Questões de Concurso Sobre gêneros textuais em português

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Q2195462 Português
Como gênero do domínio jornalístico, o cartum passou a ser usado como desenho humorístico ou satírico veiculado, em geral, por jornais e revistas. A seguir, o cartum faz uma crítica que consiste:
TEXTO 02  Imagem associada para resolução da questão
Fonte: https://i.pinimg.com/originals/a5/eb/b4/a5ebb4db7eeef21cb13b651a199e67f7.jpg Acesso em: 01 abr. 2023.

Alternativas
Q2193078 Português



Internet: <www.caupa.gov.br> (com adaptações)

Com base nos aspectos formais e de conteúdo do texto, julgue o item.


É correto concluir que o texto pertence ao gênero notícia.

Alternativas
Q2192943 Português
CAU Brasil lança portal de formação continuada
para o profissional de arquitetura e urbanismo
Internet: <www.caupa.gov.br> (com adaptações).

Com relação à forma e ao conteúdo do texto, julgue o item.


O texto é escrito em prosa, dividido em parágrafos, predominantemente informativo e pertencente ao gênero reportagem investigativa. 

Alternativas
Q2189547 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

OMS declara que Covid-19 não é mais uma emergência internacional

A doença, contudo, segue como um problema de saúde contínuo - que deverá ser acompanhada de perto por todos os países.

Em um comunicado publicado em 05 de maio de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que não vai mais enquadrar a Covid-19 como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), sua maior forma de alerta. Essa classificação foi feita há mais de três anos, em 30 de janeiro de 2020.

A decisão veio após a 15a reunião do comitê de emergência voltado à Covid da OMS, realizado em 04 de maio. De acordo com os especialistas do órgão, faz mais de um ano que o número de casos da doença está em queda. A imunidade da população (por meio de vacinas e da exposição ao coronavírus) cresceu, enquanto a taxa de mortalidade e a pressão nos sistemas de saúde ao redor do mundo diminuíram.

"Essa tendência permitiu que a maioria dos países voltasse à vida como a conhecíamos antes da Covid", disse Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, em entrevista coletiva em Genebra, na Suíça.

Em 30 de janeiro deste ano, quando o anúncio de emergência completou três anos, a OMS disse que ainda não era hora de rever a classificação. O principal motivo era a onda de infecções na China no final de 2022, quando o país relaxou as suas medidas para evitar casos.

Adhanom, contudo, declarou na época que esperava ver o fim da emergência ainda em 2023.

Os próximos passos

A OMS espera que algumas medidas sejam flexibilizadas - ela aconselha, por exemplo, que países não exijam mais comprovantes de vacinação da Covid como pré-requisito para viagens internacionais. Mas isso não significa que a doença ainda não seja uma ameaça à saúde global. Em abril, houve 2,8 milhões de casos pelo mundo - e mais de 17 mil mortes. Para a OMS, apesar da retirada da classificação de ESPII, a Covid-19 ainda é uma pandemia (termo que se refere à disseminação mundial de uma doença) - e ainda deve demorar para deixar de ser.

O que fazer, então? Eis algumas orientações que os países devem seguir, segundo a OMS:

-Entender como melhorar a prontidão do país para futuros surtos;

-Atualizar os planos de preparação para pandemias de patógenos respiratórios;

-Integrar a vacinação contra Covid no calendário de imunização;

-Manter a Covid sob vigilância. Ou seja: atualizar dados sobre mortalidade, morbidade e acompanhar o surgimento de variantes do vírus Sars-CoV-2. Tudo, claro, deve ser reportado à OMS.

-Apoiar o desenvolvimento de novos imunizantes.

Retirado e adaptado de: BATTAGLIA, Rafael. OMS declara que Covid-19 não é mais uma emergência internacional. Superinteressante. Disponível em: umma-eemmergennca--intenacciona/ /oms-declara-que-covid-19-nao-e-mais-uma-emergencia-internacional/ Acesso em 07 mai., 2023.
Assinale a alternativa que corretamente apresenta o gênero e o tipo textual, respectivamente, de "OMS declara que Covid-19 não é mais uma emergência internacional": 
Alternativas
Q2189110 Português
Brasil assume protagonismo na discussão sobre o uso do grafeno

Inmetro amplia debate e Grupo de Trabalho apresenta importantes avanços

Foi realizada em 24 de março de 2023, com transmissão online, a primeira reunião de 2023 do Fórum Grafeno Inmetro, grupo de trabalho formado por especialistas para discutir de forma geral as aplicações do grafeno, um dos materiais mais pesquisados do mundo, que irá revolucionar a indústria nos próximos anos. O encontro representa um marco para o país, com impacto em diversos setores da indústria brasileira, que passa a contar com apoio do Instituto para utilização do material em seus produtos.

Joyce Araujo, pesquisadora da Divisão de Metrologia de Materiais, do Inmetro, abriu as manhãs de discussão, que reuniu grandes players do mercado, entre empresários, academia, cientistas e estudiosos. "A discussão é importante para propiciarmos a confiança que as empresas e indústria precisam, a começar pela normalização, e seguirmos com a agenda do grafeno, como a caracterização e as questões tarifárias", comentou.

Diego Piazza, da UCS Graphene, apresentou os "aspectos tributários, envolvendo a comercialização de produtos à base de grafeno", quando ele expôs o passo a passo do percurso para viabilizar a comercialização do produto dentro de bases tributárias seguras. "Classificado como grafite artificial, passíveis de tributação desde que em matéria prima majoritária", comentou.

Segundo Marco Colósio, da General Motors, o Brasil tem a oportunidade de liderar uma discussão global, que já é muito forte na Inglaterra e começa a ganhar corpo na China, e ter um diferencial competitivo internacional.

Primeira norma em 2023 - O pesquisador do Inmetro, Erlon Ferreira, traçou um panorama da normalização no país, e destacou a importância da primeira norma brasileira sobre caracterização de grafeno (ABNT ISO/TS 21356-1), publicada em 2023, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), um passo importante para a homologação de produtos à base de grafeno. Foram discutidas, ainda, a "Rede de apoio em inovação para produção e controle de qualidade industrial em aplicações de grafeno", por Oleksii Kuznetsov e "Metrologia de grafenos para a indústria", apresentação de Luis Gustavo Cançado (UFMG) e Cassiano Rabelo (FabNS).

Foi apresentada, também, uma iniciativa inovadora: a "Fabricação de um resistor padrão a partir de masterbatches poliméricos baseados em grafeno e nanotubos de carbono aplicados a dispositivos e sensores de termoplásticos, termofixos e elastômeros", por Claudemir Gracino, da Skintech Tecnologia & Comércio Ltda.

Por fim, foi apresentado o Projeto Inova Grafeno, que prevê o "desenvolvimento de material de referência de óxido de grafeno para certificação de produtos industriais" e definido um calendário de ações e reuniões no ano.

Mas o que, afinal, é grafeno? O grafeno é uma das formas cristalinas do carbono, assim como o diamante, o grafite, os nanotubos de carbono e fulerenos. O termo grafeno foi proposto como uma combinação de grafite e o sufixo -eno por Hanns-Peter Boehm. Foi ele quem descreveu as folhas de carbono em 1962.

Retirado e Adaptado de: MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Brasil assume
protagonismo na discussão sobre o uso do grafeno. Gov.Br. Disponível
em: summe--ppoagonismmoo-n-discusssaao-sobbeeooussodoo-gafen
oo
cias/brasil-assume-protagonismo-na-discussao-sobre-o-uso-do-grafeno
Acesso em: 06 mai., 2023.

A seguir, está apresentada a definição do gênero textual de "Brasil assume protagonismo na discussão sobre o uso do grafeno". Leia atentamente:
Trata-se de um texto jornalístico que relata um fato socialmente relevante para amplo público, com intuito de acessibilizar as informações consideradas relevantes. Abrange todas as áreas que são coletivamente importantes, como política, economia, cultura, segurança, saúde, educação, meio ambiente e outros (MATOS, s/a).
Agora, assinale a alternativa que corretamente apresenta o gênero que corresponde a essa definição: 
Alternativas
Q2188966 Português
O ensino de Língua Portuguesa por meio de gêneros discursivos vem ganhando espaço em diferentes propostas curriculares para a Educação Básica no Brasil nas últimas décadas. Entre outros referenciais importantes que embasam tais propostas, destacam-se as postulações de Dolz e Schneuwly (2004, p. 7), para quem os gêneros “constituem o instrumento de mediação de toda estratégia de ensino e o material de trabalho, necessário e inesgotável, para o ensino da textualidade.”
Uma proposta de ensino de Língua Portuguesa por meio de gêneros discursivos está epistemológica e metodologicamente mais alinhada com qual concepção de linguagem?
Alternativas
Q2188954 Português
TEXTO I

OS IDIOTAS DA OBJETIVIDADE

(Nelson Rodrigues)

Sou da imprensa anterior ao copy desk. Tinha treze anos quando me iniciei no jornal, como repórter de polícia. Na redação não havia nada da aridez atual e pelo contrário: — era uma cova de delícias. O sujeito ganhava mal ou simplesmente não ganhava. Para comer, dependia de um vale utópico de cinco ou dez mil-réis. Mas tinha a compensação da glória. Quem redigia um atropelamento julgava-se um estilista. E a própria vaidade o remunerava. Cada qual era um pavão enfático. Escrevia na véspera e no dia seguinte via-se impresso, sem o retoque de uma vírgula. Havia uma volúpia autoral inenarrável. E nenhum estilo era profanado por uma emenda, jamais.

Durante várias gerações foi assim e sempre assim. De repente, explodiu o copy desk. Houve um impacto medonho. Qualquer um na redação, seja repórter de setor ou editorialista, tem uma sagrada vaidade estilística. E o copy desk não respeitava ninguém. Se lá aparecesse um Proust, seria reescrito do mesmo jeito. Sim, o copy desk instalou-se como a figura demoníaca da redação.

Falei no demônio e pode parecer que foi o Príncipe das Trevas que criou a nova moda. Não, o abominável Pai da Mentira não é o autor do copy desk. Quem o lançou e promoveu foi Pompeu de Sousa. Era ainda o Diário Carioca, do Senador, do Danton. Não quero ser injusto, mesmo porque o Pompeu é meu amigo. Ele teve um pretexto, digamos assim, histórico, para tentar a inovação.

Havia na imprensa uma massa de analfabetos. Saíam as coisas mais incríveis. Lembro-me de que alguém, num crime passional, terminou assim a matéria: — “E nem um goivinho ornava a cova dela”. Dirão vocês que esse fecho de ouro é puramente folclórico. Não sei e talvez. Mas saía coisa parecida. E o Pompeu trouxe para cá o que se fazia nos Estados Unidos — o copy desk.

Começava a nova imprensa. Primeiro, foi só o Diário Carioca; pouco depois, os outros, por imitação, o acompanharam.

Rapidamente, os nossos jornais foram atacados de uma doença grave: — a objetividade. Daí para o “idiota da objetividade” seria um passo. Certa vez, encontrei-me com o Moacir Werneck de Castro. Gosto muito dele e o saudei com a mais larga e cálida efusão. E o Moacir, com seu perfil de Lord Byron, disse para mim, risonhamente: — “Eu sou um idiota da objetividade”.

Também Roberto Campos, mais tarde, em discurso, diria: — “Eu sou um idiota da objetividade”. Na verdade, tanto Roberto como Moacir são dois líricos. Eis o que eu queria dizer: — o idiota da objetividade inunda as mesas de redação e seu autor foi, mais uma vez, Pompeu de Sousa. Aliás, devo dizer que o copy desk e o idiota da objetividade são gêmeos e um explica o outro.

E toda a imprensa passou a usar a palavra “objetividade” como um simples brinquedo auditivo. A crônica esportiva via times e jogadores “objetivos”. Equipes e jogadores eram condenados por falta de objetividade. Um exemplo da nova linguagem foi o atentado de Toneleros. Toda a nação tremeu. Era óbvio que o crime trazia, em seu ventre, uma tragédia nacional. Podia ser até a guerra civil. Em menos de 24 horas o Brasil se preparou para matar ou para morrer. E como noticiou o Diário Carioca o acontecimento? Era uma catástrofe. O jornal deu-lhe esse tom de catástrofe? Não e nunca. O Diário Carioca nada concedeu à emoção nem ao espanto. Podia ter posto na manchete, e ao menos na manchete, um ponto de exclamação. Foi de uma casta, exemplar objetividade. Tom estrita e secamente informativo. Tratou o drama histórico como se fosse o atropelamento do Zezinho, ali da esquina.

Era, repito, a implacável objetividade. E, depois, Getúlio deu um tiro no peito. Ali estava o Brasil, novamente, cara a cara com a guerra civil. E que fez o Diário Carioca? A aragem da tragédia soprou nas suas páginas? Jamais. No princípio do século, mataram o rei e o príncipe herdeiro de Portugal. (Segundo me diz o luso Álvaro Nascimento, o rei tinha o olho perdidamente azul). Aqui, o nosso Correio da Manhã abria cinco manchetes. Os tipos enormes eram um soco visual. E rezava a quinta manchete: “HORRÍVEL EMOÇÃO!”. Vejam vocês: — “HORRÍVEL EMOÇÃO!”.

O Diário Carioca não pingou uma lágrima sobre o corpo de Getúlio. Era a monstruosa e alienada objetividade. As duas coisas pareciam não ter nenhuma conexão: — o fato e a sua cobertura.

Estava um povo inteiro a se desgrenhar, a chorar lágrimas de pedra. E a reportagem, sem entranhas, ignorava a pavorosa emoção popular. Outro exemplo seria ainda o assassinato de Kennedy.

Na velha imprensa as manchetes choravam com o leitor. A partir do copy desk, sumiu a emoção dos títulos e subtítulos. E que pobre cadáver foi Kennedy na primeira página, por exemplo, do Jornal do Brasil. A manchete humilhava a catástrofe. O mesmo e impessoal tom informativo. Estava lá o cadáver ainda quente. Uma bala arrancara o seu queixo forte, plástico, vital. Nenhum espanto da manchete. Havia um abismo entre o Jornal do Brasil e a tragédia, entre o Jornal do Brasil e a cara mutilada. Pode-se falar na desumanização da manchete.

O Jornal do Brasil, sob o reinado do copy desk, lembra-me aquela página célebre de ficção. Era uma lavadeira que se viu, de repente, no meio de uma baderna horrorosa. Tiro e bordoada em quantidade. A lavadeira veio espiar a briga. Lá adiante, numa colina, viu um baixinho olhando por um binóculo. Ali estava Napoleão e ali estava Waterloo. Mas a santa mulher ignorou um e outro; e veio para dentro ensaboar a sua roupa suja. Eis o que eu queria dizer: — a primeira página do Jornal do Brasil tem a mesma alienação da lavadeira diante dos napoleões e das batalhas. E o pior é que, pouco a pouco, o copy desk vem fazendo do leitor um outro idiota da objetividade. A aridez de um se transmite ao outro. Eu me pergunto se, um dia, não seremos nós 80 milhões de copy desks? (...)

Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/os-idiotas-da-objetividade-cronica-de-nelson-rodrigues/ (Adaptado). Acesso em: 8 jan. 2023.
O Texto I é uma crônica de autoria de Nelson Rodrigues. Entre as alternativas a seguir, assinale aquela que contém uma afirmação INCORRETA sobre esse texto e/ou o gênero discursivo a que ele pertence.
Alternativas
Q2188953 Português
TEXTO I

OS IDIOTAS DA OBJETIVIDADE

(Nelson Rodrigues)

Sou da imprensa anterior ao copy desk. Tinha treze anos quando me iniciei no jornal, como repórter de polícia. Na redação não havia nada da aridez atual e pelo contrário: — era uma cova de delícias. O sujeito ganhava mal ou simplesmente não ganhava. Para comer, dependia de um vale utópico de cinco ou dez mil-réis. Mas tinha a compensação da glória. Quem redigia um atropelamento julgava-se um estilista. E a própria vaidade o remunerava. Cada qual era um pavão enfático. Escrevia na véspera e no dia seguinte via-se impresso, sem o retoque de uma vírgula. Havia uma volúpia autoral inenarrável. E nenhum estilo era profanado por uma emenda, jamais.

Durante várias gerações foi assim e sempre assim. De repente, explodiu o copy desk. Houve um impacto medonho. Qualquer um na redação, seja repórter de setor ou editorialista, tem uma sagrada vaidade estilística. E o copy desk não respeitava ninguém. Se lá aparecesse um Proust, seria reescrito do mesmo jeito. Sim, o copy desk instalou-se como a figura demoníaca da redação.

Falei no demônio e pode parecer que foi o Príncipe das Trevas que criou a nova moda. Não, o abominável Pai da Mentira não é o autor do copy desk. Quem o lançou e promoveu foi Pompeu de Sousa. Era ainda o Diário Carioca, do Senador, do Danton. Não quero ser injusto, mesmo porque o Pompeu é meu amigo. Ele teve um pretexto, digamos assim, histórico, para tentar a inovação.

Havia na imprensa uma massa de analfabetos. Saíam as coisas mais incríveis. Lembro-me de que alguém, num crime passional, terminou assim a matéria: — “E nem um goivinho ornava a cova dela”. Dirão vocês que esse fecho de ouro é puramente folclórico. Não sei e talvez. Mas saía coisa parecida. E o Pompeu trouxe para cá o que se fazia nos Estados Unidos — o copy desk.

Começava a nova imprensa. Primeiro, foi só o Diário Carioca; pouco depois, os outros, por imitação, o acompanharam.

Rapidamente, os nossos jornais foram atacados de uma doença grave: — a objetividade. Daí para o “idiota da objetividade” seria um passo. Certa vez, encontrei-me com o Moacir Werneck de Castro. Gosto muito dele e o saudei com a mais larga e cálida efusão. E o Moacir, com seu perfil de Lord Byron, disse para mim, risonhamente: — “Eu sou um idiota da objetividade”.

Também Roberto Campos, mais tarde, em discurso, diria: — “Eu sou um idiota da objetividade”. Na verdade, tanto Roberto como Moacir são dois líricos. Eis o que eu queria dizer: — o idiota da objetividade inunda as mesas de redação e seu autor foi, mais uma vez, Pompeu de Sousa. Aliás, devo dizer que o copy desk e o idiota da objetividade são gêmeos e um explica o outro.

E toda a imprensa passou a usar a palavra “objetividade” como um simples brinquedo auditivo. A crônica esportiva via times e jogadores “objetivos”. Equipes e jogadores eram condenados por falta de objetividade. Um exemplo da nova linguagem foi o atentado de Toneleros. Toda a nação tremeu. Era óbvio que o crime trazia, em seu ventre, uma tragédia nacional. Podia ser até a guerra civil. Em menos de 24 horas o Brasil se preparou para matar ou para morrer. E como noticiou o Diário Carioca o acontecimento? Era uma catástrofe. O jornal deu-lhe esse tom de catástrofe? Não e nunca. O Diário Carioca nada concedeu à emoção nem ao espanto. Podia ter posto na manchete, e ao menos na manchete, um ponto de exclamação. Foi de uma casta, exemplar objetividade. Tom estrita e secamente informativo. Tratou o drama histórico como se fosse o atropelamento do Zezinho, ali da esquina.

Era, repito, a implacável objetividade. E, depois, Getúlio deu um tiro no peito. Ali estava o Brasil, novamente, cara a cara com a guerra civil. E que fez o Diário Carioca? A aragem da tragédia soprou nas suas páginas? Jamais. No princípio do século, mataram o rei e o príncipe herdeiro de Portugal. (Segundo me diz o luso Álvaro Nascimento, o rei tinha o olho perdidamente azul). Aqui, o nosso Correio da Manhã abria cinco manchetes. Os tipos enormes eram um soco visual. E rezava a quinta manchete: “HORRÍVEL EMOÇÃO!”. Vejam vocês: — “HORRÍVEL EMOÇÃO!”.

O Diário Carioca não pingou uma lágrima sobre o corpo de Getúlio. Era a monstruosa e alienada objetividade. As duas coisas pareciam não ter nenhuma conexão: — o fato e a sua cobertura.

Estava um povo inteiro a se desgrenhar, a chorar lágrimas de pedra. E a reportagem, sem entranhas, ignorava a pavorosa emoção popular. Outro exemplo seria ainda o assassinato de Kennedy.

Na velha imprensa as manchetes choravam com o leitor. A partir do copy desk, sumiu a emoção dos títulos e subtítulos. E que pobre cadáver foi Kennedy na primeira página, por exemplo, do Jornal do Brasil. A manchete humilhava a catástrofe. O mesmo e impessoal tom informativo. Estava lá o cadáver ainda quente. Uma bala arrancara o seu queixo forte, plástico, vital. Nenhum espanto da manchete. Havia um abismo entre o Jornal do Brasil e a tragédia, entre o Jornal do Brasil e a cara mutilada. Pode-se falar na desumanização da manchete.

O Jornal do Brasil, sob o reinado do copy desk, lembra-me aquela página célebre de ficção. Era uma lavadeira que se viu, de repente, no meio de uma baderna horrorosa. Tiro e bordoada em quantidade. A lavadeira veio espiar a briga. Lá adiante, numa colina, viu um baixinho olhando por um binóculo. Ali estava Napoleão e ali estava Waterloo. Mas a santa mulher ignorou um e outro; e veio para dentro ensaboar a sua roupa suja. Eis o que eu queria dizer: — a primeira página do Jornal do Brasil tem a mesma alienação da lavadeira diante dos napoleões e das batalhas. E o pior é que, pouco a pouco, o copy desk vem fazendo do leitor um outro idiota da objetividade. A aridez de um se transmite ao outro. Eu me pergunto se, um dia, não seremos nós 80 milhões de copy desks? (...)

Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/os-idiotas-da-objetividade-cronica-de-nelson-rodrigues/ (Adaptado). Acesso em: 8 jan. 2023.
Acerca dos sentidos veiculados pelo Texto I, julgue como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas a seguir:
I. O texto se estrutura com base num binarismo entre objetividade e expressividade enfática no discurso jornalístico. Os diferentes polos desse binarismo são divididos por um marco temporal segundo o enunciador.
II. Em “Ele teve um pretexto, digamos assim, histórico, para tentar a inovação”, a expressão “digamos assim” é um modalizador delimitador, estabelecendo os limites dentro dos quais se deve encarar o sentido de “histórico” nesse contexto.
III. Em “Lembro-me de que alguém, num crime passional, terminou assim a matéria: — ‘E nem um goivinho ornava a cova dela’”, o autor faz uma referência intertextual a determinada matéria jornalística porque a manchete dela, retomada textualmente na crônica, é exemplo de objetividade idiota.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
Alternativas
Q2188813 Português

                                   

Considerando a estrutura e os aspectos linguísticos do texto, julgue o item abaixo.
O texto é representativo do gênero notícia, com traços claros de injunção. 
Alternativas
Q2188501 Português
Cochilos muito longos são fator de risco para diabetes e obesidade



Disponível em: https://canaltech.com.br/saude/cochilos-muito-longos-sao-fator-de-risco-para-diabetes-e-obesidade-248398/
A afirmação contida no título do texto se dá com base em: 
Alternativas
Q2187464 Português
Taxa de desemprego entre os mais jovens está acima de 20% desde 2016


São seis anos em que pelo menos dois em cada dez jovens de 18 a 24 anos procuram, mas não encontram uma vaga de trabalho.


    O desemprego no Brasil afeta, hoje, todas as faixas etárias, mas atinge com mais intensidade quem está no começo da carreira ou tentando entrar no mercado de trabalho.
    A mais longa experiência profissional que Samila de Jesus Santos leva no breve currículo é o desemprego. Três anos de espera para quem tem só 22. Historicamente, a taxa de desemprego na parcela mais jovem é sempre maior do que a média geral da população. E no Brasil, desde 2016, ela fica acima de 20%. São seis anos em que pelo menos dois em cada dez jovens de 18 a 24 anos procuram, mas não encontram uma vaga de trabalho.
      Taxa de desemprego acima de 20% é uma média para o grupo com idade entre 18 e 24 anos, mas em um país desigual como o Brasil, esta estatística não dá conta das diferenças. Dados do Ministério da Economia mostram que se o jovem que já sofre mais com a crise for mulher e tiver pouca qualificação, a chance de encontrar um emprego é ainda menor. E isso não é só sobre o futuro deles. É sobre a falta de perspectiva para a economia do país.
     “A gente tem menos dinheiro circulando na economia. O jovem, não conseguindo trabalhar, acaba tendo que ficar dependente muitas vezes de uma pessoa mais velha na família, produzindo uma geração de pessoas que não conseguem realizar seus sonhos, não conseguem adquirir independência financeira muitas vezes ou demoram para conseguir. E a gente tem evidências na literatura de que os jovens, quando ingressam no mercado de trabalho com salário mais baixo, eles têm mais dificuldade de ver o aumento do salário ao longo do tempo”, afirma o professor de Economia da FGV Renan Pieri.
[...]


Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/03/30/taxa-de-desemprego-entre-os-mais-jovensesta-acima-de-20percent-desde-2016.ghtml. Acesso em: 18 fev. 2023.
Sobre o Texto III, é correto afirmar, EXCETO:
Alternativas
Q2186187 Português
O texto injuntivo ocorre em 
Alternativas
Q2186186 Português
Leia o texto a seguir.
É um gênero discursivo claramente argumentativo que tem por objetivo expressar o ponto de vista do autor que o assina sobre alguma questão relevante em termos sociais, políticos, culturais etc. O caráter argumentativo desse gênero textual é evidenciado pelas justificativas de posições apresentadas pelo autor para convencer os leitores da validade da análise que faz.
O gênero discursivo descrito é  
Alternativas
Q2186185 Português
Leia o texto a seguir.
É um gênero discursivo curto, escrito em prosa, geralmente produzido para meios de comunicação, no qual, a partir da observação e do relato de fatos cotidianos, o autor manifesta sua perspectiva subjetiva, oferecendo uma interpretação que revela ao leitor algo que está por trás das aparências ou não é percebido pelo senso comum.
O gênero discursivo descrito é  
Alternativas
Q2186184 Português
Leia os conceitos a seguir.
1 – É um gênero discursivo no qual são apresentadas as informações básicas (fatos) referentes a um acontecimento específico. O principal objetivo, oral ou escrito, é informar, reconstituindo para o leitor/ouvinte uma sequência de acontecimentos. 2 – É um gênero discursivo que surgiu com o advento da internet. Caracteriza-se por permitir uma comunicação escrita muito rápida entre interlocutores conectados em rede virtual. 3 – É um gênero discursivo em que o autor do texto se dirige a um interlocutor específico, com o qual pretende estabelecer uma comunicação à distância. 4 – É um gênero discursivo no qual são registrados acontecimentos cotidianos a partir de uma perspectiva pessoal. Os autores costumam ser os únicos leitores e mantêm registros que se estendem por anos.
Os gêneros discursivos descritos acima são, respectivamente: 
Alternativas
Q2185566 Português
A frase que está de acordo com as regras da linguagem formal é: 
Alternativas
Q2185565 Português

Leia o texto a seguir.


Este gênero discursivo surgiu com o advento da internet. Caracteriza-se por permitir uma comunicação escrita muito rápida entre interlocutores conectados em rede virtual.


O gênero discursivo descrito é

Alternativas
Q2185560 Português

Leia o texto a seguir.


Gênero que combina a apresentação das características essenciais de uma dada obra (filme, livro, peça de teatro etc.) com comentários e avaliações críticas sobre sua qualidade.


Esse conceito refere-se a qual gênero textual? 

Alternativas
Q2184044 Português
Texto III
Clara, minha muito querida,
Estou de volta, baixei, pisei, parei. Aulas dadas e ouvidas, análise, corridas, trânsito. Tive uns dias meio em choque, enxaqueca e susto. Agora sossego. Chegam as fotos da viagem, de Brasília a Bariloche, que meu irmão ampliou. Fiz um quadrinho da minha cara vista por ti da Brasília de Cecília. Todo dia me olho entre livros. Guardo a viagem com carinho. Foi a primeira boa viagem em tanto tempo! Argentina é um baratão. Saudades. Saudades suas. Quer fazer o favor de pintar? [...]

(CESAR, Ana Cristina. Correspondência Incompleta: organização Armando Freitas Filho e Heloísa Buarque de Holanda. Rio de Janeiro: Aeroplano. 1999. p.23)

Considere o Texto III para responder à questão.

A expressão “tipo de texto” é comumente usada para referir-se ao gênero textual. No entanto, a fim de diferenciar essas duas categorias, segundo Marchuschi (2010), deve-se considerar que os gêneros:
Alternativas
Q2183584 Português
Observe a tradução de um fragmento textual francês:
“Na origem, a casa tinha sido acoplada a um computador, como tantas outras, a um computador previsional encarregado de a fazer evoluir em função dos cálculos de probabilidade de que se alimentava a máquina. A eventualidade de um inverno frio fazia com que surgisse um engrossamento progressivo das paredes, num isolamento reforçado. Uma dupla camada de telhas crescia lentamente sobre o teto, uma lareira suplementar emergia do solo como um legume perfurando a terra de um jardim.”
Trata-se, no caso, de uma narrativa de ficção científica; a característica desse gênero narrativo que se aplica a esse segmento textual, é:
Alternativas
Respostas
601: B
602: C
603: E
604: D
605: D
606: C
607: B
608: A
609: E
610: E
611: C
612: A
613: B
614: C
615: B
616: C
617: A
618: B
619: C
620: A