Questões de Concurso Sobre morfologia em português

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Q2611782 Português
Texto para responder à questão.

APIAÍ E OS ESCRAVOS

    Na sua evolução histórica que teve início lá bem longe, quando se começavam a contar os anos do século XVII, Apiaí recebeu permanentemente o concurso do trabalho do escravo negro para sobreviver, ou talvez para ter dias melhores, às custas da mais ignominiosa mão de obra: o homem, a mulher, a criança, o jovem, e mesmo o ancião, labutando de sol a sol, sem ganhar nada mais que um rústico catre para dormitar por poucas horas, e uma ou duas rações de fubá para fortalecer seus músculos. A primeira notícia escrita que se tem da vida que transcorria no “Pião”, paragem em que se assentou “Santo Antônio das Minas de Apiahy” já se refere a escravos. Lá, foi batizado, no dia 02 de julho de 1.737, o criolinho Antônio, filho adotivo de uma escrava de Francisco Xavier da Rocha!
    A escravidão teve um impacto profundo na cultura e sociedade de Apiaí, assim como em todo o Brasil colonial. Vou destacar alguns aspectos relevantes:

Cultura e Tradições:
A influência africana na cultura brasileira é inegável. Os escravos trouxeram consigo suas línguas, religiões, danças, músicas e tradições. Em Apiaí, essa influência se manifestou em festas, celebrações religiosas e práticas culturais. A capoeira, por exemplo, é uma arte marcial que tem raízes na cultura afro-brasileira e foi praticada por escravos como forma de resistência e expressão.

Religião:
Os escravos mantiveram suas crenças religiosas mesmo sob a opressão. O culto aos orixás, voduns e outras divindades africanas foi adaptado e sincretizado com o catolicismo, resultando nas religiões afro-brasileiras como o candomblé e a umbanda. Em Apiaí, essas práticas religiosas também deixaram sua marca na espiritualidade local.

Arquitetura e Artesanato:
A mão de obra escrava contribuiu para a construção de igrejas, casas e outras estruturas em Apiaí. Muitos elementos arquitetônicos têm influência africana. O artesanato, como a cerâmica e a tecelagem, também refletiu a cultura dos escravos.

Linguagem e Expressões:
Palavras e expressões de origem africana foram incorporadas ao vocabulário brasileiro. Algumas delas ainda são usadas em Apiaí e regiões próximas.

Relações Sociais e Hierarquia:
A escravidão criou uma divisão social rígida, com os senhores de escravos no topo e os escravos na base. Essa hierarquia afetou as relações interpessoais e a estrutura da sociedade. A resistência dos escravos, como fugas e revoltas, também moldou a dinâmica social. 
Analise a oração do texto: A escravidão criou uma divisão social rígida”. A parte grifada apresenta um sujeito
Alternativas
Q2611689 Português
Assinalar a alternativa que apresenta uma classe de palavras variável.
Alternativas
Q2609959 Português

O Alpinista de cancela


Por Fabrício Carpinejar


  1. Existem os alpinistas das cancelas do shopping. Os que praticam rapel na hora de mostrar
  2. o comprovante de pagamento. Vou explicar. Já testemunhei infindáveis casos.
  3. Na saída do estacionamento, no momento de encostar o tíquete no visor eletrônico, o
  4. motorista faz a proeza de parar o carro longe do token. Falta braço. É um goleiro de braço curto.
  5. Começa o constran....imento público, absolutamente evitável. Ele fica encalacrado no
  6. quase. Estica-se todo pela janela aberta, sem conseguir a validação. É possível escutar, mesmo
  7. à distância, os seus ossos estalarem em forçado alongamento.
  8. Com o fracasso, com o engarrafamento aumentando atrás de si, com o medo da buzinada
  9. contagiosa dos colegas de ocasião, ele é tomado pela pressa, pela ansiedade, e se lança para
  10. uma missão impossível: tirar o cinto e abrir a porta do carro.
  11. Só que tampouco quer ter o trabalho de apagar o veículo e andar, recusa-se a empreender
  12. a tarefa calmamente do lado de fora. Não aceita desligar o motor. Não admite desistências.
  13. Então, vira um Minotauro: metade gente, metade touro. Mantém incrivelmente o pé no
  14. pedal do freio e pisa no chão com o outro, jogando o seu corpo para frente, escalando o topo da
  15. montanha da cancela, tentando inutilmente levantar o código de barras do cartão para liberar o
  16. acesso.
  17. Não é que seja um péssimo motorista, não é que não goste de bali....as. É a crença afoita
  18. de que passará pela cancela, não precisará estacionar na cancela como se fosse uma vaga
  19. provisória. Ele executa uma decisão equivocada, intuitiva. Pensa que será uma transição rápida,
  20. e não capricha. Encalha na passagem.
  21. Nem sempre tem um fiscal por perto para acudir. Nem sempre ocorre a leitura automática
  22. da placa por câmera. Além da coreografia cômica, não há como o espectador da confusão não
  23. temer um desastre.
  24. A cena ilustra nossa resistência ao recuo. Temos uma noção de que recuar é covardia, é
  25. ausência de convic....ão, é derrota moral, e realizamos parvoíces em nossa vida. Avançamos
  26. mesmo estando errados, e apenas acentuamos nossa conduta desfavorável.
  27. Um grande erro já foi ínfimo antes. O exaustivo adiamento até a reparação é que o torna
  28. irreversível. O perigo mora nos detalhes. Retroceda no ato. Desculpe-se enquanto age.


(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/carpinejar/noticia/2024/04/os-alpinistas-das-cancelas-do-shopping-praticam-rapel-no-momento-de-encostar-o-tiquete-no-visor – texto adaptado especialmente para esta prova).

Analise as assertivas a seguir a respeito da palavra “encalacrado”, utilizada no texto:


I. Trata-se de um adjetivo.

II. A palavra não varia em gênero e número.

III. Pode-se usá-la para se referir a alguém que se meteu em situação difícil.


Quais estão corretas?

Alternativas
Q2609958 Português

O Alpinista de cancela


Por Fabrício Carpinejar


  1. Existem os alpinistas das cancelas do shopping. Os que praticam rapel na hora de mostrar
  2. o comprovante de pagamento. Vou explicar. Já testemunhei infindáveis casos.
  3. Na saída do estacionamento, no momento de encostar o tíquete no visor eletrônico, o
  4. motorista faz a proeza de parar o carro longe do token. Falta braço. É um goleiro de braço curto.
  5. Começa o constran....imento público, absolutamente evitável. Ele fica encalacrado no
  6. quase. Estica-se todo pela janela aberta, sem conseguir a validação. É possível escutar, mesmo
  7. à distância, os seus ossos estalarem em forçado alongamento.
  8. Com o fracasso, com o engarrafamento aumentando atrás de si, com o medo da buzinada
  9. contagiosa dos colegas de ocasião, ele é tomado pela pressa, pela ansiedade, e se lança para
  10. uma missão impossível: tirar o cinto e abrir a porta do carro.
  11. Só que tampouco quer ter o trabalho de apagar o veículo e andar, recusa-se a empreender
  12. a tarefa calmamente do lado de fora. Não aceita desligar o motor. Não admite desistências.
  13. Então, vira um Minotauro: metade gente, metade touro. Mantém incrivelmente o pé no
  14. pedal do freio e pisa no chão com o outro, jogando o seu corpo para frente, escalando o topo da
  15. montanha da cancela, tentando inutilmente levantar o código de barras do cartão para liberar o
  16. acesso.
  17. Não é que seja um péssimo motorista, não é que não goste de bali....as. É a crença afoita
  18. de que passará pela cancela, não precisará estacionar na cancela como se fosse uma vaga
  19. provisória. Ele executa uma decisão equivocada, intuitiva. Pensa que será uma transição rápida,
  20. e não capricha. Encalha na passagem.
  21. Nem sempre tem um fiscal por perto para acudir. Nem sempre ocorre a leitura automática
  22. da placa por câmera. Além da coreografia cômica, não há como o espectador da confusão não
  23. temer um desastre.
  24. A cena ilustra nossa resistência ao recuo. Temos uma noção de que recuar é covardia, é
  25. ausência de convic....ão, é derrota moral, e realizamos parvoíces em nossa vida. Avançamos
  26. mesmo estando errados, e apenas acentuamos nossa conduta desfavorável.
  27. Um grande erro já foi ínfimo antes. O exaustivo adiamento até a reparação é que o torna
  28. irreversível. O perigo mora nos detalhes. Retroceda no ato. Desculpe-se enquanto age.


(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/carpinejar/noticia/2024/04/os-alpinistas-das-cancelas-do-shopping-praticam-rapel-no-momento-de-encostar-o-tiquete-no-visor – texto adaptado especialmente para esta prova).

Analise o trecho abaixo, retirado do texto, e assinale a alternativa que indica corretamente as classes de palavras às quais pertencem as palavras sublinhadas a seguir, respectivamente:


“É a crença afoita de que passará pela cancela, não precisará estacionar na cancela como se fosse uma vaga provisória”.

Alternativas
Q2609956 Português

O Alpinista de cancela


Por Fabrício Carpinejar


  1. Existem os alpinistas das cancelas do shopping. Os que praticam rapel na hora de mostrar
  2. o comprovante de pagamento. Vou explicar. Já testemunhei infindáveis casos.
  3. Na saída do estacionamento, no momento de encostar o tíquete no visor eletrônico, o
  4. motorista faz a proeza de parar o carro longe do token. Falta braço. É um goleiro de braço curto.
  5. Começa o constran....imento público, absolutamente evitável. Ele fica encalacrado no
  6. quase. Estica-se todo pela janela aberta, sem conseguir a validação. É possível escutar, mesmo
  7. à distância, os seus ossos estalarem em forçado alongamento.
  8. Com o fracasso, com o engarrafamento aumentando atrás de si, com o medo da buzinada
  9. contagiosa dos colegas de ocasião, ele é tomado pela pressa, pela ansiedade, e se lança para
  10. uma missão impossível: tirar o cinto e abrir a porta do carro.
  11. Só que tampouco quer ter o trabalho de apagar o veículo e andar, recusa-se a empreender
  12. a tarefa calmamente do lado de fora. Não aceita desligar o motor. Não admite desistências.
  13. Então, vira um Minotauro: metade gente, metade touro. Mantém incrivelmente o pé no
  14. pedal do freio e pisa no chão com o outro, jogando o seu corpo para frente, escalando o topo da
  15. montanha da cancela, tentando inutilmente levantar o código de barras do cartão para liberar o
  16. acesso.
  17. Não é que seja um péssimo motorista, não é que não goste de bali....as. É a crença afoita
  18. de que passará pela cancela, não precisará estacionar na cancela como se fosse uma vaga
  19. provisória. Ele executa uma decisão equivocada, intuitiva. Pensa que será uma transição rápida,
  20. e não capricha. Encalha na passagem.
  21. Nem sempre tem um fiscal por perto para acudir. Nem sempre ocorre a leitura automática
  22. da placa por câmera. Além da coreografia cômica, não há como o espectador da confusão não
  23. temer um desastre.
  24. A cena ilustra nossa resistência ao recuo. Temos uma noção de que recuar é covardia, é
  25. ausência de convic....ão, é derrota moral, e realizamos parvoíces em nossa vida. Avançamos
  26. mesmo estando errados, e apenas acentuamos nossa conduta desfavorável.
  27. Um grande erro já foi ínfimo antes. O exaustivo adiamento até a reparação é que o torna
  28. irreversível. O perigo mora nos detalhes. Retroceda no ato. Desculpe-se enquanto age.


(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/carpinejar/noticia/2024/04/os-alpinistas-das-cancelas-do-shopping-praticam-rapel-no-momento-de-encostar-o-tiquete-no-visor – texto adaptado especialmente para esta prova).

A palavra “infindáveis” foi formada a partir da junção do prefixo in- ao vocábulo “findáveis”, conferindo a ela um sentido negativo. Assinale a alternativa que apresenta palavra formada pela adição do mesmo prefixo e com o mesmo significado.

Alternativas
Q2609918 Português

Não é justo só chamar de viúvo ou viúva o atual parceiro no momento da partida


Por Fabrício Carpinejar


  1. A morte atin...e toda uma vida.
  2. Se morre quem foi sua ex-esposa ou ex-marido, você será também viúvo ou viúva, mesmo
  3. que não estivessem juntos há muito tempo.
  4. A nomenclatura tradicional é só chamar de viúvo ou viúva o atual parceiro no momento
  5. da partida, o que não é justo.
  6. O fim abole o corpo da cronolo...ia, resgata o espírito das lembranças.
  7. A viuvez não é exclusiva ao estado civil de uma fase da existência, mas envolve as fases
  8. e idades pregre...as.
  9. Não morre unicamente a versão final da pessoa, acontece a despedida de suas diferentes
  10. versões, do passado por completo.
  11. Se _______ cinco casamentos, haverá cinco viúvos ou viúvas. E nenhum é mais ou menos
  12. legítimo do que o outro. Nenhum é mais ou menos valioso do que o outro. As lágrimas não
  13. _______ hierarquia.
  14. Não importam a separação, as brigas, as desavenças, o papel do divórcio diante do bem
  15. inviolável da cumplicidade.
  16. É um choque receber a notícia de adeus de um antigo amor.
  17. Você desmoronará em segundos. Arcará com uma tremedeira das mãos, um baque, um
  18. desconforto, um desespero, como se tivesse dormido ao lado daquela companhia no dia. Como
  19. se tivesse tomado o café da manhã com ela. Como se tivesse recém tocado em seu rosto ausente.
  20. Perderá o ar, o chão, as palavras.
  21. Maior do que a intimidade da paixão que já existiu na convivência é a intimidade da dor
  22. que agora bate a sua porta. Para a dor, não existe ontem.
  23. Demorará para a notícia soar convincente. Você não achará possível, acreditará que é uma
  24. mentira.
  25. Vai doer o futuro abreviado, o que o ente querido não teve chance de viver.
  26. Este é o mais decisivo ponto de virada emocional: você deixa de ser egoísta, de pensar
  27. em si. Não é um arrependimento pelo término da relação, mas um pesar generoso pelo término
  28. de uma vida.
  29. Não significa que continua amando o ex, que reprimiu o seu querer por longo período,
  30. significa que reconhece o quanto ele se mostrou decisivo em sua evolução.
  31. O sofrimento do luto será igual dentro ou fora do casamento. As memórias mais remotas
  32. voltarão à tona: as gargalhadas, as canções, as viagens, as festas, a amizade.
  33. Tudo o que foi ruim desaparecerá, restando apenas a gratidão. Sentirá uma estranha e
  34. extraordinária comoção pela história em comum.
  35. Você se perceberá como uma peça de um desafiador puzzle. E qualquer peça é importante.
  36. Até porque, na hora de montar o quebra-cabeça, aconselha-se começar pelas bordas.
  37. Você é uma das pontas da imagem, fez parte de um sonho. Não se encontra no centro
  38. dos acontecimentos, na cabeceira do velório, segurando a alça do caixão, não se vê como
  39. protagonista da perda, mas está ali, presente no início difícil, nas primeiras descobertas da
  40. silhueta, na composição das cores e de padrões, possibilitando o encaixe do conjunto e a
  41. formação da saudade.


(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/carpinejar/noticia/2024/04/nao-e-justo-so-chamar-de-viuvo-ou-viuva-o-atual-parceiro-no-momento-da-partida – texto adaptado especialmente para esta prova).

Assinale a alternativa que classifica corretamente o vocábulo “tradicional” (l. 04).

Alternativas
Q2609581 Português

Um peso, duas medidas

Mãe tem que dar conta sozinha, pai precisa de apoio. Ele nem precisou pedir ajuda, a ajuda apareceu

Bebel Soares | 02/06/2024


Janaína chegou com a filha de 8 anos naquela cidadezinha rural, que fica a 280 quilômetros de Belo Horizonte. O pai dela estava preso por tráfico, e Janaína não tinha família nem amigos. A moça conheceu Danilo, que já morava naquela cidade há uns cinco anos, e eles acabaram se casando.

Janaína engravidou, e Danilo as levou para morar longe da cidade. O local ficava a uns oito quilômetros de distância do Centro, uma casinha isolada, num local ermo, com acesso por estrada de terra, sem sinal de celular. Ele era abusivo, a humilhava e a privava de tudo.

Danilo foi trabalhar como segurança na cidade vizinha, passava a semana lá e, nos fins de semana, ia ver a esposa e as meninas, sempre indo embora e as deixando com poucos recursos. Janaína desenvolveu alcoolismo, bebia cachaça e deixava a filha mais nova sob os cuidados da mais velha. Depois passou a vender bebidas em casa, e a preocupação com a segurança das crianças passou a ser pauta no serviço social da cidade, especialmente em relação a abusos sexuais. As meninas ficaram abandonadas, até que o Conselho Tutelar interveio e ameaçou tirar a guarda das meninas.

Foi nesse momento que Janaína pediu ajuda: ela queria parar de beber, e não conseguiria fazer isso sozinha. Desde 1967, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o alcoolismo uma doença e é recomendado que autoridades o encarem como uma questão de saúde pública. No entanto, essa mãe, que pedia socorro para se livrar do vício, foi negligenciada. Mesmo pedindo ajuda, era ignorada.

Quando o marido aparecia, ele a humilhava, dizia que ela o envergonhava, não ajudava e continuava passando as semanas na cidade onde trabalhava, deixando-a sozinha com as crianças e com seu vício.

Anos depois, a mãe começou a ter crises de dor abdominal, indo ao posto de saúde. Ela precisava ser encaminhada para o hospital referência da cidade, mas se negava, não tinha com quem deixar as crianças. Nessas idas ao posto, ela confidenciava às profissionais que queria mudar. Que queria se arrumar, se cuidar, escovar o cabelo, fazer as unhas, mas não tinha forças para isso.

As dores abdominais voltavam, ela era encaminhada com urgência para o hospital, mas não ia, não tinha ninguém para ficar com as meninas, mesmo numa emergência tão séria. Não tinha nenhuma rede de apoio. Não podia contar com ninguém, nem com o próprio marido.

Na última crise, Janaína faleceu. Ela tinha 35 anos e foi levada por uma pancreatite numa manhã de domingo. Estava sozinha, nem o marido a acompanhava. Ela era uma mulher linda, saudável, jovem. Sucumbiu ao etilismo por abandono, pela solidão. Tantas vezes pediu ajuda, e a ajuda nunca veio. Nunca conseguiu uma rede de apoio, nem quando precisava cuidar da própria saúde. Não pôde se tratar ________ precisava ficar com as filhas. Perdeu a vida. Saiu da sua terra para morrer sozinha, numa terra que não era dela, onde ela era invisibilizada.

Depois de tudo isso, a população se sensibilizou com o pai – sim, ela teve que dar conta sozinha, mas o pobre Danilo, não. “Tadinho do Danilo, coitado... Viúvo, vai precisar de uma grande rede de apoio, já que agora está sozinho com as filhas e precisa trabalhar.”

Um peso, duas medidas. Mãe tem que dar conta sozinha, pai precisa de apoio. Ele nem precisou pedir ajuda, a ajuda apareceu. Mulheres, mães, se solidarizaram com a situação do pai solo, como se ele fosse a vítima e Janaína tivesse morrido como uma vilã. Como se ela tivesse escolhido o abandono.

(Texto baseado no relato de uma amiga que acompanhou a história. Os nomes foram alterados para preservar a identidade dos envolvidos.)

SOARES, Bebel. Um peso, duas medidas. Estado de Minas, 02 de junho de 2024.

Disponível em: https://www.em.com.br/colunistas/bebelsoares/2024/06/6869183-um-peso-duas-medidas.html. Acesso em: 02 jun. 2024. Adaptado.

As palavras “alcoolismo” e “etilismo” são formadas por:

Alternativas
Q2609580 Português

Um peso, duas medidas

Mãe tem que dar conta sozinha, pai precisa de apoio. Ele nem precisou pedir ajuda, a ajuda apareceu

Bebel Soares | 02/06/2024


Janaína chegou com a filha de 8 anos naquela cidadezinha rural, que fica a 280 quilômetros de Belo Horizonte. O pai dela estava preso por tráfico, e Janaína não tinha família nem amigos. A moça conheceu Danilo, que já morava naquela cidade há uns cinco anos, e eles acabaram se casando.

Janaína engravidou, e Danilo as levou para morar longe da cidade. O local ficava a uns oito quilômetros de distância do Centro, uma casinha isolada, num local ermo, com acesso por estrada de terra, sem sinal de celular. Ele era abusivo, a humilhava e a privava de tudo.

Danilo foi trabalhar como segurança na cidade vizinha, passava a semana lá e, nos fins de semana, ia ver a esposa e as meninas, sempre indo embora e as deixando com poucos recursos. Janaína desenvolveu alcoolismo, bebia cachaça e deixava a filha mais nova sob os cuidados da mais velha. Depois passou a vender bebidas em casa, e a preocupação com a segurança das crianças passou a ser pauta no serviço social da cidade, especialmente em relação a abusos sexuais. As meninas ficaram abandonadas, até que o Conselho Tutelar interveio e ameaçou tirar a guarda das meninas.

Foi nesse momento que Janaína pediu ajuda: ela queria parar de beber, e não conseguiria fazer isso sozinha. Desde 1967, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o alcoolismo uma doença e é recomendado que autoridades o encarem como uma questão de saúde pública. No entanto, essa mãe, que pedia socorro para se livrar do vício, foi negligenciada. Mesmo pedindo ajuda, era ignorada.

Quando o marido aparecia, ele a humilhava, dizia que ela o envergonhava, não ajudava e continuava passando as semanas na cidade onde trabalhava, deixando-a sozinha com as crianças e com seu vício.

Anos depois, a mãe começou a ter crises de dor abdominal, indo ao posto de saúde. Ela precisava ser encaminhada para o hospital referência da cidade, mas se negava, não tinha com quem deixar as crianças. Nessas idas ao posto, ela confidenciava às profissionais que queria mudar. Que queria se arrumar, se cuidar, escovar o cabelo, fazer as unhas, mas não tinha forças para isso.

As dores abdominais voltavam, ela era encaminhada com urgência para o hospital, mas não ia, não tinha ninguém para ficar com as meninas, mesmo numa emergência tão séria. Não tinha nenhuma rede de apoio. Não podia contar com ninguém, nem com o próprio marido.

Na última crise, Janaína faleceu. Ela tinha 35 anos e foi levada por uma pancreatite numa manhã de domingo. Estava sozinha, nem o marido a acompanhava. Ela era uma mulher linda, saudável, jovem. Sucumbiu ao etilismo por abandono, pela solidão. Tantas vezes pediu ajuda, e a ajuda nunca veio. Nunca conseguiu uma rede de apoio, nem quando precisava cuidar da própria saúde. Não pôde se tratar ________ precisava ficar com as filhas. Perdeu a vida. Saiu da sua terra para morrer sozinha, numa terra que não era dela, onde ela era invisibilizada.

Depois de tudo isso, a população se sensibilizou com o pai – sim, ela teve que dar conta sozinha, mas o pobre Danilo, não. “Tadinho do Danilo, coitado... Viúvo, vai precisar de uma grande rede de apoio, já que agora está sozinho com as filhas e precisa trabalhar.”

Um peso, duas medidas. Mãe tem que dar conta sozinha, pai precisa de apoio. Ele nem precisou pedir ajuda, a ajuda apareceu. Mulheres, mães, se solidarizaram com a situação do pai solo, como se ele fosse a vítima e Janaína tivesse morrido como uma vilã. Como se ela tivesse escolhido o abandono.

(Texto baseado no relato de uma amiga que acompanhou a história. Os nomes foram alterados para preservar a identidade dos envolvidos.)

SOARES, Bebel. Um peso, duas medidas. Estado de Minas, 02 de junho de 2024.

Disponível em: https://www.em.com.br/colunistas/bebelsoares/2024/06/6869183-um-peso-duas-medidas.html. Acesso em: 02 jun. 2024. Adaptado.

O conectivo em destaque no quarto parágrafo do texto confere ao enunciado um sentido de:

Alternativas
Q2609416 Português

Ações imediatas no meio ambiente


A tragédia no Sul do país é prova eloquente e dolorosa de que o meio ambiente não pode mais ser tratado como assunto etéreo Correio Braziliense | 02/06/24


A Semana Nacional do Meio Ambiente iniciou-se em 1º de junho sob o impacto de uma tragédia climática no Brasil. Até a tarde de ontem, passava de 170 o número de mortos pelas enchentes que devastam o Rio Grande do Sul há pouco mais de um mês. A força das águas atingiu tamanho grau de destruição que varreu do mapa praticamente cidades inteiras, como Eldorado e Cruzeiro do Sul. Mais de 580 mil pessoas estão desabrigadas, entre 2,4 milhões de gaúchos afetados em mais de 90% dos municípios.

Até o momento, o governo federal dispendeu mais de R$ 60 bilhões na ajuda ao estado. Dentro de suas possibilidades, o governo estadual também ofereceu ajuda, particularmente no pagamento de um auxílio para famílias desabrigadas. Sabe-se, [no entanto], que essas ações são emergenciais. Mal começou o trabalho de reconstrução, e muitos gaúchos nem sequer tiveram condições de assimilar a perda de entes queridos, o que dirá de contabilizar os prejuízos. Mais de 40 pessoas permanecem desaparecidas sob o mar de lama, escombros e tristeza.

A tragédia no Sul do país é prova eloquente e dolorosa de que o meio ambiente não pode mais ser tratado como assunto etéreo. Passou há muito o tempo de restringir o tema a debate em conferências globais ou fóruns de especialistas. É hora de ação. De uma vez por todas, é hora de enfrentar as mudanças climáticas com todos os instrumentos à disposição.

O poder público tem papel preponderante nesse desafio. Cabe ao Estado cumprir acordos internacionais para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Cabe aos governos fiscalizar atividades danosas ao meio ambiente, como desmatamento ilegal e garimpo clandestino. Cabe ainda ao Executivo impedir o crescimento desordenado das cidades, de modo que milhares de famílias fixem residências em encostas ou às margens dos rios.

Em relação ao Legislativo, cumpre aos parlamentares preservar o meio ambiente de interesses diversos que põem em risco a sustentabilidade. Há quem diga que a legislação ambiental brasileira é das mais avançadas, mas a profusão de iniciativas perigosas — da privatização de áreas da União no litoral ao marco temporal de terras indígenas — mina o esforço necessário de tornar o Brasil um país onde a sustentabilidade é levada a sério.

Por fim, o Judiciário, assim como os demais Poderes, precisa dar ao meio ambiente tratamento diferenciado e preventivo, sob o risco de restringir sua atuação à reparação de danos decorrentes de tragédias ambientais. Assegurar um meio ambiente ecologicamente equilibrado, conforme determina o artigo 225 da Constituição Federal, CONSTITUI/CONSTITUEM missão de enorme valor social para o sistema de Justiça.

A sociedade também tem um papel a cumprir. Não FALTA/FALTAM iniciativas e organizações, algumas de caráter global, que se mobilizam em favor da sustentabilidade. Mas ainda não é possível observar uma consciência ambiental predominante, em parte por causa do negacionismo climático que persiste em diversos setores.

Os alertas da ciência são inequívocos, e a realidade se IMPÕE/IMPÕEM. Não há mais como protelar medidas firmes, constantes e duradouras para evitar novas catástrofes climáticas. Que a Semana do Meio Ambiente, marcada pelo sofrimento de milhares no Rio Grande do Sul, dê início a um despertar em favor da natureza — e do futuro da humanidade.

AÇÕES imediatas no meio ambiente. Correio Braziliense, 02 de junho de 2024. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/06/6869017-visao-do-correio-acoes-imediatas-no-meio-ambiente.html. Acesso em: 02 jun. 2024. Adaptado.

O conectivo que se encontra entre colchetes no segundo parágrafo do texto veicula, no enunciado, um sentido de:

Alternativas
Q2609414 Português

Ações imediatas no meio ambiente


A tragédia no Sul do país é prova eloquente e dolorosa de que o meio ambiente não pode mais ser tratado como assunto etéreo Correio Braziliense | 02/06/24


A Semana Nacional do Meio Ambiente iniciou-se em 1º de junho sob o impacto de uma tragédia climática no Brasil. Até a tarde de ontem, passava de 170 o número de mortos pelas enchentes que devastam o Rio Grande do Sul há pouco mais de um mês. A força das águas atingiu tamanho grau de destruição que varreu do mapa praticamente cidades inteiras, como Eldorado e Cruzeiro do Sul. Mais de 580 mil pessoas estão desabrigadas, entre 2,4 milhões de gaúchos afetados em mais de 90% dos municípios.

Até o momento, o governo federal dispendeu mais de R$ 60 bilhões na ajuda ao estado. Dentro de suas possibilidades, o governo estadual também ofereceu ajuda, particularmente no pagamento de um auxílio para famílias desabrigadas. Sabe-se, [no entanto], que essas ações são emergenciais. Mal começou o trabalho de reconstrução, e muitos gaúchos nem sequer tiveram condições de assimilar a perda de entes queridos, o que dirá de contabilizar os prejuízos. Mais de 40 pessoas permanecem desaparecidas sob o mar de lama, escombros e tristeza.

A tragédia no Sul do país é prova eloquente e dolorosa de que o meio ambiente não pode mais ser tratado como assunto etéreo. Passou há muito o tempo de restringir o tema a debate em conferências globais ou fóruns de especialistas. É hora de ação. De uma vez por todas, é hora de enfrentar as mudanças climáticas com todos os instrumentos à disposição.

O poder público tem papel preponderante nesse desafio. Cabe ao Estado cumprir acordos internacionais para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Cabe aos governos fiscalizar atividades danosas ao meio ambiente, como desmatamento ilegal e garimpo clandestino. Cabe ainda ao Executivo impedir o crescimento desordenado das cidades, de modo que milhares de famílias fixem residências em encostas ou às margens dos rios.

Em relação ao Legislativo, cumpre aos parlamentares preservar o meio ambiente de interesses diversos que põem em risco a sustentabilidade. Há quem diga que a legislação ambiental brasileira é das mais avançadas, mas a profusão de iniciativas perigosas — da privatização de áreas da União no litoral ao marco temporal de terras indígenas — mina o esforço necessário de tornar o Brasil um país onde a sustentabilidade é levada a sério.

Por fim, o Judiciário, assim como os demais Poderes, precisa dar ao meio ambiente tratamento diferenciado e preventivo, sob o risco de restringir sua atuação à reparação de danos decorrentes de tragédias ambientais. Assegurar um meio ambiente ecologicamente equilibrado, conforme determina o artigo 225 da Constituição Federal, CONSTITUI/CONSTITUEM missão de enorme valor social para o sistema de Justiça.

A sociedade também tem um papel a cumprir. Não FALTA/FALTAM iniciativas e organizações, algumas de caráter global, que se mobilizam em favor da sustentabilidade. Mas ainda não é possível observar uma consciência ambiental predominante, em parte por causa do negacionismo climático que persiste em diversos setores.

Os alertas da ciência são inequívocos, e a realidade se IMPÕE/IMPÕEM. Não há mais como protelar medidas firmes, constantes e duradouras para evitar novas catástrofes climáticas. Que a Semana do Meio Ambiente, marcada pelo sofrimento de milhares no Rio Grande do Sul, dê início a um despertar em favor da natureza — e do futuro da humanidade.

AÇÕES imediatas no meio ambiente. Correio Braziliense, 02 de junho de 2024. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/06/6869017-visao-do-correio-acoes-imediatas-no-meio-ambiente.html. Acesso em: 02 jun. 2024. Adaptado.

Dentre as palavras destacadas no parágrafo introdutório do texto, qual é a única que pode receber flexão de gênero?

Alternativas
Q2609377 Português

Responda às questões 1 a 10 com base no seguinte texto:


Com o debate cada vez mais acirrado e as problemáticas em torno da inteligência artificial (IA), a Editora Librinova, da França, comunicou à imprensa a criação de um selo de garantia editorial para certificar que uma obra (escrita, audiovisual ou musical) foi de fato produzida por um cérebro humano. Vale lembrar que, recentemente, a japonesa RieKudan (Qudan) venceu um prêmio literário no seu país e, ao recebê-lo, revelou que uma pequena parte do seu romance foi escrito com a ajuda do ChatGPT. Esse fato acaba, no entanto, desencadeando vários questionamentos: Quais são os limites éticos? O livro teria um ‘coautor’? É justo ela concorrer com aqueles candidatos que não utilizaram a ferramenta?, e muitos outros. A Editora estima que no país existam inúmeros livros autopublicados que utilizam o software de inteligência artificial generativa (conhecida como Chat GPT). Como esse tipo de publicação tende a ser em tempo recorde, geralmente, apresentam erros factuais graves, inclusive, já identificados por leitores e parentes de biografados.


Adaptadode:https://jornalnota.com.br/2024/03/12/editora-francesa-cria-selo-para-identificar-que-livros-foramescritos-por-humanos-e-nao-por-ia/amp/

Na frase Como esse tipo de publicação tende a ser em tempo recorde, geralmente, apresentam erros factuais graves, os vocábulos esse e graves são classificados, respectivamente como:

Alternativas
Q2609283 Português

Leia o Texto 2 para responder às questões 04 e 05.

Texto 2

Envelhecer

Mario Quintana Antes, todos os caminhos iam.

Agora todos os caminhos vêm

A casa é acolhedora, os livros poucos.

E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas.

Disponível em: <https://revistabula.com/2329-os-10-melhores-poemas-de-mario-quintana/.> Acesso em: 25 mar. 2024.

O adjetivo “acolhedora” poderia ser substituído, sem prejuízo de sentido, por

Alternativas
Q2609209 Português

Leia o texto para responder às questões de 1 a 5.


Vacina anticâncer para cães dobra a taxa de sobrevivência dos animais


Com tratamentos convencionais como quimioterapia, cachorros com certos tipos de câncer têm 35% mais chances de sobreviver por um período extra de um ano. Com uma nova vacina anticâncer, essa probabilidade sobe para 60% – praticamente o dobro.

Os resultados foram publicados na revista Translational Oncology em 2021, mas só foram divulgados em 5 de março pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos. O tratamento é uma forma de imunoterapia e está atualmente sob revisão pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

A vacina foi submetida a múltiplos ensaios clínicos ao longo dos últimos oito anos. Ela foi aplicada inclusive no golden retriever Hunter, de 11 anos, que, também passou por quimioterapia e, dois anos após seu diagnóstico inicial, não apresenta mais sinais de câncer.

O cachorro brincalhão que trabalhava antes como cão de resgate em locais de desastres agora vive com apenas três patas. Ele passou por uma amputação da pata dianteira esquerda após ser diagnosticado com osteossarcoma, forma de câncer ósseo que mata mais de 65% dos cães que aflige dentro de 12 meses.

“Cães, assim como humanos, desenvolvem câncer espontaneamente; eles crescem, metastatizam e mutam, assim como os cânceres humanos”, diz em comunicado um dos desenvolvedores da vacina, Mark Mamula, professor de reumatologia na Escola de Medicina de Yale.

O especialista conta que perdeu seu próprio cachorro para um câncer inoperável há cerca de 11 anos atrás. “Se pudermos fornecer algum benefício, algum alívio – uma vida sem dor – esse é o melhor resultado que poderíamos ter”, ele afirma.


Resultados promissores

Hunter recebeu sua primeira dose da vacina antes de sua cirurgia de amputação. A segunda dose veio antes do cachorro iniciar a quimioterapia e depois ele ainda recebeu um reforço.

Até agora, mais de 300 cães foram tratados com o imunizante durante uma série de ensaios clínicos, que ainda estão em andamento em 10 locais nos EUA e Canadá. Os resultados mostraram que a vacina cria anticorpos que encontram e se ligam a tumores, interferindo com as vias de sinalização responsáveis pelo crescimento tumoral.

Além de aumentar a taxa de sobrevivência de um ano após a vacinação, o tratamento também reduz os tumores em muitos dos cães. Por enquanto, a intervenção só se aplica a cachorros que já foram diagnosticados com câncer, mas, no futuro, os cientistas esperam descobrir se isso poderá ser aplicado para reduzir a incidência de tumores em cães saudáveis.

Mark Mamula criou uma empresa chamada TheraJan, que deve produzir eventualmente a vacina. “Recebo muitos e-mails de proprietários de cães gratos que foram informados de que seus animais de estimação teriam semanas ou meses de vida, mas que agora estão dois ou três anos além de seu diagnóstico de câncer”, ele relata.


Revista Superinteressante. Adaptado. Disponível em

<https://revistagalileu.globo.com/ciencia/noticia /2024/03/vacina-anti-cancer-para-caes-dobra-ataxa-de-sobrevivencia-dos-animais.ghtml>

Considere o seguinte excerto: “Até agora, mais de 300 cães foram tratados com o imunizante durante uma série de ensaios clínicos (...)”. Dentre as palavras a seguir, que ocorrem no excerto apresentado, atua como advérbio apenas:

Alternativas
Q2609208 Português

Leia o texto para responder às questões de 1 a 5.


Vacina anticâncer para cães dobra a taxa de sobrevivência dos animais


Com tratamentos convencionais como quimioterapia, cachorros com certos tipos de câncer têm 35% mais chances de sobreviver por um período extra de um ano. Com uma nova vacina anticâncer, essa probabilidade sobe para 60% – praticamente o dobro.

Os resultados foram publicados na revista Translational Oncology em 2021, mas só foram divulgados em 5 de março pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos. O tratamento é uma forma de imunoterapia e está atualmente sob revisão pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

A vacina foi submetida a múltiplos ensaios clínicos ao longo dos últimos oito anos. Ela foi aplicada inclusive no golden retriever Hunter, de 11 anos, que, também passou por quimioterapia e, dois anos após seu diagnóstico inicial, não apresenta mais sinais de câncer.

O cachorro brincalhão que trabalhava antes como cão de resgate em locais de desastres agora vive com apenas três patas. Ele passou por uma amputação da pata dianteira esquerda após ser diagnosticado com osteossarcoma, forma de câncer ósseo que mata mais de 65% dos cães que aflige dentro de 12 meses.

“Cães, assim como humanos, desenvolvem câncer espontaneamente; eles crescem, metastatizam e mutam, assim como os cânceres humanos”, diz em comunicado um dos desenvolvedores da vacina, Mark Mamula, professor de reumatologia na Escola de Medicina de Yale.

O especialista conta que perdeu seu próprio cachorro para um câncer inoperável há cerca de 11 anos atrás. “Se pudermos fornecer algum benefício, algum alívio – uma vida sem dor – esse é o melhor resultado que poderíamos ter”, ele afirma.


Resultados promissores

Hunter recebeu sua primeira dose da vacina antes de sua cirurgia de amputação. A segunda dose veio antes do cachorro iniciar a quimioterapia e depois ele ainda recebeu um reforço.

Até agora, mais de 300 cães foram tratados com o imunizante durante uma série de ensaios clínicos, que ainda estão em andamento em 10 locais nos EUA e Canadá. Os resultados mostraram que a vacina cria anticorpos que encontram e se ligam a tumores, interferindo com as vias de sinalização responsáveis pelo crescimento tumoral.

Além de aumentar a taxa de sobrevivência de um ano após a vacinação, o tratamento também reduz os tumores em muitos dos cães. Por enquanto, a intervenção só se aplica a cachorros que já foram diagnosticados com câncer, mas, no futuro, os cientistas esperam descobrir se isso poderá ser aplicado para reduzir a incidência de tumores em cães saudáveis.

Mark Mamula criou uma empresa chamada TheraJan, que deve produzir eventualmente a vacina. “Recebo muitos e-mails de proprietários de cães gratos que foram informados de que seus animais de estimação teriam semanas ou meses de vida, mas que agora estão dois ou três anos além de seu diagnóstico de câncer”, ele relata.


Revista Superinteressante. Adaptado. Disponível em

<https://revistagalileu.globo.com/ciencia/noticia /2024/03/vacina-anti-cancer-para-caes-dobra-ataxa-de-sobrevivencia-dos-animais.ghtml>

As palavras “osteossarcoma” e “quimioterapia”, que ocorrem no texto, são formadas por composição por justaposição. São formadas pelo mesmo tipo de processo as palavras:

Alternativas
Q2608863 Português

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 01 A 05.


A maternidade é para mim?


A pergunta correta é: você quer que seja?

Ana Fontes | 10.mai.2024


Mais um domingo de Dia das Mães chegando, campanhas publicitárias caríssimas de um lado, cartazes de "aqui está o presente da sua mãe" na prateleira de Tupperware do mercado do outro. A coluna de hoje é uma carta aberta às mães.

Se você me perguntar qual é o trabalho mais complexo do mundo, direi que é ser mãe. A verdade é que não há desafios em uma empresa que se comparem aos desafios da maternidade. Ser mãe envolve se desdobrar em desafios físicos, emocionais e, principalmente, sociais. No Brasil, as mulheres representam mais da metade da população (e são mães da outra metade). A maternidade deveria ser uma pauta essencial a ser discutida no trabalho, na política e na sociedade.

Apesar de este texto ser voltado para mães, percebo a maternidade como uma escolha livre para as mulheres. Ela não deve ser encarada como o único caminho para nós. Definitivamente, não estou entre aqueles que acreditam que a mulher nasceu para ser mãe; você nasceu e pode se tornar quem e o que quiser.

Observo mulheres enfrentando o dilema de quando ser mãe e como isso afetará suas carreiras. Essa situação, além de desafiadora, não deveria nos impor pressa ou medo na realização de nossos sonhos, nem nos obrigar a sacrificar outras áreas de nossas vidas. Mas a gente sabe que a realidade não é assim.

Sem querer romantizar, mas, [como] mulher e rodeada de outras, nós sabemos, mais do que ninguém, [como] fazer do limão uma limonada. Apesar de o mundo não ser feito para nós, ele é feito por nós. Diversos estudos mostram que as habilidades adquiridas na maternidade são valiosas no ambiente de trabalho. A capacidade de gerenciar tarefas, de tomar decisões e de resolver problemas de forma criativa é uma competência adquirida ao longo dessa jornada louca que é maternar.

E sim, para que isso aconteça, a gente precisa de mulheres e de mulheres-mães no poder para que licença maternidade não seja sinônimo de demissão quando esse período acabar. Que não precisemos passar por sufoco para conseguir creches e pré-escolas acessíveis e de qualidade, que as empresas enxerguem a flexibilidade de horários como algo normal na rotina de qualquer ser humano, que salários justos e oportunidades sejam iguais para homens e mulheres. Precisamos de nós tomando decisões por nós, já que sabemos onde o calo aperta.

Mas hoje vim falar sobre o respeito que parece que as mulheres não recebem por suas escolhas. Então, que, nos próximos dias das mães — cientes de que não será logo —, a gente enxergue a verdadeira contribuição delas para o mundo, que a maternidade não tenha gosto de culpa e muito menos de fim do mundo. Que a maternidade seja celebrada por quem decidiu vivenciá-la e respeitada por quem não quis. No final, sempre somos nós por nós.


FONTES, Ana. A maternidade é para mim? Folha de São Paulo, 10 de maio de 2024. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ana-fontes/2024/05/a-maternidade-e-para-mim.shtml. Acesso em: 11 mai. 2024. Adaptado.

Os processos de formação de palavras que originaram, respectivamente, os vocábulos “maternar” e “mulheres-mães” são:

Alternativas
Q2608801 Português

Precisamos falar sobre a Madonna, a nova grande voz contra o etarismo

Madonna deixa claro para a gente parar de julgar as pessoas pela idade que elas têm. "Nós somos feitos de futuro", se Madonna é, nós também podemos ser.

Francisco Iglesias | 25/04/2024


“Poder. Inovação. Identidade. Madonna, 65 anos de talento, ativismo e importância na cena musical, misturou tudo isso e muito mais em uma carreira singular na música, moda, filmes, além disso, ultrapassou fronteiras e obliterou o status quo.”, publicou o New York Times durante as celebrações de seu 60º aniversário.

Durante décadas, Madonna esteve no centro de polêmicas por causa de suas canções de discurso empoderado, da defesa da liberdade sexual da mulher e dos LGBTQ+, assim como da liberdade de expressão, influenciando pessoas em todo o mundo. Não poderia ser diferente, nos dias de hoje, a rainha do pop tornar-se mais uma das grandes vozes contra o Etarismo.

“Envelhecer é pecado. Você será criticada, será vilipendiada e definitivamente não será tocada no rádio”, disse Madonna após ganhar o prêmio de Mulher do Ano da Billboard em 2016. “As pessoas dizem que eu sou tão polêmica, mas acho que a coisa mais POLÊMICA1 que já fiz foi ficar por aí.”

Madonna nasceu no final da década de 50 do século passado, em 16 de agosto de 1958. Ela faz parte da geração que inventou o “jovem”, e ao mesmo tempo, sem saber, também o etarismo, conforme brilhantemente o multitarefa Nelson Motta escreveu em sua coluna de outubro de 2023 para “O Globo”.

“Penso que, assim como inventamos o ‘Jovem’ (e o etarismo), cabe a essa geração de sobreviventes tentar inventar o ‘Velho’, pelo rompimento com preconceitos conservadores, com limitações de cultura e comportamento, com a construção de velhos fortes e saudáveis, orgulhosos de sua experiência, trabalhando, produzindo, namorando, fazendo sexo, brigando, sofrendo e vivendo da melhor maneira até onde der.” (Nelson Motta, “De volta para o futuro”, 1968).

Em geral, uma celebridade não pode se dar ao luxo de ser tão contundente no que acredita, mas Madonna fala francamente, “é sem dúvida um ícone. Mesmo com o passar do tempo e as reinvenções da indústria musical, a artista se mantém no topo da lista de referências quando o assunto é cultura pop.”

(Camilla Millan, na revista “Rolling Stones”)

Como deve ser de conhecimento de todos, Madonna fará um show gratuito na praia de Copacabana, Rio de Janeiro, no próximo dia 4 de maio, em celebração aos 100 anos do patrocinador, Banco Itaú, aos seus 40 anos de carreira e ao encerramento do fim da turnê “The Celebration”.

Propaganda boa a gente tem que aplaudir, e o pontapé inicial para essa comemoração dos 100 anos do banco foi a peça publicitária, estrelada por Madonna e outros nomes, de dezembro de 2023. NINGUÉM2 representa mais a ideia de reinvenção e longevidade na prática do que Madonna. “Ser feito de futuro é ter capacidade de perpassar os tempos e permanecer relevante, se reinventando. Esse movimento é um convite para que todos se inspirem e valorizem o tempo, a longevidade e o legado que cada um constrói em suas vidas”, diz em nota a superintendente de Marketing do Itaú, Thaiza Akemi.

O Itaú entregou à Madonna a criação de seu comercial, a primeira em que o banco permitiu que um artista criasse do zero a publicidade. A seguir algumas frases, em tradução livre, da propaganda:

“É um elogio quando me chamam de rainha do pop, mas a monarquia pertence ao passado, eu não. Eu não tenho idade, eu tenho todas as idades. Não é sobre quem eu sou, mas quantas eu sou. CONTÉM3 as minhas conquistas e não o número de anos que vivi nesse planeta.”

“Sempre estou me reinventando, assim posso continuar a ser quem eu sou. Continuo me reinventando para poder continuar sendo eu mesma. Acho que a coisa mais controversa que eu já fiz foi ter ficado por aqui. Já vi muitas estrelas surgirem e sumirem como estrelas cadentes, mas a minha vida nunca irá desaparecer.”

“Nem todos estão indo para o futuro, mas eu estou e continuarei indo, hoje, amanhã e nos próximos 100 anos.”

próximos 100 anos.” Nada se parece mais com Madonna do que essas frases, com isso Madonna deixa claro para a gente parar de julgar as pessoas pela idade que elas TÊM4 . A idade não existe a não ser pelo preconceito.

“Nós somos feitos de futuro”. Se Madonna é assim, nós TANBÉM5 podemos ser.

(Fonte: https://www.em.com.br/colunistas/juventudereversa/2024/04/6844213-precisamos-falar-sobre-amadonna-a-nova-grande-voz-contra-o-etarismo.html. Acesso em: 27 abr. 2024. Adaptado.)

Os vocábulos “celebridade” e “celebrações” são formados por:

Alternativas
Q2608739 Português

Imagem associada para resolução da questão


https://www.google.com/


Referindo-se a classes de palavras, no primeiro quadrinho (por que), no segundo (porque) e no terceiro (em cima) são

Alternativas
Q2608736 Português

Citando-se numeral, coloque (V) verdadeiro ou (F) falso e marque a alternativa correta.


( ) Numeral cardinal: um, dois, mil.

( ) Numeral multiplicativo: dobro, triplo, quíntuplo.

( ) Numeral ordinal: milésimo, milionésimo, bilionésimo.

( ) Numeral fracionário: primeiro, segundo, centésimo.

Alternativas
Q2608735 Português

Tratando-se da flexão de número dos substantivos, marque a alternativa incorreta.

Alternativas
Q2608734 Português

Imagem associada para resolução da questão


Referindo-se a classes de palavras, no primeiro quadrinho (com), no segundo (um) e no terceiro (afinal) são:

Alternativas
Respostas
2501: B
2502: C
2503: D
2504: B
2505: D
2506: A
2507: B
2508: C
2509: D
2510: E
2511: D
2512: C
2513: B
2514: D
2515: C
2516: B
2517: A
2518: C
2519: E
2520: D