Questões de Concurso Sobre morfologia - verbos em português

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Q3238298 Português
O texto a seguir deve ser lido com atenção para responder à questão.


Reduzir consumo de carne vermelha pode proteger cérebro, diz estudo


     Reduzir o consumo de carne vermelha pode ter muitos impactos positivos — em seu coração, no meio ambiente e, possivelmente, até mesmo na sua saúde cognitiva a longo prazo, segundo um novo estudo publicado na quarta-feira (15) no periódico Neurology.

     Aqueles que consumiam um quarto de porção ou mais de carnes vermelhas processadas — como bacon, mortadela e cachorro-quente — tiveram uma chance 13% maior de desenvolver demência do que aqueles que consumiam menos de um décimo de porção por dia, de acordo com o estudo.

     Uma porção de carne vermelha é geralmente cerca de 85 gramas, o que equivaleria a duas fatias de bacon, 1,5 fatia de mortadela ou um cachorro-quente, segundo um comunicado sobre o estudo.

     Os pesquisadores também descobriram que uma porção diária extra de carne vermelha processada, em média, estava associada a uma aceleração de 1,6 ano no envelhecimento cerebral, segundo o estudo.

     Os métodos do estudo são observacionais, o que significa que os pesquisadores não podem afirmar com certeza que as carnes vermelhas processadas estão causando a demência, apenas que existe uma associação entre as duas. Mas a investigação sobre a conexão continuará, de acordo com um dos autores do estudo, Daniel Wang, professor assistente no departamento de nutrição da Harvard T.H. Chan School of Public Health.

     "Estudos de coorte grandes e de longo prazo são essenciais para investigar condições como demência, que podem se desenvolver ao longo de décadas", diz Wang em um comunicado. "Continuamos montando esse quebra-cabeça para entender os mecanismos que causam demência e declínio cognitivo."

     Para este estudo, os pesquisadores analisaram dados de mais de 133.000 pessoas com idade média de 49 anos do Nurses" Health Study e Health Professionals Follow-Up Study. Os dados incluíam informações detalhadas de saúde pesquisadas por um longo período, incluindo as dietas dos participantes, e foram atualizados a cada dois a quatro anos, de acordo com o estudo.

     Mais de 11.000 participantes do estudo foram diagnosticados com demência em um período de 43
anos.

     Existem teorias sobre   a carne vermelha pode representar um risco particular para a saúde
cognitiva. A carne vermelha tem uma alta quantidade de gordura saturada e produz um composto orgânico ligado a doenças cardiovasculares, e os dois juntos podem danificar o sistema nervoso, o que piora o declínio cognitivo, segundo Song.

     "Além disso, a resposta inflamatória e os distúrbios metabólicos (por exemplo, resistência à insulina) associados ao alto consumo de carne vermelha também podem desempenhar um papel", acrescenta.


     Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/reduzir-consumo-de-carne-vermelha-pode-proteger-cerebro-diz-estudo (adaptado).
"Estudos de coorte grandes e de longo prazo são essenciais para investigar condições como demência, que podem se desenvolver ao longo de décadas", diz Wang em um comunicado.
Sobre o uso dos modos e tempos verbais no trecho acima, é correto afirmar que:
Alternativas
Q3238170 Português

Leia a tira a seguir


Imagem associada para resolução da questão


(O Estado de S. Paulo, 31 de agosto de 2024)



Assinale a alternativa que preenche, respectivamente e de acordo com a norma-padrão, as lacunas da tira.

Alternativas
Q3237803 Português

A questão diz respeito ao texto. Leia-o atentamente antes de respondê-la


(Texto)


A partir do contexto de utilização, o verbo “poder” (linha 18) está conjugado conforme descrito, corretamente, na alternativa:
Alternativas
Q3237797 Português

A questão diz respeito ao texto. Leia-o atentamente antes de respondê-la


(Texto)


Analise as proposições a seguir, a respeito das características e da utilização verbo “haver” (linha 13):

(__)- Apresenta pessoalidade por possuir um sujeito;
(__)- Está conjugado no Tempo Presente;
(__)- Indica existência;
(__)- Possui regência verbal indireta.

Levando-se em consideração que (V) significa Verdadeiro e (F) significa Falso, assinale a alternativa a qual apresenta a sequência correta: 
Alternativas
Q3237794 Português

A questão diz respeito ao texto. Leia-o atentamente antes de respondê-la


(Texto)


A partir da relação linguístico-discursiva dos termos do texto, aponte a alternativa com a colocação incorreta:
Alternativas
Q3237711 Português

O texto a seguir deve ser lido com atenção para responder à questão.



Querido 2025


Já adianto que não prometo nada a você, a não ser nunca desistir de tentar, independentemente do tamanho da queda



Juraciara Vieira Cardoso|Professora da Universidade Federal de Lavras, graduada em Direito, mestre em Direito Constitucional e doutora em Filosofia do Direito|30/12/2024



    Enquanto todos se despedem do ano que se passou, olho com um misto de temor e esperança para sua chegada. Quero chegar até você de branco, como em todos os anos, pois nada é mais precioso que a paz. Você, querido 2025, é rotineiramente comparado a uma página em branco, e nutro em mim o desejo de te escrever apenas com minhas letras e versos, o que significa ser cada vez mais eu e menos os que os outros esperam que eu seja.


    Já adianto que não prometo nada a você, a não ser nunca desistir de tentar, independentemente do tamanho da queda. Extrair do peso de qualquer realidade que você me apresentar, sua dimensão de aprendizado e potencial para me transformar em um ser humano melhor, mais capaz de ter empatia e sentir verdadeiramente a dor do meu semelhante. Que você me ensine, caro 2025, a1 ouvir mais e falar menos, guardando mais tempo para a reflexão do que para a falação, que muito diz, mas pouco ensina.


    Que a paz perpétua idealizada por Kant seja alcançada. Não uma paz utópica, construída com sonhos, mas fruto de uma obrigação racional de seres humanos vulneráveis, que não devem se deixar guiar pela violência ou pela barbárie, mas sim para a superação do caos. Nos ajude a nos reconhecermos como parceiros de uma mesma jornada existencial, ________ fim irremediavelmente é a morte, que a2 todos une, mas que não deve ser encontrada nos conflitos armados.


    Espero que, ao longo dos seus dias, você seja zeloso em ensinar para toda a humanidade que somos cada vez mais interdependentes e que o voo de uma borboleta no Brasil pode causar um tornado no Texas. Ou seja, nossas ações TEM/TÊM consequências que não podemos prever exatamente, de modo que é preciso ser cauteloso quando se está a3 falar em permissão para tirar vidas de pessoas inocentes, seja lá em nome de qual justificativa for. Em vez disso, nos ensine a importância de construir pontes que nos CONECTA/CONECTAM.


    Que, em um mundo repleto de informação, consumismo e individualismo, você, Caro 2025, nos mostre o valor de um sorriso inesperado, a beleza de acompanhar uma flor desabrochando ou o êxtase de assistir ao pôr do sol. Nos faça perceber que é no agora que a vida acontece, não no passado nostálgico ou no futuro que nos traz ansiedade. Nos DÊ/DEEM suas mãos em direção a4 percepção de que a felicidade possível requer que vejamos beleza na nossa vida nua, sem os disfarces que nos AFASTA/AFASTAM de quem somos.


    E por falar em "quem somos", que você nos encha de coragem para lidarmos com nossas sombras, nos ensinando a acolher em nós não somente a parte que nos agrada, mas também aquela com a qual temos dificuldade em conviver. Que possamos olhar para os nossos erros, hesitações e limitações, sem fugirmos do incômodo de aceitar essas realidades como partes inerentes do conflituoso processo de existir.


    Nos 365 dias em que estaremos sob seus auspícios, nos ajude a criar conexões onde antes havia divergências, nos ensinando que quando um perde, todos nós perdemos. Que consigamos perceber que as grandes modificações começam em gestos cotidianos simples de gentileza, nos quais consideramos o outro ser humano em igualdade de condições e não com superioridade moral.


    Querido 2025, desejo que você seja um ano de reconciliação, de aprendizado e de harmonia para toda a humanidade, não deixando que nossa indiferença e egoísmo nos roubem a chance de construirmos um futuro que inclua a todos. Que seja um ano no qual tenhamos coragem de romper com as barreiras invisíveis que nos separam em nome da construção de algo verdadeiramente novo!



CARDOSO, Juraciara Vieira. Querido 2025. Estado de Minas, 30 de dezembro de 2024. Disponível em: https://www.em.com.br/colunistas/vitalidade/2024/12/7022362-querido-2025.html. Acesso em: 04 jan. 2025. Adaptado.

O texto a seguir deve ser lido com atenção para responder à questão.

Querido 2025
Já adianto que não prometo nada a você, a não ser nunca desistir de tentar, independentemente do tamanho da queda
Juraciara Vieira Cardoso|Professora da Universidade Federal de Lavras, graduada em Direito, mestre em Direito Constitucional e doutora em 
Filosofia do Direito|30/12/2024

    Enquanto todos se despedem do ano que se passou, olho com um misto de temor e esperança para sua chegada. Quero chegar até você de branco, como em todos os anos, pois nada é mais precioso que a paz. Você, querido 2025, é rotineiramente comparado a uma página em branco, e nutro em mim o desejo de te escrever apenas com minhas letras e versos, o que significa ser cada vez mais eu e menos os que os outros esperam que eu seja.
    Já adianto que não prometo nada a você, a não ser nunca desistir de tentar, independentemente do tamanho da queda. Extrair do peso de qualquer realidade que você me apresentar, sua dimensão de aprendizado e potencial para me transformar em um ser humano melhor, mais capaz de ter empatia e sentir verdadeiramente a dor do meu semelhante. Que você me ensine, caro 2025, a1 ouvir mais e falar menos, guardando mais tempo para a reflexão do que para a falação, que muito diz, mas pouco ensina.
    Que a paz perpétua idealizada por Kant seja alcançada. Não uma paz utópica, construída com sonhos, mas fruto de uma obrigação racional de seres humanos vulneráveis, que não devem se deixar guiar pela violência ou pela barbárie, mas sim para a superação do caos. Nos ajude a nos reconhecermos como parceiros de uma mesma jornada existencial, ________ fim irremediavelmente é a morte, que a2 todos une, mas que não deve ser encontrada nos conflitos armados.
    Espero que, ao longo dos seus dias, você seja zeloso em ensinar para toda a humanidade que somos cada vez mais interdependentes e que o voo de uma borboleta no Brasil pode causar um tornado no Texas. Ou seja, nossas ações TEM/TÊM consequências que não podemos prever exatamente, de modo que é preciso ser cauteloso quando se está a3 falar em permissão para tirar vidas de pessoas inocentes, seja lá em nome de qual justificativa for. Em vez disso, nos ensine a importância de construir pontes que nos CONECTA/CONECTAM.
    Que, em um mundo repleto de informação, consumismo e individualismo, você, Caro 2025, nos mostre o valor de um sorriso inesperado, a beleza de acompanhar uma flor desabrochando ou o êxtase de assistir ao pôr do sol. Nos faça perceber que é no agora que a vida acontece, não no passado nostálgico ou no futuro que nos traz ansiedade. Nos DÊ/DEEM suas mãos em direção a4 percepção de que a felicidade possível requer que vejamos beleza na nossa vida nua, sem os disfarces que nos AFASTA/AFASTAM de quem somos.
    E por falar em "quem somos", que você nos encha de coragem para lidarmos com nossas sombras, nos ensinando a acolher em nós não somente a parte que nos agrada, mas também aquela com a qual temos dificuldade em conviver. Que possamos olhar para os nossos erros, hesitações e limitações, sem fugirmos do incômodo de aceitar essas realidades como partes inerentes do conflituoso processo de existir.
    Nos 365 dias em que estaremos sob seus auspícios, nos ajude a criar conexões onde antes havia divergências, nos ensinando que quando um perde, todos nós perdemos. Que consigamos perceber que as grandes modificações começam em gestos cotidianos simples de gentileza, nos quais consideramos o outro ser humano em igualdade de condições e não com superioridade moral.
    Querido 2025, desejo que você seja um ano de reconciliação, de aprendizado e de harmonia para toda a humanidade, não deixando que nossa indiferença e egoísmo nos roubem a chance de construirmos um futuro que inclua a todos. Que seja um ano no qual tenhamos coragem de romper com as barreiras invisíveis que nos separam em nome da construção de algo verdadeiramente novo!
CARDOSO, Juraciara Vieira. Querido 2025. Estado de Minas, 30 de dezembro de 2024. Disponível em: https://www.em.com.br/colunistas/vitalidade/2024/12/7022362-querido-2025.html. Acesso em: 04 jan. 2025. Adaptado.

Durante todo o artigo, é possível notar que a autora faz projeções e profere desejos, enunciados que se apoiam, linguisticamente, no uso do modo verbal subjuntivo. Em qual dos trechos a seguir NÃO se pode ver a utilização de tal modo verbal? 
Alternativas
Q3237006 Português
Querido 2025


Já adianto que não prometo nada a você, a não ser nunca desistir de tentar, independentemente do tamanho da queda


Juraciara Vieira Cardoso|Professora da Universidade Federal de Lavras, graduada em Direito, mestre em Direito Constitucional e doutora em Filosofia do Direito|30/12/2024




       Enquanto todos se despedem do ano que se passou, olho com um misto de temor e esperança para sua chegada. Quero chegar até você de branco, como em todos os anos, pois nada é mais precioso que a paz. Você, querido 2025, é rotineiramente comparado a uma página em branco, e nutro em mim o desejo de te escrever apenas com minhas letras e versos, o que significa ser cada vez mais eu e menos os que os outros esperam que eu seja.

     Já adianto que não prometo nada a você, a não ser nunca desistir de tentar, independentemente do tamanho da queda. Extrair do peso de qualquer realidade que você me apresentar, sua dimensão de aprendizado e potencial para me transformar em um ser humano melhor, mais capaz de ter empatia e sentir verdadeiramente a dor do meu semelhante. Que você me ensine, caro 2025, a1 ouvir mais e falar menos, guardando mais tempo para a reflexão do que para a falação, que muito diz, mas pouco ensina.

      Que a paz perpétua idealizada por Kant seja alcançada. Não uma paz utópica, construída com sonhos, mas fruto de uma obrigação racional de seres humanos vulneráveis, que não devem se deixar guiar pela violência ou pela barbárie, mas sim para a superação do caos. Nos ajude a nos reconhecermos como parceiros de uma mesma jornada existencial, ________ fim irremediavelmente é a morte, que a2 todos une, mas que não deve ser encontrada nos conflitos armados.

       Espero que, ao longo dos seus dias, você seja zeloso em ensinar para toda a humanidade que somos cada vez mais interdependentes e que o voo de uma borboleta no Brasil pode causar um tornado no Texas. Ou seja, nossas ações TEM/TÊM consequências que não podemos prever exatamente, de modo que é preciso ser cauteloso quando se está a3 falar em permissão para tirar vidas de pessoas inocentes, seja lá em nome de qual justificativa for. Em vez disso, nos ensine a importância de construir pontes que nos CONECTA/CONECTAM.

       Que, em um mundo repleto de informação, consumismo e individualismo, você, Caro 2025, nos mostre o valor de um sorriso inesperado, a beleza de acompanhar uma flor desabrochando ou o êxtase de assistir ao pôr do sol. Nos faça perceber que é no agora que a vida acontece, não no passado nostálgico ou no futuro que nos traz ansiedade. Nos DÊ/DEEM suas mãos em direção a4 percepção de que a felicidade possível requer que vejamos beleza na nossa vida nua, sem os disfarces que nos AFASTA/AFASTAM de quem somos.

      E por falar em "quem somos", que você nos encha de coragem para lidarmos com nossas sombras, nos ensinando a acolher em nós não somente a parte que nos agrada, mas também aquela com a qual temos dificuldade em conviver. Que possamos olhar para os nossos erros, hesitações e limitações, sem fugirmos do incômodo de aceitar essas realidades como partes inerentes do conflituoso processo de existir.

       Nos 365 dias em que estaremos sob seus auspícios, nos ajude a criar conexões onde antes havia divergências, nos ensinando que quando um perde, todos nós perdemos. Que consigamos perceber que as grandes modificações começam em gestos cotidianos simples de gentileza, nos quais consideramos o outro ser humano em igualdade de condições e não com superioridade moral.

       Querido 2025, desejo que você seja um ano de reconciliação, de aprendizado e de harmonia para toda a humanidade, não deixando que nossa indiferença e egoísmo nos roubem a chance de construirmos um futuro que inclua a todos. Que seja um ano no qual tenhamos coragem de romper com as barreiras invisíveis que nos separam em nome da construção de algo verdadeiramente novo!



CARDOSO, Juraciara Vieira. Querido 2025. Estado de Minas, 30 de dezembro de 2024. Disponível em: https://www.em.com.br/colunistas/vitalidade/2024/12/7022362-querido-2025.html. Acesso em: 04 jan. 2025. Adaptado.
Durante todo o artigo, é possível notar que a autora faz projeções e profere desejos, enunciados que se apoiam, linguisticamente, no uso do modo verbal subjuntivo. Em qual dos trechos a seguir NÃO se pode ver a utilização de tal modo verbal?
Alternativas
Q3236800 Português

O texto a seguir deve ser lido com atenção para responder à questão.



Sobre a Paz



A paz propõe, por um lado, o conflito e, por outro, a harmonia, como quem sobe uma escada


01/01/2025|LÚCIA HELENA GALVÃO — Professora, escritora, palestrante, compositora e professora de filosofia na Nova Acrópole



    Vivemos em um tempo em que frases, como respeito [à] diversidade, harmonia e paz, aparecem naquelas nuvens de palavras que mais circulam nos diálogos1 virtuais, algumas expressas em conceitos que se distanciam bem da origem dessas palavras. Sob a luz da filosofia prática, vale refletirmos sobre esses temas.


    Na natureza, a diversidade, por exemplo, não é uma diferenciação para opor as partes, para colocá-las em conflito, mas é o reconhecimento do valor de cada parte para que possamos compor um todo harmonioso2 . Quanto mais cada um de nós reconhece sua própria identidade, mais pode se harmonizar com os demais, assim como temos diferentes cores harmonizadas em uma pintura ou diferentes notas musicais em uma bela melodia.


      O conceito3 de paz é um daqueles que parece ter passado pelo efeito do "telefone sem fio", e foi sendo esvaziado4 ao longo da história, gerando posições bem confusas, que mais têm a ver com passividade do que com paz propriamente dita.


    Na etimologia da palavra paz, encontramos, no latim, pax e, no proto-indo-europeu, pak, que significa "travar", "fixar", "juntar". Ou seja, em geral, a paz estava relacionada [à] ideia de pacto, de acordo firmado, uma espécie de acordo de não agressão. A paz, então, tem a ver com acordo? Parece que sim. Os chamados filósofos contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), por exemplo, propunham uma espécie de pacto, conhecido como contrato social, em que, por meio da imposição de uma série de regras, o homem passaria de um estado natural para o início da vida social e política. Mas será que é desse pacto que a paz trata? De uma imposição de regras que se cumpre por COERSÃO / COERÇÃO e medo, ou de um pacto do homem com sua própria consciência, que se cumpre voluntariamente para termos o PREVILÉGIO / PRIVILÉGIO de sermos verdadeiramente humanos?

 

       Outro elemento importante para compreendermos é que a paz não é sinônimo de passividade. A paz propõe, por um lado, o conflito e, por outro, a harmonia, como quem sobe uma escada: há um momento de conflito/desequilíbrio, que se resolve em um instante de harmonia e estabilidade, e assim por diante. Sem ambos os fatores, não mudamos de patamar, não passamos ao próximo degrau. Mas é um conflito momentâneo regido pela necessidade de crescimento de todos os envolvidos, e não o destrutivo conflito entre PRETENSOS / PRETENÇOS "donos da verdade". Logo, a paz significa um estado de bem-estar quando estamos alinhados com a natureza, e uma das necessidades da natureza é harmonizar, e outra é de crescer. Para isso, harmonia e conflito inteligentemente superado são necessários. Mas essa dualidade exterior nada tem a ver com o que acontece dentro do ser humano, que, coerente com seus valores e princípios em ambos os momentos, conserva um estado de serenidade e equilíbrio constante.


       TÃOPOUCO / TAMPOUCO a paz tem [à] ver com passividade. Ser passivo, diante do mal e da injustiça, é ser agressivo por cumplicidade. Nosso corpo é um excelente exemplo de paz: harmonioso por dentro, mas atento a qualquer agressor que tente penetrar nele. Será a nossa imunidade belicista? Ou ela está a favor da vida? Temos que ser fiéis seguidores dos valores que caracterizam a natureza humana: fraternidade, justiça, veracidade etc., mas apenas certificando-nos de que, por dentro, não haja um espírito de parcialidade, ódio, rancor ou vingança, pois isso nubla nossa noção de justiça e veracidade.


     A filosofia aponta-nos caminhos para que a gente pare de confundir paz com passividade e encontre na paz uma ação coerente e constante de busca de elevarmos nossa consciência para um patamar mais humanista, de tal maneira que interesse prioritariamente para nós o bem do todo, do outro, da comunidade humana, buscando [à] unidade para além das diferenças.


       Procuremos celebrar, na nossa vida, aquelas coisas que dão ao ser humano um aprimoramento no sentido de se tornar cada vez mais verdadeiramente humano. E é claro que a filosofia trabalha exatamente para essas questões: ela nos abre caminho para que possamos ter uma visão mais reflexiva sobre a vida, o seu sentido e o sentido da nossa presença no mundo.


(Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/01/7023626-sobre-a-paz.html. Acesso em: 01 jan. 2025. Adaptado.) 


O verbo que introduz o último parágrafo do texto pode pertencer a dois modos verbais diferentes, dependendo da interpretação do leitor. Quais são esses modos?
Alternativas
Q3236765 Português

        Se alguém quer aprender a tocar um instrumento, precisa fazer aulas e praticar. Se a meta é fortalecer os músculos, é fundamental se exercitar com regularidade. Para quem quer ser mais feliz – no trabalho e na vida – a lógica é a mesma: é necessário estimular o cérebro.


        Juliana Sawaia, cientista de dados e pesquisadora sobre felicidade no trabalho, explica que a felicidade é um senti mento construído e influenciado por fatores internos e externos. No trabalho, ela passa por motivos como engajamento, paixão e satisfação com o ambiente e a função exercida.


        “Não dá para definir se alguém é feliz ou não como se fosse uma pergunta de sim ou não. É uma questão que engloba inúmeros elementos que variam de tempos em tempos para cada profissional”, explica.


        Um estudo norte-americano mostrou que os brasileiros têm experimentado emoções negativas no trabalho. Os dados colocaram o Brasil em quarto lugar entre os países com os trabalhadores mais tristes da América Latina.


        Não existe fórmula mágica que possa agradar a todos e transformar os trabalhadores em pessoas mais felizes. As exigências mudam bastante de um ser humano para outro. Mas, como uma habilidade, a felicidade pode ser construída no dia a dia. Juliana destaca que, além das responsabilidades das organizações, o profissional também precisa ter a intencionalidade para encontrar o bem-estar.


        “A felicidade é um alvo que muda muito. Talvez o que te faz feliz hoje não vá causar o mesmo sentimento amanhã e vice-versa. O ponto é entender no dia a dia como você pode ser um pouco mais feliz”, comenta.


(Geovanna Hora. “Pesquisadora da felicidade indica 5 hábitos para ser mais feliz no trabalho; veja quais são”. Disponível em: https://www.estadao.com.br. 02.01.2025. Adaptado)

No trecho do 4o parágrafo “... os brasileiros têm experimentado emoções negativas no trabalho.” a expressão destacada pode ser substituída, preservando seu sentido bem como a norma-padrão da língua portuguesa, por:
Alternativas
Q3236588 Português
O texto a seguir deve ser lido com atenção para responder à questão.


Reduzir consumo de carne vermelha pode proteger cérebro, diz estudo 


    Reduzir o consumo de carne vermelha pode ter muitos impactos positivos — em seu coração, no meio ambiente e, possivelmente, até mesmo na sua saúde cognitiva a longo prazo, segundo um novo estudo publicado na quarta-feira (15) no periódico Neurology.

    Aqueles que consumiam um quarto de porção ou mais de carnes vermelhas processadas — como bacon, mortadela e cachorro-quente — tiveram uma chance 13% maior de desenvolver demência do que aqueles que consumiam menos de um décimo de porção por dia, de acordo com o estudo.

    Uma porção de carne vermelha é geralmente cerca de 85 gramas, o que equivaleria a duas fatias de bacon, 1,5 fatia de mortadela ou um cachorro-quente, segundo um comunicado sobre o estudo.

    Os pesquisadores também descobriram que uma porção diária extra de carne vermelha processada, em média, estava associada a uma aceleração de 1,6 ano no envelhecimento cerebral, segundo o estudo.

    Os métodos do estudo são observacionais, o que significa que os pesquisadores não podem afirmar com certeza que as carnes vermelhas processadas estão causando a demência, apenas que existe uma associação entre as duas. Mas a investigação sobre a conexão continuará, de acordo com um dos autores do estudo, Daniel Wang, professor assistente no departamento de nutrição da Harvard T.H. Chan School of Public Health.

    "Estudos de coorte grandes e de longo prazo são essenciais para investigar condições como demência, que podem se desenvolver ao longo de décadas", diz Wang em um comunicado. "Continuamos montando esse quebra-cabeça para entender os mecanismos que causam demência e declínio cognitivo." 

    Para este estudo, os pesquisadores analisaram dados de mais de 133.000 pessoas com idade média de 49 anos do Nurses" Health Study e Health Professionals Follow-Up Study. Os dados incluíam informações detalhadas de saúde pesquisadas por um longo período, incluindo as dietas dos participantes, e foram atualizados a cada dois a quatro anos, de acordo com o estudo.

    Mais de 11.000 participantes do estudo foram diagnosticados com demência em um período de 43 anos.

    Existem teorias sobre _______ a carne vermelha pode representar um risco particular para a saúde cognitiva. A carne vermelha tem uma alta quantidade de gordura saturada e produz um composto orgânico ligado a doenças cardiovasculares, e os dois juntos podem danificar o sistema nervoso, o que piora o declínio cognitivo, segundo Song.

    "Além disso, a resposta inflamatória e os distúrbios metabólicos (por exemplo, resistência à insulina) associados ao alto consumo de carne vermelha também podem desempenhar um papel", acrescenta.


Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/reduzir-consumo-de-carne-vermelha-pode-proteger-cerebro-diz-estudo (adaptado). 
"Estudos de coorte grandes e de longo prazo são essenciais para investigar condições como demência, que podem se desenvolver ao longo de décadas", diz Wang em um comunicado.

Sobre o uso dos modos e tempos verbais no trecho acima, é correto afirmar que:
Alternativas
Q3236316 Português
O texto a seguir deve ser lido com atenção para responder à questão.


Pesquisadores da USP encontram microplásticos nos cérebros de oito pessoas


    De tão pequenas, é impossível vê-las a olho nu. Mas elas existem e estão em todos os lugares. No mexilhão comprado direto do pescador, nas frutas e nos legumes da feira ou nos alimentos industrializados do mercado. Também já foram encontradas na cerveja, no chá, no leite, na água (em especial a engarrafada) e ainda no solo e no ar.

    Em formato de esfera, fios ou fragmentos de filmes ou espuma, as partículas de plástico de tamanho microscópico são hoje mais abundantes do que nunca no planeta. Com a vida imersa em plásticos, era esperado que, em algum momento, diminutos fragmentos do material fossem encontrados até mesmo no mais protegido dos órgãos humanos, o cérebro. Agora foram.

    Na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), a patologista Thais Mauad, o engenheiro ambiental Luís Fernando Amato Lourenço e a bióloga Regiani Carvalho de Oliveira identificaram partículas de microplástico no cérebro de oito pessoas que viveram ao menos cinco anos na cidade de São Paulo. Após a morte, elas foram submetidas a autopsia no Serviço de Verificação de Óbitos da Capital, onde os pesquisadores coletaram amostras de uma estrutura chamada bulbo olfatório.

    Localizado no interior do crânio logo acima do nariz, os bulbos olfatórios - há dois, um em cada hemisfério cerebral - são a primeira parte do sistema nervoso central a que chegam as informações sobre os cheiros. Eles estão em contato com neurônios que detectam moléculas de odor no fundo do nariz e funcionam como uma potencial via de entrada dessas e de outras partículas, além de microrganismos, no cérebro.

    Os pesquisadores precisaram resgatar equipamentos que não eram usados havia mais de 40 anos, como seringas de vidro, para lidar com esse material biológico. Também tiveram de adotar um protocolo rigoroso de limpeza dos utensílios - com lavagens com água filtrada três vezes e o uso de acetona -, além de substituir o plástico por papel alumínio ou vidro para cobrir ou fechar os recipientes. Nos dias de manipulação do material, só se podia usar roupas de algodão. 

    Eles congelaram as amostras do bulbo olfatório e as fatiaram em lâminas com 10 micrômetros (µm) - cada micrômetro corresponde ao milímetro dividido em mil partes iguais. Uma parte do material foi digerida por enzimas para que fosse possível detectar partículas eventualmente situadas em regiões profundas das amostras. Depois de preparado, o material foi levado para o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas. Lá fica o Sirius, uma das mais brilhantes fontes de radiação síncrotron em atividade no mundo.

    Ele produz um tipo especial de luz altamente energética que alimenta 10 estações de trabalho. Com o auxílio do físico Raul de Oliveira Freitas e da química Ohanna Menezes, ambos do CNPEM, a equipe da USP usou uma dessas estações - a Imbuia - ao longo de uma semana para iluminar as amostras com um feixe de radiação infravermelha e caracterizar a composição de partículas de plástico encontradas nelas.

    Ao comparar a quantidade de micro e nanoplásticos (MNP) nos três órgãos, os pesquisadores observaram que ela era até 20 vezes mais elevada no cérebro do que no fígado, onde foi encontrada a menor concentração. Também notaram que a quantidade de micro e nanoplásticos mais do que dobrou de um período para outro. Nas amostras de 2024, havia, em média, 8.861 microgramas (µg) de micro e nanoplásticos por grama (g) de tecido cerebral. Oito anos antes, a concentração média era de 3.057 µg/g.

    No fígado, ela era 145 µg/g em 2016 e subiu para 465 µg/g em 2024. Nos rins, a quantidade foi intermediária (cerca de 600 µg/g) nos dois períodos. Em todos os casos, o material detectado em maior abundância foi o polietileno. Também derivado do petróleo, esse polímero plástico foi sintetizado casualmente em 1898 pelo químico alemão Hans von Pechmann (1850-1902) e hoje é o plástico mais produzido no mundo (34% do total), usado em sacolas, garrafas, copos e filmes plásticos.


Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/pesquisadores-da-usp-encontram-microplasticos-no-cerebro-de-oito-pessoas/ (adaptado).
A classificação gramatical das palavras é essencial para compreender a estrutura das orações na língua portuguesa. No trecho "Eles congelaram as amostras", as palavras pertencem a diferentes classes gramaticais. Nesse sentido, assinale a alternativa que classifica corretamente cada palavra da frase.
Alternativas
Q3236116 Português
Por uma globalização mais humana


   A globalização é o estágio supremo da internacionalização. O processo de intercâmbio entre países, que marcou o desenvolvimento do capitalismo desde o período mercantil dos séculos 17 e 18, expande-se com a industrialização, ganha novas bases com a grande indústria, nos fins do século 19, e, agora, adquire mais intensidade, mais amplitude e novas feições. O mundo inteiro torna-se envolvido em todo tipo de troca: técnica, comercial, financeira, cultural.

   Vivemos um novo período na história da humanidade. A base dessa verdadeira revolução é o progresso técnico, obtido em razão do desenvolvimento científico e baseado na importância obtida pela tecnologia, a chamada ciência da produção.

   Todo o planeta é praticamente coberto por um único sistema técnico, tornado indispensável à produção e ao intercâmbio e fundamento do consumo, em suas novas formas.

   Graças às novas técnicas, a informação pode se difundir instantaneamente por todo o planeta, e o conhecimento do que se passa em um lugar é possível em todos os pontos da Terra.

    A produção globalizada e a informação globalizada permitem a emergência de um lucro em escala mundial, buscado pelas firmas globais que constituem o verdadeiro motor da atividade econômica.

    Tudo isso é movido por uma concorrência superlativa entre os principais agentes econômicos – a competitividade.

   Num mundo assim transformado, todos os lugares tendem a tornar-se globais, e o que acontece em qualquer ponto do ecúmeno (parte habitada da Terra) tem relação com o que acontece em todos os demais.

   Daí a ilusão de vivermos num mundo sem fronteiras, uma aldeia global. Na realidade, as relações chamadas globais são reservadas a um pequeno número de agentes, os grandes bancos e empresas transnacionais, alguns Estados, as grandes organizações internacionais.

    Infelizmente, o estágio atual da globalização está produzindo ainda mais desigualdades. E, ao contrário do que se esperava, crescem o desemprego, a pobreza, a fome, a insegurança do cotidiano, num mundo que se fragmenta e onde se ampliam as fraturas sociais.

    A droga, com sua enorme difusão, constitui um dos grandes flagelos desta época.

    O mundo parece, agora, girar sem destino. É a chamada globalização perversa. Ela está sendo tanto mais perversa porque as enormes possibilidades oferecidas pelas conquistas científicas e técnicas não estão sendo adequadamente usadas.

    Não cabe, todavia, perder a esperança, porque os progressos técnicos obtidos neste fim de século 20, se usados de uma outra maneira, bastariam para produzir muito mais alimentos do que a população atual necessita e, aplicados à medicina, reduziriam drasticamente as doenças e a mortalidade.

   Um mundo solidário produzirá muitos empregos, ampliando um intercâmbio pacífico entre os povos e eliminando a belicosidade do processo competitivo, que todos os dias reduz a mão de obra. É possível pensar na realização de um mundo de bem-estar, onde os homens serão mais felizes, um outro tipo de globalização.



(Milton Santos. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br./Acesso em: janeiro de 2025.)
“O processo de intercâmbio entre países, que marcou o desenvolvimento do capitalismo desde o período mercantil dos séculos 17 e 18, expande-se com a industrialização, ganha novas bases com a grande indústria, nos fins do século 19, e, agora, adquire mais intensidade, mais amplitude e novas feições.”(1º§) Em relação ao excerto, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Q3235862 Português
A mão no metrô


     Assim que o metrô chegou, ela preparou-se para incomodação. Porque o vagão estava cheio, completamente lotado, e ela já sabia o que a esperava tão logo embarcasse: sem demora, algum homem, ou vários homens, encostariam nela, tentando tirar proveito da situação. Mulher ainda jovem, bonita, estava sujeita a essas situações, que a deixavam indignada. Mas, como outras usuárias na mesma situação, resignava-se. Era, achava, o preço que tinha de pagar por ser pobre, por não ter carro, como outras colegas de escritório.

    Pensou em não entrar, em esperar outro metrô mais vazio. Mas já era tarde, e ela precisava ir para casa. Num impulso, entrou, e imediatamente viu-se na clássica posição de sardinha em lata, imprensada entre corpos, vários deles masculinos. Só faltava a mão.

    Que não tardou a se fazer presente. Aos poucos, suavemente, ela sentiu a pressão de dedos sobre seu corpo.

    Mas, surpreendentemente, aquilo não a enojou, não a alarmou. Porque era diferente, o contato daquela mão. Não se tratava de uma “mão-boba”; não havia malícia naqueles dedos, não havia safadeza. Para começar, eles estavam em lugar neutro, não nas nádegas, não nas coxas, mas nas costas, as costas que ela tinha doloridas depois de um dia de árduo trabalho. E a mão não estava em busca de prazer, de sacanagem; estava simplesmente pousada, quieta. Como se dissesse estou em busca de contato humano, é só isso que eu quero.

    Ela poderia olhar ao redor, tentar descobrir quem, daqueles homens e mulheres à sua volta, estava a tocá-la. Mas não queria fazer isso. A verdade é que a gentil mão não a incomodava. Pelo contrário, fazia com que lembrasse uma passagem na infância, o dia em que o pai a levara à escola pela primeira vez. Tinham também ido de metrô; ela estava assustada, chorosa. O pai então colocara-lhe a mão nas costas, como a ampará-la, dizendo qualquer coisa do tipo “não chore, a escola é boa, você vai gostar”. E ela se acalmara, não tanto por causa das palavras, mas pelo contato da mão paterna. E era a mesma sensação que tinha agora: a sensação de amparo, de conforto.

     Estava chegando, precisava descer. Como se houvesse percebido, a mão, discretamente, retirou-se de seu dorso. A porta se abriu e ela saiu do vagão. Ainda teve a tentação de olhar para trás, mas resistiu. Não queria associar nenhum dos rostos que ali estavam com a mão que a tocara. Queria, isto sim, guardar a lembrança dessa mão como uma entidade misteriosa que, de algum modo, a fizera viver uma estranha e perturbadora aventura.


(Moacyr Scliar. Folha de São Paulo. São Paulo. Em: 12/09/2005.)
Considerando a estrutura linguística das informações em destaque, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Q3235651 Português
Durante todo o artigo, é possível notar que a autora faz projeções e profere desejos, enunciados que se apoiam, linguisticamente, no uso do modo verbal subjuntivo. Em qual dos trechos a seguir NÃO se pode ver a utilização de tal modo verbal?
Alternativas
Q3235428 Português
Acessibilidade (in)visível 

    Acessibilidade é uma daquelas palavras que pode parecer simples e direta: criar condições para que todos possam participar da sociedade de forma plena e igualitária. Mas, na prática, é um desafio gigantesco no Brasil. Apesar de termos mais de 18 milhões de pessoas com deficiência no país, e mais da metade serem negras, segundo o IBGE, os debates sobre acessibilidade precisam ganhar mais espaço, especialmente enquanto as soluções reais continuam inacessíveis para muitos.
    Esse é um debate, aliás, que deveria interessar a todos. Primeiramente, porque ninguém está livre de precisar de dispositivos de acessibilidade em algum momento da vida. Nosso país está envelhecendo e, à medida que ganhamos idade, nossa mobilidade, visão, audição e outras funções tendem a mudar. Em segundo lugar, aquilo que facilita a vida de pessoas com deficiência também pode ser útil para o restante da sociedade. Quer um exemplo? O envio de mensagens de voz começou como recurso de acessibilidade e virou parte da rotina de milhões de pessoas.
    Dispositivos e estruturas acessíveis não beneficiam só uma parcela da população; tornam o mundo mais funcional para todos. Imagine ruas, transportes e serviços públicos que considerem as necessidades de pessoas cegas ou surdas, cadeirantes, idosos, pessoas com deficiências invisíveis. Não seria somente mais inclusivo, como mais eficiente e humano.
     O problema é que, muitas vezes, o discurso não acompanha a prática. Rampas com inclinação errada, banheiros adaptados em empresas onde ninguém com deficiência é contratado ou mesmo a ausência de recursos básicos como legendas em filmes brasileiros, como apontou recentemente o influenciador Ivan Baron ao criticar a falta de closed caption na obra-prima “Ainda estou aqui”. Esses problemas são apenas a ponta do iceberg de uma questão sistêmica.
    E o que dizer dos preços de dispositivos de acessibilidade? Um elevador residencial ou uma cadeira de rodas motorizada podem custar o equivalente a anos de salário para muitas famílias. O acesso ao apoio psicológico ou terapias especializadas, especialmente para pessoas no espectro autista, é restrito e, muitas vezes, depende de planos de saúde caros.
    Outro ponto que precisa de atenção é a visibilidade das deficiências invisíveis, como transtornos mentais, condições neurológicas ou deficiências cognitivas, que frequentemente ficam fora do debate. Essa invisibilidade contribui para que o foco esteja apenas nas adaptações físicas, deixando de lado outras necessidades igualmente importantes.
    Há avanços significativos, mas ainda limitados. Uma boneca cadeirante, por exemplo, é um produto inspirador, mas quantas lojas físicas e virtuais a tornam disponível de forma acessível? Não deveria ser apenas um item “instagramável” ou usado para campanhas publicitárias que buscam prêmios de inovação. Deveria ser um produto comum, encontrado em qualquer prateleira, porque a inclusão precisa estar na rotina.
    Portanto, a acessibilidade precisa deixar de ser um tema isolado. Empresas, governos e sociedade como um todo têm a ganhar ao priorizar essa pauta. Acessibilidade é incrível, mas precisa ser mais do que uma palavra bonita. Precisa ser acessível na prática.

(Disponível em: https://oglobo.globo.com/ela/luana-genot/coluna/2024/acessibilidade-invisivel.ghtml. Acesso em: dezembro de 2024. Adaptado.)



Imagine ruas, transportes e serviços públicos que considerem as necessidades de pessoas cegas ou surdas, cadeirantes, idosos, pessoas com deficiências invisíveis.” (3º§) Quanto ao tempo e ao modo verbal dos verbos “imaginar” e “considerar”, nesse contexto, pode-se afirmar que estão conjugados no:
Alternativas
Q3235100 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.


Aniversário de amizade


    As pessoas comemoram aniversários de namoro e de casamento e jamais lembram os marcos das amizades. A amizade repousa num tempo indefinido e vago, sem festa, sem torta e sem parabéns. É uma omissão injusta. Favorecemos as amarras do romance e descuidamos dos laços da fraternidade.

    Ninguém festeja a data em que se conheceu um amigo muito especial. Fabrício percebeu a lacuna quando Eduardo, seu amigo que morava em São Paulo, lembrou-lhe de que em 15 de agosto completariam 20 anos de amizade. Combinaram de jantar nesse dia para comemorar as bodas de porcelana da amizade.

    Amigo é algo tão sério que deveríamos pedir o ombro da pessoa para os seus pais. Se pedimos a mão da mulher em casamento, o ideal seria solicitar o ombro leal e fiel de nosso amigo com a mesma solenidade, olhando nos olhos dos pais dele e prometendo sinceridade e cuidado para a vida toda. Amigo é destino, amigo é vocação, é amor de anjo, é inocência de intenção.

    Temos que frequentar a casa e a família, ir a enterros e nascimentos, suportar a intimidade das contradições e oferecer conselhos. Pelo jeito, Fabrício e Eduardo chegarão às bodas de ouro. Faltam ainda trinta anos, mas não tiveram nenhuma discussão de relacionamento ao longo da cumplicidade de ambos.


(Fabrício Carpinejar. Amizade é também amor. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017. Adaptado)
No trecho contido no primeiro parágrafo − As pessoas comemoram aniversários de namoro e de casamento e jamais lembram os marcos das amizades. –, os dois verbos destacados estão no tempo presente. Passando-os para o tempo passado, têm-se, na ordem em que se apresentam:
Alternativas
Q3234350 Português

Leia a tirinha a seguir para responder à questão. 



Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3621/calvin-e-seus-amigos 


Em relação aos trechos a seguir, retirados da tirinha, analise as afirmativas e classifique-as em verdadeiro (V) ou falso (F). Em seguida, marque a alternativa correta.



( ) “Você ao menos leu o capítulo do livro de história que eu mandei?” – “ler” está conjugado no pretérito perfeito do indicativo.


( ) “Eu tentei, mas a editora do livro não usou um bom fixador de impressão.” – “mas” é uma conjunção adversativa.


( ) “Não preciso nem dizer que quando eu peguei o livro, todas as letras caíram das páginas e ficaram espalhadas no chão.” – “Não” e “nem” são advérbios de modo.


( ) “Acho que minhas desculpas precisam ser menos elaboradas” – “minhas” é uma preposição.

Alternativas
Q3234206 Português
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, um verbo na 3ª pessoa singular do pretérito imperfeito e um verbo na 3ª pessoa plural do futuro do presente. 
Alternativas
Q3231892 Português
A jornada da inclusão, o direito à escola


Busquemos apoio legal, registremos ocorrências, mas jamais deixemos nossos filhos sem amparo
Bebel Soares | 09/02/2025 


    O texto de hoje não é meu, é de uma mãe que vem lutando pelo direito de sua filha frequentar a escola. Renata Zarnowski é uma mãe que, como toda mãe de criança neurodivergente, é incapaz de permanecer em silêncio diante dessa luta incessante.

    “Após sair do Conselho Tutelar, me vejo obrigada a expor a realidade dos últimos anos. Luiza, diagnosticada com autismo, é também superdotada e tem transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), o que torna sua experiência escolar ainda mais desafiadora.

    Buscamos uma escola que prometia um método de ensino voltado a projetos e aulas sem tantas formalidades, mas logo se revelou um pesadelo. A aparência de flexibilidade se desfez diante da falta de preparação da escola para lidar com a individualidade da minha filha. Desde repreensões pelo vestuário até a indiferença com suas necessidades sensoriais, tudo contribuiu para um crescente isolamento. Mesmo com pareceres de especialistas que respaldavam minha presença na sala para auxiliá-la, as portas continuaram fechadas. A barreira ergueu-se ainda mais com a gestão escolar, que nos via mais como problema do que como uma família em busca de inclusão.

    A situação se agravou em 2024; Luiza foi alvo de bullying. O apelido de ‘turista’ evoluiu para grosserias intoleráveis - provou-se ser mais que um simples problema social. Tentamos apoiá-la com chamadas de celular, a única ponte entre a segurança emocional dela e o ambiente OSTIL/HOSTIL que se tornou a escola. No entanto, até mesmo esse frágil apoio foi visto com desdém pela instituição. Os momentos vieram acompanhados de lágrimas e resistência, um quadro insustentável que CULMINOU/CUMINOU na ausência total de Luiza nas aulas.

    Diante disso, nossa busca foi por justiça e amparo, um clamor que compartilho agora com cada pai e mãe que se sente impotente diante de instituições que falham em sua responsabilidade. O bullying que Luiza enfrentou não deve ser calado ou minimizado. É crime e deve ser tratado como tal1 . Ao perceber a criação de contas falsas online para prejudicá-la, vi claramente que, para alguns, o bullying continua sendo ‘só’ mais um ‘comportamento infantil’, tratado com conversas que não envolveram os pais do agressor, sem medidas drásticas para algo que, comprovadamente, incita suicídios e depressões.

    Sejamos ALDACIOSOS/AUDACIOSOS. Busquemos apoio legal, registremos ocorrências, mas jamais deixemos nossos filhos sem amparo2 . São eles que construirão seu futuro em meio às dificuldades e são DIGNOS/DÍGUINOS de ambientes que os respeitem e os compreendam. Devemos exigir que instituições educativas vejam além das métricas e se comprometam genuinamente com a inclusão de todos, não apenas quando é conveniente ou lucrativo.

    Se há algo que quero deixar como legado nessa batalha, é que nunca desistirei de lutar pela Luiza. Que outros pais se juntem a essa luta, não apenas pelo nosso direito, mas para construir um futuro em que toda criança possa ser aceita por quem realmente é, única e INSUBSTITUÍVEL/INSUBISTITUÍVEL3 .
Vamos todos juntos levantar essa bandeira.” 


SOARES, Bebel. A jornada da inclusão, o direito à escola. Estado de Minas, 09 de fevereiro de 2025.
Disponível em: https://www.em.com.br/colunistas/bebelsoares/2025/02/7054328-a-jornada-da-inclusao-odireito-a-escola.html. Acesso em: 10 fev. 2025.
Adaptado para esta avaliação.
Observe os três períodos sublinhados nos últimos parágrafos do texto. Qual(is) deles apresenta(m), em sua construção, verbo(s) representativo(s) do modo subjuntivo?
Alternativas
Q3228810 Português

A questão se refere ao texto abaixo.


Protejam as crianças da literatura


Wilson Gomes


    "Eu sou a favor da suspensão, porque não é certo o ensinamento desse livro", afirmou uma jovem mãe mineira, ao ser indagada sobre o que achava de o "Menino Marrom", de Ziraldo, ter tido o seu uso didático temporariamente suspenso em Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais. Essa convicção se repete na voz de um jovem pai, que acrescenta que é preciso estar alerta aos livros escolares, sim, e já tinha até planejado ir à Secretaria de Educação "com relação a alguns livros" de leitura obrigatória. Notem o plural.


    Fatos dessa natureza têm recebido enorme cobertura da mídia e inundado o debate público nacional a partir dos ambientes digitais. Não é claro para mim se foi a cobertura que aumentou ou se realmente houve um incremento nas ações de pais e autoridades para restringir o acesso de crianças e jovens a determinados livros. De todo modo, é notável como esses episódios continuam a se repetir.


    Há quem salte para grandes conclusões, atribuindo ao avanço da extrema direita uma onda de moralismo inquisitorial e uma temporada de caça a livros e a outras bruxarias artísticas e literárias no país. E há quem diga claramente que a paixão por censurar se restringe a obras antirracistas ou com temáticas relacionadas à cultura africana no Brasil. As evidências, contudo, não autorizam saltos tão grandes.


    Primeiro, se é verdade que a ultradireita acredita que o mal pode residir em livros e representações artísticas, identitários de esquerda compartilham o mesmo temor e idêntica vontade de proibir, cancelar e punir. A única diferença real entre as duas posições reside na definição do que exatamente constitui o mal. Para identitários, livros ofendem minorias, oferecem "gatilhos" que acionam sofrimentos em certas pessoas, induzem ao racismo, à misoginia, à homofobia e à transfobia e colonizam o pensamento. Para os ultraconservadores, a literatura ensina ideias religiosas falsas, induz à homossexualidade, faz doutrinação ideológica, promove a ideologia de gênero e o comunismo, além de expor crianças à violência e ao sexo.


    Em ambos os casos, há a convicção comum de que as crianças, quando não todas as pessoas, precisam ser protegidas dos livros. E, se possível, que se deem alguns passos mais, que variam desde a reescrita "politicamente correta" — alô, Lobato — ou "de acordo com a sã doutrina" de obras literárias, até a criação de listas de livros e de autores proibidos e a emissão de condenações públicas contra autores, eventualmente, até enquadrando-os em algum tipo penal.


    A rapidez com que se passa do julgamento moral de alguém que se sente ofendido — e o "sentir-se ofendido" é considerado motivo suficiente para a decisão de que um livro não presta — até o pedido de censura e punição ao autor é a mesma nos dois grupos. O identitário grita "racismo religioso" ou "transfobia" com a mesma celeridade com que o conservador conclui que "não é certo o ensinamento desse livro".


    Em segundo lugar, ao examinar as razões enunciadas por quem considera que a obra faz mal, notamos que a censura é invariavelmente vista como um ato de amor e zelo, pois o censor está sempre protegendo alguém vulnerável — crianças, jovens, membros de minorias, pessoas ignorantes, a massa ingênua. Na bibliografia sobre o tema, já se constatou, há anos, que três variáveis são importantes — o quão protetora é a pessoa que pede por censura, o quão vulnerável ela julga ser a pessoa ou grupo que quer proteger e a magnitude do mal que ela julga ver no objeto que deseja censurar.


    A estimativa do nível do mal depende de muitos fatores, inclusive do grau de conhecimento da obra julgada. Grandes leitores raramente têm medo de livros. Quem joga games eletrônicos não vê os danos que os não jogadores imaginam. Os extremamente protetores tendem a querer censurar tudo — celulares, games, televisão, YouTube, livros —, enquanto os que acham que todo mundo sabe se virar no mundo não querem censurar nada. Quem considera os outros muito ingênuos, estúpidos ou influenciáveis fica aflito com o que eles leem ou veem. Quem acha que todo mundo é mais ou menos como ele acredita que todos são suficientemente sagazes para driblar manipulações.


    Curiosamente, as mesmas pessoas que consideram patéticas e absurdas as alegações de que o livro de Ziraldo incentivaria a violência, que é um fato, consideram altamente sofisticado acreditar que smartphones e plataformas digitais vão tornar seus filhos estúpidos, que games os tornarão violentos, que a televisão... Ah, desculpem, as crianças não veem mais televisão. Deve ser, por isso, que estamos melhores.


Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas. Acesso em: 07 nov. 2024. [Adaptado]

Considere o parágrafo abaixo para responder à questão.


Em ambos os casos, há a convicção comum de que as crianças, quando não todas as pessoas, precisam ser protegidas dos livros. E, se possível, que se deem alguns passos mais, que variam desde a reescrita "politicamente correta" — alô, Lobato — ou "de acordo com a sã doutrina" de obras literárias, até a criação de listas de livros e de autores proibidos e a emissão de condenações públicas contra autores, eventualmente, até enquadrando-os em algum tipo penal.


O verbo “haver” encontra-se no singular, porque

Alternativas
Respostas
141: B
142: B
143: A
144: A
145: D
146: C
147: D
148: D
149: B
150: A
151: B
152: D
153: B
154: A
155: D
156: C
157: B
158: A
159: D
160: A