Questões de Concurso Sobre gêneros textuais em português

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Q924682 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Trabalho infantil


    Há muita gente conceituada que é a favor do trabalho infantil, principalmente os mais velhos, pois ainda vivem o saudosismo, sem perceber que o mundo mudou e as relações humanas e de trabalho também. Recentemente, um vereador na Câmara Municipal de Birigüi manifestou-se favoravelmente em discurso feito da tribuna.
    Trabalho infantil é toda forma de trabalho exercido por crianças e adolescentes, abaixo da idade de 14 anos. O trabalho infantil é proibido por lei. As formas mais nocivas ou cruéis de trabalho infantil também constituem crime. O programa Bolsa-Família é uma tentativa de diminuir o número de crianças em idade escolar que estejam fora da escola.
    É comum em países subdesenvolvidos o trabalho infantil. A maioria das vezes ocorre devido à necessidade de ajudar financeiramente a família. Muitas destas famílias são geralmente de pessoas pobres que possuem muitos filhos. Por isso os programas sociais que unem o auxílio com alimentação e a obrigação de presença escolar são importantes.
    Apesar dos pais serem oficialmente responsáveis pelos filhos, não é hábito dos juízes puni-los. A ação da justiça aplica-se mais a quem contrata menores. Essa postura do Judiciário precisa mudar.
    O trabalho apresenta duas consequências funestas. A primeira parece menos sentida porque tem apenas consequências psíquicas. A pessoa que começa a trabalhar muito cedo tem a sua infância roubada, quando adulto, tornase uma pessoa despreparada para o lazer, na maioria das vezes, pois só sabe trabalhar. É o conhecido workaholic. A outra consequência apresenta efeito mais visível, porque é comum o trabalho deixar o adolescente ou a criança estressada e não ir à escola. Assim, a sociedade estará produzindo mais um trabalhador de mão-de-obra não qualificada, um futuro brasileiro de baixa renda ou desempregado.
    Antigamente, um jovem não precisava se preparar tanto para se inserir no mercado de trabalho, pois a sociedade era mais rural. Hoje, o mercado está cada vez mais exigente, por isso se faz necessário estudar, se possível, adentrar os portais da universidade.
    Se a criança começar a trabalhar muito cedo e abandonar a escola, será um desastre. A criança e o adolescente são o nosso futuro, cuidar deles é nossa obrigação.

FOLHA DA REGIÃO. Araçatuba, 24/01/2018. Disponível em: <http://www.folhadaregiao.com.br/2.633/editorial-trabalho-infantil-1.92332>. Acesso em: 24 jan. 2018. (Adaptado).
Com relação ao gênero, o texto apresenta características que o classificam como
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Q921967 Português

Texto 3 para responder à questão.




COMPAGNONI, Tatiane. Disponível em: <http://www.revistamodaa. com.br>. Acesso em: 18 maio 2018, com adaptações.
Acerca da relação existente entre as sequências linguísticas e as informações do texto, é correto afirmar que nele prevalece a
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Ano: 2018 Banca: IDIB Órgão: CRF-RJ Prova: IDIB - 2018 - CRF-RJ - Contador |
Q919173 Português

                                      Texto I


                               Assédio sexual


O chamado "assédio sexual" é um conceito muito amplo, que abrange condutas que vão desde a mera sedução excessiva e não correspondida até à verdadeira importunação de outras pessoas. A dificuldade de traçar a fronteira entre o que é tolerável e o que afeta a liberdade alheia torna discutível uma incriminação, por razões de previsibilidade e segurança.


              

A partir da leitura do texto I acima, podemos classificá-lo como um exemplar do gênero textual:
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Q917987 Português

Texto 1


A Política de Tolerância Zero


Suas vozes frágeis e seus corpos miúdos sugerem que elas não têm mais de 7 anos, mas já conhecem a brutal realidade dos desaventurados cuja sina é cruzar fronteiras para sobreviver. O drama dessas crianças tiradas dos braços de seus pais e mães pela “política de tolerância zero” do governo americano tem comovido o mundo e dividido o país do presidente Donald Trump. Os relatos são de solidão e desespero para essas famílias divididas, que, não raro, mal podem se comunicar com o mundo exterior e não conseguem informações sobre o paradeiro de seus parentes após terem cruzado a fronteira do México para os EUA em busca de uma vida menos difícil. Em vez de encontrarem a realização de seu “sonho americano”, elas vêm sendo recebidas por essa prática de hostilidade reforçada na zona fronteiriça, que já separou mais de 2300 crianças de seus pais desde abril.

Época, nº 1043. Adaptado.


Texto 2


“Isso é inacreditável. Autoridades do governo Trump estão enviando bebês e crianças pequenas... desculpem... há pelo menos três...”. Foi o que conseguiu dizer Rachel Maddow, âncora da MSNBC, antes de se render às lágrimas ao tentar noticiar esse drama infantil latino-americano, num vídeo que já viralizou”.

Época, nº 1043, p. 11.

O texto 1 é classificado como argumentativo já que apresenta uma condenação da política americana para os imigrantes. O conjunto de ideias apresentadas se fundamenta
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Ano: 2018 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: INB Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Analista de Comunicação | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro de Segurança do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Ambiental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Administrador | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro da Computação | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro de Produção | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Civil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro de Automação e Controle | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Mecânico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Químico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Agrônomo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Eletricista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Metalúrgico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Médico do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Bibliotecário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Analista de Sistemas | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Economista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Contador | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Analista de Comércio Exterior | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Geólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Biólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Auditor | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Enfermeiro do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Químico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Físico |
Q917066 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.


As anatomias do belo


Ainda polêmico, o corpo livre sempre foi um dos elementos centrais para a produção artística, seja a serviço de padrões de beleza, seja para quebrá-los radicalmente


O corpo sempre esteve presente na arte, durante muito tempo por meio de representações que dizem bastante sobre a cultura de cada época e, também, sobre a maneira como enxergamos cada uma delas. Nas pinturas rupestres, por exemplo, as imagens ilustravam basicamente homens em lutas com animais. Eram quase dicas de sobrevivência. Naquela época, não existiam pretensões estéticas, mas hoje somos capazes de ver equilíbrio nos traços duros de uma realidade crua. Também aprendemos a apreciar as figuras humanas angulosas da Grécia antiga, reflexos de uma sociedade otimista, voltada para uma revolução filosófica e, aí sim, em busca de ideais de beleza.

Entre a violência de um e a harmonia de outro, a história da arte foi construindo o que seria a percepção da beleza através do corpo humano. Trata-se de um conceito largo mesmo, que trafega entre a barbárie e a civilização com uma facilidade enganosa: variações entre esses dois extremos estão no centro da discussão, atualíssima, de como o corpo pode expressar – ou não – o belo na arte.

Ato 1: No dia 19 de novembro de 1971, o artista norte-americano Chris Burden entrou na pequena galeria F Space, em Santa Ana, Califórnia, e se posicionou em frente a uma parede. A uma distância de cerca de quatro metros, seu assistente empunhou um rifle calibre 22 e disparou em sua direção. O plano era que o tiro pegasse de raspão o seu braço esquerdo, fazendo escorrer uma única gota de sangue. Um vermelho singelo e poético. Belo. Mas a bala acabou entrando na pele. No registro da performance, filmada em Super 8, vemos um Chris Burden assustado sair de cena.

Shoot era uma crítica aos tiroteios a que os norte-americanos assistiam diariamente na TV durante a Guerra do Vietnã. Mas foi além e garantiu ao artista um lugar de destaque entre aqueles que exploram os limites entre a arte e a vida, e questionam a repulsa ou a atração que situações extremas causam nas pessoas. Os espectadores podiam interromper o atirador a qualquer momento. Mas, como viria a acontecer outras vezes na arte, testemunharam tudo em silêncio. A possibilidade do sangue derramado se impôs como outro tipo de estética – a de uma beleza que nasce do terrível.


KATO, Gisele. Bravo. Disponível em: <http://bravo.vc/seasons/ s03e02/>. Acesso em: 28 nov. 2017 (Adaptação).

Embora seja predominantemente um artigo de opinião, há ocorrência de outros gêneros no texto.
Esse recurso é conhecido como:
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Q912905 Português
    Você adquiriu um CHIP para celular. Parabéns!     Destaque com cuidado o chip do cartão.     Encaixe o chip conforme indicado no manual do seu aparelho. Geralmente, esse local fica embaixo da bateria.     Depois disso, utilize normalmente seu celular.     Após destacar o seu chip e instalá-lo em seu aparelho, guarde o restante do cartão em local seguro e protegido. Nele constam informações importantes, como as senhas de segurança do seu chip.
Folheto comercial de operadora de telefonia celular (com adaptações).
Em relação ao texto, assinale a opção correta.
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Q910627 Português



Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário — a modernização dos portos e as relações de trabalho no Brasil São Paulo: Método, 2008, p 17-8 (com adaptações)
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
O texto é predominantemente descritivo, na medida em que apresenta detalhadamente as características dos portos na Antiguidade.
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Q907827 Português

                                     Coisas & Pessoas


      Desde pequeno, tive tendência para personificar as coisas. Tia Tula, que achava que mormaço fazia mal, sempre gritava: “Vem pra dentro, menino, olha o mormaço!”. Mas eu ouvia o mormaço com M maiúsculo. Mormaço, para mim, era um velho que pegava crianças! Ia pra dentro logo. E ainda hoje, quando leio que alguém se viu perseguido pelo clamor público, vejo com estes olhos o Sr. Clamor Público, magro, arquejante, de preto, brandindo um guarda-chuva, com um gogó protuberante que se abaixa e levanta no excitamento da perseguição. E já estava devidamente grandezinho, pois devia contar uns trinta anos, quando me fui, com um grupo de colegas, a ver o lançamento da pedra fundamental da ponte Uruguaiana-Libres, ocasião de grandes solenidades, com os presidentes Justo e Getúlio, e gente muita, tanto assim que fomos alojados os do meu grupo num casarão que creio fosse a Prefeitura, com os demais jornalistas do Brasil e Argentina. Era como um alojamento de quartel, com breve espaço entre as camas e todas as portas e janelas abertas, tudo com os alegres incômodos e duvidosos encantos, um vulto junto à minha cama, senti-me estremunhado e olhei atônito para um tipo de chiru, ali parado, de bigodes caídos, pala pendente e chapéu descido sobre os olhos. Diante da minha muda interrogação, ele resolveu explicar-se, com a devida calma:

      – Pois é! Não vê que eu sou o sereno…

      E eis que, por milésimo de segundo, ou talvez mais, julguei que se tratasse do sereno noturno em pessoa. [...]

             (Mário Quintana. Caderno H. 5. ed. São Paulo: Globo, 1989, p. 153-154.)

A partir dos elementos estruturais, do conteúdo apresentado no texto e seu propósito comunicativo, é correto afirmar que “Coisas & Pessoas” pode ser classificado como:
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Q905014 Português
O texto CG4A1FFF é um(a)
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Q904344 Português

                                A indústria do espírito

                                                JORDI SOLER – 23 DEZ 2017 - 21:00


      O filósofo Daniel Dennett propõe uma fórmula para alcançar a felicidade: “Procure algo mais importante que você e dedique sua vida a isso”.

      Essa fórmula vai na contracorrente do que propõe a indústria do espírito no século XXI, que nos diz que não há felicidade maior do que essa que sai de dentro de si mesmo, o que pode ser verdade no caso de um monge tibetano, mas não para quem é o objeto da indústria do espírito, o atribulado cidadão comum do Ocidente que costuma encontrar a felicidade do lado de fora, em outra pessoa, no seu entorno familiar e social, em seu trabalho, em um passatempo, etc. [...]

      A indústria do espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo, cresceu exponencialmente nos últimos anos, é só ver a quantidade de instrutores e pupilos de mindfulness e de ioga que existem ao nosso redor. Mindfulness e ioga em sua versão pop para o Ocidente, não precisamente as antigas disciplinas praticadas pelos mestres orientais, mas um produto prático e de rápida aprendizagem que conserva sua estética, seu merchandising e suas toxinas culturais. [...]

      Frente ao argumento de que a humanidade, finalmente, tomou consciência de sua vida interior, por que demoramos tanto em alcançar esse degrau evolutivo?, proporia que, mais exatamente, a burguesia ocidental é o objetivo de uma grande operação mercantil que tem mais a ver com a economia do que com o espírito, a saúde e a felicidade da espécie humana. [...]

      A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas em que as pessoas já têm muito bem resolvidas as necessidades básicas, da moradia à comida até o Netflix e o Spotify. Uma vez instalada no angustiante vazio produzido pelas necessidades resolvidas, a pessoa se movimenta para participar de um grupo que lhe procure outra necessidade.

      Esse crescente coletivo de pessoas que cavam em si mesmas buscando a felicidade já conseguiu instalar um novo narcisismo, um egocentrismo new age, um egoísmo raivosamente autorreferencial que, pelo caminho, veio alterar o famoso equilíbrio latino de mens sana in corpore sano, desviando-o descaradamente para o corpo. [...]

      Esse inovador egocentrismo new age encaixa divinamente nessa compulsão contemporânea de cultivar o físico, não importa a idade, de se antepor o corpore à mens. Ao longo da história da humanidade o objetivo havia sido tornar-se mais inteligente à medida que se envelhecia; os idosos eram sábios, esse era seu valor, mas agora vemos sua claudicação: os idosos já não querem ser sábios, preferem estar robustos e musculosos, e deixam a sabedoria nas mãos do primeiro iluminado que se preste a dar cursos. [...]

      Parece que o requisito para se salvar no século XXI é inscrever-se em um curso, pagar a alguém que nos diga o que fazer com nós mesmos e os passos que se deve seguir para viver cada instante com plena consciência. Seria saudável não perder de vista que o objetivo principal dessas sessões pagas não é tanto salvar a si mesmo, mas manter estável a economia do espírito que, sem seus milhões de subscritores, regressaria ao nível que tinha no século XX, aquela época dourada do hedonismo suicida, em que o mindfulness era patrimônio dos monges, a ioga era praticada por quatro gatos pingados e o espírito era cultivado lendo livros em gratificante solidão.

(Adaptado de: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/26/opinion/1506452714_976157.html>. Acesso em 27 mar. 2018)

Sobre tipologia e gêneros textuais, assinale a alternativa correta.
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Q904164 Português

                                          Texto I


                    Os medos que o poder transforma em

                        mercadoria política e comercial

                                                                                    Zygmunt Bauman


      O medo faz parte da condição humana. Poderíamos até conseguir eliminar uma por uma a maioria das ameaças que geram medo (era justamente para isto que servia, segundo Freud, a civilização como uma organização das coisas humanas: para limitar ou para eliminar totalmente as ameaças devidas à casualidade da Natureza, à fraqueza física e à inimizade do próximo): mas, pelo menos até agora, as nossas capacidades estão bem longe de apagar a “mãe de todos os medos”, o “medo dos medos”, aquele medo ancestral que decorre da consciência da nossa mortalidade e da impossibilidade de fugir da morte.

      Embora hoje vivamos imersos em uma “cultura do medo”, a nossa consciência de que a morte é inevitável é o principal motivo pelo qual existe a cultura, primeira fonte e motor de cada e toda cultura. Pode-se até conceber a cultura como esforço constante, perenemente incompleto e, em princípio, interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se dar mais um passo: é a nossa consciência de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo de morrer que nos tornam humanos e que tornam humano o nosso modo de ser-no-mundo.

      A cultura é o sedimento da tentativa incessante de tornar possível viver com a consciência da mortalidade. E se, por puro acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes (estupidamente) sonhamos, a cultura pararia de repente [...].

      Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da possibilidade de que os projetos fiquem incompletos que impulsionou os homens a agir e a imaginação humana a alçar voo. Foi essa consciência que tornou necessária a criação cultural e que transformou os seres humanos em criaturas culturais. Desde o seu início e ao longo de toda a sua longa história, o motor da cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o transitório do eterno, o finito do infinito, a vida mortal da imortal; o impulso para construir uma ponte para passar de um lado para outro do precipício; o instinto de permitir que nós, mortais, tenhamos incidência sobre a eternidade, deixando nela um sinal imortal da nossa passagem, embora fugaz.

      Tudo isso, naturalmente, não significa que as fontes do medo, o lugar que ele ocupa na existência e o ponto focal das reações que ele evoca sejam imutáveis. Ao contrário, todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus próprios medos, específicos desse tempo e dessa sociedade. Se é incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo alternativo “sem medo”, em vez disso, descrever com precisão os traços distintivos do medo na nossa época e na nossa sociedade é condição indispensável para a clareza dos fins e para o realismo das propostas. [...]

(Adaptado de http://www.ihu.unisinos.br/563878-os-medos-que-o -poder-transforma-em-mercadoria-politica-e-comercial-artigo-dezygmunt-bauman - Acesso em 26/03/2018)

Em relação ao texto I, assinale a alternativa correta.

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Q903713 Português


Rubem Alves. É assim que acontece a bondade. Internet:<www.portalraizes.com>(com adaptações)

Julgue o item que segue, em relação ao texto e a seus aspectos linguísticos.


O texto consiste em uma narrativa a respeito do sentimento de solidariedade.

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Q903334 Português

Texto

                                Gravidez por substituição

                            “Carrego seu flho por R$50 mil”

           Proibida no Brasil, barriga de aluguel movimenta internet

                com grupos de oferta e procura (Clarissa Pains)


      “Cedo meu útero por R$30 mil em dinheiro e um carro a partir do ano de 2012.”

      “Alugo barriga por R$50 mil para terminar de construir minha casa.”

      “Se você não tiver dinheiro, mas puder me arrumar um emprego, alugo meu útero sem custos.”

      Ao rolar a página de um grupo público sobre barriga de aluguel na internet, a sensação é de estar vendo uma seção de classifcados. As mulheres informam quanto cobram e quais são suas exigências, e os possíveis contratantes selecionam as que mais se encaixam no perfl que procuram e entram em contato. Os valores costumam variar de R$10 mil a R$50 mil, e muitas “candidatas” se dispõem a viajar para outros estados. Tão explícitas na rede, essas transações comerciais são, no entanto, proibidas no Brasil. Por aqui, só se pode “emprestar” a barriga para parentes de até quarto grau e se não houver dinheiro envolvido, no que é chamado tecnicamente de cessão temporária de útero ou gravidez por substituição.

      Quem tenta driblar isso, tem, em geral, consciência da proibição, mas alega necessidade fnanceira.[...]

      O tema não é consenso mesmo entre especialistas em reprodução. Para Maria Cecília, ter uma barriga solidária dentro da família e sem pagar é o ideal por uma questão emocional e de segurança para os pais e o bebê, mas a proibição da transação comercial traz outros problemas.

      - O vínculo comercial dá, sim, margem a práticas de má-fé. No entanto, é uma faca de dois gumes: quando você proíbe, acham um jeito de fazer de forma clandestina e, portanto, insegura. Proibir não é o melhor caminho, mas isso é uma opinião pessoal – diz ela.

      Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Marcio Coslovsky ressalta que o objetivo da norma é, acima de tudo, impedir que se atente contra a dignidade humana:

      - A ideia é proteger as pessoas e não explorar a miséria delas. A única ponderação que cabe notar é que tal proibição, de forma geral, é associada à classe social: quem tem dinheiro pode pegar um avião e fechar um contrato de barriga de aluguel, porque vários países permitem. [...]

      Outra especialista, Claudia Navarro diz, ainda, que uma “inseminação caseira”, feita fora das clínicas especializadas, envolve uma série de perigos.

      - Há risco grave de infecção. Nas clínicas, o sêmen fca guardado seis meses antes de ser usado, para dar tempo de a janela de incubação dos vírus terminar. Isso nos dá garantia de que a pessoa não tem HIV, por exemplo – diz ela. – E se, além da barriga, a mulher usar seu óvulo, ela será mãe de fato da criança. Pode, no futuro, pedir guarda, pensão. São muitas consequências.

                                                                (Fonte: Jornal O Globo, 25/02/2018) 

O texto em análise pertence ao gênero jornalístico e apresenta um potencial informativo. Contribuem para isso todos os elementos linguísticos listados abaixo, EXCETO:
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Q903189 Português

A Jennifer Moyer


Abri um livro e, antes de começar a lê-lo, me fixei na dedicatória da primeira página. Dizia: À memória de Jennifer Moyer, que deixou tudo melhor do que havia encontrado. É o que todos nós gostaríamos de ver escrito no nosso obituário, imagino.

Desconheço quem seja Jennifer Moyer, mas simpatizei com essa moça (garanto que ela nunca deixou de ser moça, mesmo que tenha morrido aos cem). Só as pessoas de alma jovem e sadia é que entendem que a gente não vem ao mundo para sugá-lo, para retirar dele o suco possível e deixar para trás o nosso lixo. Encontramos o mundo de um jeito, ao nascer. É uma questão de honra que ele esteja melhor ao partirmos.

Mas não é tarefa fácil. Eu desanimo quando vejo a quantidade de pessoas grosseiras que se reproduzem feito gremlins.

[…]

MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Porto Alegre: L&PM, 38 ed., 2012, p. 123.

O texto acima é:
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Q902828 Português
Torrente de uma triste realidade
Muitos não têm paciência ou não gostam de ler sobre a cultura afegã, tampouco sobre as suas nuances. A partir da vida de uma família de classe média, a autora consegue percorrer as diversas sendas que tanto diferenciam a cultura afegã das demais. Asne Seierstad teve uma incrível sensibilidade para descrever tão bem as entranhas desta cultura. Se não estiver disposto(a) a deparar-se com contrastes culturais chocantes, dificilmente gostará deste livro. Apesar de poder ser lido como romance, não espere por uma história contínua. Na verdade, poucos são os capítulos que guardam tal característica, os demais são escritos de modo mais independente – o que, para mim, não prejudicou em nada o transcorrer da obra. Sou um apaixonado pela cultura do Afeganistão. Esta obra é um incrível relato sobre a sofrida vida naquele país. É impressionante deparar-se com uma cultura tão empedrada e quase nunca questionada, bem como com os diversos relatos de guerra. Confrontamo-nos com o domínio soviético, passamos pelo período da guerra civil, que envolve tanto o Regime de Cabul quanto o controle dos Mujahedin e chegamos ao tenebroso regime Talibã. Do meio para o final, o livro ganha um tom menos fundamentalista e mais ‘liberal’, que é o período “pós-Talibã”.
A leitura foi fantástica, o livro é cativante e, sobretudo, ensina!
Resenha do livro O livreiro de Cabul, por Felipe Albiero – SKOOB. Disponível em: <www.skoob.com.br/livro/resenhas/310/mais-gostaram>. Acesso em: 22 abr. 2018.
Pela sua construção composicional e discursiva, o texto é caracterizado como uma resenha porque
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Q902767 Português
Criação básica de uma personagem
Siga esses passos para criar uma personagem iniciante de 1º nível para Aventuras orientais.
    0. Converse com seu Mestre. Normalmente, é importante saber quais das muitas opções apresentadas por este livro são partes do mundo do seu Mestre. Descubra se você estará jogando no mundo de Rokugan ou num cenário diferente e quais classes, raças e classes de prestígio seu Mestre permite.     1. Valores de habilidades. Faça a jogada dos valores de habilidade de sua personagem. Determine cada valor jogando quatro dados de seis faces, ignorando o pior resultado dentre eles e somando os outros três. Faça isso seis vezes e anote os resultados em um rascunho.     2. Escolha a classe e a raça. As classes em Aventuras orientais são: bárbaro, guerreiro, monge, ranger, ladino, samurai, xamã, shugenja, sohei, feiticeiro e wu jen. Algumas dessas classes são idênticas àquelas descritas no Livro do jogador, mas certifique-se de consultar o Capítulo 2: Classes para verificar as mudanças nas classes normais, bem como nas descrições das novas classes (samurai, xamã, shugenja, sohei e wu jen). Leia também o Capítulo 3: Classes de prestígio, já que você pode considerar alguns pré-requisitos das classes de prestígio enquanto faz suas escolhas iniciais.     [...]
WYATT, James. Dungeons & dragons: Aventuras Orientais. Tradução de Cassio Myiassaki e Claudio Antônio Fernandes. São Paulo: Devir, 2005. p. 6 (Fragmento adaptado).
Com base no gênero textual, dadas as seguintes afirmações,
I. O texto é instrucional e tem por finalidade apresentar para o leitor os objetivos das Aventuras orientais, além de definir o contexto no qual as aventuras do jogo deverão acontecer. II. Apesar de apresentar uma série de procedimentos a serem seguidos em uma determinada circunstância, o gênero textual não estabelece uma relação direta com o leitor. III. O gênero discursivo leva à ação e circula em contextos específicos; sendo assim, é considerado injuntivo. IV. O texto pressupõe leitores específicos, já que os procedimentos são também específicos e fazem referência a conceitos próprios do universo desse tipo de jogo.
verifica-se que está(ão) correta(s) apenas
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Q902123 Português

Leia o excerto de Mario Quintana a seguir e responda a questão:


“Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Há! Mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas… Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a eternidade.

Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que nunca acho que escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! Sou é caladão, introspectivo. Não sei por que sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?”


Trecho do texto “A luta amorosa com as palavras”, escrito pelo poeta para a revista “Isto É” de 14/11/1984.

A respeito do gênero e da função do texto, é correto afirmar que se trata de:
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Q901087 Português

               Cassini faz primeiro mergulho entre Saturno e seus anéis;

                       cientistas esperam dados de qualidade inédita.


      Após 13 anos em órbita, a sonda CassiniHuygens já está enviando informações para a Terra após ter feito seu primeiro “mergulho” entre os anéis de Saturno - são 22 planejados para os próximos cinco meses.

      A Cassini começou a executar a manobra - considerada difícil e delicada - na última quartafeira e restabeleceu contato com a Nasa (agência espacial americana) na manhã desta quinta. A sonda se movimenta a 110 mil km/h, tão rapidamente que qualquer colisão com outros objetos - mesmo partículas de terra ou gelo - poderia provocar danos.

      Um objetivo central é determinar a massa e, portanto, a idade dos anéis - formados, acreditase, por gelo e água. Quanto maior a massa, mais velhos eles podem ser, talvez tão antigos quanto Saturno. Os cientistas pretendem descobrir isso ao estudar como a velocidade da sonda é alterada enquanto ela voa entre os campos gravitacionais gerados pelo planeta e pelas faixas de gelo que giram em torno dele.

Fragmento do texto publicado no site da BBC Brasil, por Jonathan Amos, correspondente de Ciência da BBC, dia 27 de abril de 2017.

Quanto ao gênero e interpretação do texto, é CORRETO afirmar que se trata de um trecho de:
Alternativas
Q899971 Português
I. São fatores de textualidade, dentre outros, a coesão e a coerência, a informatividade, a intertextualidade. II. Ao ler um texto, o leitor poderá fazê-lo de maneira superficial, sem qualquer tipo de envolvimento ou poderá envolver-se no texto, ocasião em que já domina seu conteúdo. III. Os gêneros textuais são mais dinâmicos que os tipos textuais no sentido de que aqueles se assentam na diversidade de contextos em que precisamos nos comunicar, ao passo que estes se assentam em estruturas rígidas.
Sobre as assertivas acima, é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Q898097 Português

Texto I:


Bom mesmo


Tem uma crônica do Paulo Mendes Campos em que ele conta de um amigo que sofria de pressão alta e era obrigado a fazer uma dieta rigorosa. Certa vez, no meio de uma conversa animada de um grupo, durante a qual mantivera um silêncio triste, ele suspirou fundo e declarou:

- Vocês ficam ai dizendo que bom mesmo é mulher. Bom mesmo é sal!

O que realmente diferencia os estágios da experiência humana nesta Terra é o que o homem, a cada idade, considera bom mesmo. Não apenas bom. Melhor do que tudo. Bom MESMO.

Um recém-nascido, se pudesse participar articuladamente de uma conversa com homens de outras idades, ouviria pacientemente a opinião de cada um sobre as melhores coisas do mundo e no fim decretaria:

- Conversa. Bom mesmo é mãe.

Depois de uma certa idade, a escolha do melhor de tudo passa a ser mais difícil. A infância é um viveiro de prazeres. Como comparar, por exemplo, o orgulho de um pião bem lançado, o volume voluptuoso de uma bola de gude daquelas boas entre os dedos, o cheiro da terra úmida e o cheiro de caderno novo?

- Bom mesmo é o cheiro de Vick VapoRub.

Mas acho que, tirando-se uma média das opiniões de pré-adolescentes normais brasileiros, se chegaria fatalmente à conclusão de que nesta fase bom mesmo, melhor do que tudo, melhor até do que fazer xixi na piscina, é passe de calcanhar que dá certo. Mais tarde a gente se sente na obrigação de pensar que bom mesmo é mulher (ou prima, que é parecido com mulher), mas no fundo ainda acha que bom mesmo é acordar na segunda-feira com febre e não precisar ir à aula.

Depois, sim, vem a fase em que não tem conversa. Bom mesmo é sexo!

Esta fase dura geralmente até o fim da vida, mesmo quando o sexo precisa disputar a preferência com outras coisas boas (“Pra mim é sexo em primeiro e romance policial em segundo, mas longe”). Quando alguém diz que bom mesmo é outra coisa, está sendo exemplarmente honesto ou desconcertantemente original.

- Bom mesmo é figada com queijo.

- Melhor do que sexo?

- Bom... Cada coisa na sua hora.

Com a chamada idade madura, embora persista o consenso de que nada se iguala ao prazer, mesmo teórico, do sexo, as necessidades do conforto e os pequenos prazeres da vida prática vão se impondo.

- Meu filho, eu sei que você aí, tão cheio de vida e de entusiasmo, não vai compreender isto. Mas tome nota do que eu digo porque um dia você concordará comigo: bom mesmo é escada rolante.

E esta é a trajetória do homem e seu gosto inconstante sobre a Terra, do colo da mãe, que parece que nada, jamais, substituirá, à descoberta final de que uma boa poltrona reclinável, se não é igual, é parecido. E que bom, mas bom MESMO, é nunca mais ser obrigado a ir a lugar nenhum, mesmo sem febre.


(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Comédias da vida privada. L&PM, 1994.)

Após a leitura do texto 1, Bom mesmo, é CORRETO afirmar que pertence ao seguinte gênero textual:
Alternativas
Respostas
1841: A
1842: A
1843: A
1844: C
1845: C
1846: B
1847: E
1848: A
1849: E
1850: E
1851: C
1852: E
1853: B
1854: A
1855: C
1856: E
1857: B
1858: B
1859: E
1860: C