Questões de Concurso
Sobre funções da linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética. em português
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O que é hipercorreção?
A hipercorreção é um fenômeno de linguagem muito comum entre pessoas que se deram conta da existência de "outro falar" muito mais prestigiado que o seu. Essas pessoas também desejam ser usuárias dessa forma prestigiada, do "falar mais correto". Para tal, esforçam-se em "corrigir" sua fala e acabam incorrendo no erro de corrigi-la demasiadamente. (...).
(BORTONE, M. E. e ALVES, S. B. O fenômeno da hipercorreção. In.Bortoni-Ricardo, S. M. et all. Orgs. São Paulo: Parábola editorial, 2014, p.130)
No texto acima, a função da linguagem que predomina é a função
Leia o texto a seguir e responda a questão.
Texto I
“O que muda na mudança,/ se tudo em volta é uma dança/ no trajeto da esperança/ junto ao que nunca se alcança?” (C.D.A)
Mama África, / a minha mãe é mãe solteira / e tem que fazer / mamadeira todo dia / além de trabalhar / como empacotadeira / nas Casas Bahia / (...) /
Mama África tem tanto o que fazer / além de cuidar neném / além de fazer denguim / filhinho tem que entender / mama África vai e vem / mas não se afasta de você / (...) /
Quando mama sai de casa / seus filhos se olodunzam / rola o maior jazz / mama tem calo nos pés / mama precisa de paz / mama não quer brincar mais / filhinho dá um tempo / é tanto contratempo / no ritmo de vida / de mama /
Deve ser legal / ser negão no Senegal / deve ser legal / ser negão no Senegal / deve ser legal / ser negão no Senegal / Mama África / a minha mãe / a minha mãe
Mama África, Chico César (1995).
Texto 2
O nascimento da crônica
Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica.
Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável, é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem.
Quando a fatal curiosidade de Eva fez-lhes perder o paraíso, cessou, com essa degradação, a vantagem de uma temperatura igual e agradável. Nasceu o calor e o inverno; vieram as neves, os tufões, as secas, todo o cortejo de males, distribuídos pelos doze meses do ano.
ASSIS, Machado. “Crônicas Escolhidas", Editora Ática - São
Paulo, 1994, pág. 13, e extraído do livro “As Cem Melhores
Crônicas Brasileiras", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2007,
pág. 27, organização e introdução de Joaquim Ferreira dos
Santos.
Sobre as ideias do texto, analise as afirmativas.
I. Possui linguagem literária com um tom metalinguístico, apresentando uma crônica que versa sobre o nascimento desse gênero.
II. O autor utiliza figuras modernas e pouco conhecidas para datar o nascimento da crônica, acreditando que esse gênero nasceu de conversas entre amigos.
III. Machado de Assis afirma que a crônica nasce de trivialidades, ou seja, de detalhes do cotidiano.
Está correto o que se afirma apenas em:
Leia o texto para responder à questão seguinte:
O exercício da crônica
Escrever crônica é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de uma máquina, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um assunto qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. Se nada houver, restar-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado.
Alguns fazem-no de maneira simples e direta, sem caprichar demais no estilo, mas enfeitando-o aqui e ali desses pequenos achados que são a sua marca registrada e constituem um tópico infalível nas conversas do alheio naquela noite. Outros, de modo lento e elaborado, que o leitor deixa para mais tarde como um convite ao sono: a estes se lê como quem mastiga com prazer grandes bolas de chicletes. Outros, ainda, e constituem a maioria, “tacam peito” na máquina e cumprem o dever cotidiano da crônica com uma espécie de desespero, numa atitude ou-vai-ou-racha. Há os eufóricos, cuja prosa procura sempre infundir vida e alegria em seus leitores e há os tristes, que escrevem com o fito exclusivo de desanimar o gentio não só quanto à vida, como quanto à condição humana e às razões de viver. Há também os modestos, que ocultam cuidadosamente a própria personalidade atrás do que dizem e, em contrapartida, os vaidosos, que castigam no pronome na primeira pessoa e colocam-se geralmente como a personagem principal de todas as situações. Mas uma coisa é certa: o público não dispensa a crônica. [...]
MORAES, Vinícius de. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia das Letras, 1991. (adaptado)
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. Analise o texto “O exercício da crônica” e avalie as proposições para marcar corretamente.
I - A crônica, além de colocar em evidência os elementos que servem de inspiração ao cronista, destaca o referente,o assunto, a comparação objetiva entre o cronista e o ficcionista. Neste texto, predomina, portanto, a função referencial.
II - A atitude do enunciador em relação ao gênero crônica se sobrepõe àquilo que está sendo dito, refletindo, pois, o estado de ânimo, os sentimentos e as emoções, comprovadas pelo uso da primeira pessoa no primeiro parágrafo, que são marcados predominantemente pela função emotiva.
III - A função predominante é a metalinguística, cuja mensagem está centrada no próprio código. O cronista aborda, por meio do gênero textual crônica, as dificuldades de se escrever uma crônica.
É CORRETO o que se afirma apenas em:
Com base na compreensão global do texto e de elementos da composição textual, responda a questão.
As raízes do caráter nacional
Parece possível distinguir duas tendências fundamentais na reação ao grupo estranho: uma de admiração e aceitação, outra de desprezo e recusa.
Aparentemente, quase todos os seres humanos apresentam essas duas tendências fundamentais. A participação em nosso grupo provoca sentimentos de segurança e bem estar, pois supomos entender que os que falam a nossa língua têm um passado em comum conosco, e também sabem o que esperar de nós. Mesmo quando nos desentendemos, sabemos por que isso ocorre, podemos esperar que nosso interlocutor acabe por nos entender e aceitar. E nisso talvez a linguagem desempenhe um papel fundamental, pois os homens geralmente são incapazes de utilizar perfeitamente mais de uma língua, e só naquela aprendida na infância somos capazes de exprimir todas as sutilezas do pensamento, todas as formas de ódio e amor. Além disso, o local em que nascemos e crescemos, a paisagem que conhecemos, tudo isso parece constituir um universo próximo e amigo, cujo reencontro é sempre uma alegria e uma consolação.
No outro extremo, o estrangeiro provoca a nossa desconfiança, às vezes o nosso medo. Nem sempre entendemos os seus gestos e certamente não compreendemos a sua língua. Ele não se veste como nós, a sua fisionomia pode ser diferente da nossa e não adora nossos deuses. Entre os primitivos, o estrangeiro passava por uma complexa cerimônia, destinada a afastar os malefícios que trouxesse de seus demônios; ao voltar de uma viagem, as pessoas deveriam permanecer isoladas por algum tempo, até que delas se afastassem os demônios estranhos, acaso encontrados pelo caminho.
E, no entanto, sentimos que o contrário também é verdade. Frequentemente sonhamos com um país distante, a terra prometida onde possamos realizar nossos desejos. Sentimos que aqueles que mais nos conhecem são também capazes de ignorar o que de melhor trazemos conosco. E o provérbio: “ninguém é profeta em sua terra” traduz precisamente essa ideia de que não podemos compreender integralmente quem está muito próximo de nós. As situações novas, além disso, são atraentes e provocantes: o novo ou desconhecido parece, pelo menos durante algum tempo, mais belo e atraente do que o velho; os nossos olhos parecem mais penetrantes ao observar a nova paisagem, ao admirar outras figuras humanas.
(LEITE, D. M. In.: O caráter nacional brasileiro. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 1976. p. 11.)
Seguem dois textos a partirdos quais deverão ser respondidas a questão.
TEXTO (1)
Escola sem partido (Eduardo Varandas Araruna)
Só poderia advir do Senador protestante Magno Malta o projeto de lei n. 193/2016 que inclui entre as diretrizes e bases da educação nacional a malsinada “escola sem partido”. Segundo o texto do projeto, a educação deverá atender a neutralidade política, religiosa e ideológica do Estado vedando expressamente qualquer menção, em ambiente escolar, acerca do que se chama “ideologia do gênero”.
Se for vertido em lei, os professores terão sua autonomia didático-pedagógica ceifada e estarão passíveis de serem representados ao Ministério Público por eventual avaliação crítica ou opinativa da disciplina que lecionam. Na justificativa do projeto, perversamente acusam-se os professores de “bullying” político e ideológico, além de violação de regras contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente. Ademais, envolto de cinismo sem medidas, o parlamentar proponente invoca a laicidade do estado para falar de elementos como neutralidade religiosa, impessoalidade e respeito, quando tais atributos nem sempre lhe serviram de norte enquanto agente político.
[...]
Outrossim, além de representar inequívoco retrocesso eis que ressuscita a censura, o referido projeto de lei já nasce maculado de notória inconstitucionalidade, eis que fere de morte o artigo 206, da Constituição Federal, o qual consagra liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber.
Quando não se concorda, na condição de pai ou mãe, com o discurso deste ou daquele professor, a melhor solução será sempre o diálogo em casa e, em último caso, a mudança do estabelecimento de ensino. O sufocamento da arte de transmitir o saber um mundo desprovido de seres pensantes. Certamente, este é o objetivo da “escola sem partido”. [...] (Correio da Paraíba, 24/06/16)
TEXTO (2)
O processo de construção do texto envolve uma série de decisões, entre as quais: o gênero textual; o nível de linguagem; as estruturas oracionais, além do vocabulário. Da observação dos dois textos, constatamos acerca das estratégias empregadas que:
I - Os dois textos convergem quanto à temática abordada e também quanto à função de linguagem – a função expressiva, embora em (1) a função referencial venha mais marcada, já que na exposição do assunto há mais detalhes informativos.
II - Na charge, que mistura crítica e humor, a presença do termo delírios na fala do médico: “ele começou a ter delírios” reflete a criatividade do chargista, pois ao lado do valor denotativo, em referência à “perturbação mental do paciente” temos o valor conotativo, remetendo a uma avaliação do projeto de lei, que seria um projeto sem sentido, impraticável.
III - O advérbio “Certamente”, usado na última frase do artigo, revela uma avaliação positiva do autor em relação ao papel da escola – transmitir o saber.
IV - Nas estruturas oracionais “acusam-se os professores de Bullying político e ideológico” e “Quando não se concorda com o discurso deste ou daquele professor, a solução será o diálogo”, a partícula SE tem a mesma função sintática: índice de indeterminação do sujeito.
V - Dizer “O referido projeto já nasce maculado pela inconstitucionalidade” significa o mesmo que “O referido projeto já nasce acusado de ser inconstitucional”. Ou seja, maculado e acusado são vocábulos semanticamente correspondentes.
Está(ão) CORRETA(S) apenas:
Conforme a motivação e a finalidade da comunicação, ao construir os textos, pomos em destaque uma determinada função da linguagem. Leia o texto que segue, extraído de Veja, de 08/06/16, voltando a atenção para esse aspecto.
A TOCHA OLÍMPICA
CHAMA ATENÇÃO
POR ONDE PASSA.
TALVEZ SEJA HORA
DE PASSAR EM
NOSSOS HOSPITAIS.
O Ceará acaba de alcançar uma terrível marca: o segundo estado do país que mais perdeu leitos em hospitais. Uma medalha de prata no precário quadro da saúde no Brasil. Tivemos crescimento da mortalidade hospitalar, o aumento das mortes por doenças diarréicas entre menores de 5 anos e das mortes por dengue, que estão acima da média do país, entre outros graves problemas. O Sindicato dos Médicos do Ceará trabalha para que as Olimpíadas do Descaso terminem. E que o povo tenha, finalmente, motivos para comemorar.
Indique a alternativa que traz a proposição CORRETA:
Texto 1
Antes de iniciar este livro, imaginei construi-lo pela divisão do trabalho. Dirigi-me a alguns amigos, e quase todos consentiram de boa vontade em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; prometi ao Arquimedes a composição tipográfica; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. Eu traçaria o plano, introduziria na história rudimentos de agricultura e pecuária, faria as despesas e poria o meu nome na capa. (Fragmentos do romance São Bernardo, Graciliano Ramos)
Disponível em: > https://veele.files.wordpress.com/2010/02/sc3a3obernardo-gracilianoramos.pdf<. Data da consulta: 22/11/2017.
Texto 2
Disponível em: > https://www.google.com.br/search?q=exemplos+de+publicidades+criativas&tbm=isch&tbs=rimg:CSHeD00PaY1eIjjOFXCVUkNHw3YS4w- <.
Data da consulta: 22/11/2017.
Quem escreve deve trabalhar com o máximo possível de atenção, adotando todos os cuidados necessários à eficácia da boa redação tanto em relação à forma, como em relação à clareza do que se afirma. Neste sentido, atente aos enunciados abaixo:
I- Os filhos de seu Francisco, que estudaram, tiveram sucesso na vida.
II- Os filhos de seu Francisco que estudaram tiveram sucesso na vida.
III- Vi uma foto sua no ônibus.
IV- O motorista infligiu a lei, ao estacionar em fila dupla, e foi multado. O guarda lhe infringiu uma multa de 270,00 reais.
V- As questões ligadas à assessoria parlamentar devem ser meticulosamente avaliadas afim de que não se cometam injustiças.
VI- Desculpem-me, mas não dá para fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado. (CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002) (fragmento).
Com base nas sentenças acima assinale a alternativa que julgar VERDADEIRA:
Texto 2
Em relação ao Texto 2, julgue, como CERTO ou ERRADO, o item a seguir.
A imagem do pirata, no último quadrinho, está ligada ao termo “pirataria”, que fica subentendido na
fala da mãe de Nic. Tal fato faz predominar, na tirinha, a função fática da linguagem.
TEXTO 1
BELEZA COMO MANDAMENTO
Posso falar de arte e artistas outra vez? Tenho afeição pelo tema. Espero que, em algum lugar aí no Brasil, haja leitores e leitoras, mesmo poucos, que se interessem pela figura singular e tão fundamental do artista. Ou quem sabe se dou sorte e há um ou outro artista aí fora, extraviado nesta coluna?
[....] Sempre me pareceu que o artista verdadeiro sacrifica qualquer “conteúdo”, qualquer “coerência”, por uma bela frase, por um belo gesto, por um belo efeito plástico ou cênico. Como dizia Oscar Wilde, “coerência é a virtude dos que não têm imaginação”. Dos não artistas, portanto.
O que distingue o artista é a busca incondicional pela beleza, em detrimento da verdade, do equilíbrio, do bom senso, da ética, da saúde e até da própria vida. Além disso, leitor, o artista é frequentemente um pobre ser ameaçado, com instalação precária no mundo. E, se faz concessões, corre o risco de se desvirtuar, de perder o rumo.
Assim, o artista precisa sacrificar, ou deixar em segundo plano, a verdade e a moral. A objetividade e os bons princípios são temas para outros tipos humanos, para o cientista e para o sacerdote, respectivamente. [....] Quando um artista migra para outros terrenos (ciência, moral, filosofia, pensamento social, crítica literária), o que acaba dominando, em última análise, é a expressão da beleza. Para o verdadeiro artista, a beleza é o único mandamento. Para o bem e para o mal, ela interfere o tempo todo. E a obra artística resvala para a mentira, para o engano, para a fabulação. Tangencia a imoralidade, o crime, a perversão.
(Paulo Nogueira Batista Jr., O Globo, 04/08/2017 – adaptado)
“Posso falar de arte e artistas outra vez? Espero que, em algum lugar aí no Brasil, haja leitores e leitoras, mesmo poucos, que se interessem pela figura tão singular e tão fundamental do artista”.
Nesses períodos prevalece a função de linguagem denominada
O Lado Negro do Facebook
Por Alexandre de Santi
O Facebook é, de longe, a maior rede da história da humanidade. Nunca existiu, antes, um lugar onde 1,4 bilhão de pessoas se reunissem. Metade de todas as pessoas com acesso à internet, no mundo, entra no Facebook pelo menos uma vez por mês. Em suma: é o meio de comunicação mais poderoso do nosso tempo, e tem mais alcance do que qualquer coisa que já tenha existido. A maior parte das pessoas o adora, não consegue conceber a vida sem ele. Também pudera: o Facebook é ótimo. Nos aproxima dos nossos amigos, ajuda a conhecer gente nova e acompanhar o que está acontecendo nos nossos grupos sociais. Mas essa história também tem um lado ruim. Novos estudos estão mostrando que o uso frequente do Facebook nos torna mais impulsivos, mais narcisistas, mais desatentos e menos preocupados com os sentimentos dos outros. E, de quebra, mais infelizes.
No ano passado, pesquisadores das universidades de Michigan e de Leuven (Bélgica) recrutaram 82 usuários do Facebook. O estudo mostrou uma relação direta: quanto mais tempo a pessoa passava na rede social, mais infeliz ficava. Os cientistas não sabem explicar o porquê, mas uma de suas hipóteses é a chamada inveja subliminar, que surge sem que a gente perceba conscientemente. Já deve ter acontecido com você. Sabe quando você está no trabalho, e dois ou três amigos postam fotos de viagem? Você tem a sensação de que todo mundo está de férias, ou que seus amigos viajam muito mais do que você. E fica se sentindo um fracassado. “Como as pessoas tendem a mostrar só as coisas boas no Facebook, achamos que aquilo reflete a totalidade da vida delas”, diz o psiquiatra Daniel Spritzer, mestre pela UFRGS e coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas. “A pessoa não vê o quanto aquele amigo trabalhou para conseguir tirar as férias”, diz Spritzer.
E a vida em rede pode ter um efeito psicológico ainda mais assustador. Durante 30 anos, pesquisadores da Universidade de Michigan aplicaram testes de personalidade a 14 mil universitários. O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet, têm 40% menos empatia que os jovens de três décadas atrás. A explicação disso, segundo o estudo, é que na vida online fica fácil ignorar as pessoas quando não queremos ouvir seus problemas ou críticas – e, com o tempo, esse comportamento indiferente acaba sendo adotado também na vida offline.
Num meio competitivo, onde precisamos mostrar como estamos felizes o tempo todo, há pouco incentivo para diminuir o ritmo e prestar atenção em alguém que precisa de ajuda. Há muito espaço, por outro lado, para o egocentrismo. Em 2012, um estudo da Universidade de Illinois com 292 voluntários concluiu que, quanto mais amigos no Facebook uma pessoa tem, e maior a frequência com que ela posta, mais narcisista tende a ser – e maior a chance de fazer comentários agressivos.
Esse último resultado é bem surpreendente, porque é contraintuitivo. Ora, uma pessoa que tem muitos amigos supostamente os conquistou adotando comportamentos positivos, como modéstia e empatia. O estudo mostra que, no Facebook, tende a ser justamente o contrário.
Adaptado de Superinteressante. Disponível em:
http://super.abril.
com.br/tecnologia/o-lado-negro-do-facebook/
“ […] Mas quem sou eu para censurar os culpados? O pior é que preciso perdoá-los. É necessário chegar a tal nada que indiferentemente se ame ou não se ame o criminoso que nos mata. Mas não estou seguro de mim mesmo: preciso amar aquele que me trucida e perguntar quem de vós me trucida. E minha vida, mais forte do que eu, responde que quer porque quer vingança e responde que devo lutar como quem se afoga, mesmo que eu morra depois. Se assim é, que assim seja [...]”. (Fragmento de A hora da estrela, de Clarice Lispector)
As funções da linguagem estão aí buscando explicar as minúcias de cada tipo de discurso e conhecê-las aprimora a comunicação, bem como o entendimento da finalidade de um texto.
Assinale a alternativa que indica a função de linguagem utilizado no fragmento do texto “A Hora da estrela” apresentada acima:
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
MEIRELES, Cecília. Obra Poética de Cecília Meireles. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958.
O fragmento a seguir, extraído do texto “Cora Coralina, de Goiás”, da autoria de Carlos Drummond de Andrade, foi publicado no “Caderno B” do Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro, em 27 de dezembro de 1980. Leia-o com atenção para responder à questão.
Texto I - Cora Coralina, de Goiás
Este nome não inventei, existe mesmo, é de uma mulher que vive em Goiás:
Cora Coralina. Cora Coralina, tão gostoso pronunciar esse nome, que começa aberto em rosa e depois desliza pelas entranhas do mar, surdinando música de sereias antigas e de Dona Janaína moderna.
Cora Coralina, para mim a pessoa mais importante de Goiás, mais do que o governador, as excelências, os homens ricos e influentes do Estado. Entretanto, uma velhinha sem posses, rica apenas de sua poesia, de sua invenção, e identificada com a vida como é, por exemplo, uma estrada.
Na estrada que é Cora Coralina passam o Brasil velho e o atual, passam as crianças e os miseráveis de hoje. O verso é simples, mas abrange a realidade vária.
Disponível em: <http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?imagepopup=57/20111027-Coracoralina.JPG&width=687&height=931&imagetext=Clique+aqui+para+ler+na+%EDntegra%21>