Questões de Português - Morfologia - Verbos para Concurso
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Quanto custa um pôr-de-sol?
Leonardo Boff
1 Um grande empresário americano, estando em Roma, quis mostrar ao filho a beleza de um pôr-
2 de-sol nas colinas de Castelgandolfo. Antes de se postarem num bom ângulo, o filho perguntou ao pai:
3 "pai, onde se paga?" Esta pergunta revela a estrutura da sociedade dominante, assentada sobre a economia
4 e o mercado. Nela para tudo se paga - também um pôr-de-sol - tudo se vende e tudo se compra.
5 Ela operou, segundo notou ainda em 1944 o economista norte-americano Polanyi, a grande
6 transformação ao conferir valor econômico a tudo. As relações humanas se transformaram em transações
7 comerciais e tudo, tudo mesmo, do sexo à Santíssima Trindade, vira mercadoria e chance de lucro.
8 Se quisermos qualificá-la, diríamos que esta é uma sociedade produtivista, consumista e
9 materialista. É produtivista porque explora todos os recursos e serviços naturais visando o lucro e não a
10 preservação da natureza. É consumista porque se não houver consumo cada vez maior não há também
11 produção nem lucro. É materialista, pois sua centralidade é produzir e consumir coisas materiais e não
12 espirituais como a cooperação e o cuidado. Está mais interessada no crescimento quantitativo – como
13 ganhar mais – do que no desenvolvimento qualitativo – como viver melhor com menos – em harmonia
14 com a natureza, com equidade social e sustentabilidade sócio-ecológica.
15 Cabe insistir no óbvio: não há dinheiro que pague um pôr-de-sol. Não se compra na bolsa a lua
16 cheia “que sabe de mi largo caminar.” A felicidade, a amizade, a lealdade e o amor não estão à venda nos
17 shoppings. Quem pode viver sem esses intangíveis? Aqui não funciona a lógica do interesse, mas da
18 gratuidade, não a utilidade prática, mas o valor intrínseco da natureza, da ridente paisagem, do carinho
19 entre dois enamorados. Nisso reside a felicidade humana.
20 O insuspeito Daniel Soros, o grande especulador das bolsas mundiais, confessa em seu livro A
21 crise do capitalismo (1999): ”uma sociedade baseada em transações solapa os valores sociais; estes
22 expressam um interesse pelos outros; pressupõem que o indivíduo pertence a uma comunidade, seja uma
23 família, uma tribo, uma nação ou a humanidade, cujos interesses têm preferência em relação aos
24 interesses individuais. Mas uma economia de mercado é tudo menos uma comunidade. Todos devem
25 cuidar dos seus próprios interesses... e maximizar seus lucros, com exclusão de qualquer outra
26 consideração” (p. 120 e 87).
27 Uma sociedade que decide organizar-se sem uma ética mínima, altruísta e respeitosa da
28 natureza, está traçando o caminho de sua própria autodestruição. Então, não causa admiração o fato de
29 termos chegado aonde chegamos, ao aquecimento global e à aterradora devastação da natureza, com
30 ameaças de extinção de vastas porções da biosfera e, no termo, até da espécie humana.
31 Suspeito que, se não quebrarmos o paradigma produtivista/consumista/materialista, poderemos
32 encontrar pela frente a escuridão. Devemos tentar ser, pelo menos um pouco, como a rosa, cantada pelo
33 místico poeta Angelus Silesius (+1677): “a rosa é sem porquê: floresce por florescer, não cuida de si
34 mesma nem pede para ser olhada” (aforismo 289). Essa gratuidade é uma das pilastras do novo
35 paradigma.
IN: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/11/blogs/leonardo_boff/
Ao usar a voz passiva sintética em “tudo se vende” (L.4), o articulista:
Leia o texto a seguir para responder as próximas 7 (sete) questões.
A IMPORTÂNCIA DO CACOETE NA EVOLUÇÃO LINGUÍSTICA
Por Aldo Bizzochi. Adaptado de:
http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-abizzocchi/a-importancia-docacoete-na-evolucao-linguistica-337681-1.asp Acesso em 30 mar 2015.
A maior parte das inovações linguísticas surge da fala informal e não da fala ou da escrita formais. Exceto por neologismos técnicos, que em geral nascem em textos acadêmicos impressos, é sempre a fala popular que institui novas pronúncias (e, no limite, conduz à mutação fonética), novas construções sintáticas (por exemplo, a tendência à próclise é uma criação da fala brasileira) e novas palavras.
Por isso mesmo, é nos períodos costumeiramente chamados "de barbárie", em que não há ensino formal da língua, e quase todos os falantes são ágrafos, que as mudanças linguísticas ocorrem mais depressa. Não foi por outra razão que a língua da Lusitânia passou, durante a Alta Idade Média (séculos 5 a 11 d.C.), isto é, em apenas seis séculos, do latim vulgar ao ibero-romance e deste ao galego-português, ou português arcaico. Em compensação, a partir do estabelecimento do Estado português e da institucionalização da educação, sobretudo a partir do século 16, a língua mudou relativamente pouco. Isso significa que o português de Camões está mais próximo do atual que daquele das cantigas trovadorescas.
Um dos muitos fatores que contribuem para a mudança linguística é, por incrível que pareça, o cacoete. Na fala cotidiana, em que temos de pensar e falar ao mesmo tempo, tendemos a truncar palavras e frases, a repetir elementos, seja por redundância (a fala é, por natureza, muito mais redundante que a escrita, já que o ruído na comunicação também é muito maior) ou por insegurança, e a gaguejar bastante. Também são comuns as "muletas do discurso", certas expressões-chavão que utilizamos a todo momento (como "sei lá", "tipo assim", etc.) para preencher o vazio comunicativo enquanto pensamos ou para nos aliviar do peso de termos de ser criativos o tempo todo.
Muitas características definidoras de certos idiomas, como a negação dupla em francês (jene sais pas), resultam de cacoetes que, de tão disseminados na fala popular, acabaram sendo integrados à norma e hoje fazem parte da gramática da língua. [...].
O que são esses anacolutos que transformam uma oração do tipo sujeito-predicado em uma do tipo tópico-comentário senão cacoetes de fala que se espalham por contágio? Basta assistir no YouTube a entrevistas de 30 ou 40 anos atrás e compará-las com a fala atual das pessoas na TV para observar como a frequência desse tipo de construção aumentou nos últimos anos, mesmo entre pessoas escolarizadas, como repórteres, atores e cantores de MPB.
Redundâncias como as do espanhol (Le di una manzana a la maestra, "Dei uma maçã à professora"), do italiano (Questa mela la mangio io, "Esta maçã quem vai comer sou eu") ou do inglês (At what time do you do your homework?, "A que horas você faz a lição de casa?") nada mais são do que a cristalização e subsequente oficialização de antigos cacoetes que, por terem sido introduzidos, ou pelo menos disseminados, por falantes de uma certa influência social, contaminaram a maioria dos falantes há séculos e, de tão arraigados na fala coloquial, ascenderam à categoria de leis gramaticais, tornando-se, portanto, de uso obrigatório.
“A escrita foi alterada pelas pessoas que falam o idioma.” Transpondo esse trecho para a voz ativa, a forma verbal resultante foi escrita corretamente em qual das alternativas? Assinale-a:
Todas as opiniões que há sobre a Natureza
Os verbos crescer e nascer estão no _________________ e pertencem à ________________.
Texto para responder às questões de 01 a 14.
Uma velhinha
Quem me dera um pouco de poesia, esta manhã, de simplicidade, ao menos para descrever a velhinha do Westfálial E uma velhinha dos seus setenta anos, que chega todos os dias ao Westfália (dez e meia, onze horas), e tudo daquele momento em diante começa a girar em torno dela. Tudo é para ela. Quem nunca antes a viu, chama o garçom e pergunta quem ela é. Saberá, então, que se trata de uma velhinha “de muito valor”, professora de inglês, francês e alemão, mas “uma grande criadora de casos”.
Não é preciso perguntar de que espécie de casos, porque, um minuto depois, já a velhinha abre sua mala de James Bond, de onde retira, para começar, um copo de prata, em seguida, um guardanapo, com o qual começa a limpar o copo de prata, meticulosamente, por dentro e por fora. Volta à mala e sai lá de dentro com uma faca, um garfo e uma colher, também de prata. Por último o prato, a única peça que não é de prata. Enquanto asseia as “armas” com que vai comer, cnama o garçom e manda que leve os talheres e a louça da casa. Um gesto soberbo de repulsa.
O garçom (brasileiro) tenta dizer alguma coisa amável, mas ela repele, por considerar (tinha razão) a pronúncia defeituosa. E diz, em francês, que é uma pena aquele homem tentar dizer todo dia a mesma coisa e nunca acertar. Olha-nos e sorri, absolutamente certa de que seu espetáculo está agradando, Pede um filete recomenda que seja mais bem do que malpassado. Recomenda pressa, enquanto bebe dois copos de água mineral. Vem o filet e ela, num resmungo, manda voltar, porque está cru. Vai o filet, volta o filet e ela o devolve mais uma vez alegando que está assado demais. Vem um novo filet e ela resolve aceitar, mas, antes, faz com os ombros um protesto de resignação.
Pela descrição, vocês irão supor que essa velhinha é insuportável. Uma chata. Mas não. É um encanto. Podia ser avó da Grace Kelly. Uma mulher que luta o tempo inteiro pelos seus gostos. Não negocia sua comodidade, seu conforto. Não confia nas louças e nos talheres daquele restaurante de aparência limpíssima. Paciência, traz de sua casa, lavados por ela, a louça, os talheres e o copo de prata. Um dia o garçom lhe dirá um palavrão? Não acredito. A velhinha tão bela e frágil por fora, magrinha como ela é, se a gente abrir, vai ver tem um homem dentro. Um homem solitário, que sabe o que quer e não cede “isso” de sua magnífica solidão.
(MARIA, Antônio. “Com Vocês, Antônio Maria”. Rio de Janeiro: Editora Paze Terra, 1964, p. 262.)
“... traz de sua casa, lavados por ela, a louça, os talheres e o copo de prata.” (§4)
Caso a oração expressa na voz passiva do fragmento acima seja redigida na forma composta da voz ativa, uma forma de redação possível será:
Leia o texto a seguir e responda às questões de 7 a 13:
“Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos”. (Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes).Fonte:http://maiseducativo.com.br/interpre tar-textos-presenca-negro-nos-latifundios/
A palavra “foram” é a conjugação do verbo:
Observe a charge a seguir e responda às questões de 1 a 6:
Fonte:http://www.querodesenho.com/category/charg es/page/8/.
A palavra “criado” está na forma nominal do verbo denominada:
Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 07.
O homem e a galinha
Era uma vez um homem que tinha uma galinha. Era uma galinha como as outras. Um dia a galinha botou um ovo de ouro.
O homem ficou contente. Chamou a mulher:
– Olha o ovo que a galinha botou.
A mulher ficou contente:
– Vamos ficar ricos!
E a mulher começou a tratar bem da galinha. Todos os dias a mulher dava mingau para a galinha. Dava pão-de-ló, dava até sorvete. E todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:
– Pra que esse luxo com a galinha? Nunca vi galinha comer pão-de-ló… Muito
menos tomar sorvete!
– É, mas esta é diferente! Ela bota ovos de ouro!
O marido não quis conversa:
– Acaba com isso mulher. Galinha come é farelo.
Aí a mulher disse:
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim – o marido respondeu.
A mulher todos os dias dava farelo à galinha. E a galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:
– Farelo está muito caro, mulher, um dinheirão! A galinha pode muito bem comer milho.
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim – o marido respondeu.
Aí a mulher começou a dar milho pra galinha. E todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:
– Pra que esse luxo de dar milho pra galinha? Ela que procure o de-comer no quintal!
– E se ela não botar mais ovos de ouro? – a mulher perguntou.
– Bota sim – o marido falou.
E a mulher soltou a galinha no quintal. Ela catava sozinha a comida dela. Todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Um dia a galinha encontrou o portão aberto. Foi embora e não voltou mais. Dizem, eu não sei, que ela agora está numa boa casa onde tratam dela a pão-de-ló.
(Ruth Rocha, Enquanto o mundo pega fogo,2. ed.Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984.p.14-9.)
Em “Acaba com isso, mulher” o tempo verbal indica:
Todas as orações abaixo, possuem verbos no pretérito perfeito do indicativo. EXCETO em:
Marque a opção em que todos os verbos estão em tempos do pretérito:
Releia o título do texto para responder às questões 02 e 03.
Medidas simples garantem mais segurança no trânsito
Em um clássico desenho da Disney, ao assumir a direção de um carro, o pacato e humilde senhor Andante se transforma
no terrível senhor Volante, modelo de arrogância e violência. Essa cena ilustra uma situação comum até hoje no trânsito, onde
os motoristas descarregam toda sorte de frustração.
Não por acaso, o fator humano é responsável pela maioria dos acidentes. Dirigir defensivamente é essencial para prevenir os
5 desastres ou pelo menos minimizar suas consequências. De acordo com o professor Adilson Lombardo, especialista em segurança
no trânsito, na direção defensiva “é preciso avaliar riscos, reduzir a velocidade perto de escolas, não fazer ultrapassagens
perigosas”. Na prática, são medidas simples, que podem ser resumidas em duas: respeito às normas e bom senso.
Lombardo frisa que não se deve confundir direção defensiva com técnicas de pilotagem, que também podem ajudar a
prevenir acidentes. “Os cursos de pilotagem ensinam a sair da aquaplanagem, a fazer uma frenagem segura e a desviar de
10 obstáculos”, explica. “As autoescolas não dão essa formação, que é essencial, por exemplo, para funcionários de empresas.” Ele
destaca ainda a função educativa da multa: “Todos sabemos que a cultura da impunidade é perigosa.”
Ari Silveira
Adaptado de gazetadopovo.com.br, 22/08/2009
Ao passar a palavra sublinhada para o singular, o verbo “garantir” deverá ser escrito assim:
Observe os trechos:
“Existe um ditado...”
“... há benefícios...”
Sobre os verbos destacados são feitas as seguintes afirmações:
I. Se colocássemos “um ditado” no plural, o verbo “existir” também iria para o plural.
II. Se colocássemos “um ditado” no plural, o verbo “existir” ficaria no singular, pois, tendo sentido de “haver”, deve ficar sempre no singular.
III. O verbo “haver” está no singular, porque, tendo sentido de “existir”, deve ficar sempre no singular.
IV. O verbo “haver” deveria estar no plural, ficando “hão de haver”, para concordar com “benefícios”.
Estão corretas apenas as afirmações
GOVERNO VAI APERFEIÇOAR AÇÕES DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
O Ministério da Justiça criou um grupo de trabalho para desenvolver ações de proteção às mulheres vítimas de violência em todo o País. O órgão também estuda um projeto pedagógico nacional para capacitar profissionais de policiamento preventivo.
Segundo a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, o governo federal quer trabalhar com profissionais dos Estados para implementar esse policiamento preventivo, que será voltado para a realização de visitas comunitárias: “queremos ampliar e fortalecer essa política de enfrentamento à violência de gênero”.
Além de fortalecer o trabalho preventivo das polícias, o governo busca também qualificar a investigação de crimes de violência contra mulheres. O objetivo é a redução do feminicídio, definido como a meta para 2016 da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp).
(Adaptado. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2016/02/gove rno-vai-aperfeicoar-acoes-de-prevencao-a-violencia-contraa-mulher)
EUTANÁSIA
Todos aqueles que acham a eutanásia um ato necessário em situações extremas apresentam algumas argumentos a favor dessa prática. Eles acham que a eutanásia é um modo de fugir ao sofrimento quando há falta de qualidade de vida em fase terminal. Também pensam que morrer de uma forma pouco dolorosa é significado de morte digna. Segundo os defensores, cada pessoa tem autonomia para decidir por si próprio, estando na base da escolha a prática ou não da eutanásia. Nessa perspectiva, vale dizer que não se apoia nem se defende a morte em si, mas se convidam os seres humanos a uma reflexão sobre uma morte mais suave e menos dolorosa, que algumas pessoas optam por ter, em vez de viverem uma batalha lenta e sofrida até o óbito.
(Adaptado. Disponível em: https://eutanasia11a.wordpress.com/argumentos-a-favorc ontra/)
Com base no texto 'GOVERNO VAI APERFEIÇOAR AÇÕES DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER', marque a opção CORRETA
Para responder à questão, considere a seguinte frase: Segundo o GeMob, se todas as pessoas que vêm para a universidade sozinhas aderissem a essa ideia, teríamos uma redução de aproximadamente 23% no número de veículos que trafegam nas faixas que dão acesso ao campus (ℓ.23-25).
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em cada afirmativa sobre a contribuição de tempos e modos verbais para a formulação do raciocínio explorado no texto.
A sequência correta é
Para responder às questões de 1 a 3, leia o texto abaixo.
As raízes do racismo
Drauzio Varella
Somos seres tribais que dividem o mundo em dois grupos: o "nosso" e o "deles". Esse é o início de um artigo sobre racismo publicado na revista "Science", como parte de uma seção sobre conflitos humanos, leitura que recomendo a todos.
Tensões e suspeições intergrupais são responsáveis pela violência entre muçulmanos e hindus, católicos e protestantes, palestinos e judeus, brancos e negros, heterossexuais e homossexuais, corintianos e palmeirenses.
Num experimento clássico dos anos 1950, psicólogos americanos levaram para um acampamento adolescentes que não se conheciam.
Ao descer do ônibus, cada participante recebeu aleatoriamente uma camiseta de cor azul ou vermelha. A partir desse momento, azuis e vermelhos faziam refeições em horários diferentes, dormiam em alojamentos separados e formavam equipes adversárias em todas as brincadeiras e práticas esportivas.
A observação precisou ser interrompida antes da data prevista, por causa da violência na disputa de jogos e das brigas que irrompiam entre azuis e vermelhos.
Nos anos que se seguiram, diversas experiências semelhantes, organizadas com desconhecidos reunidos de forma arbitrária, demonstraram que consideramos os membros de nosso grupo mais espertos, justos, inteligentes e honestos do que os "outros".
Parte desse prejulgamento que fazemos "deles" é inconsciente. Você se assusta quando um adolescente negro se aproxima da janela do carro, antes de tomar consciência de que ele é jovem e tem pele escura, porque o preconceito contra homens negros tem raízes profundas.
Nos últimos 40 anos, surgiu vasta literatura científica para explicar por que razão somos tão tribais. Que fatores em nosso passado evolutivo condicionaram a necessidade de armar coligações que não encontram justificativa na civilização moderna? Por que tanta violência religiosa? Qual o sentido de corintianos se amarem e odiarem palmeirenses?
Seres humanos são capazes de colaborar uns com os outros numa escala desconhecida no reino animal, porque viver em grupo foi essencial à adaptação de nossa espécie. Agrupar-se foi a necessidade mais premente para escapar de predadores, obter alimentos e construir abrigos seguros para criar os filhos.
A própria complexidade do cérebro humano evoluiu, pelo menos em parte, em resposta às solicitações da vida comunitária.
Pertencer a um agrupamento social, no entanto, muitas vezes significou destruir outros. Quando grupos antagônicos competem por território e bens materiais, a habilidade para formar coalizões confere vantagens logísticas capazes de assegurar maior probabilidade de sobrevivência aos descendentes dos vencedores.
A contrapartida do altruísmo em relação aos "nossos" é a crueldade dirigida contra os "outros".
Na violência intergrupal do passado remoto estão fincadas as raízes dos preconceitos atuais. As interações negativas entre nossos antepassados deram origem aos comportamentos preconceituosos de hoje, porque no tempo deles o contato com outros povos era tormentoso e limitado.
Foi com as navegações e a descoberta das Américas que indivíduos de etnias diversificadas foram obrigados a conviver, embora de forma nem sempre pacífica. Estaria nesse estranhamento a origem das idiossincrasias contra negros e índios, por exemplo, povos fisicamente diferentes dos colonizadores brancos.
Preconceito racial não é questão restrita ao racismo, faz parte de um fenômeno muito mais abrangente que varia de uma cultura para outra e que se modifica com o passar do tempo. Em apenas uma geração, o apartheid norte-americano foi combatido a ponto de um negro chegar à Presidência do país.
O preconceito contra "eles" cai mais pesado sobre os homens, porque eram do sexo masculino os guerreiros que atacavam nossos ancestrais. Na literatura, essa constatação recebeu o nome de hipótese do guerreiro masculino.
A evolução moldou nosso medo de homens que pertencem a outros grupos. Para nos defendermos deles, criamos fronteiras que agrupam alguns e separam outros em obediência a critérios de cor da pele, religião, nacionalidade, convicções políticas, dialetos e até times de futebol.
Demarcada a linha divisória entre "nós" e "eles", discriminamos os que estão do lado de lá. Às vezes com violência.
Considere o período e as afirmações abaixo.
Estaria nesse estranhamento a origem das idiossincrasias contra negros e índios, por exemplo, povos fisicamente diferentes dos colonizadores brancos.
I. O uso do futuro do pretérito do verbo “estar” indica falta de certeza quanto à origem do preconceito contra outros povos.
II. O adjetivo “idiossincrasias” pode ser substituído, sem alteração de sentido, por agressões.
Está correto o que se afirma em
Para responder às questões de 6 a 10, leia os quadrinhos a seguir.
(http://unasp-ec.com/fisica/index.php/questoes-de-vestibular-fisica/ufabc-fisica/)
Considere as seguintes expressões:
I. "é transformado" (primeiro quadrinho).
II. "vá facilitar" (segundo quadrinho).
III. "pode ver" (terceiro quadrinho).
IV. "queremos ver" (quarto quadrinho).
Nota-se formação de voz passiva analítica em ________ e presença de infinitivo na formação da locução verbal em _________.
Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas.
ESTA VIDA
– Um sábio me dizia: esta existência, não vale a angústia de viver.
A ciência, se fôssemos eternos, num transporte de desespero inventaria a morte.
Uma célula orgânica aparece, no infinito do tempo.
E vibra, e cresce, e se desdobra, e estala num segundo. Homem, eis o que somos neste mundo. Assim falou-me o sábio e eu comecei a ver dentro da própria morte, o encanto de morrer.
– Um monge me dizia: ó mocidade, és relâmpago ao pé da eternidade! Pensa: o tempo anda sempre e não repousa; esta vida não vale grande coisa.
Uma mulher que chora, um berço a um canto; o riso, às vezes, quase sempre, um pranto. Depois o mundo, a luta que intimida, quatro círios acesos: eis a vida! Isto me disse o monge e eu continuei a ver, dentro da própria morte, o encanto de morrer.
– Um pobre me dizia: para o pobre, a vida é o pão e o andrajo vil que o cobre. Deus, eu não creio nesta fantasia. Deus me deu fome e sede a cada dia, mas nunca me deu pão, nem me deu água. Deu-me a vergonha, a infâmia, a mágoa, de andar de porta em porta, esfarrapado. Deu-me esta vida: um pão envenenado. Assim falou-me o pobre e eu continuei a ver, dentro da própria morte, o encanto de morrer.
– Uma mulher me disse: vem comigo! Fecha os olhos e sonha, meu amigo. Sonha um lar, uma doce companheira, que queiras muito e que também te queira. No telhado, um penacho de fumaça. Cortinas muito brancas na vidraça. Um canário que canta na gaiola. Que linda a vida lá por dentro rola! Pela primeira vez eu comecei a ver, dentro da própria vida, o encanto de viver.
Guilherme de Almeida
As formas verbais, encontradas no 1º verso da 4ª estrofe: vem; fecha e sonha:
Leia o texto e responda o que se pede nos comandos das questões.
A força das palavras
Palavras assustam mais do que fatos: às vezes é assim.
Descobri isso quando as pessoas discutiam e lançavam palavras como dardos sobre a mesa de jantar. Nessa época, meus olhos mal alcançavam o tampo da mesa e o mundo dos adultos me parecia fascinante. O meu era demais limitado por horários que tinham de ser obedecidos (por que criança tinha de dormir tão cedo?), regras chatas (por que não correr descalça na chuva? por que não botar os pés em cima do sofá, por quê, por quê, por quê ... ?), e a escola era um fardo (seria tão mais divertido ficar lendo debaixo das árvores no jardim de casa ...).
Mas, em compensação, na escola também se brincava com palavras: lá, como em casa, havia livros, e neles as palavras eram caramelos saborosos ou pedrinhas coloridas que a gente colecionava, olhava contra a luz, revirava no céu da boca. E, às vezes, cuspia na cara de alguém de propósito para machucar ( ).
A palavra faz parte da nossa essência: com ela, nos acercamos do outro, nos entregamos ou nos negamos, apaziguamos, ferimos e matamos. Com a palavra seduzimos num texto; com a palavra, liquidamos - negócios, amores. Uma palavra confere o nome ao filho que nasce e ao navio que transportará vidas ou armas.
"Vá"," Venha"," Fique"," Eu vou"," Eu não sei"," Eu quero, mas não posso", "Eu não sou capaz", "Sim, eu mereço" - dessa forma, marcamos as nossas escolhas, a derrota diante do nosso medo ou a vitória sobre o nosso susto. Viemos ao mundo para dar nome às coisas: dessa forma, nos tornamos senhores delas ou servos de quem as batizar antes de nós.
Fonte: Lya Luft. Ponto de Vista. Veja, 14/07/04.
"Vá", "Venha", "Fique". Sobre essas formas verbais, é incorreto afirmar:
Na frase: “Eu serei feita de madeira”, o verbo está no tempo:
Assinale o verbo que completa a seguinte frase no tempo presente: “A porta _____ devagar”.
Em que frase todas as palavras estão no plural?