Questões de Concurso Sobre funções da linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética. em português

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Q2730937 Português

Zika: Agência dos EUA pede que grávidas evitem Brasil e outros países da AL


Camilla Costa - @camillacostaDa BBC Brasil em São Paulo 15 janeiro 2016


O Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC) recomendou que gestantes evitassem viajar para o Brasil e outros 13 países da América Latina onde há transmissão do zika vírus, por causa dos casos de microcefalia em bebês que estão sendo relacionados à doença.

Na noite de sexta-feira, o CDC — principal agência voltada para proteção da saúde pública nos Estados Unidos — atualizou seus alertas para pessoas que pretendem viajar a Brasil, Colômbia, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Venezuela e Porto Rico.

Os alertas já recomendavam medidas de proteção contra a doença nesses países, mas foram atualizados com informações sobre possíveis efeitos em gestantes.

"O zika vírus pode passar da mulher grávida para o bebê. Há relatos de um sério defeito no cérebro chamado microcefalia e de outros problemas em bebês de mulheres que foram infectadas pelo virus na gravidez", diz O texto.

Para as grávidas em qualquer trimestre da gestação, o CDC recomenda adiar a viagem para algum destes países. E para as que planejam engravidar, a recomendação é conversar com seus médicos sobre os riscos.

Em entrevista à BBC Brasil um dia antes da atualização do alerta, o diretor da Divisão de doenças transmitidas por vetores do CDC, Lyle Petersen, afirmou que o Brasil não seria o único país ao qual a recomendação se referiria, apesar de ter sido o primeiro país do hemisfério ocidental a registrar uma epidemia do zika vírus e o único, até o momento, a detectar casos de microcefalia associados à doença.

"O Brasil foi o país do continente que primeiro teve uma epidemia de zika. Mas pode ser razoável assumir que o pior já tenha passado, enquanto que em outros países, ainda pode estar começando", disse.


Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160115_cdc_zika_atualizacao_cc

Assinale a função da linguagem que é predominante no texto acima:

Alternativas
Q2729788 Português

O excerto da reportagem abaixo é referente às questões 3, 4 e 5:


RASPADINHA DEMOCRÁTICA


Rapazotes com o mesmo cabelo do Xororó e meninas de longos saiotes cruzam a Avenida Mauá, de olho nas Belinas e Fuscas. A sete passos do portão do colégio de madeira, outros estudantes se aglomeram em volta de uma carriola de algodão-doce. A foto, feita em 1982, hoje está pendurada na secretaria do Colégio Santo Inácio. Quase tudo mudou. A estrutura do colégio. Os pedregulhos da avenida. As roupas das moças. Mudaram os carros e os cortes de cabelo. Aparentemente, nada resistiu ao tempo. Mas basta lançar um olhar mais atento à foto para notar a única brava resistência: Alair Arengue, hoje com 66 anos, e seu carrinho de algodão-doce permanecem na mesma calçada do colégio, a exatamente sete passos da entrada.

Vestindo uma camisa branca, com três botões refrescando o calor infernal - o mesmo calor dos tempos d'outrora -, o ambulante escapa do sol debaixo do boné branco e vermelho. Há 53 anos, Alair oferece raspadinhas, algodão-doce e chicletes nesse ponto da Mauá, em frente ao Santo Inácio. "Durante 32 anos, eu ficava aqui pela manhã e, à tarde, fazia o Marista. Hoje tô velho. Só fico aqui", diz, sossegadão, encostado em seu carrinho adocicado.

De raspadinha em raspadinha, Alair foi esquentando a poupança. Comprou casa própria, há 35 anos, na Vila Operária e, desde que adquiriu um Fusca em 1973, nunca mais abriu mão de um carro próprio. (...).

Testemunha ocular dos sentimentos maringaenses, presenciou o amor tomar forma, à sua volta, com os 79.873 casais de adolescentes que, cheios de paixão, engataram namoros bebericando a mais doce das raspadinhas. Também viu o amor morrer, com os 79.871 casais de adolescentes que, tempos depois, empunhando a mais amarga das raspadinhas, terminaram seus relacionamentos. Ao lado do carrinho, Alair ouviu brigas de mães com seus filhos, brigas de pais com suas esposas e sustentou conversas com 76.324 crianças esquecidas pelos pais à frente do colégio, após o término das aulas. Culpa dos tantos atrasos paternos? Alguma reunião importante? Algum amado secreto? Alguma irrecusável amante? (...).


GAIOTO, Alexandre.

In:<http://alexandregaioto.blogspot.com.br/2016/11/raspadina-democratica.html>. Publicado em: 29/11/16.

Sobre a função da linguagem no excerto “Raspadinha Democrática” de Alexandre Gaioto, pode-se afirmar que:

Alternativas
Q2729543 Português

Capital de um império


Ao desembarcar no Rio de Janeiro, em 7 de mar-

ço de 1808, Dom João e sua corte encontraram uma

cidade pequena, de apenas 60 mil habitantes, com-

pletamente despreparada para receber tantos e tão

05 ilustres moradores. Algo entre 10 mil e 15 mil portu-

gueses, acostumados ao conforto da Europa, inva-

diram o Rio de repente. O ineditismo da situação ia

muito além do caos instaurado na cidade. Pela pri-

meira vez na história, uma família real européia pu-

10 nha os pés na América. Estava em curso uma trans-

ferência de poder sem precedentes: a mudança de

toda a corte portuguesa, por tempo indeterminado,

de Lisboa para a Baía de Guanabara.

A importância histórica dos acontecimentos não

15 livrou Dom João de enfrentar problemas aparente-

mente menores, mas bem difíceis de contornar. O

primeiro e mais prático de todos: simplesmente não

havia moradia para toda aquela gente nova no Rio de

Janeiro. Por mais que estivessem num cenário des-

20 lumbrante, cercadas de mar, montanhas e muito

verde, as casinhas daquela época eram humildes

em sua maioria. O jeito foi desalojar as famílias que

ocupavam as melhores residências, para que, em seu

lugar, fossem acomodados os imigrantes da corte.

25 De um dia para o outro, a cidade ganhou uma

importância inesperada, transformando-se na capi-

tal do império português. Para muitos historiadores,

esse foi o marco inicial dos eventos que forjaram as

instituições, a cultura e a política brasileiras.

30 À medida que a cidade crescia, mais problemas

iam surgindo. Crises no abastecimento de água, por

exemplo, aos poucos foram debeladas com a cons-

trução de dezenas de bicas e chafarizes. A explo-

são demográfica não se restringiu à chegada da cor-

35 te. Com a abertura dos portos brasileiros, em 1808,

um número incalculável de estrangeiros começou a

freqüentar o Rio. A nova capital, naquele início de

século 19, transformou-se a toque de caixa na cida-

de mais cosmopolita de todo o continente.

40 Eram tantos ingleses mudando-se para cá que

lhes foi concedido o direito a um cemitério e uma

igreja só para eles. Italianos influenciavam a

gastronomia. Até chineses vieram do outro lado do

mundo, para introduzir o plantio de folhas de chá no

50 recém-criado Horto Real – mais tarde transformado

no Jardim Botânico. Em pouco tempo, bibliotecas,

teatros, escolas e hospitais foram erguidos, ruas e

estradas foram abertas, igrejas foram reformadas. O

Rio de Janeiro crescia freneticamente, para fazer justi-

ça à condição de capital de um império ultramarino.


RIBEIRO, Flávia. 1808 – 2008: 200 anos da família real no Brasil.

Aventuras na História, São Paulo: Editora Abril, 2008 (adaptado)

No segmento “A nova capital, naquele início de século 19, transformou-se a toque de caixa na cidade mais cosmopolita de todo o continente” (L.37 – 39), a expressão em negrito corresponde, em linguagem formal, a:

Alternativas
Q2726995 Português

Leia o texto e responda a questão 6


TRÊS APITOS


Quando o apito

Da fábrica de tecidos

Vem ferir os meus ouvidos,

Eu me lembro de você.

Mas você anda,

Sem dúvida, bem zangada

E está mesmo interessada

Em fingir que não me vê.


Você que atende ao apito

De uma chaminé de barro

Por que não atende ao grito,

Tão aflito,

Da buzina do meu carro?


Você no inverno

Sem meias vai pro trabalho,

Não faz fé com agasalho,

Nem no frio você crê.


Mas você é mesmo

Artigo que não se imita,

Quando a fábrica apita

Faz reclame de você.


Nos meus olhos você lê

Que eu sofro cruelmente

Com ciúmes do gerente Impertinente,

Que dá ordens a você.


Sou do sereno,

Poeta muito soturno,

Vou virar guarda-noturno

E você sabe por quê.

Mas você não sabe

Que, enquanto você faz pano,

Faço junto do piano

Estes versos pra você.


ROSA, Noel. In: Noel Rosa. São Paulo:

Abril Educação, 1982. p. 86.

Marque a alternativa CORRETA quanto à função da linguagem que evidencia, pela ordem, a predominante e demais funções existentes no texto

Alternativas
Q2726992 Português

Os noticiários informaram que os atentados à França pelo grupo terrorista Estado Islâmico, no dia 15 de novembro de 2015, ceifaram muitas vidas inocentes.

Marque a função da linguagem PREDOMINANTE:

Alternativas
Q2724955 Português

A questão 14 refere-se ao texto abaixo.


“Confesso-te honestamente o que sou. Se não te agradam sentimentos tão excessivos, mata-me. Porém não me mates logo: mata-me devagar, deitando veneno no que me escreveres. Provavelmente sabes fazê-lo.”


RAMOS, G. Cartas de amor a Heloísa. Rio de Janeiro: Record, 1994 (Fragmento).

Qual a função da linguagem predominante no fragmento acima?

Alternativas
Q2720047 Português

TEXTO 02


Os infinitos arredores


Não pergunte quem eu sou, que não sou uno. Sou várias respostas, primo e par, sou múltiplo e infinito, sou átomo. O universo interior e o cosmo lá fora. Útero e esperma, concepção e abortos. Natividade e morte, plasma de todas as geratrizes. O divino e o satânico, o anjo e o demônio, a flor e o espinho, a semente e a terra, a perdição e o louvor. Aminha resposta é múltipla porque não me sei. E a sua indagação se perde no meu vário, ovário.

Se eu me defino, castro-me, pois identifico-me parte. A gradação de uma escala não executa a escala. É uma sugestão de grandeza que se pode diluir na profundeza de uma síncope ou no abissal de uma explosão. Na verdade, às vezes, me busco lá fora, na multidão das gentes e das coisas. Então me disperso em passos e voos, cada vez menos identificáveis. Às vezes, me busco por dentro e maior a multidão e mais me espalho, pulverizo na refração do ser.

Sem dúvida, sou a procura do todo, a agonia do homem. O primeiro passo, como a primeira palavra e o primeiro gesto, é a perdição do eu, a danação do indivíduo, cosmopolita de sensações. Nem o rastro, nem o eco respondem mais pela unidade do passo e da palavra [...].


MARACAJÁ, Robério. Cerca de Varas. Campina Grande: Latus, 2014, p. 223.

No texto, predomina a função Emotiva porque o autor

Alternativas
Q2719748 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio


asdEstou deitado na margem. Dois barcos, presos a um tronco de salgueiro cortado em remotos tempos, oscilam ao jeito do vento, não da corrente, que é macia, vagarosa, quase invisível. A paisagem em frente, conheço-a. Por uma aberta entre as árvores, vejo as terras lisas da lezíria, ao fundo uma franja de vegetação verde-escura, e depois, inevitavelmente, o céu onde boiam nuvens que só não são brancas porque a tarde chega ao fim e há o tom de pérola que é o dia que se extingue. Entretanto, o rio corre. Mais propriamente se diria: anda, arrasta-se – mas não é costume.

asdTrês metros acima da minha cabeça estão presos nos ramos rolos de palha, canalhas de milho, aglomerados de lodo seco. São os vestígios da cheia. À esquerda, na outra margem, alinham-se os freixos que, a esta distância, por obra do vento que Ihes estremece as folhas numa vibração interminável, me fazem lembrar o interior de uma colmeia. É o mesmo fervilhar, numa espécie de zumbido vegetal, uma palpitação (é o que penso agora), como se dez mil aves tivessem brotado dos ramos numa ansiedade de asas que não podem erguer voo.

asdEntretanto, enquanto vou pensando, o rio continua a passar, em silêncio. Vem agora no vento, da aldeia que não está longe, um lamentoso toque de sinos: alguém morreu, sei quem foi, mas de que serve dizê-Io? Muito alto, duas garças brancas (ou talvez não sejam garças, não importa) desenham um bailado sem princípio nem fim: vieram inscrever-se no meu tempo, irão depois continuar o seu, sem mim.

asdOlho agora o rio que conheço tão bem. A cor das águas, a maneira como escorregam ao longo das margens, as espadanas verdes, as plataformas de limos onde encontram chão as rãs, onde as libélulas (também chamadas tira-olhos) pousam a extremidade das pequenas garras – este rio é qualquer coisa que me corre no sangue, a que estou preso desde sempre e para sempre. Naveguei nele, aprendi nele a nadar, conheço-lhe os fundões e as locas onde os barbos pairam imóveis. É mais do que um rio, é talvez um segredo.

asdE, contudo, estas águas já não são as minhas águas. O tempo flui nelas, arrasta-as e vai arrastando na corrente líquida, devagar, à velocidade (aqui, na terra) de sessenta segundos por minuto. Quantos minutos passaram já desde que me deitei na margem, sobre o feno seco e doirado? Quantos metros andou aquele tronco apodrecido que flutua? O sino ainda toca, a tarde teve agora um arrepio, as garças onde estão? Devagar, levanto-me, sacudo as palhas agarradas à roupa, calço-me. Apanho uma pedra, um seixo redondo e denso, lanço-o pelo ar, num gesto do passado. Cai no meio do rio, mergulha (não vejo, mas sei), atravessa as águas opacas, assenta no lodo do fundo, enterra-se um pouco. […]

asdDesço até a água, mergulho nela as mãos, e não as reconheço. Vêm-me da memória outras mãos mergulhadas noutro rio. As minhas mãos de há trinta anos, o rio antigo de águas que já se perderam no mar. Vejo passar o tempo. Tem a cor da água e vai carregado de detritos, de pétalas arrancadas de flores, de um toque vagaroso de sinos. Então uma ave cor de fogo passa como um relâmpago. O sino cala-se. E eu sacudo as mãos molhadas de tempo, levando-as até aos olhos – as minhas mãos de hoje, com que prendo a vida e a verdade desta hora.

(SARAMAGO, José. Deste mundo e do outro. Lisboa: Editorial Caminho, 1985. p. 35-37)


Vocabulário:


lezíria – zona agrícola muito fértil, situada na região do Ribatejo, em Portugal.


freixo – árvore das florestas dos climas temperados, de madeira clara, macia e resistente.


espadana – planta herbácea, aquática ou palustre, com folhas agudas.


loca – toca; furna; gruta pequena; esconderijo do peixe, debaixo da água, sob uma laje ou tronco submersos.


barbo – peixe vulgar de água doce.

A função da linguagem predominante no texto é:

Alternativas
Q2719099 Português

Texto para as questões 1 a 4


Desde a chegada da esquadra de Cabral à costa brasileira até quase duzentos anos

depois não há a menção do nome de nenhuma mulher em nossa História oficial. Há

referências a paixões de europeus por índias, aos contatos voluptuosos com a mulher

exótica; há a menção de que os jesuítas solicitaram ao rei que mandasse para cá

5 mulheres aptas ao casamento e vieram as órfãs, para constituírem a família de “pai

soturno, mulher submissa e filhos aterrados”. Vieram as prostitutas, as feiticeiras, as

criminosas, as adúlteras, vieram as negras para a escravidão e para o ranger dos

catres.

Vemos a mulher fazendo pudim, a mulher parindo, a mulher servindo ao homem,

10 o comportamento da mulher controlado nos seus atos mais recônditos pelas normas

aterrorizantes do Santo Ofício ou pelo receituário escolástico que interditava

a posição mulier super virum por ser oposta à superioridade ativa dos machos. A

Inquisição formou algumas de nossas características de introversão, doçura e em

nós marcou a noção do pecado. Revela alguns dos costumes secretos das mulheres de

15 antigamente, as que fomos outrora, das quais temos quase sempre apenas um nome vago,

uma data de nascimento, casamento e morte. Padre Vieira achava que as mulheres

deviam sair de casa em apenas três ocasiões: para o batismo, para o casamento e o

próprio enterro. E, macilentas, esverdinhadas, foi o que fizemos durante séculos. É

o que parece dizer a História.


MIRANDA, Ana. Ser mulher.


Disponível em: <http://xoomer.virgilio.it/leonildoc/mulher.htm>. Acesso em 28/11/2016 (fragmento).

Em todo texto está implícita uma intencionalidade discursiva, levando o seu autor a optar por determinados elementos, enfatizando uns ou outros. Isso resulta no que se denomina função da linguagem. No texto acima, pode-se afirmar que há a predominância da função

Alternativas
Q2718060 Português

Texto para as questões de 1 a 3:

A vida e as estações

Eu queria que a vida fosse dividida em quatro estágios, mas que não acabasse nunca.

A infância é como a primavera. É pura novidade e um calor que não sufoca nem faz pensar bobagens. Tem uma inocência quase cafona, uma singeleza clássica, e traz no íntimo a certeza de que pela frente vem coisa boa. A gente quer que passe logo, mas sabe que nunca mais será tão protegido, a mordomia não será eterna. É quando as coisas acontecem pela primeira vez, é quando num arbusto verde vemos surgir alguns vermelhos, é surpresa, a primeira de uma série.

A adolescência é como o verão. Quente, petulante, libidinosa.

Parece que não vai haver tempo para fazer tudo o que se quer e o que se teme. É musical e fotogênica. Dúvidas, dúvidas, dúvidas em frente ao mar. Mergulha-se no profundo e no raso. Pouca roupa, pouca bagagem. Curiosidade. Vontade que dure para sempre, certeza de que passa.

Noção do corpo. Festas e religião. Amor e fé.

A maturidade é como o outono. Um longo e instável outono,

que alterna dias quentes e frios, que nos emociona e nos gripa. Há mais beleza e o ar é mais seco, porém é quando se colhem os melhores abraços. Ficar sozinho passa a não ser tão aterrorizante. Fugimos para a praia, fugimos para a serra, as ideias aprendem a se movimentar, a fazer a mala rápido, a trocar de rota se o desejo se impuser, e não é preciso consultar o pai e a mãe antes de errar. É o outono que tentamos conservar.

O inverno é como a velhice. Tem sua beleza igualmente, exige lã, bolsa de água quente, termômetro e uma janela bem vedada. O que não queremos que entre? Maus presságios. O inverno é frio como despedida de um grande amor, mas sabemos que tudo voltará a ser ameno. Queremos que passe, temos medo que termine. Ficar sozinho volta a ser aterrorizante. O inverno é branco, é cinza, é prata. É grisalho. E, de repente, também passa.

Eu queria que tudo fosse verdade, que a vida fosse assim dividida em quatro estágios que mais parecem estações do ano, mas que não acabasse, que depois do inverno viesse outra primavera, e outro verão, e outro outono, que nunca são iguais, mas sempre se repetem, sempre voltam, são tão certos quanto o sol e a lua, todo dia, toda noite.

Eu queria.

Martha Medeiros

Sabendo que as funções da linguagem revelam a intenção da autora para com os propósitos do texto, podemos afirmar que, neste caso, a função predominante é:

Alternativas
Q2711357 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 20 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


1 _____ Mais da metade da população mundial já conta com acesso à internet, aponta o último relatório Digital in 2018,

2 divulgado pelos serviços online Hootsuite e We Are Social. De acordo com as duas companhias, somos mais de 4 bilhões de

3 pessoas conectadas à rede, enquanto as estimativas mais recentes apontam para uma população global de 7,6 bilhões de seres

4 humanos.

5 _____ Falando em números específicos, começamos 2018 com 4,021 bilhões de pessoas online (53% de todas as pessoas

6 do planeta), um aumento de 7% em relação ao ano anterior. As redes sociais são utilizadas por cerca de 3,2 bilhões de pessoas

7 (42% de todo o mundo).

8 _____ Um dado curioso é que os telefones móveis têm uma penetração maior do que as redes sociais e até mesmo do que a

9 conexão com a internet: eles são usados por 5,1 bilhões de indivíduos ao redor do globo (68% da população global). Além disso,

10 quase todas as pessoas que usam redes sociais o fazem também pelo smartphone: 2,9 bilhões de pessoas (39% da população

11 mundial).

12 _____ Segundo os dados levantados pelo We Are Social e pelo Hootsuite, o Brasil é o terceiro país que mais fica online:

13 são, em média, 9h14 todos os dias. A Tailândia lidera o ranking, com uma média 9h38, seguida das Filipinas, com 9h24. Esses

14 dados levam em conta o acesso feito a partir de qualquer dispositivo e foi obtido por meio de pesquisa com usuários de 16 a 64

15 anos de idade.

16 _____ A penetração média da internet no mundo é de 53% e os países com maior porcentagem da população conectada são

17 Catar e Emirados Árabes Unidos, ambos com 99%. Logo depois vêm Kuwait, Bermuda, Bahrain, Islândia, Noruega, Andorra e

18 Luxemburgo, todos com 98% de sua população online.

19 _____ Na outra ponta do ranking temos a situação inversa: os países menos conectados. Quem “lidera” esse lado é a Coreia

20 do Norte, com 0,06% de seus cidadãos tendo acesso a rede mundial de computadores (apenas 16 mil pessoas acessam a internet

21 a partir do país asiático). Depois vêm a Eritréia (1%) e Níger (4%).

22 _____ Segundo o Digital in 2018, os dispositivos mobile já são o principal ponto de acesso das pessoas à internet em todo

23 o mundo, com penetração de 52%, enquanto os computadores tradicionais (laptops e desktops) têm penetração de “apenas” 43%.

24 Os tablets são usados por apenas 4% da população, enquanto outros dispositivos (como os consoles) são utilizados por 0,14%

25 das pessoas ao redor do globo.

26 _____ Um dado interessante aqui envolve o Facebook: 95,1% de todos os usuários da rede social criada por Mark

27 Zuckerberg acessam o serviço por meio de um smartphone. Em contrapartida, somente 31,8% fazem o mesmo usando um

28 notebook ou um desktop.

29 _____ A internet móvel vem, aos poucos, se tornando um padrão em várias partes do mundo. O país com as velocidades

30 médias mais rápidas quando se fala em acesso por meio de redes móveis é a Noruega, com 61,2 Mbps — logo atrás estão Malta

31 (54,4 Mbps) e Holanda (54,2 Mbps). Na outra ponta, com as menores velocidades, estão Bangladesh (5,2 Mbps) e Líbia e Iraque

32 (ambos com 4,2 Mbps).

33 _____ Cerca de 1 milhão de pessoas começaram a usar as redes sociais em 2017, aponta o relatório, o que significa um

34 novo usuário a cada 11 segundos. Em termos de proporção, o número de utilizadores das mídias sociais aumentou 13% ao longo

35 do período, com a Ásia Central e o Sul da Ásia liderando o crescimento.

36 _____ Falando em países de forma específica, os que mais apresentaram crescimento no número de usuários de redes

37 sociais foram Arábia Saudita (32%), Índia (31%), Indonésia (23%), Gana (22%) e África do Sul e Vietnam (ambos com 20%).

38 _____ Voltando a ter o Facebook como um extrato perfeito (ou quase isso) daquilo que é o uso das redes sociais, o perfil

39 mais comum de usuário de rede social no mundo é homem e com idade entre 26 e 34 anos — 17% dos usuários se encaixam

40 nessa descrição.

41 _____ Os países com maior número de usuárias femininas do Facebook são Belarus (58%), Ucrânia (57%) e Moldávia e

42 Rússia (ambas com 56%). Já os países com mais usuários homens são Iêmen (85%), Afeganistão (84%) e Chade e Sudão do Sul

43 (ambos com 82%).

44 _____ As pessoas vêm perdendo o receio de comprar online em todo o mundo, mostra o Digital in 2018. No ano passado,

45 1,77 bilhão de pessoas (ou 23% da população mundial) realizaram ao menos uma aquisição via comércio eletrônico, um

46 aumento de 8% em relação ao ano anterior. Ao todo, foram gastos mais de US$ 1,4 trilhão, aumento de 16% sobre 2016,

47 resultando em um consumo médio de US$ 833 por pessoa.

48 _____ O país onde o e-commerce é mais comum é o Reino Unido: 78% da população britânica faz compras online.

49 Completam as primeiras posições do ranking Coreia do Sul (74%), Alemanha (74%), Suécia (69%) e Estados Unidos (69%). No

50 Brasil, 45% da população compra produtos pela internet.

FONTE: https://www.tecmundo.com.br/internet/126654-4-bilhoes-pessoas-usam-internet-no-mundo.htm

Sobre as funções da linguagem, no texto, é correto afirmar

Alternativas
Q2711031 Português

A função da linguagem está CORRETA em qual das opções?

Alternativas
Q2705475 Português
As funções da linguagem são formas de estabelecer a comunicação de acordo com as intenções do enunciador. Selecione a alternativa que apresenta um exemplo do uso da função fática no cotidiano. 
Alternativas
Q2702264 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 5.


“A crise migratória vai manter-se. É preciso uma visão integrada"


A crise migratória vai manter-se, se não amplificar-se, por isso é preciso uma visão integrada. Essa foi uma das ideias deixadas por António Vitorino, diretor-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM), no Seminário Diplomático, em 03 de janeiro de 2019, no Museu do Oriente, em Lisboa.

Considerando que, no futuro, as migrações e as alterações climáticas são os maiores desafios da humanidade, o ex-ministro português, orador convidado deste evento, criticou as forças populistas que exploram medos associados às migrações e lamentou que EUA e oito países da UE não se tenham associado ao Pacto Global para a Migração da ONU. Pois, em seu entender, este contém essa visão integrada e, sem ela, não é possível responder às crises migratórias.

"O crescimento da vaga populista vai de par com o retrocesso da cooperação internacional. A deriva nacionalista em curso leva à crítica acesa do multilateralismo. O problema hoje não é a incerteza, é aquilo a que os chineses chamam a impermanência. Decisões unilaterais como abandono de organizações e de acordos internacionais", afirmou, numa clara referência à Administração norte-americana liderada pelo republicano Donald Trump.

"A deriva populista alimenta-se do ressentimento dos perdedores da globalização e dos que olham para os migrantes como resultado da pressão globalizadora. Medite-se sobre o exemplo da AfD. Nunca passou de um partido marginal. A partir do momento em que fez das migrações o centro da sua política disparou", declarou, referindo-se ao partido de extrema-direita alemão que conseguiu entrar no Bundestag - e em todos os parlamentos dos estados federados - à boleia da sua retórica anti-imigração e das suas críticas ferozes à política de porta aberta da chanceler Angela Merkel.

"O tema das migrações é o tema preferido das forças populistas, que constroem um discurso contra as elites, em que a identidade prevalece sobre a economia, em que o debate político acontece num clima altamente polarizador. Os populistas fazem uso das redes sociais. Usam uma linguagem simples. Fácil de ser entendida. Mas não há soluções simplistas para problemas complexos. A questão do controlo das fronteiras é essencial. Era da responsabilidade dos Estados. É um elemento essencial para dar confiança às populações. 70% dos imigrantes irregulares nos países de destino entraram regularmente nesses países. A regularidade ou irregularidade não tem, por isso, que ver com a questão das fronteiras. Por isso é perigoso pedir ao controlo de fronteiras que elimine o problema do controlo das migrações", sublinhou, notando que, em relação às migrações, a dinâmica das percepções não acompanha aquilo que é a dinâmica da vida real.

[...]

"Há mais OIM para além do pacto global. Somos uma organização descentralizada. Temos relações bilaterais com os Estados. Tenho respeito pelas políticas migratórias dos EUA", disse, respondendo a uma pergunta de um dos diplomatas presentes na sala. "É preciso uma narrativa equilibrada sobre as migrações, que não ignore os obstáculos, mas que ao mesmo tempo não negue o papel que podem ter as migrações ordenadas. Sem deixar de levar em conta as resistências das comunidades de acolhimento. Há racismo e xenofobia, mas seria um erro grave de análise achar que todos aqueles que têm resistência às migrações têm motivações racistas e xenófobas", sublinhou ainda o ex-comissário europeu para a Justiça e Assuntos Internos da UE.

"Nesta matéria", admitiu Vitorino, "não há fórmulas mágicas, cada caso é um caso". O diretor-geral da OIM, agradecendo todo o apoio à sua candidatura ao cargo por parte de Portugal, concluiu: "Portugal é, cada vez mais, um bom exemplo ou talvez, lamentavelmente, uma exceção honrosa, onde nunca as migrações foram usadas para desenhar linhas de divisão política e o consenso sempre existiu. E já agora, como vamos ter eleições em 2019, que depois disso seja assim também".


https://www.artigosenoticias.com/noticia/diario_de_noticias/2171699/a-crise-migratoria-vai-manter-se-e-preciso-uma-visao-integrada.html

A função de linguagem predominante no texto lido está identificada em:

Alternativas
Q2702100 Português

Observe o que é enunciado no seguinte outdoor:


Imagem associada para resolução da questão

(Disponível em: https://www.romanews.com.br/noticias/pais-queperderam-filha-em-acidente-fazem-campanha-em-outdoor-porlei/43144/. Acesso em: 23/09/2019.)


Nas frases “Ela não queria... Eu aceitei e nós a perdemos. ”e “Use a cadeirinha” constata-se o uso, respectivamente, das funções:

Alternativas
Q2699788 Português

Leia este texto para responder às questões de 21 a 28.


Fazer 80

E assim, aconteceu que esta semana eu fizesse 80 anos!
Nunca imaginei chegar tão longe. Filha de uma mãe que morreu aos 40, considerava-me destinada a curto percurso. E a vida não parecia ter por mim grande apreço; tentou me matar de pneumonia aos seis anos, dardejou-me uma meningite aos oito, castigou- me com inúmeras pneumonias ao longo de todo o percurso e, já no terceiro ato, coroou o conjunto com uma tuberculose. Mas, como se disputasse uma maratona, cheguei aos 80 esbaforida somente pelo trabalho.
80 anos são uma tremenda esquina da vida.
Com certeza chegamos a ela mais frágeis, porque a possibilidade de morte, que sempre foi a mesma, mas que antes parecia eventual, ganha uma certa concretude.
E, ao mesmo tempo, chegamos mais fortes porque a maior parte do caminho foi percorrida, as inseguranças da juventude ficaram para trás, alguma tantas perguntas já foram respondidas, e o que havia a fazer já foi feito.
Certas coisas mudam, porém, aos 80.
Não terei mais cão, porque um cão correria o risco de viver mais do que eu, e não quero prometer proteção e amor a alguém para de repente descumprir a promessa. Não faço mais projetos a longo prazo; vou até alguns meses à frente, aos compromissos já marcados, embora sabendo que para o ano que vem marcarei outros. Não vou mais imaginar- me mergulhada em estudos de alemão, como sempre fiz, e muito menos de mandarim, como minha curiosidade me ordenaria. No capítulo viagens, dou uma fechadinha no leque; não conhecerei o Himalaia, não enfrentarei falta de hotel ou de banheiro, não caminharei tardes inteiras atendendo minha ânsia turística. E até nos museus, minha sempre paixão, terei que ser menos gulosa.
Fecho o leque da realidade, mas tenho outro para abrir. As minhas viagens, tantas, estão anotadas em cadernos e cadernetas. Ali estão datas, descrições e até desenhos ou rabiscos retendo aquilo que ameaçava diluir. Agora, me basta abrir qualquer um deles para retomar a estrada.
Isso, quanto às viagens facultativas e aventurosas. As outras, de trabalho, continuam na ordem do dia, levando-me a arrastar minha malinha de rodas pelos aeroportos da vida.
Aos 80, considero todo dia como um presente dos deuses, embora até hoje não saiba quem são eles. E toda noite agradeço com gratidão, mesmo com a indecisão do endereço.
Até essa esquina olha-se para a frente. Chegando a ela, o retrovisor se impõe.
Olho para trás e o que vejo me agrada. Vivi com abundância, a palavra melhor é essa. Abundância biográfica de países, de línguas e culturas. Abundância de situações, as favoráveis e as adversas. Abundância de encontros com pessoas preciosas, com criaturas admiráveis, e alguns poucos canalhas, úteis como referência. Trabalhei em muitas coisas diferentes e de todas gostei, porque de cada uma fiz um degrau de aprendizado que me permitiu desempenhar a próxima. Li quase todos os dias da minha vida, fosse pouco ou muito, enchendo a mochila de dados que eu embaralharia, de nomes que se iriam no vento, mas conservando as emoções que os livros me davam. Não escrevi tanto quanto li, nem teria sido possível. Mas o que escrevi está de acordo comigo e me representa mais generosamente que uma selfie.
Considero estar pronta para o embarque. Mas enquanto meu voo não é anunciado, vou estruturando — como faço com frequência em aeroportos — ideias e frases de um próximo livro.

COLASANTI, Marina. Disponível em: < https://www.marinacolasanti. com/2017/09/cronica-de-quinta-fazer-80.html? fb_action_ids= 1437566189697967&fb_action_types=og.comm ents >. Acesso em: 25 fev. 2018.

A função da linguagem predominante no texto é a

Alternativas
Q2696181 Português

Confira as assertivas seguintes, que tratam de algumas funções da linguagem:

I. Está presente nos textos que enfatizam o receptor da mensagem, por isso é comum o emprego de verbos no modo imperativo.

II. Está centrada no referente (no contexto), pois a ênfase é a informação.

III. Coloca em evidência o canal de comunicação, valorizando a situação comunicativa.

IV. Privilegia a elaboração formal do conteúdo, empregando os recursos de estilo para a valorização da mensagem.

Pela ordem como se apresentam as assertivas, respectivamente, são citadas as seguintes funções da linguagem:

Alternativas
Q2689211 Português

Leia o texto para responder as questões 01, 02, 03, 04 e 05.


Meus oito anos


Casimiro de Abreu

Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!


Como são belos os dias

Do despontar da existência!

— Respira a alma inocência

Como perfumes a flor;

O mar é — lago sereno,

O céu — um manto azulado,

O mundo — um sonho dourado,

A vida — um hino d'amor!


Que aurora, que sol, que vida,

Que noites de melodia

Naquela doce alegria,

Naquele ingênuo folgar!

O céu bordado d'estrelas,

A terra de aromas cheia

As ondas beijando a areia

E a lua beijando o mar!


Oh! dias da minha infância!

Oh! meu céu de primavera!

Que doce a vida não era

Nessa risonha manhã!

Em vez das mágoas de agora,

Eu tinha nessas delícias

De minha mãe as carícias

E beijos de minha irmã!


Livre filho das montanhas,


Eu ia bem satisfeito,

Da camisa aberta o peito,

— Pés descalços, braços nus

— Correndo pelas campinas

A roda das cachoeiras,

Atrás das asas ligeiras

Das borboletas azuis!


Naqueles tempos ditosos

Ia colher as pitangas,

Trepava a tirar as mangas,

Brincava à beira do mar;

Rezava às Ave-Marias,

Achava o céu sempre lindo.

Adormecia sorrindo

E despertava a cantar!

[...]

A voz que se expressa no poema é de um/uma:

Alternativas
Q2688491 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


1 No primeiro dia de aula fui indagado por uma aluna: “Professor, até hoje ninguém conseguiu me explicar

2 o que é Filosofia?” Não era surpresa. Respondi que a resposta que ela estava buscando estava dentro dela mesma e

3 em nenhum outro lugar. “Mas como assim?” Voltou a indagar.

4 Observando outras aulas, como de física por exemplo, a professora falava da importância em estudar

5 aquele determinado conteúdo que certamente seria conteúdo de prova de vestibular. Percebi certo interesse e

6 atenção dos alunos, que estavam sendo provocados pelo desejo de passar no vestibular.

7 Em meio a tudo isso, surgiu o questionamento que certamente está presente constantemente nos alunos

8 de Ensino Médio: “Para que estudar Filosofia se não cai no vestibular?” Eles têm razão. Filosofia não cai no

9 vestibular assim como a matemática, o português, a história, a geografia e outras disciplinas.

10 Vamos avançando na reflexão. Será que Filosofia não aparece no vestibular? Por que então estudar essa

11 disciplina?

12 Na interpretação da questão de física, na produção da redação, na interpretação do texto de português, na

13 equação matemática, sempre há um toque de Filosofia.

14 Aquele que não consegue seguir o raciocínio lógico da matemática, por exemplo, não teve uma boa aula

15 de Filosofia.

16 Filosofia não se estuda com descobertas cientificas, frases, respostas prontas. A Filosofia não se limita às

17 verdades ligadas as condições humanas, ou a ciência, que por sua vez possuem limitações.

18 A sua preocupação está voltada a uma verdade maior, uma verdade que transcende os limites da razão

19 humana, à qual somos instigados a buscar constantemente. Essa busca e essa verdade não são finitas, por isso

20 enquanto o homem existir, e isso penso ser maravilhoso, ele vai estar sempre em busca dessa verdade maior.

21 A nossa vida não se limita ao 2+2=4, pois a verdade, o bem, o belo, não podem ser entendidos e

22 interpretados como simples equações matemáticas.

23 Eles exigem uma reflexão maior, convidando-nos a olharmos para nós mesmos, para o nosso íntimo, onde

24 se encontra a razão de nosso existir.

25 Quanto mais nos voltarmos para nós mesmos e nos remetermos ao transcendente, tanto mais teremos que

26 caminhar. Essa caminhada é infinita, vai abrindo os horizontes à medida que caminhamos.

27 É preciso estudar Filosofia para entendermos melhor a vida. Entender e compreender seu real e imenso

28 valor que possui em si.

29 Sem Filosofia nossa vida seria limitada a simples cálculos, o que nos tornaria calculistas, frios e sem vida.

30 A Filosofia abre os horizontes e nos guia para uma verdade que transcende todas as verdades da ciência. A verdade

31 de nossa existência, a força que nos move para uma busca infinita.

32 Parece ser difícil compreender Filosofia com tantos dizeres filosóficos e pensamentos. Porém a sua

33 compreensão exige essa busca.

34 Só entenderemos o sentido da Filosofia quando entendermos que não podemos somar ou subtrair,

35 multiplicar nem dividir nossa verdade, o bem, o belo, o amor, a existência. Os sentimentos podem ser expressados

36 nas mais diversas formas, mas nunca numa equação matemática, nem numa composição química ou física.

37 Nossas relações se tornam frias e calculistas porque na sociedade vive-se dessa maneira. Muitos dizem

38 que pensar é coisa de quem não tem o que fazer. Porém, a reflexão ajuda a compreender as coisas da forma como

39 nenhuma ciência ajuda a compreender.

40 Hoje, questões ligadas à vida, a ética, a moral, aos direitos humanos exigem muita reflexão, a qual a

41 filosofia ajuda, e sem a qual caímos no dogmatismo ou não compreendemos a vida na sua essência.

42 Aos poucos vamos percebendo melhor quanto a Filosofia faz parte da nossa vida. Muitos usam a Filosofia

43 sem nunca terem estudado algo especificamente ligado a ela. É difícil encontrar um termo para definir Filosofia,

44 porém, não podemos compreendê-la separada da nossa realidade, do nosso cotidiano, da nossa vida, pois ela é

45 intrínseca a nós. Não somos nós que escolhemos a Filosofia, mas é ela quem nos escolhe.

46 [...]

47 Deve haver um equilíbrio entre razão e emoção. Quando usamos só a razão nos tornamos insensíveis

48 diante de muitas realidades, mas, só o uso da emoção também não favorece nas escolhas.

49 Temos preguiça de pensar. Não usamos nossa capacidade de raciocínio e por isso, em tantos casos, nos

50 damos mal. A escola se preocupa muito com o decorar as coisas. Saber regras de cor, mas na vida é preciso refletir

51 diante de fatos, pois não podemos aplicar a tudo as mesmas respostas. A vida não é padronizada e quem a faz assim

52 sofre muito. Há opções a serem feitas; leis a serem cumpridas. Sem a reflexão seremos meros executores, sem

53 sabermos o porque de todas essas coisas.

54 [...]

55 Existem inúmeros exemplos a esse respeito. Numa relação de Amizade, por exemplo. Se não há um

56 conhecimento maior de ambas as partes, esse sentimento morre logo. Quando nos conhecemos melhor interiormente

57 e conhecemos também o outro, as dificuldades e dúvidas que aparecerão serão superadas e entendidas com maior

58 facilidade, pois sabemos que em cada pessoa há um bem maior e que pode, deve e precisa ser conhecido. Uma

59 amizade que fica só nas aparências é como uma casa construída sobre a areia. Na primeira tempestade, na primeira

60 ventania, desmorona. Cai por terra. Uma amizade alicerçada na verdade, no conhecimento interior do outro e de si,

61 as tempestades vindouras não terão forças suficientes para destruir. O que permanece é aquilo que está alicerçado

62 na razão e no coração ao mesmo tempo. O restante é passageiro e ilusório.

63 [...]

64 A Filosofia acontece no dia-a-dia da nossa vida, basta nos darmos conta disso. Filosofia é refletir sobre

65 as coisas que acontecem, são ditas e ouvidas. Não se limita apenas a perguntarmos POR QUÊ?, mas precisamos ir

66 mais adiante. Precisamos nos perguntar do nível de verdade daquilo que a TV apresenta. Aquilo que muitas revistas

67 trazem em suas páginas. Não podemos nos esquecer que eles têm seu ponto de vista e seus interesses, mas estes

68 não deveriam ocultar a verdade. A interpretação de uma notícia, seu posicionamento crítico e argumentação, é uma

69 forma de fazer Filosofia. Aceitar tal e qual tudo o que jornais, TV e revistas nos apresentam é uma forma de

70 ignorância. Precisamos ter cuidado. Isso não quer dizer que todos e em todas as ocasiões mentem, ou faltam com a

71 verdade. Porém, sempre, sem exceção precisamos nos perguntar pela verdade dos fatos.

72 Quantas vezes os repórteres são induzidos a manipularem notícias sobre determinados acontecimentos e

73 assuntos. Sempre que possível seria importante ler ou assistir mais de um jornal e depois fazer um paralelo entre

74 eles. Isso exige tempo e vontade. Podemos discutir com outras pessoas para ouvir seu ponto de vista que ajuda-nos

75 a abrir nossos horizontes. Quanto mais nos fechamos em nós mesmos, em nosso mundo individual, mais ignorantes

76 nos tornamos. A abertura, a experiência, o diálogo, a leitura, nos tornam pessoas abertas e conhecedoras da verdade.

77 Buscar sempre a verdade dos acontecimentos, dos fatos é uma atitude filosófica.

78 Se pararmos e pensarmos neste momento o quanto refletimos sobre tudo o que acontece, ouvimos e

79 vemos, nos daremos conta que nem sempre fazemos isso e não fazemos porque simplesmente não queremos, pois

80 todos nós podemos e sabemos.

81 [...]

82 Precisamos nos perguntar qual o nível de conhecimento que uma pessoa tem dos acontecimentos

83 históricos quando escreve novela, filme, minissérie. Será que aquilo é a verdade? Será que é a melhor forma de ver

84 o acontecimento?

85 Estes e outros inúmeros fatos fazem parte do nosso cotidiano.


(Hermes José Novakoski)


FONTE: http://www.profdoni.pro.br/home/index.php/menu-principal/filosofia-2/252-para-que-estudar-filosofia

Sobre as funções de linguagem, predominam no texto

Alternativas
Q2687987 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO

TEXTO


  1. O mercado de trabalho mudou e ele se impõe ao exigir um novo perfil de profissional: aquele que está em constante
  2. mutação. A crise, a recessão, o fechamento de postos de trabalho, a queda de contratações via CLT, a globalização, o aumento
  3. do empreendedorismo (muitos por necessidade), tudo isso se apresenta em um momento de transição em que é fundamental
  4. para o trabalhador buscar um novo modelo de carreira que o prepare para o futuro, que já bate à porta. Exceto áreas
  5. específicas, esqueça o tempo de ser especialista em uma única área da sua formação. Esse tempo acabou. Hoje, o profissional
  6. disputado pelas organizações é o que consegue ser multitarefa em um mercado em frequente mudança. Se ainda não enxergou
  7. que o cenário é outro, é melhor abrir os olhos.
  8. Amir El-Kouba, professor de gestão de pessoas em MBAs da Fundação Getúlio Vargas/Faculdade IBS e consultor
  9. empresarial, afirma que se tem algo de positivo em toda essa crise é que “foi feita uma releitura do mundo do trabalho por
  10. parte do profissional à revelia da nossa legislação trabalhista. Formaram-se MEIs (microempreendedor individual),
  11. profissionais se associando a outros profissionais para prestar serviço, contratos temporários, consultores, técnicos
  12. associados, enfim, uma nova reconfiguração”.
  13. [...]
  14. Qual é o de modelo de profissional que as empresas querem com a nova reconfiguração do mercado de trabalho
  15. durante e após a crise? Muitos especialistas dizem que nada será como antes. A globalização, há décadas, o avanço da
  16. tecnologia e a recessão se impõem para mudar o status quo. Do caos que vivemos e pelo qual passamos no Brasil (e o mundo
  17. também, desde a crise de 2008) nasce uma nova força de trabalho. Para Rúbria Coutinho, consultora em recursos humanos e
  18. desenvolvimento organizacional, após o período mais crítico, muitas organizações retomarão as contratações. Aliás, já há
  19. sinais de estabilização em boa parte delas em segmentos específicos. “No entanto, muitos profissionais que buscam
  20. oportunidade de recolocação estão passando por repetidas frustrações – há um grande número de profissionais competentes
  21. à disposição para proporcionalmente poucas ofertas de vagas. Assim, estão se movimentando para criar ou participar de
  22. espaços produtivos e alternativos porque precisam e querem trabalhar”, diz.
  23. [...]
  24. A verdade é que nunca é fácil para quem está no olho do furacão, que vive a transição. Dúvidas e inseguranças atingem
  25. tanto o profissional experiente quanto os jovens, que absorvem melhor as mudanças. “As novas gerações não sonham com o
  26. modelo de trabalho tradicional com estabilidade, benefícios, longas jornadas, ascensão de carreira dentro de uma única
  27. empresa, com as referências de sucesso profissional que tínhamos até então.” Para a consultora, o que vemos hoje é que boa
  28. parte dos jovens não esperam chegar ao final do curso para iniciar um projeto. São, de modo geral, superconectados, com
  29. bons conhecimentos em tecnologia, capacidade e repertório para lidar com novas soluções e até mesmo desenvolver soluções,
  30. produtos e serviços inovadores no mercado. “Tendem a ser mais flexíveis e dinâmicos, lidam com a instabilidade de forma
  31. mais natural e podem migrar de uma carreira para outra ao longo da vida em busca de experiências, novos desafios e pelo
  32. prazer. Percebo que são cada vez mais guiados por uma causa própria e não temem empreender.”
  33. Porém, lembra a especialista, o empreendedorismo requer muito mais que o desejo ou o que chamamos de aptidão.
  34. [...]
  35. Como será o mercado de trabalho do futuro? Não é matemática exata, mas já é possível prever novas demandas
  36. profissionais e qual rumo elas tomam, ainda que as transformações sejam inúmeras, distintas e ocorram em velocidade
  37. assustadora. “Não há uma resposta, só o futuro dirá, mas a dinâmica do mercado muda rápido e há profissões que podem não
  38. existir daqui a um tempo. Assim, a formação passa a ser um adendo da carreira profissional. É o engenheiro que abre um
  39. carrinho de brigadeiro ou muda para a área de finanças. O certo é que o redirecionamento já ocorre (e será cada vez mais
  40. comum) com frequência”, analisa Bruno da Matta Machado, sócio-diretor e headhunter da Upside Group.
  41. O Brasil é apontado como um dos países mais empreendedores do mundo, ainda que tenha muitos problemas e
  42. barreiras quanto à consolidação das milhares de iniciativas de novas empresas. Por outro lado, o empreendedor corporativo
  43. é um perfil cada vez mais procurado pelos gestores. “É o profissional bem-visto, o perfil desejado. No entanto, muitos
  44. profissionais acham que não se encaixam porque pensam que para empreender precisam abrir uma empresa. Mas ele pode
  45. ser um empreendedor dentro da empresa. Esse será o colaborador que traz como características a criatividade, é proativo,
  46. corre riscos, enfrenta o escuro, busca coisas novas e, por tudo isso, acaba sendo um curinga”, explica o headhunter.
  47. [...]
  48. “A tecnologia tem modificado drasticamente o mercado de trabalho. Segundo relatório publicado pelo Fórum
  49. Econômico Mundial, a economia mundial sentirá os efeitos da chamada “Quarta Revolução Industrial”, que promete ser
  50. muito mais rápida, abrangente e impactante que as anteriores. São muitas as novidades: computação em nuvem, internet das
  51. coisas, big data, robótica, impressão em 3D... O Fórum projeta que, até 2020, essas tecnologias vão eliminar 5,1 milhões de
  52. vagas em 15 países e regiões que respondem por dois terços da força mundial de trabalho, incluindo o Brasil.
  53. O mercado de trabalho atual exige características comportamentais para que os profissionais se adaptem à nova
  54. realidade: conhecimento do negócio, flexibilidade, saber trabalhar em equipe. Também é necessário ter uma visão geral de
  55. tudo que o cerca. Além disso, é fundamental estar inteirado da tecnologia. Todas essas mudanças devem ser absorvidas por
  56. todos que almejam obter sucesso no novo cenário. Bem-vindo, não mais à era de mudança, mas à mudança de era, talvez
  57. Darwin já soubesse de tudo isso lá atrás, quando disse que as espécies vivas que sobrevivem não são as mais fortes nem as
  58. mais inteligentes; são aquelas que conseguem se adaptar e se ajustar às contínuas demandas e desafios do meio ambiente.”


FONTE: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2017/04/26

Revelando a intencionalidade do emissor, a linguagem usada nesse texto traduz, dentre outras, as seguintes funções

Alternativas
Respostas
101: B
102: A
103: B
104: B
105: B
106: C
107: B
108: B
109: C
110: A
111: D
112: B
113: B
114: C
115: B
116: B
117: D
118: A
119: D
120: C