Questões de Concurso Sobre morfologia em português

Foram encontradas 20.247 questões

Q3170999 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.


A tarde a multidão


       Todos estão tristes às 4h25 da tarde, na avenida Nossa Senhora de Copacabana. São muitas pessoas e todos os rostos são apreensivos. É como se houvesse uma causa comum, essencial, anterior. Todos caminham amargurados às 4h25 da tarde, na avenida Nossa Senhora de Copacabana.


       Por quê, se não vai chover e se o mar não vai transbordar? Por que esse ar de todos, tão aflito, de quem não se sabe achar? 


     Tempos atrás, passei pela avenida Nossa Senhora de Copacabana, todos eram felizes. O amargurado era eu. Hoje, na multidão, não tenho mais que dois problemas. Dói-me a botina nova, no pé esquerdo, e vou comprar um ferro elétrico. Quanto à botina, bastará descalçá-la quando chegar em casa. E sentir a dor passando, que é um prazer muito maior que o de nunca ter tido dor nenhuma. Mas, o ferro elétrico? E o ferro elétrico? Como é que se compra um ferro elétrico? 


       Pergunta-me o homem do balcão:


       — Como é que o senhor quer o ferro elétrico?


       Hesito e respondo, na medida do possível:


       — Um que seja bem elétrico. 



      Sim, porque se vou comprar um ferro elétrico, quanto mais elétrico for, melhor. Se fosse comprar um quadro-negro, tinha que ser o mais negro de todos. 


      Volto à rua e as pessoas estão ainda mais aflitas às 5h15 da tarde, na avenida Nossa Senhora de Copacabana. A tarde vã, desperdiçada, no rosto de cada semelhante. Como se cada um tivesse uma coisa sem remédio na parte alta da cavidade torácica. Uma angústia, uma falta de ar, malgrado a tarde estival. 


       Falta de exercício respiratório. Nada mais que isso. O homem se desentende consigo mesmo porque se esquece de respirar. É preciso aspirar, no mínimo, quatro litros de oxigênio em cada tomada de ar. O homem de hoje não respira, ofega. Como os cachorros. E isto altera o equilíbrio moral de cada um. 


      Aflige-me o pobre olhar das multidões. Por nada. Não há culpa ou causa comum. Cada qual carrega o seu deserto, seu calvário particular, porque na angústia, no fundo da grande angústia, há uma cômoda preguiça, um estágio de lânguido torpor como o do ópio. Não há nada a fazer pelas pessoas da tarde, na avenida Nossa Senhora de Copacabana. 


MARIA, A. A tarde e a multidão. In: TAUIL, G. (Org.) Vento vadio: as crônicas de Antônio Maria, 2021, p. 122-123. 

Analise o emprego do vocábulo “se” nas sentenças a seguir, retiradas do texto:

I. Por que esse ar de todos, tão aflito, de quem não se sabe achar?
II. Como é que se compra um ferro elétrico?
III. Sim, porque se vou comprar um ferro elétrico, quanto mais elétrico for, melhor.
IV. O homem se desentende consigo mesmo porque se esquece de respirar.
V. Se fosse comprar um quadro-negro, tinha que ser o mais negro de todos.

Verifica-se o emprego do vocábulo como conjunção condicional apenas em: 
Alternativas
Q3170997 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.


A tarde a multidão


       Todos estão tristes às 4h25 da tarde, na avenida Nossa Senhora de Copacabana. São muitas pessoas e todos os rostos são apreensivos. É como se houvesse uma causa comum, essencial, anterior. Todos caminham amargurados às 4h25 da tarde, na avenida Nossa Senhora de Copacabana.


       Por quê, se não vai chover e se o mar não vai transbordar? Por que esse ar de todos, tão aflito, de quem não se sabe achar? 


     Tempos atrás, passei pela avenida Nossa Senhora de Copacabana, todos eram felizes. O amargurado era eu. Hoje, na multidão, não tenho mais que dois problemas. Dói-me a botina nova, no pé esquerdo, e vou comprar um ferro elétrico. Quanto à botina, bastará descalçá-la quando chegar em casa. E sentir a dor passando, que é um prazer muito maior que o de nunca ter tido dor nenhuma. Mas, o ferro elétrico? E o ferro elétrico? Como é que se compra um ferro elétrico? 


       Pergunta-me o homem do balcão:


       — Como é que o senhor quer o ferro elétrico?


       Hesito e respondo, na medida do possível:


       — Um que seja bem elétrico. 



      Sim, porque se vou comprar um ferro elétrico, quanto mais elétrico for, melhor. Se fosse comprar um quadro-negro, tinha que ser o mais negro de todos. 


      Volto à rua e as pessoas estão ainda mais aflitas às 5h15 da tarde, na avenida Nossa Senhora de Copacabana. A tarde vã, desperdiçada, no rosto de cada semelhante. Como se cada um tivesse uma coisa sem remédio na parte alta da cavidade torácica. Uma angústia, uma falta de ar, malgrado a tarde estival. 


       Falta de exercício respiratório. Nada mais que isso. O homem se desentende consigo mesmo porque se esquece de respirar. É preciso aspirar, no mínimo, quatro litros de oxigênio em cada tomada de ar. O homem de hoje não respira, ofega. Como os cachorros. E isto altera o equilíbrio moral de cada um. 


      Aflige-me o pobre olhar das multidões. Por nada. Não há culpa ou causa comum. Cada qual carrega o seu deserto, seu calvário particular, porque na angústia, no fundo da grande angústia, há uma cômoda preguiça, um estágio de lânguido torpor como o do ópio. Não há nada a fazer pelas pessoas da tarde, na avenida Nossa Senhora de Copacabana. 


MARIA, A. A tarde e a multidão. In: TAUIL, G. (Org.) Vento vadio: as crônicas de Antônio Maria, 2021, p. 122-123. 

No trecho “— Um que seja bem elétrico”, o advérbio “bem” exprime: 
Alternativas
Q3170901 Português

Texto para a questão.



BELTRÃO, Eliana Santos; GORDILHO, Tereza. A conquista - Língua Portuguesa. São Paulo: FTD – PNLD, 2024

Quanto à sua classe gramatical, no texto, a palavra “altura” (linha 10) está empregada como
Alternativas
Q3170900 Português

Texto para a questão.



BELTRÃO, Eliana Santos; GORDILHO, Tereza. A conquista - Língua Portuguesa. São Paulo: FTD – PNLD, 2024

No trecho “—E agora você já consegue diferenciar um do outro?” (linhas 14-15), o termo “agora” exerce a função sintática de
Alternativas
Q3170313 Português
Três exemplos de como não tratar um paciente

Por J. J. Camargo

Captura_de tela 2025-01-28 144326.png (878×631)

(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/jj-camargo/noticia/2024/11/tres-exemplos-decomo-nao-tratar-um-paciente-cm35u5qun00l6013kbtvc855b.html – texto adaptado especialmente para esta prova). 
Assinale a alternativa que apresenta expressão que possa substituir corretamente “em que” (l. 14).
Alternativas
Q3169850 Português

Leia o texto a seguir para responder a questão.


A candura da chuva



    E as chuvas voltaram. Elas, que nos tinham abandonado, para nos advertir de quanto precisamos delas. No jardim, o verde da folhagem resplandeceu. Uma goteira intermitente, caindo sobre uma folha grande (nunca sei os nomes das plantas), repete, em espaços certos, um som musical que me agrada. Foi por causa de gota assim, repetida, que Chopin criou o prelúdio da Gota d’água.


    Para mim, em minha deliciosa clausura, o que a chuva tem de mais importante são os sons. Tantos e tão variados. Sobre as folhas, sobre a areia, sobre o cimento, sobre o balde de alumínio. Depois, escorrendo nas telhas. Quem mora engavetado num apartamento não sabe o que seja a chuva correndo, escorrendo, se esfregando nas telhas. É preciso morar em casas térreas.


    Quando nós éramos meninos, as casas tinham uma outra telha de vidro, e a gente não só ouvia, como via a chuva deslizando, resvalando, tinindo no beiral da nossa casa já morta, lá longe, onde os bois mugiam suplicantes de madrugada. Lá longe, onde os carneiros, no entardecer, tinham olhos desavisados. Lá longe, onde os sapos assobiavam uma música dodecafônica. Lá longe, onde dormem, profundamente, os nossos mortos e a nossa puerícia. Quão enganosa e ligeira foi a infância!


    Esta chuva, que está caindo desde ontem e continua caindo, agora me traz algumas esperanças que estavam a morrer. Não se detenham, amigos, em pensamentos pessimistas, nem chorem a dor que ainda não doeu. Somos homens e a palavra “homem” sinonimiza com força e liberdade. Eu sou livre, mesmo neste quarto de portas fechadas. Só o fato de eu querer continuar preso me cobre de todas as liberdades da vida. Meu corpo, grande e farto, coberto de liberdades. O espírito diáfano, com uma asa em cada omoplata, tem todo o céu do sonho para voar.


    Faz-me bem esta chuva. Não quero dizer, com isto, que a poesia tenha voltado. Nem irei garantir que ela tenha havido um dia. Quero comunicar, a sei lá quem, que estou bem e que este bem, que me vai por dentro e me veste o corpo, deve estar com alguns de vocês, que preferem a chuva ao êxito; a chuva ao poder; a chuva ao dinheiro; a chuva à sociedade; a chuva ao smoking. Tenho chuva e amor. Uma coisa e outra são prazeres que embevecem. As duas coisas se completam, em nós... e o homem aquiescente aceita a paz, afinal, como o único bem da terra.


    Ah, não estou ligando para as notícias dos jornais. Não foi Deus quem as escreveu. Foram os homens. Estão todas truncadas, intrigadas, todas. Sou livre. A liberdade completa é não querer e não poder. Brindemos essa chuva, que me aumenta a capacidade de ir escrevendo essas verdades intatas, sem grande sentido aparente, sem nenhuma importância fundamental. O fundamental que fique a cargo dos poderosos. Não quero mais que a música reminiscente da chuva que está caindo e a mão do amor sobre minha fronte e meus cabelos.


MARIA, A. A candura da chuva. In: TAUIL, G. (Org.) Vento vadio: as crônicas de Antônio Maria, 2021, p. 132-134.

Observa-se o processo de derivação parassintética na formação da palavra: 
Alternativas
Q3169849 Português

Leia o texto a seguir para responder a questão.


A candura da chuva



    E as chuvas voltaram. Elas, que nos tinham abandonado, para nos advertir de quanto precisamos delas. No jardim, o verde da folhagem resplandeceu. Uma goteira intermitente, caindo sobre uma folha grande (nunca sei os nomes das plantas), repete, em espaços certos, um som musical que me agrada. Foi por causa de gota assim, repetida, que Chopin criou o prelúdio da Gota d’água.


    Para mim, em minha deliciosa clausura, o que a chuva tem de mais importante são os sons. Tantos e tão variados. Sobre as folhas, sobre a areia, sobre o cimento, sobre o balde de alumínio. Depois, escorrendo nas telhas. Quem mora engavetado num apartamento não sabe o que seja a chuva correndo, escorrendo, se esfregando nas telhas. É preciso morar em casas térreas.


    Quando nós éramos meninos, as casas tinham uma outra telha de vidro, e a gente não só ouvia, como via a chuva deslizando, resvalando, tinindo no beiral da nossa casa já morta, lá longe, onde os bois mugiam suplicantes de madrugada. Lá longe, onde os carneiros, no entardecer, tinham olhos desavisados. Lá longe, onde os sapos assobiavam uma música dodecafônica. Lá longe, onde dormem, profundamente, os nossos mortos e a nossa puerícia. Quão enganosa e ligeira foi a infância!


    Esta chuva, que está caindo desde ontem e continua caindo, agora me traz algumas esperanças que estavam a morrer. Não se detenham, amigos, em pensamentos pessimistas, nem chorem a dor que ainda não doeu. Somos homens e a palavra “homem” sinonimiza com força e liberdade. Eu sou livre, mesmo neste quarto de portas fechadas. Só o fato de eu querer continuar preso me cobre de todas as liberdades da vida. Meu corpo, grande e farto, coberto de liberdades. O espírito diáfano, com uma asa em cada omoplata, tem todo o céu do sonho para voar.


    Faz-me bem esta chuva. Não quero dizer, com isto, que a poesia tenha voltado. Nem irei garantir que ela tenha havido um dia. Quero comunicar, a sei lá quem, que estou bem e que este bem, que me vai por dentro e me veste o corpo, deve estar com alguns de vocês, que preferem a chuva ao êxito; a chuva ao poder; a chuva ao dinheiro; a chuva à sociedade; a chuva ao smoking. Tenho chuva e amor. Uma coisa e outra são prazeres que embevecem. As duas coisas se completam, em nós... e o homem aquiescente aceita a paz, afinal, como o único bem da terra.


    Ah, não estou ligando para as notícias dos jornais. Não foi Deus quem as escreveu. Foram os homens. Estão todas truncadas, intrigadas, todas. Sou livre. A liberdade completa é não querer e não poder. Brindemos essa chuva, que me aumenta a capacidade de ir escrevendo essas verdades intatas, sem grande sentido aparente, sem nenhuma importância fundamental. O fundamental que fique a cargo dos poderosos. Não quero mais que a música reminiscente da chuva que está caindo e a mão do amor sobre minha fronte e meus cabelos.


MARIA, A. A candura da chuva. In: TAUIL, G. (Org.) Vento vadio: as crônicas de Antônio Maria, 2021, p. 132-134.

Analise o seguinte excerto, considerando suas palavras enumeradas: “(1) longe(2), onde(3) dormem(4), profundamente(5), os(6) nossos(7) mortos(8) e(9) a(10) nossa(11) puerícia(12)”. A alternativa que apresenta a sequência de todos os advérbios presentes dentre as palavras do excerto dado é:
Alternativas
Q3169192 Português
Texto CG4A1

        A degradação ambiental põe em risco a capacidade das crianças de atingir seu pleno potencial de desenvolvimento e tem implicações negativas em uma vasta gama de outros direitos. O desenvolvimento das crianças está interligado ao ambiente em que elas vivem. Os benefícios de um ambiente saudável para o desenvolvimento incluem aqueles ligados às oportunidades de experimentar atividades ao ar livre e de interagir e brincar em ambientes naturais, inclusive com o mundo animal.

        Devido aos seus padrões de atividade, ao seu comportamento e à sua fisiologia únicos, as crianças mais novas são particularmente suscetíveis aos riscos ambientais. Durante janelas de desenvolvimento de maior vulnerabilidade, a exposição a poluentes tóxicos, mesmo em níveis baixos, pode facilmente perturbar os processos de maturação do cérebro, dos órgãos e do sistema imunológico, além de causar doenças e deficiências durante e após a infância — às vezes após um período substancial de latência. Os efeitos dos contaminantes ambientais podem até persistir em gerações futuras. Os Estados devem considerar, de forma consistente e explícita, o impacto da exposição no início da vida a substâncias tóxicas e à poluição.

        Os Estados devem reconhecer cada fase da infância e sua importância para os estágios subsequentes de maturação e desenvolvimento, bem como as diferentes necessidades das crianças em cada uma dessas fases. Para a criação de um ambiente ideal para o direito ao desenvolvimento, os Estados devem considerar, de forma explícita e consistente, todos os fatores necessários para que crianças de todas as idades sobrevivam, desenvolvam-se e prosperem plenamente. Devem também conceber e implementar intervenções baseadas em evidências que enfrentem uma ampla gama de determinantes ambientais durante o curso da vida.

Internet:<www.unicef.org>  (com adaptações). 

Julgue o item que se segue, referente ao vocabulário e à estrutura linguística do texto CG4A1. 


No segundo período do texto, a omissão da preposição “em” manteria tanto os sentidos originais quanto a correção gramatical do trecho em questão.

Alternativas
Q3169132 Português
Analise as relações abaixo e marque a alternativa incorreta, ou seja, que a classe de palavra não corresponde ao termo grifado. 
Alternativas
Q3168709 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Vini Jr. causa à Espanha o incômodo de encarar seu próprio racismo

Jogador faz com que, enfim, o tema precise ser discutido no país; por isso, ele é mais odiado que o problema


Carlos Massari e Aurélio Araújo, São Paulo (SP) | 30 de outubro de 2024


Votações envolvem rejeição: quando você precisa escolher alguém para vencer uma eleição, não é incomum se basear antes em quem você não quer que ganhe para depois escolher quem você quer ver vitorioso. Não há dúvida de que esse é um critério para selecionar o vencedor da Bola de Ouro, [...]. Frustraram-se as expectativas de milhões de pessoas de que esse seria o ano de Vinícius Júnior. Seria uma conquista a mais na carreira de Vini, coroando sua atuação não só dentro, mas também fora de campo.

Talvez aí resida o problema. O Brasil é um país com níveis altos de racismo, mas já foi pior. Nas últimas décadas, fomos forçados a ter essa discussão que evitamos por tanto tempo, enquanto muitos ainda acreditavam no fantasioso mito da democracia racial. [...]

Mesmo assim, pode-se dizer que estamos à frente de outros países, onde a discussão sobre o racismo ainda é incômoda demais para ser tão colocada em pauta como Vini Jr. faz. E ele o faz só por existir. [...] 

Em maio de 2023, num dos vários episódios em que Vini foi alvo de racistas, [...] ele reagiu. Apontou ao árbitro vários daqueles que cometiam esses atos deploráveis contra ele. Seu ato de coragem foi respondido com duas atitudes muito diferentes. De um lado, muitos se juntaram a Vini, para discutir não só racismo no futebol, mas na própria sociedade espanhola. No TikTok, por exemplo, surgiu a trend "España no es racista, pero..." (a Espanha não é racista, mas...), em que espanhóis e imigrantes de pele escura relatavam casos chocantes de racismo sofridos no país. Essa atitude era uma resposta à outra, bem mais comum, representada na fala de Josep Pedrerol, apresentador do programa El Chiringuito, uma das mais populares mesas redondas espanholas, que fez um discurso em que dizia: "Valência não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha não é racista, mas há racistas na Espanha". [...] 

É comum que a culpa pelas agressões racistas que sofre recaiam sobre o próprio Vinícius Jr. Supostamente, "ele provoca". Esse discurso não é restrito a uma ideologia ou a um espectro político − Borja Sanjuan Roca, presidente do Partido Socialista de Valencia, chegou a dizer que o brasileiro "é uma vergonha para o futebol". A "provocação" de Vini é ser ele mesmo. É gingar, bailar, exibir o futebol com os traços que marcaram o Brasil pentacampeão mundial. E é também não ficar quieto quando é ofendido, não tapar os ouvidos para os gritos que vêm da arquibancada. Quando aponta torcedores nas arquibancadas fazendo gestos racistas, Vini causa à Espanha um enorme incômodo: faz com que ela se olhe no espelho. Faz com que a sujeira escondida debaixo do tapete seja exposta. Faz com que, enfim, o racismo precise ser discutido. Por isso, ele é mais odiado que o problema.

O Diario Sport, um dos principais jornais esportivos espanhóis, publicou no dia da premiação da Bola de Ouro [...] que Rodri ganhou o prêmio "pelos valores". "Vinícius tem muito o que aprender. Seus protestos e reclamações, seus atos reprováveis sobre o gramado e a sensação de que não aprende custaram votos a ele", diz.

[...] No sábado, o Barcelona goleou o Real Madrid por 4 a 0 jogando na casa do adversário. Houve gritos e provocações da arquibancada contra Yamal (jogador negro e filho de imigrantes). "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol, mas eu estava pensando sobre a goleada de 4 a 0, a performance do time e a próxima partida", disse o atacante ao ser questionado sobre o assunto.

Essa, infelizmente, é a postura e os valores que se espera de Vinícius. Pode-se, no máximo, mencionar que houve insultos racistas, mas eles são só um detalhe. Afinal, a Espanha, cof cof, não é um país racista.

(Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2024/10/30/vini-jr-causa-a-espanha-o-i ncomodo-de-encarar-seu-proprio-racismo. Acesso em: 10 nov. 2024. Adaptado.)
A respeito do trecho "De um lado, muitos se juntaram a Vini, para discutir não só racismo no futebol, mas na própria sociedade espanhola" e do contexto em que ele está inserido, analise as proposições que seguem:

I.Geralmente, a expressão De um lado vem seguida de Por outro lado , dando sequência às ideias e articulando-as de forma coesa. Apesar de os autores não explicitarem essa segunda expressão, no contexto fica claro que a progressão das ideias dá-se pelo trecho "Essa atitude era uma resposta à outra", em que o pronome demonstrativo essa faz referência ao que foi tratado a partir de De um lado , e o pronome indefinido outra assume o papel da expressão ausente Por outro lado , estabelecendo os sentidos para o leitor, sem prejuízos na progressão textual.
II.A expressão De um lado só tem sentido se, na sequência, os autores do texto complementarem o raciocínio, introduzindo a expressão Por outro lado . Ao não fazerem isso, os autores comprometeram a progressão do texto, deixando a primeira ideia incompleta e causando prejuízo nos sentidos pretendidos.
III.A palavra mas trata-se de uma conjunção adversativa e tem como função, na coesão textual do texto, de contrastar informação de maior peso, prestígio ou importância do que a da oração anterior. É correto o que se afirma em:
Alternativas
Q3168669 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Vini Jr. causa à Espanha o incômodo de encarar seu próprio racismo


Jogador faz com que, enfim, o tema precise ser discutido no país; por isso, ele é mais odiado que o problema


Carlos Massari e Aurélio Araújo, São Paulo (SP) | 30 de outubro de 2024



Votações envolvem rejeição: quando você precisa escolher alguém para vencer uma eleição, não é incomum se basear antes em quem você não quer que ganhe para depois escolher quem você quer ver vitorioso. Não há dúvida de que esse é um critério para selecionar o vencedor da Bola de Ouro, [...]. Frustraram-se as expectativas de milhões de pessoas de que esse seria o ano de Vinícius Júnior. Seria uma conquista a mais na carreira de Vini, coroando sua atuação não só dentro, mas também fora de campo.


Talvez aí resida o problema. O Brasil é um país com níveis altos de racismo, mas já foi pior. Nas últimas décadas, fomos forçados a ter essa discussão que evitamos por tanto tempo, enquanto muitos ainda acreditavam no fantasioso mito da democracia racial. [...]


Mesmo assim, pode-se dizer que estamos à frente de outros países, onde a discussão sobre o racismo ainda é incômoda demais para ser tão colocada em pauta como Vini Jr. faz. E ele o faz só por existir. [...]


Em maio de 2023, num dos vários episódios em que Vini foi alvo de racistas, [...] ele reagiu. Apontou ao árbitro vários daqueles que cometiam esses atos deploráveis contra ele. Seu ato de coragem foi respondido com duas atitudes muito diferentes. De um lado, muitos se juntaram a Vini, para discutir não só racismo no futebol, mas na própria sociedade espanhola. No TikTok, por exemplo, surgiu a trend "España no es racista, pero..." (a Espanha não é racista, mas...), em que espanhóis e imigrantes de pele escura relatavam casos chocantes de racismo sofridos no país. Essa atitude era uma resposta à outra, bem mais comum, representada na fala de Josep Pedrerol, apresentador do programa El Chiringuito, uma das mais populares mesas redondas espanholas, que fez um discurso em que dizia: "Valência não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha não é racista, mas há racistas na Espanha". [...] 


É comum que a culpa pelas agressões racistas que sofre recaiam sobre o próprio Vinícius Jr. Supostamente, "ele provoca". Esse discurso não é restrito a uma ideologia ou a um espectro político − Borja Sanjuan Roca, presidente do Partido Socialista de Valencia, chegou a dizer que o brasileiro "é uma vergonha para o futebol". A "provocação" de Vini é ser ele mesmo. É gingar, bailar, exibir o futebol com os traços que marcaram o Brasil pentacampeão mundial. E é também não ficar quieto quando é ofendido, não tapar os ouvidos para os gritos que vêm da arquibancada. Quando aponta torcedores nas arquibancadas fazendo gestos racistas, Vini causa à Espanha um enorme incômodo: faz com que ela se olhe no espelho. Faz com que a sujeira escondida debaixo do tapete seja exposta. Faz com que, enfim, o racismo precise ser discutido. Por isso, ele é mais odiado que o problema.


O Diario Sport, um dos principais jornais esportivos espanhóis, publicou no dia da premiação da Bola de Ouro [...] que Rodri ganhou o prêmio "pelos valores". "Vinícius tem muito o que aprender. Seus protestos e reclamações, seus atos reprováveis sobre o gramado e a sensação de que não aprende custaram votos a ele", diz.


[...] No sábado, o Barcelona goleou o Real Madrid por 4 a 0 jogando na casa do adversário. Houve gritos e provocações da arquibancada contra Yamal (jogador negro e filho de imigrantes). "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol, mas eu estava pensando sobre a goleada de 4 a 0, a performance do time e a próxima partida", disse o atacante ao ser questionado sobre o assunto.


Essa, infelizmente, é a postura e os valores que se espera de Vinícius. Pode-se, no máximo, mencionar que houve insultos racistas, mas eles são só um detalhe. Afinal, a Espanha, cof cof, não é um país racista.


(Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2024/10/30/vini-jr-causa-a-espanha-o-incomodo-de-encarar-seu-proprio-racismo. Acesso em: 10 nov. 2024. Adaptado.) 



Em "Afinal, a Espanha, cof cof, não é um país racista", a expressão cof cof:
Alternativas
Q3168419 Português
Assinale a alternativa em que a palavra destacada seja um ADVÉRBIO:
Alternativas
Q3167928 Português
Leia as afirmações a seguir, acerca dos adjetivos:
I – Quando o adjetivo exerce a função sintática de predicativo, é considerado um termo essencial da oração, como no exemplo: “A cidade é imensa”.
II – Os adjetivos podem ser primitivos – como “belo” – ou derivados – como “belíssimo”.
III – Os adjetivos variam em grau. Um exemplo de adjetivo comparativo de igualdade é: Sou mais alto que você.
IV – Um exemplo de adjetivo impróprio é a palavra em destaque na frase “A benevolência é uma virtude”.
É(são) correta(s) a(s) afirmação(ões):
Alternativas
Q3167596 Português
Analise as frases a seguir:

I – O bom de tudo isso é que ele se regenerou.
II – O engraçado desse fato é que ele nem percebeu que cometera uma gafe.
III – Essa história é muito engraçada.
IV – “A vida é combate que os fortes abate”. (Gonçalves Dias)
V – Eram pessoas extremamente fortes.

Indique a alternativa em que nas frases o adjetivo aparece substantivado:
Alternativas
Q3167580 Português
O vocábulo “menos” pode ser classificado como pronome indefinido ou como advérbio. Assinale a opção que indica a frase em que funciona como pronome.
Alternativas
Q3167576 Português
Assinale a opção que indica a frase em que aparece a substantivação de um adjetivo.
Alternativas
Q3167574 Português
Assinale a opção que indica o par de palavras em que o A final é identificado como desinência de gênero.
Alternativas
Q3167571 Português
Assinale a opção que indica a frase em que a preposição A – sozinha ou combinada - tem valor semântico diferente dos demais.
Alternativas
Q3167570 Português
Segundo o gramático Celso Cunha, os adjetivos em língua portuguesa podem apresentar os valores semânticos de estado, qualidade, característica e relação.

Assinale a opção que indica a frase em que os dois adjetivos nela destacados são relações.
Alternativas
Q3167568 Português
Imagem associada para resolução da questão
Assinale a opção que indica a frase em que o adjetivo “grande” está empregado em seu sentido original, relacionado a tamanho.
Alternativas
Respostas
241: C
242: B
243: D
244: A
245: D
246: E
247: D
248: E
249: D
250: E
251: B
252: D
253: B
254: E
255: A
256: D
257: B
258: B
259: C
260: D