Questões de Concurso
Comentadas sobre gêneros textuais em português
Foram encontradas 452 questões
Obs.: As questões se apoiam em frases do discurso
publicitário ou de propaganda.
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Leia o poema “Prece”, de Rubenio Marcelo, para responder à questão.
“que seja conferido
com fogo sagrado
o ferro que fere o sentido
do verso…
a poesia não malha em ferro morno
– é flama imutável
[somente por meio das suas artérias
emana hálito de jasmim
da garganta da palavra]
Ah, Poesia,
que a tua nudez e o teu espírito
as nossas mãos
aqueçam…”
MARCELO, Rubenio. Vias do infinito ser (Poemas).
Campo Grande: Editora Letra Livre, 2017. p. 60.
Feita a leitura e a análise do poema, assinale a alternativa que NÃO corresponde aos sentidos produzidos ou aos recursos empregados pelo poeta.
Zuenir Ventura: Não podemos reduzir o mundo a 140 toques
Wilker Sousa
Notícias produzidas em tempo real na tentativa de apreender um mundo complexo cujas fronteiras, em face do universo digital, há muito desapareceram. Lidar com tecnologias que ampliam o acesso à informação e ao mesmo tempo restringem a notícia a textos exíguos. Essas são algumas das questões que vêm à tona quando se propõe discutir a atividade jornalística contemporânea.
Na tarde do último sábado (29), esse foi o tema do debate Cena Contemporânea – O jornalismo dos Primeiros 10 anos do século 21, presente no XIII Fenart (Festival Nacional de Arte), realizado em João Pessoa.
Ao longo de três horas, os jornalistas Marcela Sitônio, Jô Mazarollo e Gonzaga Rodrigues (da imprensa local) juntamente com o jornalista e escritor mineiro Zuenir Ventura analisaram os impactos das tecnologias recentes no cotidiano do jornalista e em que medida suscitam novas maneiras de se pensar e de se fazer jornalismo. Ao final do debate, Zuenir Ventura concedeu entrevista à CULT, leia a seguir.
CULT – Em tempos de twitter e da avalanche de informações a que o indivíduo é submetido, ainda há público leitor para grandes reportagens?
Zuenir Ventura – Eu acho tudo isso melhor do que não escrever e melhor do que não ler, mesmo sabendo da precariedade do texto. É melhor porque você se habitua a ler e amanhã lerá outras coisas. Recentemente, li sobre o episódio de um jovem que mal sabia escrever e começou a ficar isolado de sua turma porque todo mundo se comunicava via e-mail. Ele ficou desesperado e aprendeu a escrever para passar e-mails para os colegas da turma. Então, é melhor assim do que se não houvesse nada. Mas é claro que isso não pode ser um processo pernicioso, ou seja, a gente não pode reduzir o mundo a 140 toques. Tem coisa que pode ser escrita em 140 toques, outras não. Eu também acho que a grande reportagem não é necessariamente uma reportagem grande, mas apenas há assuntos que necessitam de mais espaço, de mais tempo, de mais apuração, ou seja, a diferença de uma matéria está em como foi feita a pesquisa, a apuração, o trabalho com o texto. Por que as matérias de jornalismo literário são melhores? Porque se tem mais tempo para trabalhar, mais espaço e isso exige uma qualidade maior na feitura do texto.
Adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/o-jornalismo-do-seculo-21/.
Acesso em: 16 jan. 2021.
Leia a letra de música a seguir para responder à próxima questão:
A carta
Escrevo-te
Estas mal traçadas linhas,
Meu amor,
Porque veio a saudade
Visitar meu coração.
Espero que desculpes
Os meus erros, por favor,
Nas frases desta carta
Que é uma prova de afeição.
Talvez tu não a leias,
Mas quem sabe até darás
Resposta imediata
Me chamando de "Meu Bem".
Porém, o que me importa
É confessar-te uma vez mais:
Não sei amar na vida
Mais ninguém.
[...]
Ao me apaixonar,
Por ti não reparei
Que tu tivestes
Só entusiasmo
E para terminar
Amor assinarei
"Do sempre, sempre teu..."
SAMPAIO, Raul: SANTOS. Benil. A Carta. Disponível em: https://www.letras.mus.br/erasmo-carlos/45771/Acesso em: 07103/2020. (Adaptado.)
A partir da leitura do texto abaixo, responda à questão.
Crianças que veem comidas saud6vels na TV tendem a se alimentar melhor
É correto o que se afirma em,exceto:
Observe:
Thaves. Frank e Ernest.
Observe:
Texto 1:
Era a Chapeuzinho Amarelo. Amarelada de medo. Tinha medo de tudo, aquela Chapeuzinho. Já não ria. Em festa, não aparecia. Não subia escada, nem descia. Não estava resfriada, mas tossia.(...)(Holanda, Chico Buarque de. Chapeuzinho Amarelo. 36p. Ilustrações de Ziraldo. José Olympio Editora, RJ, 2004.)
Texto 2
I - Quanto aos textos apresentados pode-se concluir que ambos foram construídos utilizando-se do recurso da intertextualidade.
II - Quanto ao gênero o Texto I pode ser classificado como paródia, pois Chico Buarque trabalha com a desconstrução de imagens e o deslocamento dos sentidos e, justamente, pelo rompimento do anteriormente construído há uma clara alteração da abordagem original.
III- O gênero paródia (marca dos textos em análise) se caracteriza como uma forma de intertextualidade, implícita, ou seja, cabe ao interlocutor recuperar em sua memória social os elementos que darão sentido ao texto.
IV – Ambos os textos utilizam-se da intertextualidade para recuperar elementos primordiais para a construção de novos sentidos,
V- Pela utilização de ideias de textos já existentes e pelo diálogo que os textos em análise realizam com outros textos-fonte é possível concluir que há, em ambos, uma explícita forma de plágio.
Observe:
Texto 1:
Era a Chapeuzinho Amarelo.
Amarelada de medo.
Tinha medo de tudo, aquela Chapeuzinho.
Já não ria Em festa, não aparecia. Não subia escada, nem descia. Não estava resfriada, mas tossia.(...)(Holanda, Chico Buarque de. Chapeuzinho Amarelo. 36p. Ilustrações de Ziraldo. José Olympio Editora, RJ, 2004.)
Texto 2
I - Quanto aos textos apresentados pode-se concluir que ambos foram construídos utilizando-se do recurso da intertextualidade.
II - Quanto ao gênero o Texto I pode ser classificado como paródia, pois Chico Buarque trabalha com a desconstrução de imagens e o deslocamento dos sentidos e, justamente, pelo rompimento do anteriormente construído há uma clara alteração da abordagem original.
III- O gênero paródia (marca dos textos em análise) se caracteriza como uma forma de intertextualidade, implícita, ou seja, cabe ao interlocutor recuperar em sua memória social os elementos que darão sentido ao texto.
IV – Ambos os textos utilizam-se da intertextualidade para recuperar elementos primordiais para a construção de novos sentidos,
V- Pela utilização de ideias de textos já existentes e pelo diálogo que os textos em análise realizam com outros textos-fonte é possível concluir que há, em ambos, uma explícita forma de plágio.
Texto CB1A1-I
Durante um seminário sobre a antropologia do dinheiro ministrado na Escola de Economia e Ciência Política de Londres, Jock Stirratt descreveu em um gráfico os usos a que alguns pescadores do Sri Lanka que prosperaram nos últimos anos submetiam sua riqueza recém-adquirida. A renda desses pescadores, antes muito baixa, deu um grande salto desde que o gelo se tornou disponível, o que possibilitou que seus peixes alcançassem, em boas condições, os mercados distantes da costa, onde atingiram preços altos. No entanto, as aldeias de pescadores ainda permanecem isoladas e, à época do estudo, não tinham eletricidade, estradas nem água encanada. Apesar desses desincentivos aparentes, os pescadores mais ricos gastavam os excedentes de seus lucros na compra de aparelhos de televisão inutilizáveis, na construção de garagens em casas a que automóveis sequer tinham acesso e na instalação de caixas-d’água jamais abastecidas. De acordo com Stirratt, isso tudo ocorre por uma imitação entusiasmada da alta classe média das zonas urbanas do Sri Lanka.
É fácil rir de despesas tão grosseiramente excêntricas, cuja aparente falta de propósito utilitário dá a impressão de que, por comparação, pelo menos parte de nosso próprio consumo tem um caráter racional. Como os objetos adquiridos por esses pescadores parecem não ter função em seu meio, não conseguimos entender por que eles deveriam desejá-los. Por outro lado, se eles colecionassem peças antigas de porcelana chinesa e as enterrassem, como fazem os Ibans, seriam considerados sensatos, senão encantados, tal como os temas antropológicos normais. Não pretendo negar as explicações óbvias para esse tipo de comportamento ― ou seja, busca de status, competição entre vizinhos, e assim por diante. Mas penso que também dever-se-ia reconhecer a presença de uma certa vitalidade cultural nessas atrevidas incursões a campos ainda não inexplorados do consumo: a habilidade de transcender o aspecto meramente utilitário dos bens de consumo, de modo que se tornem mais parecidos com obras de arte, carregados de expressão pessoal.
Alfred Gell. Recém-chegados ao mundo dos bens: o consumo entre os Gonde Muria. In: Arjun Appadurai (org). A vida social das coisas: mercadorias sob uma perspectiva cultural. Niterói: Eduff, 2008, p. 147-48 (com adaptações).
TEXTO 01
O texto abaixo servirá de base para responder a questão abaixo:
Caminhamos para novos anos loucos de hedonismo pós-covid-19?
Especialistas apontam que viveremos uma explosão na ciência, arquitetura, consumo, hedonismo. E alertam para o perigo de maiores desigualdades econômicas, sanitárias e digitais.
BERNA GONZÁLEZ HARBOUR
27 ABR 2021 - 20:29 BRT
Ampliemos o foco. Hoje nos espantamos com as interrupções de vacinas que acreditávamos infalíveis, com os procedimentos para demissões e alterações nos contratos de trabalho, as máscaras, as distâncias, o cansaço e mil outras coisas que poderíamos pôr nesta lista. Que estamos cheios de colocar nessa lista. Mas vamos nos afastar alguns anos do momento atual e tentar nos situar em 2030, por exemplo, para olhar para trás, para a década que mal está começando. É um exercício. E talvez nem tudo seja tão voraz quanto pensamos.
Os paralelismos com a década equivalente do século XX tornaram irresistível a proclamação de uma espécie de repetição do fenômeno dos loucos anos 20, imortalizados em O Grande Gatsby, romance de Scott Fitzgerald que não teve muita sorte no filme estrelado por Leonardo DiCaprio em 2013. Não importa. Serve para que compreendamos um ícone daqueles anos em que, após a Primeira Guerra Mundial e uma pandemia de gripe que custou milhões de vidas, o Ocidente mergulhou num mundo vibrante de oportunidades, de crescimento espetacular na bolsa de valores, de consumo, de hedonismo, excessos, esperança e vitalidade, embora tenha acabado como acabou. Hoje, graças à ciência e às vacinas, também esperamos sair de uma pandemia que parou o relógio da economia e de nossas vidas. As projeções econômicas já indicam boas perspectivas de crescimento: 6% em 2021 e 4,4% em 2022 em âmbito global, segundo os prognósticos do FMI.
O dinheiro guardado pelas famílias em forma de poupança -108,8 bilhões de euros (717 bilhões de reais) só na Espanha, segundo o INE- começará a fluir assim que for possível novamente nos socializarmos. Espera-se que um aumento nos gastos e no consumo venha acompanhado de um novo estado de espírito mais ansioso, no qual os relacionamentos, o lazer compartilhado, as viagens, a moda e o prazer voltem a tomar ímpeto. A indústria está pronta, segundo especialistas, para um salto tecnológico que, além do mais, vai trazer mudanças surpreendentes nesta década. Também para um cuidado com o meio ambiente que passa por outra forma de comer, voar, nos aquecermos ou escolher um veículo. Anos loucos estão chegando em termos de mudanças, sim, mas também um sério perigo de dualidade, pois as brechas que já são profundas estão se alargando e enviam enormes sinais de alerta sobre o capitalismo como o conhecemos.
Poderíamos abordar este assunto com o otimismo de cientistas, especialistas em tecnologia e peritos que celebram as oportunidades que estão prestes a surgir e que a pandemia acelerou; ou com o pessimismo ou realismo dos filósofos, analistas sociais, com os dados que nos lembram a nossa habitual incapacidade de calcular limites. Provavelmente tudo é verdade, como foram louquíssimos os anos vinte do XX em avanços muito positivos, e nem por isso se evitou o crash de 1929.
https://brasil.elpais.com/cultura/2021-04-27/caminhamos-pros-novos-anos-loucos- de-hedonismo-pos-covid.html
A partir da leitura e interpretação do texto acima, assinale a alternativa CORRETA:
TEXTO III
Adoção no Brasil: a busca por crianças que não existem
Os pretendentes à adoção no Brasil buscam crianças brancas, de até um ano, sem histórico de doença ou irmãos
Por Mariana Lima
De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem, aproximadamente, 47 mil crianças e adolescentes em situação de acolhimento no Brasil. Deste total, 9,5 mil estão no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e apenas 5 mil estão, efetivamente, disponíveis para adoção.
A criança passa a constar na lista de adoção após as tentativas de reinserção na família de origem falharem, e se não houver formas de a criança ficar com a família extensa (tios e avós, por exemplo).
“Adoção é sempre a última possibilidade. Fazemos de tudo para que aquela criança possa voltar a sua família de origem. Se o processo de reestruturação familiar falha, buscamos outras soluções”, conta o juiz titular da Vara da Infância e Juventude de Guarulhos (SP) e assessor da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo, Iberê de Castro.
Atualmente, a fila para quem aguarda uma criança no Brasil é composta por 46,2 mil pretendentes. Como o número de pretendentes é muito maior do que o de crianças disponíveis para adoção, seria de se esperar que todas essas crianças encontrassem um lar. Mas a realidade é outra.
Existe um perfil que é buscado pelos pretendentes na hora de adotar: 14,55% só adotam crianças brancas; 58% aceitam apenas crianças até 4 anos de idade; 61,92% não aceitam adotar irmãos; e 61% só aceitam crianças sem nenhuma doença. (...)
![Imagem associada para resolução da questão](https://arquivos.qconcursos.com/images/provas/81206/8454f2713bfd2fd24184.png)
Sobre os gêneros digitais é correto afirmar que: