Questões de Concurso Sobre interpretação de textos em português

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Q3168145 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


O Leão e o Rato



Um leão, ________________ de tanto caçar, dormia espichado à sombra de uma boa árvore. Vieram uns ratinhos passear em cima dele e ele acordou.


Todos conseguiram fugir, menos um, que o leão prendeu _________________ da pata. Tanto o ratinho pediu e implorou que o leão desistiu de esmagá-lo e deixou que fosse embora.


Algum tempo depois, o leão ficou preso na rede de uns caçadores. Não conseguia se soltar, e fazia a floresta inteira tremer com seus _______________ de raiva.


Nisso, apareceu o ratinho. Com seus dentes afiados, roeu as cordas e soltou o leão.

Leia o texto anterior e marque a alternativa que completa as lacunas corretamente na sequência dada:
Alternativas
Q3168004 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão. 

A tarde 

    Desde cedo soprara tão forte o noroeste com seu cheiro de mar, com seu ímpeto de espumas e de cavalos empinados, mas ele amainou antes do fim da tarde, e a tarde de repente ficou mansa. Tão mansa que as pessoas mais distraídas que iam pelas ruas tiveram a impressão de ouvir, no meio de todos os ruídos urbanos, um pequeno silêncio – que era um sinal de sossego. 

     As nuvens começaram a se mover devagar, e eram leves e brancas, e era como se a tarde tivesse pena da cidade e de sua aflição e quisesse dizer aos homens: “eu sou vossa mãe e vossa irmã e estou aqui; tende calma”. Então me deu uma grande calma, porque eu ouvi essa mansa voz da tarde; ouvi e obedeci. 

     Passaram dois homens discutindo, um gesticulava, o outro tinha a cara vermelha; também a mim me acontece andar com outro homem na rua, e discutir; entretanto, eles me pareceram absurdos, e tive tanta pena porque estavam nervosos que pensei em lhes dizer: “Desculpe interrompê-los, cavalheiros”. 

    Um deles deteria o gesto que fazia com a mão que tinha um jornal; o outro me olharia por sobre os óculos; e então me sentiria tímido para dar o meu recado, e talvez dissesse: “desculpem, eu me enganei”. Mas quando eles fossem se afastando e o de jornal começasse a dizer ao outro: “olhe só uma coisa…” é possível que eu tomasse coragem, e dissesse: “Por favor, eu queria lhes dar uma informação…”. 

    Então, o de óculos, tendo ouvido mal, talvez me perguntasse um pouco irritado: “qual é a informação que o senhor deseja?”; e eu diria que não queria ter, mas sim dar uma informação. “Dar uma informação?”, perguntaria quase asperamente ou, quem sabe, asperamente, o de jornal na mão. E eu então diria baixo: “a tarde chegou”. 

   – “Quem chegou?” – perguntaria o de óculos, pensando talvez em Ademar (de Barros?), talvez em Carmem (Miranda). 

     – A tarde

     Eles me olhariam estupefatos. Mas, olhando suas caras, eu veria que nelas próprias já ia se refletindo a mansa luz da tarde pálida; e naquele instante em que as caras ficassem imóveis me olhando, a tarde, mãe de todos, faria um pequeno carinho com sua mão de luz pálida e de leve brisa, uma carícia de mãe e de irmã. Vendo isso eu sorriria um instante; e, muito embaraçado, me afastaria depressa. Eles me olhariam e começariam a rir de mim, mas depois de rir se sentiriam mais mansos e quase amigos e quase felizes, na doçura da tarde.


BRAGA, R. A tarde. Correio da Manhã. Disponível em 

<https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/10109/a- tarde>. 


A mesma regência do verbo “dar” em “Por favor, eu queria lhes dar uma informação…” também ocorre no excerto: 
Alternativas
Q3168001 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão. 

A tarde 

    Desde cedo soprara tão forte o noroeste com seu cheiro de mar, com seu ímpeto de espumas e de cavalos empinados, mas ele amainou antes do fim da tarde, e a tarde de repente ficou mansa. Tão mansa que as pessoas mais distraídas que iam pelas ruas tiveram a impressão de ouvir, no meio de todos os ruídos urbanos, um pequeno silêncio – que era um sinal de sossego. 

     As nuvens começaram a se mover devagar, e eram leves e brancas, e era como se a tarde tivesse pena da cidade e de sua aflição e quisesse dizer aos homens: “eu sou vossa mãe e vossa irmã e estou aqui; tende calma”. Então me deu uma grande calma, porque eu ouvi essa mansa voz da tarde; ouvi e obedeci. 

     Passaram dois homens discutindo, um gesticulava, o outro tinha a cara vermelha; também a mim me acontece andar com outro homem na rua, e discutir; entretanto, eles me pareceram absurdos, e tive tanta pena porque estavam nervosos que pensei em lhes dizer: “Desculpe interrompê-los, cavalheiros”. 

    Um deles deteria o gesto que fazia com a mão que tinha um jornal; o outro me olharia por sobre os óculos; e então me sentiria tímido para dar o meu recado, e talvez dissesse: “desculpem, eu me enganei”. Mas quando eles fossem se afastando e o de jornal começasse a dizer ao outro: “olhe só uma coisa…” é possível que eu tomasse coragem, e dissesse: “Por favor, eu queria lhes dar uma informação…”. 

    Então, o de óculos, tendo ouvido mal, talvez me perguntasse um pouco irritado: “qual é a informação que o senhor deseja?”; e eu diria que não queria ter, mas sim dar uma informação. “Dar uma informação?”, perguntaria quase asperamente ou, quem sabe, asperamente, o de jornal na mão. E eu então diria baixo: “a tarde chegou”. 

   – “Quem chegou?” – perguntaria o de óculos, pensando talvez em Ademar (de Barros?), talvez em Carmem (Miranda). 

     – A tarde

     Eles me olhariam estupefatos. Mas, olhando suas caras, eu veria que nelas próprias já ia se refletindo a mansa luz da tarde pálida; e naquele instante em que as caras ficassem imóveis me olhando, a tarde, mãe de todos, faria um pequeno carinho com sua mão de luz pálida e de leve brisa, uma carícia de mãe e de irmã. Vendo isso eu sorriria um instante; e, muito embaraçado, me afastaria depressa. Eles me olhariam e começariam a rir de mim, mas depois de rir se sentiriam mais mansos e quase amigos e quase felizes, na doçura da tarde.


BRAGA, R. A tarde. Correio da Manhã. Disponível em 

<https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/10109/a- tarde>. 


Analise o sentido dos termos em destaque no seguinte excerto: 

“Desde cedo soprara tão forte o noroeste com seu cheiro de mar, com seu Ímpeto de espumas e de cavalos empinados, mas ele amainou antes do fim da tarde”.

Esses termos têm, respectivamente, o mesmo significado que: 
Alternativas
Q3167999 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão. 

A tarde 

    Desde cedo soprara tão forte o noroeste com seu cheiro de mar, com seu ímpeto de espumas e de cavalos empinados, mas ele amainou antes do fim da tarde, e a tarde de repente ficou mansa. Tão mansa que as pessoas mais distraídas que iam pelas ruas tiveram a impressão de ouvir, no meio de todos os ruídos urbanos, um pequeno silêncio – que era um sinal de sossego. 

     As nuvens começaram a se mover devagar, e eram leves e brancas, e era como se a tarde tivesse pena da cidade e de sua aflição e quisesse dizer aos homens: “eu sou vossa mãe e vossa irmã e estou aqui; tende calma”. Então me deu uma grande calma, porque eu ouvi essa mansa voz da tarde; ouvi e obedeci. 

     Passaram dois homens discutindo, um gesticulava, o outro tinha a cara vermelha; também a mim me acontece andar com outro homem na rua, e discutir; entretanto, eles me pareceram absurdos, e tive tanta pena porque estavam nervosos que pensei em lhes dizer: “Desculpe interrompê-los, cavalheiros”. 

    Um deles deteria o gesto que fazia com a mão que tinha um jornal; o outro me olharia por sobre os óculos; e então me sentiria tímido para dar o meu recado, e talvez dissesse: “desculpem, eu me enganei”. Mas quando eles fossem se afastando e o de jornal começasse a dizer ao outro: “olhe só uma coisa…” é possível que eu tomasse coragem, e dissesse: “Por favor, eu queria lhes dar uma informação…”. 

    Então, o de óculos, tendo ouvido mal, talvez me perguntasse um pouco irritado: “qual é a informação que o senhor deseja?”; e eu diria que não queria ter, mas sim dar uma informação. “Dar uma informação?”, perguntaria quase asperamente ou, quem sabe, asperamente, o de jornal na mão. E eu então diria baixo: “a tarde chegou”. 

   – “Quem chegou?” – perguntaria o de óculos, pensando talvez em Ademar (de Barros?), talvez em Carmem (Miranda). 

     – A tarde

     Eles me olhariam estupefatos. Mas, olhando suas caras, eu veria que nelas próprias já ia se refletindo a mansa luz da tarde pálida; e naquele instante em que as caras ficassem imóveis me olhando, a tarde, mãe de todos, faria um pequeno carinho com sua mão de luz pálida e de leve brisa, uma carícia de mãe e de irmã. Vendo isso eu sorriria um instante; e, muito embaraçado, me afastaria depressa. Eles me olhariam e começariam a rir de mim, mas depois de rir se sentiriam mais mansos e quase amigos e quase felizes, na doçura da tarde.


BRAGA, R. A tarde. Correio da Manhã. Disponível em 

<https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/10109/a- tarde>. 


Na concepção do narrador, a tarde: 
Alternativas
Q3167787 Português
BASEADO NO SEU CONHECIMENTO SOBRE ÉTICA E CIDADANIA E O TEXTO ABAIXO, RESPONDA A QUESTÕÃO SUBSEQUENTE

TEXTO II
PARA RESPONDER AS QUESTÃO


Moral e ética, às vezes, são palavras empregadas como sinônimos: conjunto de princípios ou padrões de conduta. Ética pode também significar Filosofia da Moral, portanto, um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que regem as condutas humanas. Em outro sentido, ética pode referir-se a um conjunto de princípios e normas que um grupo estabelece para seu exercício profissional (por exemplo, os códigos de ética dos médicos, dos advogados, dos psicólogos, etc.). Em outro sentido, ainda, pode referirse a uma distinção entre princípios que dão rumo ao pensar sem, de antemão, prescrever formas precisas de conduta (ética) e regras precisas e fechadas (moral). Finalmente, deve-se chamar a atenção para o fato de a palavra “moral” ter, para muitos, adquirido sentido pejorativo, associado a “moralismo”. Assim, muitos preferem associar à palavra ética os valores e regras que prezam, querendo assim marcar diferenças com os “moralistas”.
Entre os desafios da ética na educação, destaca-se:
Alternativas
Q3167786 Português
BASEADO NO SEU CONHECIMENTO SOBRE ÉTICA E CIDADANIA E O TEXTO ABAIXO, RESPONDA A QUESTÕÃO SUBSEQUENTE

TEXTO II
PARA RESPONDER AS QUESTÃO


Moral e ética, às vezes, são palavras empregadas como sinônimos: conjunto de princípios ou padrões de conduta. Ética pode também significar Filosofia da Moral, portanto, um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que regem as condutas humanas. Em outro sentido, ética pode referir-se a um conjunto de princípios e normas que um grupo estabelece para seu exercício profissional (por exemplo, os códigos de ética dos médicos, dos advogados, dos psicólogos, etc.). Em outro sentido, ainda, pode referirse a uma distinção entre princípios que dão rumo ao pensar sem, de antemão, prescrever formas precisas de conduta (ética) e regras precisas e fechadas (moral). Finalmente, deve-se chamar a atenção para o fato de a palavra “moral” ter, para muitos, adquirido sentido pejorativo, associado a “moralismo”. Assim, muitos preferem associar à palavra ética os valores e regras que prezam, querendo assim marcar diferenças com os “moralistas”.
Qual das alternativas abaixo exemplifica uma prática ética na educação?
Alternativas
Q3167785 Português
BASEADO NO SEU CONHECIMENTO SOBRE ÉTICA E CIDADANIA E O TEXTO ABAIXO, RESPONDA A QUESTÕÃO SUBSEQUENTE

TEXTO II
PARA RESPONDER AS QUESTÃO


Moral e ética, às vezes, são palavras empregadas como sinônimos: conjunto de princípios ou padrões de conduta. Ética pode também significar Filosofia da Moral, portanto, um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que regem as condutas humanas. Em outro sentido, ética pode referir-se a um conjunto de princípios e normas que um grupo estabelece para seu exercício profissional (por exemplo, os códigos de ética dos médicos, dos advogados, dos psicólogos, etc.). Em outro sentido, ainda, pode referirse a uma distinção entre princípios que dão rumo ao pensar sem, de antemão, prescrever formas precisas de conduta (ética) e regras precisas e fechadas (moral). Finalmente, deve-se chamar a atenção para o fato de a palavra “moral” ter, para muitos, adquirido sentido pejorativo, associado a “moralismo”. Assim, muitos preferem associar à palavra ética os valores e regras que prezam, querendo assim marcar diferenças com os “moralistas”.
No contexto educacional, a ética pode ser definida como:
Alternativas
Q3167784 Português
BASEADO NO SEU CONHECIMENTO SOBRE ÉTICA E CIDADANIA E O TEXTO ABAIXO, RESPONDA A  QUESTÃO SUBSEQUENTE

TEXTO I
PARA RESPONDER A QUESTÃO

Puig (2000, p.33) entende que uma escola democrática se define pela participação do alunado e do professorado no trabalho, na convivência e nas atividades de integração. Uma escola democrática, porém, deve possibilitar a participação como um envolvimento baseado no exercício da palavra e no compromisso da ação. Quer dizer, uma participação baseada simultaneamente no diálogo e na realização dos acordos e dos projetos coletivos. A participação escolar autêntica une o esforço para entender ao esforço para intervir. Dessa maneira, a escola precisa construir espaços de diálogo e de participação no dia a dia de suas atividades curriculares e não-curriculares, de forma a permitir que estudantes, docentes e a comunidade se tornem atores e atrizes efetivos, de fato, da construção da cidadania participativa. Como as das assembleias escolares, dos grêmios estudantis e dezenas de outros modelos de práticas de cidadania, que vêm sendo implementados em escolas públicas e privadas de todo o País, fornecem a matériaprima para que, de forma democrática, os conflitos cotidianos sejam enfrentados nas escolas, permitindo a construção de valores de ética e de cidadania por parte dos membros da comunidade que vivem dentro e no entorno escolar.
Ainda sobre o texto acima, em conformidade com Puig (2000), a participação autêntica na escola deve ser baseada:
Alternativas
Q3167783 Português
BASEADO NO SEU CONHECIMENTO SOBRE ÉTICA E CIDADANIA E O TEXTO ABAIXO, RESPONDA A  QUESTÃO SUBSEQUENTE

TEXTO I
PARA RESPONDER A QUESTÃO

Puig (2000, p.33) entende que uma escola democrática se define pela participação do alunado e do professorado no trabalho, na convivência e nas atividades de integração. Uma escola democrática, porém, deve possibilitar a participação como um envolvimento baseado no exercício da palavra e no compromisso da ação. Quer dizer, uma participação baseada simultaneamente no diálogo e na realização dos acordos e dos projetos coletivos. A participação escolar autêntica une o esforço para entender ao esforço para intervir. Dessa maneira, a escola precisa construir espaços de diálogo e de participação no dia a dia de suas atividades curriculares e não-curriculares, de forma a permitir que estudantes, docentes e a comunidade se tornem atores e atrizes efetivos, de fato, da construção da cidadania participativa. Como as das assembleias escolares, dos grêmios estudantis e dezenas de outros modelos de práticas de cidadania, que vêm sendo implementados em escolas públicas e privadas de todo o País, fornecem a matériaprima para que, de forma democrática, os conflitos cotidianos sejam enfrentados nas escolas, permitindo a construção de valores de ética e de cidadania por parte dos membros da comunidade que vivem dentro e no entorno escolar.
Analise as alternativas abaixo e assinale a que NÃO reflete uma prática democrática conforme discutido por Puig (2000), no texto apresentado:
Alternativas
Q3167782 Português
BASEADO NO SEU CONHECIMENTO SOBRE ÉTICA E CIDADANIA E O TEXTO ABAIXO, RESPONDA A  QUESTÃO SUBSEQUENTE

TEXTO I
PARA RESPONDER A QUESTÃO

Puig (2000, p.33) entende que uma escola democrática se define pela participação do alunado e do professorado no trabalho, na convivência e nas atividades de integração. Uma escola democrática, porém, deve possibilitar a participação como um envolvimento baseado no exercício da palavra e no compromisso da ação. Quer dizer, uma participação baseada simultaneamente no diálogo e na realização dos acordos e dos projetos coletivos. A participação escolar autêntica une o esforço para entender ao esforço para intervir. Dessa maneira, a escola precisa construir espaços de diálogo e de participação no dia a dia de suas atividades curriculares e não-curriculares, de forma a permitir que estudantes, docentes e a comunidade se tornem atores e atrizes efetivos, de fato, da construção da cidadania participativa. Como as das assembleias escolares, dos grêmios estudantis e dezenas de outros modelos de práticas de cidadania, que vêm sendo implementados em escolas públicas e privadas de todo o País, fornecem a matériaprima para que, de forma democrática, os conflitos cotidianos sejam enfrentados nas escolas, permitindo a construção de valores de ética e de cidadania por parte dos membros da comunidade que vivem dentro e no entorno escolar.
No texto acima, em conformidade com Puig (2000), uma escola democrática é caracterizada por:
Alternativas
Q3167592 Português
O CORONEL E O LOBISOMEM

  - Toma! Toma!

  A primeira braçadeira ligada pelo coronel fez o maior desatino na pessoa do demandista. Desarmou o bocal do lobisomem, de espirrar dente e gengiva. Na força do repuxão, o penitente foi varejado longe, em distância de vinte braças, no barato. Bateu de costal numa cerca de angico e voltou sortido de deliberações. Liberei de novo a mão de pilão no fofo da barriga lá dele – a munheca de Ponciano, não encontrando resistência de osso, só parou na raiz das costelas. Foi nesse entrementes que o lobisomem soltou aquele berro agoniado e no fim do berro já meus dedos de torniquete seguravam o cativo onde gosto de segurar: na gargantilha. Aí até achei graça da discórdia, uma vez que a comandância da rixa estava comigo. Vendo a demanda finada, gritei:

    -Estais em poder do Coronel Ponciano de Azeredo Furtado e dela não saireis, a não ser pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é pai de todos os viventes deste mundo.

    Como no caso da sereia, tratei a encantação em termos de cerimônia, sois-isso, sois-aquilo, dentro dos conformes por mim aprendidos em colégio de frade a dez tostões por mês. Desse modo, ficava logo estipulado que o cativo não andava em mão de um coronelão do mato, despido de letras e aprendizados, uma vez que vadiagem em trevas leva muito em conta a instrução dos demandistas. No presente caso do lobisomem, nem careci de empregar outras sabedorias. Mal dei a conhecer a sentença (“Dó meu poder não saireis”), escutei, vinda de longe, saída das profundas, uma vozinha implorar mais ou menos assim:

  -Tenha pena de mim, Coronel Ponciano de Azeredo Furtado. Sou um lobisomem amedrontado, corrido de cachorro, mordido de cobra. Na lua que vem, tiro o meu tempo de Penitência e já estou de emprego apalavrado com o povo do governo.

   Em presença de petição tão dorida, de penitente cansado, fiquei sem saber que partido tomar: do torniquete ou do lobisomem. Mas de pronto, meu coração molenga resolveu derrogar a sentença firmada. Concedi passaporte ao condenado:

   - Estais livre!

   Afrouxei o torniquete e aquela goela peluda sem tardança deixou o aro dos meus dedos. Cabeça derreada, olhar já sem brasa de lamparina, mergulhou o penitente na noite dos pastos. A Lua, de novo descompromissada de nuvem, voltou ao clareado de antes. E de toda essa labuta ficou um resto de enxofre no recinto da desavença. Sei lá se da minha garrucha, sei lá se do lobisomem.

(O Coronel e o Lobisomem. Edições O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 1965)
Nas alternativas abaixo assinale V ou F conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmações de em conformidade com o trecho a seguir. Durante a abriga, a escuridão era total como provam as passagens:

( )...”vadiagem das trevas leva muito em conta a instrução dos demandistas.”
( )...”escutei, vinda de longe, saída das trevas profundas, uma vozinha implorar...”
( )“Na lua que vem tiro meu tempo de penitência...”
( )“E toda essa labuta ficou um resto de enxofre no recinto da desavença.”
( )“A Lua, de novo descompromissada de nuvem, voltou ao clareado de antes.”

Nessas condições, identifique a alternativa correta:
Alternativas
Q3167591 Português
O CORONEL E O LOBISOMEM

  - Toma! Toma!

  A primeira braçadeira ligada pelo coronel fez o maior desatino na pessoa do demandista. Desarmou o bocal do lobisomem, de espirrar dente e gengiva. Na força do repuxão, o penitente foi varejado longe, em distância de vinte braças, no barato. Bateu de costal numa cerca de angico e voltou sortido de deliberações. Liberei de novo a mão de pilão no fofo da barriga lá dele – a munheca de Ponciano, não encontrando resistência de osso, só parou na raiz das costelas. Foi nesse entrementes que o lobisomem soltou aquele berro agoniado e no fim do berro já meus dedos de torniquete seguravam o cativo onde gosto de segurar: na gargantilha. Aí até achei graça da discórdia, uma vez que a comandância da rixa estava comigo. Vendo a demanda finada, gritei:

    -Estais em poder do Coronel Ponciano de Azeredo Furtado e dela não saireis, a não ser pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é pai de todos os viventes deste mundo.

    Como no caso da sereia, tratei a encantação em termos de cerimônia, sois-isso, sois-aquilo, dentro dos conformes por mim aprendidos em colégio de frade a dez tostões por mês. Desse modo, ficava logo estipulado que o cativo não andava em mão de um coronelão do mato, despido de letras e aprendizados, uma vez que vadiagem em trevas leva muito em conta a instrução dos demandistas. No presente caso do lobisomem, nem careci de empregar outras sabedorias. Mal dei a conhecer a sentença (“Dó meu poder não saireis”), escutei, vinda de longe, saída das profundas, uma vozinha implorar mais ou menos assim:

  -Tenha pena de mim, Coronel Ponciano de Azeredo Furtado. Sou um lobisomem amedrontado, corrido de cachorro, mordido de cobra. Na lua que vem, tiro o meu tempo de Penitência e já estou de emprego apalavrado com o povo do governo.

   Em presença de petição tão dorida, de penitente cansado, fiquei sem saber que partido tomar: do torniquete ou do lobisomem. Mas de pronto, meu coração molenga resolveu derrogar a sentença firmada. Concedi passaporte ao condenado:

   - Estais livre!

   Afrouxei o torniquete e aquela goela peluda sem tardança deixou o aro dos meus dedos. Cabeça derreada, olhar já sem brasa de lamparina, mergulhou o penitente na noite dos pastos. A Lua, de novo descompromissada de nuvem, voltou ao clareado de antes. E de toda essa labuta ficou um resto de enxofre no recinto da desavença. Sei lá se da minha garrucha, sei lá se do lobisomem.

(O Coronel e o Lobisomem. Edições O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 1965)
Observe que o Coronel Ponciano de Azeredo Furtado, o narrador, ora emprega a 1ª pessoa gramatical (Liberei de novo mão de pilão...), ora se refere ao coronel como a uma 3ª pessoa (a primeira braçadeira largada pelo coronel...). Assinale a alternativa que justifica tal atitude:
Alternativas
Q3167590 Português
O CORONEL E O LOBISOMEM

  - Toma! Toma!

  A primeira braçadeira ligada pelo coronel fez o maior desatino na pessoa do demandista. Desarmou o bocal do lobisomem, de espirrar dente e gengiva. Na força do repuxão, o penitente foi varejado longe, em distância de vinte braças, no barato. Bateu de costal numa cerca de angico e voltou sortido de deliberações. Liberei de novo a mão de pilão no fofo da barriga lá dele – a munheca de Ponciano, não encontrando resistência de osso, só parou na raiz das costelas. Foi nesse entrementes que o lobisomem soltou aquele berro agoniado e no fim do berro já meus dedos de torniquete seguravam o cativo onde gosto de segurar: na gargantilha. Aí até achei graça da discórdia, uma vez que a comandância da rixa estava comigo. Vendo a demanda finada, gritei:

    -Estais em poder do Coronel Ponciano de Azeredo Furtado e dela não saireis, a não ser pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é pai de todos os viventes deste mundo.

    Como no caso da sereia, tratei a encantação em termos de cerimônia, sois-isso, sois-aquilo, dentro dos conformes por mim aprendidos em colégio de frade a dez tostões por mês. Desse modo, ficava logo estipulado que o cativo não andava em mão de um coronelão do mato, despido de letras e aprendizados, uma vez que vadiagem em trevas leva muito em conta a instrução dos demandistas. No presente caso do lobisomem, nem careci de empregar outras sabedorias. Mal dei a conhecer a sentença (“Dó meu poder não saireis”), escutei, vinda de longe, saída das profundas, uma vozinha implorar mais ou menos assim:

  -Tenha pena de mim, Coronel Ponciano de Azeredo Furtado. Sou um lobisomem amedrontado, corrido de cachorro, mordido de cobra. Na lua que vem, tiro o meu tempo de Penitência e já estou de emprego apalavrado com o povo do governo.

   Em presença de petição tão dorida, de penitente cansado, fiquei sem saber que partido tomar: do torniquete ou do lobisomem. Mas de pronto, meu coração molenga resolveu derrogar a sentença firmada. Concedi passaporte ao condenado:

   - Estais livre!

   Afrouxei o torniquete e aquela goela peluda sem tardança deixou o aro dos meus dedos. Cabeça derreada, olhar já sem brasa de lamparina, mergulhou o penitente na noite dos pastos. A Lua, de novo descompromissada de nuvem, voltou ao clareado de antes. E de toda essa labuta ficou um resto de enxofre no recinto da desavença. Sei lá se da minha garrucha, sei lá se do lobisomem.

(O Coronel e o Lobisomem. Edições O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 1965)
Nas alternativas abaixo, indique a única passagem que não justifica o que se afirmou no item anterior:
Alternativas
Q3167589 Português
O CORONEL E O LOBISOMEM

  - Toma! Toma!

  A primeira braçadeira ligada pelo coronel fez o maior desatino na pessoa do demandista. Desarmou o bocal do lobisomem, de espirrar dente e gengiva. Na força do repuxão, o penitente foi varejado longe, em distância de vinte braças, no barato. Bateu de costal numa cerca de angico e voltou sortido de deliberações. Liberei de novo a mão de pilão no fofo da barriga lá dele – a munheca de Ponciano, não encontrando resistência de osso, só parou na raiz das costelas. Foi nesse entrementes que o lobisomem soltou aquele berro agoniado e no fim do berro já meus dedos de torniquete seguravam o cativo onde gosto de segurar: na gargantilha. Aí até achei graça da discórdia, uma vez que a comandância da rixa estava comigo. Vendo a demanda finada, gritei:

    -Estais em poder do Coronel Ponciano de Azeredo Furtado e dela não saireis, a não ser pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é pai de todos os viventes deste mundo.

    Como no caso da sereia, tratei a encantação em termos de cerimônia, sois-isso, sois-aquilo, dentro dos conformes por mim aprendidos em colégio de frade a dez tostões por mês. Desse modo, ficava logo estipulado que o cativo não andava em mão de um coronelão do mato, despido de letras e aprendizados, uma vez que vadiagem em trevas leva muito em conta a instrução dos demandistas. No presente caso do lobisomem, nem careci de empregar outras sabedorias. Mal dei a conhecer a sentença (“Dó meu poder não saireis”), escutei, vinda de longe, saída das profundas, uma vozinha implorar mais ou menos assim:

  -Tenha pena de mim, Coronel Ponciano de Azeredo Furtado. Sou um lobisomem amedrontado, corrido de cachorro, mordido de cobra. Na lua que vem, tiro o meu tempo de Penitência e já estou de emprego apalavrado com o povo do governo.

   Em presença de petição tão dorida, de penitente cansado, fiquei sem saber que partido tomar: do torniquete ou do lobisomem. Mas de pronto, meu coração molenga resolveu derrogar a sentença firmada. Concedi passaporte ao condenado:

   - Estais livre!

   Afrouxei o torniquete e aquela goela peluda sem tardança deixou o aro dos meus dedos. Cabeça derreada, olhar já sem brasa de lamparina, mergulhou o penitente na noite dos pastos. A Lua, de novo descompromissada de nuvem, voltou ao clareado de antes. E de toda essa labuta ficou um resto de enxofre no recinto da desavença. Sei lá se da minha garrucha, sei lá se do lobisomem.

(O Coronel e o Lobisomem. Edições O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 1965)
O Coronel estava, no texto, relatando a sua luta com o lobisomem. Assinale a alternativa que apresenta o que ele procura salientar:
Alternativas
Q3167588 Português
Assinale a opção que mostra uma premissa seguida de uma conclusão.
Alternativas
Q3167587 Português
Todos os textos abaixo mostram o tipo argumentativo de texto. Assinale a opção que apresenta o texto que mostra um testemunho de autoridade como premissa do raciocínio.
Alternativas
Q3167586 Português
Observe o seguinte diálogo:
Olhando um local de assistência social:
(P1) Olha, aqui dão os carnês de doações para a organização dos Médicos sem Fronteiras.
(P2) Ah, é aqui que os médicos sabem para onde vão?

Assinale a opção que indica a observação correta sobre o significado e a estruturação desse pequeno diálogo.
Alternativas
Q3167584 Português
Observe o seguinte fragmento de texto narrativo:

“A porta da loja se abriu e Marieta viu as duas mulheres entrarem. Elas conversavam e passaram a olhar as roupas expostas nos balcões. Seus gestos lhe desagradaram. Demoraram a dirigir-se a ela e Marieta perguntou: - Posso ajudá-las em algo?”

Sobre esse fragmento textual, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q3167579 Português
Assinale a opção que indica a frase abaixo que mostra incoerência.
Alternativas
Q3167567 Português
Assinale a frase abaixo que mostra uma oposição de sentido entre dois termos (antônimos).
Alternativas
Respostas
641: B
642: B
643: D
644: A
645: C
646: B
647: B
648: D
649: C
650: B
651: B
652: A
653: D
654: C
655: A
656: D
657: D
658: E
659: C
660: A