O papel de parede venenoso pintado com arsênio que envenenou a Inglaterra do século XIX
Um “segredo fatal” ameaçava as casas da burguesia britânica em meados do século XIX, e não se tratava da ausência de maiores cuidados com a higiene pessoal que _______ doenças variadas sobre a população, mas sim de seus papéis de parede. Mais precisamente, da tinta usada para colorir os papéis que adornavam as casas da época e que trazia entre os componentes de sua fórmula um dos cinco venenos mais letais do mundo, o arsênio, que passou a envenenar lentamente parte da população do país.
Segundo historiadores, o principal nome por trás da crise era o de William Morris, o mais popular designer da época, que - além de assinar a estampa e fabricação de papéis de parede - era herdeiro de uma mineradora estabelecida como uma das maiores produtoras de arsênio da época.
Apesar da toxicidade do elemento, ele era utilizado frequentemente para a fabricação de tintas com cores mais intensas e duradouras, presentes nos papéis decorativos, mas também em roupas, _______ e brinquedos. Isso acontecia porque as pessoas acreditavam que era preciso _______ diretamente o elemento para que ele pudesse envenenar alguém, ignorando o fato de que, especialmente a partir de uma superfície tão grande quanto uma parede inteira, o pigmento tóxico era capaz de lançar partículas e flocos de arsênio no ar e produzir um gás inodoro, porém letal.
A situação se agravou especialmente na Inglaterra, mas, diante do fato de que o Reino Unido então ditava modas e exportava tendências de elegância e classe – e que assim os papéis de parede ingleses eram usados em casas por todo o mundo – causou uma crise com potencial global. Em meados de 1850, a situação já era noticiada nos jornais ingleses, tornando-se especialmente alarmada a partir de um incidente em 1862, quando algumas crianças vieram a falecer após arrancarem uma parte de um papel de parede para lamber o verde brilhante da estampa.
(Fonte: Hypeness - adaptado.)