquecendo-se do indivíduo, e nenhuma central elétrica será capaz de produzir aquilo de que cada um de nós carece na cidade excessivamente iluminada: certa penumbra. O progresso nos dá tanta coisa, que não nos sobra nada nem para desejar nem para jogar fora. Tudo é inútil e atravancador. A ilha sugere uma negação disto.
5.    Serão admitidos poetas? Em que número? Se foram proscritos das repúblicas, pareceria cruel bani-los também da ilha de recreio. Contudo, devem comportar-se como se poetas não fossem: pondo de lado o tecnicismo, a excessiva preocupação literária, o misto de esteticismo e frialdade que costuma necrosar os artistas. Sejam homens razoáveis, carentes, humildes, inclinados à pesca e à corrida a pé. Não levem para a ilha os problemas de hegemonia e ciúme.
6.   Por aí se observa que a ilha mais paradisíaca pede regulamentação, e que os perigos da convivência urbana estão presentes. Tanto melhor, porque não se quer uma ilha perfeita, senão um modesto território banhado de água por todos os lados e onde não seja obrigatório salvar o mundo.
7.    A ideia de fuga tem sido alvo de crítica severa nos últimos anos, como se fosse ignominioso, por exemplo, fugir de um perigo, de um sofrimento, de uma chateação. Como se devesse o homem consumir-se numa fogueira perene.
8.    Estas reflexões descosidas procuram apenas recordar que há motivos para ir às ilhas.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. “Divagação sobre as ilhas”. In: Passeios na ilha. São Paulo: Companhia das Letras, 2020, p.15-19)
O autor
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Q2103693 Português
Leia o texto para responder a questão.

O encantamento do mar.

            Tenho passado longos momentos com o olhar mergulhado no oceano que se estende à minha frente.

        O encantamento pelo mar é inesgotável porque, a cada dia, ele se faz diferente. Hoje, por exemplo, dia de poucas nuvens e vento soprando de leste, sei que a água está mais fria e que é prenúncio de tempo favorável. O mar está mais para cinzento do que para azul.

        Mas o vento pode mudar a qualquer momento. Se soprar o sudoeste, o mar se encherá de pequenas ondas coroadas de espuma e se revestirá de azul índigo.

        Nestes tempos de quase verão – quase, porque a temperatura sobe desce obedecendo ao comando da chuva ou de mais uma frente fria – o mar veste seu traje azul profundo.

        Ontem à noite teve tempestade, com direito a trovões e relâmpagos. Já estava dormindo e me assustei com o primeiro trovão, pensando que fosse uma explosão. Estamos tão acostumados com a violência urbana que já não dialogamos com a natureza, em vez disso pensamos em tiros, explosões, enfrentamentos. Deitada e protegida pelo lençol, imaginei o mar momentaneamente iluminado pelos relâmpagos e salpicado pela chuva torrencial. E com esse pensamento, vendo através das pálpebras fechadas o clarão intermitente, deslizei para o sono.
(Marina Colasanti. Adaptado)
Na passagem do 2º parágrafo – Hoje, por exemplo, dia de poucas nuvens e vento soprando de leste... –, a forma verbal destacada indica ação que
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Q2102337 Português
Texto II para responder à questão.

A vida é um eterno amanhã

     As traduções são muito mais complexas do que se imagina. Não me refiro a locuções, expressões idiomáticas, palavras de gíria, flexões verbais, declinações e coisas assim. Isto dá para ser resolvido de uma maneira ou de outra, se bem que, muitas vezes, à custa de intenso sofrimento por parte do tradutor. Refiro-me à impossibilidade de encontrar equivalências entre palavras aparentemente sinônimas, unívocas e univalentes. Por exemplo, um alemão que saiba português responderá sem hesitação que apalavra portuguesa “amanhã” quer dizer “morgen”. Mas coitado do alemão que vá para o Brasil acreditando que, quando um brasileiro diz “amanhã”, está realmente querendo dizer “morgen”. Raramente está. “Amanhã” é uma palavra riquíssima e tenho certeza de que,se o Grande Duden fosse brasileiro, pelo menos um volume teria de ser dedicado a ela e outras, que partilham da mesma condição.

    “Amanhã” significa, entre outras coisas, “nunca”, “talvez”, “vou pensar”, “vou desaparecer”, “procure outro”, “não quero”, “no próximo ano”, “assim que eu precisar”, “um dia destes”, “vamos mudar de assunto”, etc. e, em casos excepcionalíssimos, “amanhã” mesmo. Qualquer estrangeiro que tenha vivido no Brasil sabe que são necessários vários anos de treinamento para distinguir qual o sentido pretendido pelo interlocutor brasileiro, quando ele responde, com a habitual cordialidade nonchalante, que fará tal ou qual coisa amanhã. O caso dos alemães é, seguramente, o mais grave. Não disponho de estatísticas confiáveis, mas tenho certeza de que nove em cada dez alemães que procuram ajuda médica no Brasil o fazem por causa de “amanhãs” casuais que os levam, no mínimo, a um colapso nervoso, para grande espanto de seus amigos brasileiros – esses alemães são uns loucos, é o que qualquer um dirá.
(João Ubaldo Ribeiro. Disponível em: https://www.academia.org.br/ academicos/joao-ubaldo-ribeiro/textos-escolhidos. Fragmento.)
Dentre as formas verbais e modos empregados no primeiro parágrafo, pertence ao modo subjuntivo apenas a forma vista em:
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Q2102132 Português

Leia atentamente o texto abaixo e responda a questão.


Cortar o tempo


Adaptado de http://www.sbu.unicamp.br/lendoletras/index.php/textos/22-quando-drummond-fala. Acesso em 05.01.15. Atribui-se também a Roberto Pompeu de Toledo a autoria desse texto.

No excerto “que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida” (l. 07 e 08), empregaram-se, neste caso, os verbos no modo subjuntivo, em razão de:
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Q2102065 Português
O texto seguinte servirá de base para responder a questão.

O poder da doçura

O viajante caminhava pela estrada, quando observou o pequeno rio que começava tímido por entre as pedras.

Foi seguindo-o por muito tempo. Aos poucos ele foi tomando volume e se tornando um rio maior.

O viajante continuou a segui-lo. Bem mais adiante, o que era um pequeno rio se dividiu em dezenas de cachoeiras num espetáculo de águas cantantes.

A música das águas atraiu mais o viajante que se aproximou e foi descendo pelas pedras, ao lado de uma das cachoeiras. Descobriu, finalmente, uma gruta. A natureza criara com paciência caprichosas formas na gruta. Ele a foi adentrando, admirando sempre mais as pedras gastas pelo tempo.

De repente, descobriu uma placa. Alguém estivera ali antes dele. Com a lanterna, iluminou os versos que nela estavam escritos. Eram versos do grande escritor Tagore, prêmio Nobel de literatura de 1913: "Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança, e sua canção. Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir."

Assim também acontece na vida. Existem pessoas que explodem por coisa nenhuma e que desejam tudo arrumar aos gritos e pancadas.

E existem as pessoas suaves que sabem dosar a energia e tudo conseguem. São as criaturas que não falam muito, mas agem bastante. Enquanto muitos ainda se encontram à mesa das discussões para a tomada de decisões, elas já se encontram a postos, agindo. E conseguem modificar muitas coisas.

(...)

https://www.contandohistorias.com.br/html/contandohistorias.html - Adaptado
No trecho: "DESCOBRIU, finalmente, uma gruta. A natureza CRIARA com paciência caprichosas formas na gruta." as formas verbais como "DESCOBRIU" e "CRIARA", são exemplos de verbo conjugados, respectivamente no: 
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Q2100924 Português

Texto I


Poesia: a melhor autoajuda






TAVARES, Ulisses. Discutindo Literatura. Escala Educacional. São Paulo, ano 2, n. 8. p. 20-21. Adaptado.

Passando-se as formas verbais destacadas na sentença, retirada do Texto I (l. 49-51), “O próprio pai da Psicanálise , Sigmund Freud [...], admitiu que, aonde quer que ele fosse ou olhasse, um poeta já havia passado por ali.” para o tempo presente, respeitando-se a norma-padrão, fica-se com:
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Q2100849 Português

A moça tecelã







COLASANTI, Marina. Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento. Rio de Janeiro: Global Editora, 2000. p. 18. Adaptado.

No trecho “Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia.” (l. 21-24), a forma verbal destacada encontra-se no presente do indicativo porque indica um fato
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Q2100082 Português

A época em que ser alegre era malvisto


Até o início do século XVIII, em lugares como Reino Unido e nas suas colônias na América do Norte, os historiadores perceberam que as pessoas tinham orgulho de serem um pouco melancólicas.

Isso tinha a ver, em parte, com a lógica cristã, de ter consciência dos seus pecados e de se manter humilde perante os olhos de Deus.

Peter Stearns, autor do livro 'História da Felicidade', cita, nas suas pesquisas, o diário escrito por um chefe de família da época, que defendia que Deus, entre aspas, "não permitia alegria nem prazer, mas sim, uma espécie de conduta melancólica e austera".

"Isso não quer dizer que as pessoas fossem infelizes - simplesmente, não temos como julgar isso de modo imparcial, a partir dos padrões atuais. Até porque a felicidade, obviamente, é algo bastante subjetivo".

O que significa que havia, entre as pessoas da época, a percepção de que era necessário se desculpar por momentos de felicidade, por considerá-los uma afronta a Deus, segundo Stearns.

Mas isso mudou radicalmente no século XVIII, a ponto de, na redação da Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 1776, a busca pela felicidade ter sido considerada um direito humano. A Constituição da França de 1793 também explicitou a ideia de que o objetivo da sociedade é a felicidade comum.

https://www.bbc.com/portuguese/articles/ck5y8nyw1jyo. Adaptado.

Não 'temos' como julgar isso de modo imparcial.

Conjugando o verbo em destaque no pretérito imperfeito do indicativo, tem-se: 

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Q2098888 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

[Cidades devastadas]

     Em vinte anos eliminaram a minha cidade e edificaram uma cidade estranha. Para quem continuou morando lá, a amputação pode ter sido lenta, quase indolor; para mim, foi uma cirurgia de urgência, sem a inconsciência do anestésico.
     Enterraram a minha cidade e muito de mim com ela. Por cima de nós construíram casas modernas, arranha-céus, agências bancárias; pintaram tudo, deceparam árvores, demoliram, mudaram fachadas. Como se tivessem o propósito de desorientar-me, de destruir tudo o que me estendia uma ponte entre o que sou e o que fui. Enterraram-me vivo na cidade morta.
      Mas, feliz ou infelizmente, ainda não conseguiram soterrar de todo a minha cidade. Vou andando pela paisagem nova, desconhecida, pela paisagem que não me quer e eu não entendo, quando de repente, entre dois prédios hostis, esquecida por enquanto dos zangões imobiliários, surge, intacta e doce, a casa de Maria. Dói também a casa de Maria, mas é uma dor que conheço, íntima e amiga.
      Não digo nada a ninguém, disfarço o espanto dessa descoberta para não chamar o empreiteiro das demolições. Ah, se eles, os empreiteiros, soubessem que aqui e ali repontam restos emocionantes da minha cidade em ruínas! Se eles soubessem que aqui e ali vou encontrando passadiços que me permitem cruzar o abismo!

(Adaptado de CAMPOS, Paulo Mendes. Os sabiás da crônica. Antologia. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 209-210)
Está correto o emprego de todas as formas verbais na frase:
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Q2098382 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

Uma visita

   Era já no fim da tarde quando a moça − muito linda, mas muito aflita −, de nome Francisca Bastos Cordeiro, foi entrando pela porta entreaberta do chalé, seguiu direto ao quarto (antiga sala de costura da casa, ao tempo em que sua dona era viva), onde encontrou, estendido e frágil numa pequena cama de ferro, aquele homem, muito velhinho já, agonizante quase, que lhe fora bom companheiro em noites idas de sua infância, quando com ela jogava o sete e meio e lhe ensinava a recitar poemas na casa de sua avó.
   − Vim vê-lo, foi dizendo a moça, inventando uma alegria na voz que lhe disfarçasse a emoção. Estou com muitas saudades suas. E o senhor, não está com saudades de mim?
   − Estou, sim − disse o velho, numa voz muito cava e muito triste. Estou com saudade da vida.
   No dia seguinte morria Machado de Assis. A tarde era a de 28 de setembro de 1908. A rua era a do Cosme Velho.


(Adaptado de: MELLO, Thiago de. Escritor por escritor − Machado de Assis por seus pares – 1939-2008. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2019, p. 278-279)
Está plenamente adequada a correlação entre os tempos e os modos verbais na frase:
Alternativas
Q2096412 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão. 


O que leio nas redes

Por Lau Siqueira




(Disponível em: https://cronicascariocas.com/colunas/o-que-leio-nas-redes/ – texto adaptado especialmente para esta prova). 
Na frase “Nunca sabemos de fato como e quando vamos ferir alguém”, tem-se o emprego de uma locução verbal. Assinale a alternativa que indica a correta forma simples dessa forma verbal, mantendo-se o mesmo tempo, modo e voz verbais, bem como a pessoa e o número. 
Alternativas
Q2094733 Português
Analise os itens a seguir sobre concordância verbal e preencha os parênteses com o verbo flexionado de acordo com a sintaxe de concordância adequada à norma-padrão.
I. A flexibilidade e a versatilidade das línguas humanas ( ) de várias propriedades. (resultar)
II. Boa parte das pesquisas desenvolvidas recentemente ( ) que bebês com quatro dias podem distinguir sua língua materna de uma língua estrangeira. (mostrar)
III. Nas últimas décadas, ( ) diferentes hipóteses sobre como as crianças adquirem a linguagem. (aparecer)
IV. A convivência de duas ou mais línguas no mesmo território ( ) sempre objeto de muitas controvérsias na história da humanidade. (ser)
V. ( ) de nota os diferentes registros de provérbios populares feitos na Inglaterra do século 18. (ser digno)
A sequência correta dos verbos flexionados de I a V é: 
Alternativas
Q2094084 Português
Leia o texto a seguir para responder a questão.

Pandemia infla entrada de palavras em vocabulário da língua portuguesa.
:

Além do protocolo sanitário - com máscaras e álcool em gel -, a pandemia de coronavírus também trouxe mudanças na nossa linguagem. Conforme os casos de Covid-19 aumentavam, novas palavras e a ressignificação de algumas outras passaram a fazer parte da nossa vida.

Subnotificar, trabalhador essencial e lockdown foram alguns vocábulos adicionados na 6ª edição do Volp (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), da ABL (Academia Brasileira de Letras), lançada em julho deste ano. Das 1.160 palavras inseridas nesta nova edição, 65 (5,6%) estão ligadas direta ou indiretamente à pandemia.

O Volp é usado como base para os dicionários da língua portuguesa. Hoje, no total, ele conta com 382 mil palavras. Algumas das novidades até já apareciam nas conversas e textos (como telemedicina, home office e videoaula, por exemplo), mas ganharam força e passaram a ser usadas com mais frequência.

"Os acontecimentos que marcam determinada época têm reflexo na língua", afirma Evanildo Bechara, professor, gramático e filólogo brasileiro, presidente da Comissão de Lexicologia e Lexicografia da ABL e membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Galega da Língua Portuguesa.

“Como a língua acompanha qualquer modificação por que passa uma sociedade, testemunhamos o efeito linguístico da pandemia não apenas na língua portuguesa, mas em várias outras. Ou seja, vimos a rapidez com que a língua acumulou um novo vocabulário e ele se tornou parte essencial do idioma, com termos científicos se incorporando à linguagem cotidiana e criações populares surgindo para nomear fatos extraordinários." Evanildo Bechara

Segundo o especialista, a última vez que ocorreu a adição de tantas palavras referentes a um acontecimento específico foi na época da 2ª Guerra Mundial (1939-1945). [...]

Vocábulos como desconfinamento (usadas em expressões como fases do desconfinamento e plano de desconfinamento) e desconfinar, por exemplo, passaram a remeter, agora, à saída do período de restrições mais severas para impedir a circulação do vírus. Anteriormente, eram pouco usados e nem registrados em dicionários da língua portuguesa. [...]

"O termo 'quarentena' inicialmente indicava um período de 40 dias durante o qual pessoas, mercadorias e bagagens, vindas de algum lugar atingido por epidemia, ou doença contagiosa, deveriam ficar isolados, incomunicáveis, sem contato com os habitantes do lugar para onde se dirigiam", diz Bechara. "Com o passar do tempo, esse período pôde ser estendido ou reduzido, conforme, as circunstâncias, mas a denominação quarentena foi mantida."

Não há uma média anual de palavras adicionadas no vocabulário da língua portuguesa da ABL. Bechara afirma que "uma nova palavra ou expressão começa a circular nos dicionários quando se incorpora ao léxico culto ou popular de uma língua".

Ainda assim, existe um critério para determinar o que entra ou não no dicionário,  com os especialistas observando os seguintes aspectos, nesta ordem:

▪ Se o termo foi criado segundo os princípios que regem a formação de palavras antigas e modernas no nosso léxico;

▪ Se a criação da nova palavra traduz com eficiência a ideia que a pessoa que a usou quis transmitir;

▪ Se, para traduzir a mesma ideia, o idioma não tem palavras antigas e mais expressivas;

▪ Se o fato de não existir um termo no dicionário é prova suficiente de que não deva ser criado outro vocábulo ou de que há um erro no uso desse termo.

A frequência de uso, a presença em textos oficiais, jornalísticos e acadêmicos e a relevância da palavra para os assuntos debatidos nas universidades e na vida social e profissional das pessoas também são levadas em consideração na seleção dos vocábulos e expressões, de acordo com o gramático. [...]

Em um processo inédito, em outubro do ano passado, a ABL começou a apresentar semanalmente, nas redes sociais e no site, palavras ou expressões recentes que passaram a ter uso corrente na língua portuguesa, "podendo ser um neologismo [nova palavra], um empréstimo linguístico ou mesmo um vocábulo que, apesar de já existir há algum tempo, estava sendo usado com mais frequência ou com um novo sentido nos dias atuais", diz Bechara.

"O trabalho de redação das novas palavras continua sendo feito", conclui o especialista.

Adaptado
https://educacao.uol.com.br
Sobre os aspectos linguísticos e semânticos do texto, analise as afirmativas.
I- No 3º§, no período “[...] mas ganharam força e passaram [...].”, o conectivo destacado pode ser substituído, sem alteração de sentido, pela locução “no entanto”.
II- No 12º§, no período “Em um processo inédito [...].”, o vocábulo destacado apresenta o sentido de “sem precedente”.
III-No 8º§, "O termo 'quarentena' inicialmente indicava um período de 40 dias [...].”, a palavra sublinhada expressa uma ação imperfectiva, concluída.
Estão CORRETAS as afirmativas:
Alternativas
Respostas
621: C
622: A
623: D
624: D
625: E
626: C
627: A
628: D
629: B
630: E
631: B
632: D
633: A
634: C
635: E
636: C
637: D
638: A
639: C
640: A