Questões de Concurso
Sobre gêneros textuais em português
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TEXTO I
Texto 2
OCDE reduz projeções para Brasil e Argentina
As manchetes jornalísticas seguem um padrão em sua elaboração; NÃO faz parte desse padrão, segundo o que se pode deduzir a partir da manchete acima:
Texto para a questão.
Leia, abaixo, uma delicada carta do escritor Caio Fernando Abreu aos pais:
A Nair e Zaél Abreu
São Paulo, 12 de agosto de 1987
Querida mãe, querido pai,
Não sei mais conviver com as pessoas. Tenho medo de uma casa cheia de pais e mães e irmãos e sobrinhos e cunhados e cunhadas. Tenho vivido tão só durante tantos — quase quarenta — anos. Devo estar acostumado.
Dormir 24 horas foi a maneira mais delicada que encontrei de não perturbar o equilíbrio de vocês — que é muito delicado. E também de não perturbar o meu próprio equilíbrio — que é tão ou mais delicado.
Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em solidão. E que só sabe escrever. Não sei mais falar, abraçar, dar beijos, dizer coisas aparentemente simples como “eu gosto de você”. Gosto de mim. Acho que é o destino dos escritores. E tenho pensado que, mais do que qualquer outra coisa, sou um escritor. Uma pessoa que escreve sobre a vida — como quem olha de uma janela — mas não consegue vivê-la.
Amo vocês como quem escreve para uma ficção: sem conseguir dizer nem mostrar isso. O que sobra é o áspero do gesto, é a secura da palavra. Por trás disso, há muito amor. Amor louco — todas as pessoas são loucas, inclusive nós; amor encabulado — nós, da fronteira com a Argentina, somos especialmente encabulados. Mas amor de verdade. Perdoem o silêncio, o sono, a rispidez, a solidão. Está ficando tarde, e eu tenho medo de ter desaprendido o jeito. É muito difícil ficar adulto.
Amo vocês,
seu filho
Caio
Partindo do pressuposto de que um texto tem estrutura à partir de características gerais de um determinado gênero, identifique os gêneros descritos a seguir:
I. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas revistas têm uma seção dedicada a esse gênero;
II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de imagens;
III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à vida cotidiana. Apresenta certa dose de lirismo e sua principal característica é a brevidade;
IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho;
V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais de eletrodomésticos, jogos eletrônicos, receitas, rótulos de produtos, entre outros.
São, respectivamente:
Leia com atenção um trecho da reportagem do Portal G1 “Depressão cresce no mundo, segundo OMS” abaixo, e responda a questão.
A depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira (23) referentes a 2015. Em 10 anos, de 2005 a 2015, esse número cresceu 18,4%. A prevalência do transtorno na população mundial é de 4,4%.
Já no Brasil, 5,8% da população sofre com esse problema, que afeta um total de 11,5 milhões de brasileiros. Segundo os dados da OMS, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina e o segundo com maior prevalência nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, que têm 5,9% de depressivos.
O país com menor prevalência de depressão nas Américas é a Guatemala, onde 3,7% da população tem o transtorno. Já o país com menor prevalência de depressão no mundo, segundo o relatório, são as Ilhas Salomão, na Oceania, onde a depressão atinge 2,9% da população.
Além dos Estados Unidos, os países que têm prevalência de depressão maior do que o Brasil são Austrália (5,9%), Estônia (5,9%) e Ucrânia (6,3%).
A partir da leitura atenta da propaganda apresentada e da gramática normativa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. O gênero publicitário, como exemplifica a propaganda apresentada, sempre tem a intenção de vender um produto, convencer um consumidor a comprá-lo.
II. O verbo “matar” está conjugado no modo Imperativo.
III. A oração “Se você tiver febre alta com dor de cabeça” é uma Oração Coordenada Explicativa
IV. No trecho “Mobilize sua família e seus vizinhos” o termo destacado, sintaticamente, é um verbo transitivo direto.
Leia a charge de Malfada, personagem criada pelo chargista argentino Quino, e responda a questão a seguir.
A partir da leitura atenta da charge, e da gramática normativa da Língua Portuguesa, analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) A expressão “olá!” no primeiro quadrinho é uma interjeição.
( ) A vírgula no terceiro quadrinho indica zeugma.
( ) A expressão “seu pai” no segundo quadrinho é um vocativo.
( ) Como exemplo da charge lida, esse é um gênero que tem a função de entreter o leitor com seu humor sem utilizar a crítica social para isso.
( ) A palavra “não” no segundo quadrinho é um advérbio de negação.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
Pessoas com baixa renda fazem pouco exercício no tempo livre
Pesquisa feita em Ermelino Matarazzo propõe ações
educativas para incentivar prática de atividades físicas no tempo livre
Por Ivanir Ferreira
A condição socioeconômica está associada ao nível de atividade física das pessoas, ou seja, o quanto elas se exercitam em seu tempo livre, em casa, no trabalho ou como forma de deslocamento. Os mais pobres se exercitam menos em seu tempo livre e executam mais tarefas ocupacionais, como trabalhos domésticos, levantamento de cargas e deslocamento. Pesquisa feita pela USP, que entrevistou moradores do distrito de Ermelino Matarazzo, região de baixo nível socioeconômico da zona leste de São Paulo, propõe ações educativas e de prática de exercícios físicos para modificar este quadro.
Fazer atividade física por lazer resulta em mais saúde física e mental – redução de problemas cardiovasculares e sintomas de depressão e ansiedade. Já a atividade ocupacional (carregar e descarregar carga de um caminhão, por exemplo), ao longo do tempo, pode ocasionar problemas físicos, como desgaste das articulações, afirma Evelyn Helena Corgosinho Ribeiro, autora da pesquisa. Em 2006, um estudo feito pelo Ministério da Saúde revelou que 48,5% dos 54 mil entrevistados eram responsáveis pela maior parte da limpeza pesada da casa e que 42,8% carregavam peso/carga pesada ou caminhavam bastante para ir ao trabalho. Desses, somente 14,8% praticavam pelo menos 30 minutos de atividades físicas de intensidade moderada no lazer em cinco ou mais dias da semana.
Outro inquérito de base domiciliar feito pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas em Atividade Física e Saúde (Gepaf), da Escola de Artes, Ciências e Humanidade (EACH) da USP, mostrou que 70% dos adultos do distrito de Ermelino Matarazzo não praticavam nenhuma atividade física no tempo de lazer e que 47,1% dos adultos não faziam, pelo menos, 150 minutos de atividade física no tempo de lazer ou como forma de deslocamento.
Com base nesses dados, Evelyn se propôs a buscar formas para avaliar a eficácia de ações de promoção de atividade física voltadas para a população de baixa renda daquela região. Participaram da pesquisa 157 adultos, homens e mulheres maiores de 18 anos, que frequentavam Unidades Básicas de Saúde. O estudo durou 18 meses.
As pessoas foram subdivididas em três grupos: o primeiro grupo obteve orientação supervisionada, com três sessões semanais de exercícios cardiorrespiratórios, de força e de flexibilidade. O segundo participou de sessões de discussões presenciais, orientação individual por telefone, e recebeu material educativo impresso, além de mensagens semanais de incentivo à prática regular de atividades físicas e de vivências, buscando o desenvolvimento de autonomia para a prática de atividade física. Neste grupo, a principal estratégia foi a orientação. Não tiveram exercícios estruturados. Faziam algumas vivências de prática de alongamento ou caminhada. O terceiro grupo (controle) não recebeu intervenção alguma. As avaliações foram feitas no início do estudo, depois de 12 meses de intervenção e seis meses depois de encerrado o período de intervenção.
Ao final, os resultados mostraram que as pessoas de ambos os grupos de intervenção obtiveram sucesso, aumentando significativamente a sua atividade física no tempo livre. Porém, seis meses após este período, quando o trabalho de intervenção foi cessado, o ganho foi mantido apenas para o grupo que recebeu orientação de conscientização sobre a importância da prática de atividade física. Desta forma, o estudo indicou que as ações que “possibilitaram a construção do conhecimento a partir de discussões em grupo e de vivências práticas se mostraram mais eficazes como proposta de estímulos para a prática de atividade física”.
Fonte: Disponível em:<http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/pessoas-com-baixa-renda-fazem-pouco-exercicio-no-tempo-livre>
Com base na leitura que você realizou do texto e do conhecimento que você tem sobre gêneros textuais, analise as proposições a seguir e assinale a alternativa que aponta aquelas que explicam corretamente porque se trata de um texto jornalístico.
I. Foi publicado no Jornal da USP, portanto se trata de um suporte jornalístico.
II. O conteúdo é do entretenimento e visa distrair os leitores.
III. O portal é mantido por jornalistas.
IV. O tema tratado é um conteúdo noticioso,
de interesse do público-alvo da
Universidade.
Texto para a questão.
A respeito das ideias do texto, julgue o item
O texto tem características peculiares que o inserem no
gênero artigo científico.
Leia o texto a seguir.
Sobre o gênero textual desse texto e a mensagem veiculada por ele, analise as afirmativas a seguir.
I. Trata-se de uma charge, gênero frequentemente veiculado em publicações jornalísticas, que se posiciona criticamente sobre algum fato ou assunto cotidiano.
II. Utiliza elementos verbais e não verbais em sua construção de sentido e de humor.
III. Corrobora a ideia expressa pelo texto “Geração canguru: os filhos adultos que moram com os pais”, de que atualmente jovens atingem a autonomia mais tarde.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
Estão corretas as afirmativas
Julgue o item que se segue quanto às ideias e às estruturas linguísticas do texto.
A charge apresentada insere‐se no gênero textual
jornalístico e, nesse caso, visa demonstrar, por meio do
humor, a falta de competência linguística do médico em
relação à fala do paciente.
Leia o texto abaixo e responda à questão.
UM PLANO GENIAL
Apparício Torelly (Barão de Itararé)
Joaquim Rebolão estava desempregado e lutava com grandes dificuldades para se manter. A sua situação ainda mais se agravava pelo fato de ter que dar assistência a um filho, rapaz inexperiente que também estava no desvio. Joaquim Rebolão, porém, defendia-se como um autêntico leão da Núbia, neste deserto de homens e ideias.
O seu cérebro, torturado pela miséria, era fértil e brilhante, engendrando planos verdadeiramente geniais, graça aos quais sempre se saía galhardamente das aperturas diárias com que o destino cruel o torturava.
Naquele dia, o seu grude já estava garantido. Recebera convite para um banquete de cerimônia, em homenagem a um alto figurão que estava necessitando de claque. Mas o nosso herói não estava satisfeito, porque não conseguira um convite para o filho.
À hora marcada, porém, Rebolão, acompanhado do rapaz, dirige-se para o salão, onde se celebraria a cerimônia. Antes de penetrar no recinto, diz a seu filho faminto:
— Fica firme aqui na porta um momento, porque preciso dar um jeito a fim de que tu também tomes parte no festim.
Já estavam todos os convidados sentados nos respectivos lugares, na grande mesa em forma de ferradura, quando, ao começar o bródio, Rebolão se levanta e exclama:
— Senhores, em vista da ausência do Sr. Vigário nesta festa, tomo a liberdade de benzer a mesa. Em nome do Padre e do Espírito Santo!
— E o filho? — perguntou-lhe um dos convivas.
— Está na porta — responde prontamente.
E, voltando-se para o rapaz, ordena, autoritário e enérgico:
— Entra de uma vez, menino! Não vês que estes senhores te estão chamando?
-
- (TORTELLY. Apparício. Fonte: http://contobrasileiro.com.br/um-
- plano-genial-cronica-do-barao-de-itarare/)
O jovem e os cientistas, por uma narrativa que inclua
o ser humano concreto
Isso se faz conectando disciplinas, como preconiza Edgar
Morin
[...] É assustador saber que 93% dos jovens brasileiros não conhecem o nome de um cientista brasileiro, de acordo com pesquisa do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, divulgado na semana passada.
Em resposta a isso, alguns lembram a carência de professores que temos nas áreas científicas do ensino médio, particularmente em física e química.
Na verdade, embora ocorra, de fato, falta de professores, o problema é mais complexo. Para além da carência de mestres, trata-se da forma como ensinamos história e, em especial, a história da ciência no país.
É como se houvesse um determinismo histórico absoluto, em que processos econômicos governassem os fatos, sem interferências da subjetividade.
Assim, alunos perdem a chance de compreender que somos nós, seres humanos, claro que em condições dadas, que individual ou coletivamente construímos comunidades, nações e instituições.
Foram pessoas singulares que fizeram pesquisas, desvendaram os fenômenos da natureza e criaram soluções para os mais diferentes desafios enfrentados pela humanidade, inclusive no Brasil.
No passado, padecemos do fenômeno oposto e as aulas se tornavam um recital de nomes e fatos a serem memorizados. Mas ao romper com uma abordagem equivocada, caímos muitas vezes no outro extremo. E, com isso, ao enfatizar processos frente a pessoas, o ensino de história patina.
É urgente integrar os enfoques e ensinar aos jovens, desde o ensino fundamental, sobre a incrível aventura de seres humanos concretos no planeta, inclusive formulando hipóteses e produzindo conhecimento. Isso se faz, inclusive, conectando disciplinas, como preconiza Edgar Morin, em seu clássico "Religando os Saberes", em que analisa a escola secundária francesa.
Felizmente, a Base Nacional Comum Curricular avança nesta direção e possibilita que se aprenda em todo o país sobre as contribuições de nomes como Oswaldo Cruz, Adolpho Lutz, Carlos Chagas, Mario Schenberg e o recentemente premiado físico e cosmólogo Marcelo Gleiser, entre outros. A possibilidade de um ensino que construa convergências entre matérias possibilitaria também assegurar que crianças e jovens aprendam mais sobre brasileiros que se destacaram em geografia, como Milton Santos, ou artistas nossos de renome, como Tarsila do Amaral
E, assim, os alunos terão condições de entender as relações de produtores de conhecimento com seu tempo e imaginar cenários futuros em que eles possam ser cientistas, artistas ou nomes que contribuam para a construção de um país melhor e mais bonito.
COSTIN, Cláudia. Colunas e Blogs. Folha de S. Paulo. 5 jul. 2019. Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudia-costin/2019/07/o-jovem-e-os-cientistas-por-uma-narrativa-que-inclua-o-ser-humano-concreto.shtml> . Acesso em: 5 jul.
2019. (Adaptado).