Questões de Concurso Sobre morfologia em português

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Q2280055 Português
Texto - Saúde, Humanização e Transformação Social  

As relações entre saúde e transformação social são alinhavadas pela temática da Humanização da Saúde, desde a perspectiva proposta pela Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS (PNH), que toma a humanização como eixo norteador das práticas de saúde em todas as esferas do sistema, e como dimensão fundamental de uma política transversal de qualificação do cuidado em saúde.

A PNH se fundamenta na autonomia e no protagonismo dos sujeitos que, produzindo novas situações e novos desafios na atenção e na gestão dos serviços, reconstroem-se como sujeitos. Assim, considera-se que não há fora dos sujeitos, senão a partir da experiência com o outro/outros, em um encontro que possibilita a saúde em ato. Ao focar na valorização e na problematização das experiências concretas cotidianas do trabalho em saúde, a PNH ganha potência para transformar a realidade. Ao fomentar a construção de alternativas de enfrentamento dos desafios da saúde coletiva e nos serviços, considerando as subjetividades, as relações de poder, as diferenças e singularidades de cada contexto, a PNH serve de instrumento de mobilização social capaz de fomentar movimentos por uma sociedade mais solidária e justa.

Esperamos aquecer o debate em torno da Humanização do SUS e assim contribuir para o repensar das práticas de saúde, o reposicionamento dos sujeitos e a tessitura de novas redes de sujeitos, serviços, setores. Desejamos ir além, e provocar estranhamento em torno dos modos de pesquisar em saúde, a partir da premissa que coloca a própria pesquisa como instituição que também precisa se democratizar e humanizar.

Autoras: Marta Verdi e Mirelle Finkler. Texto adaptado. Acessado em 01 Jul. 2023: <https://redehumanizasus.net/acervo/editorial-saude-humanizac%cc%a7a%cc%83o-e-transformac%cc%a7a%cc%83o-social/>
A questão será baseada no fragmento do texto a seguir:  “A PNH se fundamenta na autonomia e no protagonismo dos sujeitos que, produzindo novas situações e novos desafios na atenção e na gestão dos serviços, reconstroem-se como sujeitos.”  Analise as afirmativas a seguir: I. As palavras “autonomia” e “protagonismo”, que constam do fragmento acima, são morfologicamente classificadas como substantivo abstrato e adjetivo derivado respectivamente.
II. No fragmento acima, a palavra “que” está funcionando morfologicamente como um pronome relativo e a palavra “novos” está funcionando morfologicamente como um adjetivo flexionado no plural.  Marque a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q2279989 Português
Texto 1 – Células-tronco podem ser o segredo da origem e evolução de seres multicelulares [fragmento; adaptado]

Por Bruno Vaiano

Ernst Haeckel era estudante de medicina, filho de um conselheiro da corte prussiana, e “provavelmente o homem mais bonito que eu já havia visto”, escreveu um de seus alunos. Ele e sua prima de primeiro grau, Anna, eram apaixonados desde a adolescência – o que, longe de ser um problema, era o sonho de todo clã aristocrático da Europa no século 19: Darwin, por exemplo, se casou com sua prima, e o irmão dela, com a irmã de Darwin. A ideia era manter a herança na família e preservar o poder dos sobrenomes.

Haeckel era o partidão perfeito, não fosse um problema: sua semelhança com Darwin não parava no casamento endogâmico. Ele também queria ser naturalista. O que, no século 19, equivalia a contar para seu tio-do-pavê-e-futuro-sogro que você largaria Medicina da USP para ser músico. Para convencer a família de que conseguiria sustentar sua prima-noiva, ele saiu em turnê pelo sul da Europa, estudando animais marinhos nas praias e desenhando-os em minúcias.

Deu certo. Haeckel escreveu best-sellers, virou professor universitário e suas ilustrações foram uma sensação. Com a grana no bolso, casou-se com Anna. Um ano e meio depois, aos 29 anos, ela morreu (talvez de febre tifoide, mas não houve diagnóstico). Deprê e niilista, ele abandonou a fé religiosa e abraçou de vez a evolução por seleção natural. Viciou-se em trabalho, dormia quatro horas por noite e começou a traçar imensas árvores da vida na Terra, que indicavam o grau de parentesco entre as espécies.

Nem todos os insights de Haeckel estavam certos. Mas, dentre suas hipóteses de arrepiar os cabelos da Igreja, uma, em particular, sobrevive na biologia: nós (e todos os animais da Terra) somos netos do Bob Esponja.

Questões porosas

As esponjas são tubos de células que se apoiam em rochas, no fundo do mar. A água entra pelas paredes desses cilindros, que filtram os nutrientes e deixam o resto sair pela abertura no topo.

[...]

Em 1874, Haeckel percebeu que as células filtradoras de comida das esponjas, os coanócitos, têm exatamente a mesma arquitetura de micróbios aquáticos chamados coanoflagelados. Eles são criaturinhas microscópicas inofensivas e onipresentes nas águas da Terra [...].

Pertencem ao reino Protista, aquele em que os biólogos põem as coisas que eles não sabem direito o que são (rs). Um saco de gatos taxonômico. Protistas não são fungos, animais nem plantas. Mas suas células têm estruturas complexas que esses seres vivos grandões também apresentam – como um núcleo para guardar o DNA, e usinas de geração de energia chamadas mitocôndrias. [...]  

Existem protistas multicelulares, visíveis a olho nu, como as algas (pois é, elas não são plantas). Mas muitos, como as amebas e protozoários, são feitos de uma célula só. É o caso dos coanoflagelados. Vistos no microscópio, eles têm a forma de uma bola em cima de um cone. Como a silhueta de um buraco de fechadura, ou de um peão de xadrez. A bola é a célula em si, onde fica o DNA e o resto do maquinário biológico. Já o cone é formado por 30 ou 40 microvilosidades, filamentos que parecem tentáculos de uma água-viva. Do centro desse cone, emerge um filamento maior, chamado flagelo, parecido com o que equipa os espermatozoides – e com a mesma função: nadar. O conjunto da obra fica assim: ~>O

É de se imaginar que esse rabinho ficasse atrás, empurrando a célula, como ocorre com o espermatozoide. Mas a verdade é que ele nada ao contrário, com o cone e o rabinho para frente. Como um avião com hélice no nariz: O<~

O coanoflagelado se move assim porque as microvilosidades atuam como “boca”: vão captando bactérias e pequenas partículas de material orgânico que pairam na água.

A sacada de Haeckel foi que uma esponja-do-mar funciona como uma colônia de coanoflagelados, que se uniram em uma muralha para aumentar a área de captação de comida. A diferença é que eles abanam coletivamente seus flagelos – lembre-se, os “rabinhos” – para sugar a água para dentro da esponja, e não para se mover. Um é Maomé indo à montanha, o outro atrai a montanha para Maomé. Os coanócitos das esponjas atuais seriam herdeiros de coanoflagelados. Protistas em carreira solo que se juntaram para formar o primeiro animal, o ancestral comum de toda a fauna da Terra.

Vale esclarecer algo: isso não quer dizer que nossos ancestrais sejam os mesmos coanoflagelados que hoje nadam pelados em Santos. Eles eram, isso sim, um protista pré-histórico, que existiu há uns 700 milhões de anos, muito parecido tanto com os coanoflagelados quanto com as células das esponjas – e cuja linhagem se bifurcou para dar origem a ambos. [...]

Carambolas

A hipótese esponjosa de Haeckel permaneceu incólume, por 140 anos, como nossa melhor explicação para a origem dos animais. Até que apareceram as carambolas do mar – nome popular dos ctenóforos, bichos aquáticos translúcidos e gelatinosos, que lembram águas-vivas com forma de bola de rugby. Em 2017, um estudo comparativo de genomas identificou as carambolas, e não as esponjas, na raiz da irradiação dos animais. E essa conclusão tem respaldo no registro fóssil: no sul da China, há um fóssil de carambola de 631 milhões de anos na formação geológica de Doushantuo – uma data que corresponde à época mais aceita para a origem dos seres multicelulares.

Nem uma coisa nem outra são suficientes para tirar o trono pioneiro das esponjas. Afinal, sempre dá para encontrar um fóssil mais antigo – neste exato momento, uma potencial esponja de 890 milhões de anos está gerando debate entre paleontólogos. O registro geológico não é uma foto perfeita da realidade, principalmente quando estamos tratando de animais moles, que geralmente se decompõem sem deixar rastro. Além disso, análises filogenéticas estão sujeitas a alguma incerteza: métodos e pesquisadores diferentes extraem conclusões distintas dos mesmos DNAs.

Seja como for, essas duas descobertas reacendem o debate. E afora as carambolas, há um outro front de pesquisa que desafia as ideias de Haeckel: a investigação de protistas ainda mais estranhos que os coanoflagelados, que alternam entre estágios de vida uni e multicelulares. 


Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/celulas-troncopodem-ser-o-segredo-da-origem-e-evolucao-de-seresmulticelulares/
“Carambolas” (Texto 1, Título do 3º bloco)

Na passagem acima, que corresponde ao título do terceiro bloco do texto 1, é possível atribuir à palavra “carambolas” dois significados. Por essa razão, esse título é ambíguo, o que acentua sua expressividade.

Os dois significados possíveis para a palavra “carambolas” na passagem acima estão associados a duas classes gramaticais distintas. São elas:
Alternativas
Q2279867 Português
Texto 1 – Bia Haddad se cobra após vitória inédita: "Fiquei um pouco insatisfeita" (adaptado)
Paulista supera Jaqueline Cristian, carimba vaga na terceira rodada – seu melhor resultado no Grand Slam –, mas não fica satisfeita com o próprio desempenho em quadra
Por Redação do GE — Londres, Inglaterra

A vitória sobre Jaqueline Cristian, por 2 sets a 1, nesta quintafeira, alçou Bia Haddad Maia a uma inédita terceira rodada em Wimbledon. A paulista, porém, não ficou satisfeita com a própria performance na quadra: ela admite que precisou ser conservadora para conquistar o resultado e promete melhorar na próxima fase.

— Estou na terceira rodada em Wimbledon pela primeira vez. Estou feliz pela minha luta, pela briga, mas fiquei um pouco insatisfeita com meu nível de tênis. Quero parabenizar minha adversária, que jogou em alto nível bastante tempo, foi mais competitiva durante todo o jogo. Estou feliz pela minha luta, consegui dar um jeito de ganhar não me sentindo bem. Fui resultadista, o que fez meu nível baixar bastante. Fui bastante conservadora. Tenho a oportunidade de melhorar meu tênis. Quero agradecer a todo mundo pelo apoio e pela torcida – declarou a jogadora, que anotou sua nona vitória de virada em 2023, via assessoria de imprensa.

Décima terceira colocada do ranking, Bia Haddad vai enfrentar a romena Sorena Cirstea – que ocupa o 37º lugar – na terceira rodada, em data a ser anunciada pela organização.


Disponível em: https://ge.globo.com/tenis/noticia/2023/07/06/bi a-haddad-diz-que-foi-conservadora-mas-frisa-tenhooportunidade-de-melhorar.ghtml
O texto 1 está redigido em registro semiformal. Isso significa que, embora predominantemente formal, ele contém marcas que o afastam de um nível extremo de formalidade.

Uma dessas marcas está corretamente identificada e exemplificada na seguinte alternativa:
Alternativas
Q2279861 Português
Texto 1 – Bia Haddad se cobra após vitória inédita: "Fiquei um pouco insatisfeita" (adaptado)
Paulista supera Jaqueline Cristian, carimba vaga na terceira rodada – seu melhor resultado no Grand Slam –, mas não fica satisfeita com o próprio desempenho em quadra
Por Redação do GE — Londres, Inglaterra

A vitória sobre Jaqueline Cristian, por 2 sets a 1, nesta quintafeira, alçou Bia Haddad Maia a uma inédita terceira rodada em Wimbledon. A paulista, porém, não ficou satisfeita com a própria performance na quadra: ela admite que precisou ser conservadora para conquistar o resultado e promete melhorar na próxima fase.

— Estou na terceira rodada em Wimbledon pela primeira vez. Estou feliz pela minha luta, pela briga, mas fiquei um pouco insatisfeita com meu nível de tênis. Quero parabenizar minha adversária, que jogou em alto nível bastante tempo, foi mais competitiva durante todo o jogo. Estou feliz pela minha luta, consegui dar um jeito de ganhar não me sentindo bem. Fui resultadista, o que fez meu nível baixar bastante. Fui bastante conservadora. Tenho a oportunidade de melhorar meu tênis. Quero agradecer a todo mundo pelo apoio e pela torcida – declarou a jogadora, que anotou sua nona vitória de virada em 2023, via assessoria de imprensa.

Décima terceira colocada do ranking, Bia Haddad vai enfrentar a romena Sorena Cirstea – que ocupa o 37º lugar – na terceira rodada, em data a ser anunciada pela organização.


Disponível em: https://ge.globo.com/tenis/noticia/2023/07/06/bi a-haddad-diz-que-foi-conservadora-mas-frisa-tenhooportunidade-de-melhorar.ghtml
“Fui resultadista, o que fez meu nível baixar bastante.” (Texto 1, 2º parágrafo)
Na passagem acima, vê-se o neologismo “resultadista”, no qual o sufixo “-ista” veicula um significado específico.
Esse mesmo significado é expresso pelo sufixo “-ista” na seguinte palavra:
Alternativas
Q2279841 Português
A questão refere-se ao texto abaixo.


Brasil está despreparado para a mutação do trabalho na era digital


      Até 2027, serão criados no mundo 69 milhões de postos de trabalho e eliminados 83 milhões, de acordo com levantamento sobre o futuro do emprego feito pelo Fórum Econômico Mundial. Esses 14 milhões de postos de trabalho deverão ser ceifados pelo avanço da automação e da inteligência artificial (IA). As novas tecnologias criarão outras alternativas de trabalho, mas a sociedade precisará estar qualificada para se adaptar à nova realidade e aproveitar as oportunidades que surgirem.

      Entre os setores com mais potencial de impulsionar novos empregos estão, segundo o estudo, energia e materiais; tecnologia da informação (TI) e comunicação digital. A transição verde para uma economia de baixo carbono será também fonte importante de novos empregos. Eles surgem da necessidade de aumentar a geração de energia de fontes renováveis, com investimentos em parques solares ou eólicos.

      A China lidera esse mercado de trabalho, tendo criado 42% dos empregos mundiais. Nos Estados Unidos, o governo Biden aprovou no Congresso uma lei que destina US$ 370 bilhões à transição da economia americana para energia limpa. Desde agosto, surgiram 100 mil novos empregos no segmento. Nas áreas de TI e comunicação digital, de acordo com o estudo, cada emprego gera cinco noutras áreas.

      Para qualquer país usufruir a revolução tecnológica será fundamental dispor de mão de obra qualificada. Isso se traduz em forte estrutura educacional. Nesse requisito, o Brasil ainda patina, apesar dos avanços no início do ciclo fundamental. Falta conhecimento para obter resultados satisfatórios no segundo ciclo do fundamental, portanto os resultados demoram a aparecer no ensino médio. Ao anunciar a suspensão da reforma do ensino médio, o governo contribui para atrasar ainda mais a formação voltada a cursos profissionalizantes e ao ensino superior.

      Será preciso também pensar em retreinamento de profissionais para atender às necessidades do novo sistema de produção. Na conferência que o Fórum Econômico Mundial promoveu no mês passado na Suíça para debater o mercado de trabalho do futuro, foi revelado que, na Europa, falta 1 milhão de engenheiros apenas para atender à demanda por painéis solares.

      Será, por fim, essencial requalificar aqueles cujos empregos desaparecerão porque suas funções não serão mais necessárias. Já está em declínio a busca por cargos de secretaria executiva e administrativa, guardas de segurança, caixas de banco, vendedores de tíquetes ou carteiros. Dezenas de outras funções ficarão obsoletas. Sua manutenção só contribuirá para reduzir a produtividade da economia, como já ocorre com porteiros, cobradores de ônibus, flanelinhas e tantos outros postos.

      É evidente que o Brasil está atrasado para se adequar a um tipo de sociedade que começou a surgir faz tempo e agora acelera as transformações. Educação básica, retreinamento, requalificação, tudo se tornou urgente para o país. Infelizmente, nem o Executivo nem o Legislativo parecem preocupados — ou mesmo preparados — para o desafio.


Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 19 jun. de 2023.
Para responder à questão, analise o período abaixo.


      As novas tecnologias criarão outras alternativas de trabalho, mas a sociedade precisará estar qualificada para se adaptar à nova realidade e aproveitar as oportunidades que surgirem.

A conjunção “mas” foi utilizada para
Alternativas
Q2279835 Português
A questão refere-se ao texto abaixo.


Brasil está despreparado para a mutação do trabalho na era digital


      Até 2027, serão criados no mundo 69 milhões de postos de trabalho e eliminados 83 milhões, de acordo com levantamento sobre o futuro do emprego feito pelo Fórum Econômico Mundial. Esses 14 milhões de postos de trabalho deverão ser ceifados pelo avanço da automação e da inteligência artificial (IA). As novas tecnologias criarão outras alternativas de trabalho, mas a sociedade precisará estar qualificada para se adaptar à nova realidade e aproveitar as oportunidades que surgirem.

      Entre os setores com mais potencial de impulsionar novos empregos estão, segundo o estudo, energia e materiais; tecnologia da informação (TI) e comunicação digital. A transição verde para uma economia de baixo carbono será também fonte importante de novos empregos. Eles surgem da necessidade de aumentar a geração de energia de fontes renováveis, com investimentos em parques solares ou eólicos.

      A China lidera esse mercado de trabalho, tendo criado 42% dos empregos mundiais. Nos Estados Unidos, o governo Biden aprovou no Congresso uma lei que destina US$ 370 bilhões à transição da economia americana para energia limpa. Desde agosto, surgiram 100 mil novos empregos no segmento. Nas áreas de TI e comunicação digital, de acordo com o estudo, cada emprego gera cinco noutras áreas.

      Para qualquer país usufruir a revolução tecnológica será fundamental dispor de mão de obra qualificada. Isso se traduz em forte estrutura educacional. Nesse requisito, o Brasil ainda patina, apesar dos avanços no início do ciclo fundamental. Falta conhecimento para obter resultados satisfatórios no segundo ciclo do fundamental, portanto os resultados demoram a aparecer no ensino médio. Ao anunciar a suspensão da reforma do ensino médio, o governo contribui para atrasar ainda mais a formação voltada a cursos profissionalizantes e ao ensino superior.

      Será preciso também pensar em retreinamento de profissionais para atender às necessidades do novo sistema de produção. Na conferência que o Fórum Econômico Mundial promoveu no mês passado na Suíça para debater o mercado de trabalho do futuro, foi revelado que, na Europa, falta 1 milhão de engenheiros apenas para atender à demanda por painéis solares.

      Será, por fim, essencial requalificar aqueles cujos empregos desaparecerão porque suas funções não serão mais necessárias. Já está em declínio a busca por cargos de secretaria executiva e administrativa, guardas de segurança, caixas de banco, vendedores de tíquetes ou carteiros. Dezenas de outras funções ficarão obsoletas. Sua manutenção só contribuirá para reduzir a produtividade da economia, como já ocorre com porteiros, cobradores de ônibus, flanelinhas e tantos outros postos.

      É evidente que o Brasil está atrasado para se adequar a um tipo de sociedade que começou a surgir faz tempo e agora acelera as transformações. Educação básica, retreinamento, requalificação, tudo se tornou urgente para o país. Infelizmente, nem o Executivo nem o Legislativo parecem preocupados — ou mesmo preparados — para o desafio.


Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 19 jun. de 2023.
De acordo com as classes de palavras, no título do texto, existem apenas
Alternativas
Q2279834 Português
A questão refere-se ao texto abaixo.


Brasil está despreparado para a mutação do trabalho na era digital


      Até 2027, serão criados no mundo 69 milhões de postos de trabalho e eliminados 83 milhões, de acordo com levantamento sobre o futuro do emprego feito pelo Fórum Econômico Mundial. Esses 14 milhões de postos de trabalho deverão ser ceifados pelo avanço da automação e da inteligência artificial (IA). As novas tecnologias criarão outras alternativas de trabalho, mas a sociedade precisará estar qualificada para se adaptar à nova realidade e aproveitar as oportunidades que surgirem.

      Entre os setores com mais potencial de impulsionar novos empregos estão, segundo o estudo, energia e materiais; tecnologia da informação (TI) e comunicação digital. A transição verde para uma economia de baixo carbono será também fonte importante de novos empregos. Eles surgem da necessidade de aumentar a geração de energia de fontes renováveis, com investimentos em parques solares ou eólicos.

      A China lidera esse mercado de trabalho, tendo criado 42% dos empregos mundiais. Nos Estados Unidos, o governo Biden aprovou no Congresso uma lei que destina US$ 370 bilhões à transição da economia americana para energia limpa. Desde agosto, surgiram 100 mil novos empregos no segmento. Nas áreas de TI e comunicação digital, de acordo com o estudo, cada emprego gera cinco noutras áreas.

      Para qualquer país usufruir a revolução tecnológica será fundamental dispor de mão de obra qualificada. Isso se traduz em forte estrutura educacional. Nesse requisito, o Brasil ainda patina, apesar dos avanços no início do ciclo fundamental. Falta conhecimento para obter resultados satisfatórios no segundo ciclo do fundamental, portanto os resultados demoram a aparecer no ensino médio. Ao anunciar a suspensão da reforma do ensino médio, o governo contribui para atrasar ainda mais a formação voltada a cursos profissionalizantes e ao ensino superior.

      Será preciso também pensar em retreinamento de profissionais para atender às necessidades do novo sistema de produção. Na conferência que o Fórum Econômico Mundial promoveu no mês passado na Suíça para debater o mercado de trabalho do futuro, foi revelado que, na Europa, falta 1 milhão de engenheiros apenas para atender à demanda por painéis solares.

      Será, por fim, essencial requalificar aqueles cujos empregos desaparecerão porque suas funções não serão mais necessárias. Já está em declínio a busca por cargos de secretaria executiva e administrativa, guardas de segurança, caixas de banco, vendedores de tíquetes ou carteiros. Dezenas de outras funções ficarão obsoletas. Sua manutenção só contribuirá para reduzir a produtividade da economia, como já ocorre com porteiros, cobradores de ônibus, flanelinhas e tantos outros postos.

      É evidente que o Brasil está atrasado para se adequar a um tipo de sociedade que começou a surgir faz tempo e agora acelera as transformações. Educação básica, retreinamento, requalificação, tudo se tornou urgente para o país. Infelizmente, nem o Executivo nem o Legislativo parecem preocupados — ou mesmo preparados — para o desafio.


Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 19 jun. de 2023.
No título, o emprego da preposição “para” expressa a ideia de
Alternativas
Q2279706 Português

A questão refere-se ao texto a seguir.



Como frear os massacres nas escolas


 Alexandre Carvalho


     Luz, câmeras do circuito interno preparadas… e ação! Um adolescente de 17 anos saca uma arma de fogo e dispara contra ex-colegas. Segundos depois, seu cúmplice, de 25, usa um machado para atingir vítimas já caídas no chão. Cinco alunos, uma coordenadora pedagógica e uma inspetora do colégio foram assassinados. Antes do ataque, um dos atiradores fez questão de se exibir na internet: publicou 20 fotos suas no Facebook, alternando entre o rosto zangado à mostra e coberto com uma máscara de caveira – a mesma que ele usou no que ficaria conhecido como o “Massacre de Suzano”.


      As cenas registradas na escola da Região Metropolitana de São Paulo, em março de 2019, foram exibidas à exaustão nos portais de internet e telejornais. Os espectadores assistiram às armas apontadas, aos golpes de machado em cabeças com a imagem distorcida – para não ferir (ainda mais) a sensibilidade da audiência. Viram as crianças pulando o muro da escola em desespero; ouviram seus gritos, choros e ligações para o celular dos pais, implorando socorro. Uma edição de cenas idênticas às dos filmes de ação mais eletrizantes. Mas era um terror real.


      Eis que um salto de quatro anos nos leva à tragédia do dia 28 de março agora. Um adolescente assassinou com facadas sua professora de 71 anos numa escola da Vila Sônia, zona oeste paulistana. Também feriu colegas até ser imobilizado e desarmado por duas mulheres. Em depoimento à polícia, o garoto confessou: “Fui inspirado pelo Massacre de Suzano”. Não à toa, usava a mesma máscara com imagem de caveira que um de seus ídolos ostentava na internet. E seguiu o padrão de se gabar. Horas antes do ataque, publicou no Twitter: “Irá acontecer hoje, esperei por esse momento a vida inteira”. Em seu perfil nessa rede social, usava o sobrenome de um dos atiradores de Suzano.


      A influência por trás desse adolescente assassino se encaixa na descrição do “efeito copycat”: o interesse de alguém no sensacionalismo em torno de crimes violentos (ou suicídios) a ponto de cometer atos semelhantes. No caso de criminosos em potencial, é gente que quer a mesma celebridade de seus malvados favoritos.


      Mas por que a publicidade de crimes geraria mais crimes? A resposta passa primeiro pela nossa própria essência: a linha entre civilização e barbárie é mais tênue do que Homo sapiens modernos tendem a crer. Freud tinha uma explicação para isso. Ele afirmava que a pressão civilizatória para a vida em sociedade trouxe um mal-estar para o que se esconde no nosso cérebro primitivo, confortável com o comportamento violento. Afinal, a humanidade passou o grosso de sua história lidando com assassinatos como parte do dia a dia. O psicólogo Steven Pinker, que estudou as razões do declínio da violência através dos tempos, escreveu: “Até recentemente, a maioria das pessoas não achava que havia algo particularmente errado com elas”.


      A sociedade mudou, mas bem mais rapidamente do que o funcionamento do órgão que temos na caixa craniana. Lá no fundo, esse instinto homicida ainda existe e quer se manifestar – e nem sempre à sombra do olhar da Justiça. Afinal, a notoriedade de um assassinato pode ser favorável a quem quer ser temido ou aceito pelo grupo (pense em grupos que dominavam outros à base da força). E, até hoje, acaricia o ego dos que desejam pôr a cabeça para fora da maioria.


      Veja o caso da morte de John Lennon. O beatle teve de escrever muitas das melhores composições da música pop para se estabelecer como um superstar. Seu assassino só precisou de cinco disparos para ter seu rosto estampado pelo mundo, e ver seu nome se tornar quase tão conhecido quanto o de sua vítima.


      O massacre da Columbine High School, de 1999, no qual dois adolescentes mataram 13 pessoas a tiros e se suicidaram em seguida, tornou os rostos e nomes dos assassinos conhecidos mundialmente. Virou filme, documentário. E levou a uma corrente de atos parecidos mundo afora. Só nos EUA, houve 377 ataques em escolas desde então.


      Com as redes sociais, o estrelato psicótico ficou ainda mais acessível. E a própria evolução no número de massacres americanos mostra isso. Em 2000, um ano após Columbine, e com a internet ainda na infância, aconteceram 12 tiroteios em escolas. Em 2018, o ano em que o TikTok se tornou o app mais baixado dos EUA, foram 30 ataques com armas de fogo. No ano passado, 46 – o recorde até agora. Um estudo da Temple University (EUA) vai ao encontro dessa ligação entre os massacres e a ascensão das redes: mostrou que adolescentes se tornam cinco vezes mais propensos a cometer crimes se sabem que seus colegas estão vendo.


      No mundo pré-internet, era mais difícil para alguém com pendor para a prática criminosa encontrar grupos com interesses idênticos. Com redes sociais é diferente: aqueles com tendências violentas acham seus semelhantes com facilidade, mesmo que estejam em cidades, estados ou países diferentes. E um agressor em potencial mais ousado estimula o outro.


      Há caminhos para minimizar essa tendência. Se o descontrole no acesso ao conteúdo está na essência das redes sociais, um relatório do Crest, consultoria britânica especializada em crime e Justiça, traz algumas recomendações. Estamos falando de treinamento de crianças como espectadores de mídia social, para orientá-las sobre como identificar (e dar um alerta) se algo parecer levar à violência. Outra seria criar uma escala de classificação para plataformas de rede social, indicando o quão seguras elas são para crianças – já que isso pressionaria as próprias redes a abolir conteúdo impróprio de forma mais eficiente. No Brasil, o Ministério da Justiça anunciou a ampliação de 10 para 50 o número de policiais do grupo de monitoramento da dark web, a terra sem lei onde comunidades de criminosos se sentem em casa.


      Mas talvez a mais importante das iniciativas seja algo simples. E que está começando a ser defendida (e posta em prática) no Brasil com ênfase depois que, poucos dias após o assassinato na Vila Sônia, um homem de 25 anos invadiu uma creche em Blumenau (SC) e matou quatro crianças com uma machadinha. É não dar o que alguns desses matadores mais querem: a celebridade.


      No mesmo dia do massacre dessas meninas e meninos, William Bonner anunciou no Jornal Nacional que os nomes e as imagens de autores de ataques, assim como vídeos dos crimes, não seriam mais divulgados na Globo. Outros órgãos de imprensa adotaram a mesma abordagem. E é o que fizemos neste artigo, incluindo casos do passado. Glamourizar assassinos, afinal, equivale a pedir por mais assassinatos.



Disponível em:< https://super.abril.com.br/sociedade>. Acesso em 25 jun. 2023.

Leia o período a seguir.


Lá no fundo, esse instinto homicida ainda existe e quer se manifestar – e nem sempre à sombra do olhar da Justiça.


A conjunção e foi empregada com valor

Alternativas
Q2279353 Português
O que é, exatamente, a felicidade?

    Eis aí uma pergunta que só parece simples. Ela é formada por alegria, otimismo, calma, prazer e diversos outros ingredientes, mas é muito mais do que a soma deles – da mesma forma que um bolo de chocolate não é uma simples pilha de manteiga, cacau e açúcar.

    O melhor caminho para entender a felicidade parece estar em dois conceitos propostos por Aristóteles na Grécia do século 4 a.C.: hedonia e eudaimonia.

    A hedonia é imediata, e se manifesta em situações pontuais: reencontrar um filho que volta de viagem, ver pela décima vez o seu filme favorito ou comer aquele prato que você adora. Ela é aquela sensação súbita de felicidade após fazer ou viver algo bom.

    Já a eudaimonia é de longo prazo – um estado de espírito baseado em viver bem a vida, seguindo critérios éticos e morais e buscando evoluir como indivíduo. É a combinação dessas duas coisas que, para Aristóteles, compõem a felicidade.     

    Quando você pergunta a si mesmo se é feliz, na verdade está pensando na eudaimonia. E ela é o saldo das experiências e emoções vividas. Ou seja, das suas memórias. Ao gravá-las, o cérebro atribui a cada uma delas uma “valência emocional”. E isso, no futuro, acaba influindo diretamente sobre a felicidade. Imagine o seguinte cenário. Você está jantando na sua lanchonete preferida, aonde vai sempre com seu namorado ou namorada. Agora pense no cheiro delicioso daquele hambúrguer.

    Foi uma lembrança feliz, certo? Aquela memória tem valência positiva. Agora imagine que você levou um pé na bunda, justo naquela lanchonete. Nunca mais volta lá, por razões óbvias. Mas tempos depois está na casa de um amigo que pede aquele mesmo lanche por delivery.

    Desta vez, o sanduíche evoca em você uma memória ruim – com valência emocional negativa. Percebeu? A lembrança do hambúrguer em si não mudou (você continua sabendo exatamente que gosto, cheiro e textura ele tem), mas seu significado sim.
    
    Quanto mais memórias positivas você acumula, mais perto da felicidade estará. Isso é óbvio. O que não é óbvio: aparentemente, o cérebro gasta mais energia para carimbar uma memória como positiva – e, por isso, ele pode ser naturalmente pessimista.

    A felicidade não é sólida; ela oscila, momento a momento. Uma hora nos sentimos felizes e outra não, mesmo quando não há estímulos claramente negativos – aquele hambúrguer que hoje nos parece delicioso, amanhã pode não satisfazer (mesmo não havendo um fim de relacionamento envolvido na história).

Texto adaptado da Revista Superinteressante: <https://super.abril.com.br/ciencia/a-quimica-da-felicidade/>


Com base no Texto “O que é, exatamente, a felicidade?”, analise as afirmativas a seguir: I. No trecho: “Quanto mais memórias positivas você acumula, mais perto da felicidade estará. Isso é óbvio”, é correto afirmar que as palavras destacadas “Quanto mais”, “Isso” e “óbvio” são morfologicamente classificadas como conjunção proporcional, pronome demonstrativo e adjetivo, respectivamente.
II. No trecho: “Quanto mais memórias positivas você acumula, mais perto da felicidade estará. Isso é óbvio”, é correto afirmar que a palavra destacada “Isso” se refere à oração anterior inteira”. Marque a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q2279351 Português
O que é, exatamente, a felicidade?

    Eis aí uma pergunta que só parece simples. Ela é formada por alegria, otimismo, calma, prazer e diversos outros ingredientes, mas é muito mais do que a soma deles – da mesma forma que um bolo de chocolate não é uma simples pilha de manteiga, cacau e açúcar.

    O melhor caminho para entender a felicidade parece estar em dois conceitos propostos por Aristóteles na Grécia do século 4 a.C.: hedonia e eudaimonia.

    A hedonia é imediata, e se manifesta em situações pontuais: reencontrar um filho que volta de viagem, ver pela décima vez o seu filme favorito ou comer aquele prato que você adora. Ela é aquela sensação súbita de felicidade após fazer ou viver algo bom.

    Já a eudaimonia é de longo prazo – um estado de espírito baseado em viver bem a vida, seguindo critérios éticos e morais e buscando evoluir como indivíduo. É a combinação dessas duas coisas que, para Aristóteles, compõem a felicidade.     

    Quando você pergunta a si mesmo se é feliz, na verdade está pensando na eudaimonia. E ela é o saldo das experiências e emoções vividas. Ou seja, das suas memórias. Ao gravá-las, o cérebro atribui a cada uma delas uma “valência emocional”. E isso, no futuro, acaba influindo diretamente sobre a felicidade. Imagine o seguinte cenário. Você está jantando na sua lanchonete preferida, aonde vai sempre com seu namorado ou namorada. Agora pense no cheiro delicioso daquele hambúrguer.

    Foi uma lembrança feliz, certo? Aquela memória tem valência positiva. Agora imagine que você levou um pé na bunda, justo naquela lanchonete. Nunca mais volta lá, por razões óbvias. Mas tempos depois está na casa de um amigo que pede aquele mesmo lanche por delivery.

    Desta vez, o sanduíche evoca em você uma memória ruim – com valência emocional negativa. Percebeu? A lembrança do hambúrguer em si não mudou (você continua sabendo exatamente que gosto, cheiro e textura ele tem), mas seu significado sim.
    
    Quanto mais memórias positivas você acumula, mais perto da felicidade estará. Isso é óbvio. O que não é óbvio: aparentemente, o cérebro gasta mais energia para carimbar uma memória como positiva – e, por isso, ele pode ser naturalmente pessimista.

    A felicidade não é sólida; ela oscila, momento a momento. Uma hora nos sentimos felizes e outra não, mesmo quando não há estímulos claramente negativos – aquele hambúrguer que hoje nos parece delicioso, amanhã pode não satisfazer (mesmo não havendo um fim de relacionamento envolvido na história).

Texto adaptado da Revista Superinteressante: <https://super.abril.com.br/ciencia/a-quimica-da-felicidade/>


Com base no Texto “O que é, exatamente, a felicidade?”, analise as afirmativas a seguir: I. No trecho: “Eis uma pergunta que só parece simples”, é certo afirmar que os termos destacados “” e “que“ são morfologicamente classificados como advérbio e conjunção integrante respectivamente.
II. No trecho: “Eis aí uma pergunta que parece simples”, é certo afirmar que os termos destacados “uma” e “só” são artigo definido e advérbio respectivamente.
III. No trecho: “Ou seja, das suas memórias. Ao gravá-las, o cérebro atribui a cada uma delas uma “valência emocional”, é correto afirmar que os termos destacados “Ou seja” e “las” operam como locução conjuntiva com função explicativa e pronome pessoal oblíquo com função anafórica respectivamente. Marque a alternativa CORRETA
Alternativas
Q2279191 Português
Você é um número


    Se você não tomar cuidado, vira número até para si mesmo. Porque a partir do instante em que você nasce, classificam-no com um número. O registro civil é um número. Seu título de eleitor é um número. Profissionalmente falando você também é. Para ser motorista, tem carteira com número e chapa de carro. No Imposto de Renda, o contribuinte é identificado com um número. Seu prédio, seu telefone, seu número de apartamento — tudo é número.

    Se abre crediário, para eles você é um número. Se tem propriedade, também. Se é sócio de um clube, tem um número. Se é imortal da Academia Brasileira de Letras, tem o número da cadeira.

    Se é contribuinte de qualquer obra de beneficência, também é solicitado por um número. Se faz viagem de passeio ou de negócio, também recebe um número. Para tomar um avião, dão-lhe um número. Se possui ações, também recebe um. É claro que você é um número de recenseamento. Se é católico, recebe número de batismo. No registro civil ou religioso, você é numerado. Se possui personalidade jurídica, tem. E quando morre, no jazigo, tem um número. E a certidão de óbito também.

    Nós não somos ninguém? Protesto. Aliás, é inútil o protesto. E vai ver meu protesto também é número.

    Uma amiga minha contou que no Alto Sertão de Pernambuco uma mulher estava com o filho doente, desidratado, foi ao Posto de Saúde. E recebeu a ficha número 10. Mas dentro do horário previsto pelo médico a criança não pôde ser atendida porque só atenderam até o número 9. A criança morreu por causa de um número. Nós somos culpados.

    Se há uma guerra, você é classificado por um número. Numa pulseira com placa metálica, se não me engano.

    Nós vamos lutar contra isso. Cada um é um, sem número. O si-mesmo é apenas o si-mesmo.

    Vamos ser gente, por favor. Nossa sociedade está nos deixando secos como um número seco, como um osso branco seco exposto ao sol. Meu número íntimo é 9. Só. 8. Só. 7. Só. Sem somá-los nem transformá-los em novecentos e oitenta e sete. Estou me classificando como um número? Não, a intimidade não deixa. Veja, tentei várias vezes na vida não ter número e não escapei. O que faz com que precisemos de muito carinho, de nome próprio, de genuinidade. Vamos amar que amor não tem número. Ou tem?


(LISPECTOR, Clarice — adaptado.)
Está CORRETO o emprego de ambos os elementos sublinhados na alternativa:
Alternativas
Q2279185 Português
Você é um número


    Se você não tomar cuidado, vira número até para si mesmo. Porque a partir do instante em que você nasce, classificam-no com um número. O registro civil é um número. Seu título de eleitor é um número. Profissionalmente falando você também é. Para ser motorista, tem carteira com número e chapa de carro. No Imposto de Renda, o contribuinte é identificado com um número. Seu prédio, seu telefone, seu número de apartamento — tudo é número.

    Se abre crediário, para eles você é um número. Se tem propriedade, também. Se é sócio de um clube, tem um número. Se é imortal da Academia Brasileira de Letras, tem o número da cadeira.

    Se é contribuinte de qualquer obra de beneficência, também é solicitado por um número. Se faz viagem de passeio ou de negócio, também recebe um número. Para tomar um avião, dão-lhe um número. Se possui ações, também recebe um. É claro que você é um número de recenseamento. Se é católico, recebe número de batismo. No registro civil ou religioso, você é numerado. Se possui personalidade jurídica, tem. E quando morre, no jazigo, tem um número. E a certidão de óbito também.

    Nós não somos ninguém? Protesto. Aliás, é inútil o protesto. E vai ver meu protesto também é número.

    Uma amiga minha contou que no Alto Sertão de Pernambuco uma mulher estava com o filho doente, desidratado, foi ao Posto de Saúde. E recebeu a ficha número 10. Mas dentro do horário previsto pelo médico a criança não pôde ser atendida porque só atenderam até o número 9. A criança morreu por causa de um número. Nós somos culpados.

    Se há uma guerra, você é classificado por um número. Numa pulseira com placa metálica, se não me engano.

    Nós vamos lutar contra isso. Cada um é um, sem número. O si-mesmo é apenas o si-mesmo.

    Vamos ser gente, por favor. Nossa sociedade está nos deixando secos como um número seco, como um osso branco seco exposto ao sol. Meu número íntimo é 9. Só. 8. Só. 7. Só. Sem somá-los nem transformá-los em novecentos e oitenta e sete. Estou me classificando como um número? Não, a intimidade não deixa. Veja, tentei várias vezes na vida não ter número e não escapei. O que faz com que precisemos de muito carinho, de nome próprio, de genuinidade. Vamos amar que amor não tem número. Ou tem?


(LISPECTOR, Clarice — adaptado.)
Analisar a oração a seguir e, em seguida, assinalar a alternativa que apresenta a indicação CORRETA das classes a que pertencem as palavras sublinhadas, na ordem em que aparecem:

A criança morreu por causa de um número.
Alternativas
Q2279149 Português
Assinalar a alternativa que apresenta derivação sufixal:
Alternativas
Q2279144 Português
Em relação à flexão em grau dos substantivos, analisar os itens abaixo:

I. A palavra caixote é diminutivo de caixa.
II. A palavra chuvisqueiro é aumentativo de chuva.
III. A palavra bicharrão é aumentativo de bicho.
IV. A palavra casebre é aumentativo de casa.

Estão CORRETOS:
Alternativas
Q2279142 Português
Por que os gatos 'amassam pãozinho'? A ciência tem as
respostas

    Quem tem gato provavelmente já viu o momento em que o bichano faz um movimento de “amassar pãozinho”. Isso ocorre quando ele coloca as patas dianteiras em algum lugar e aperta a região abrindo os dedos, como se estivesse massageando o local.
    
    Segundo uma consultora de comportamento felino com pós-doutorado na Escola de Medicina Veterinária da Universidade da Califórnia, o ato de amassar já nasce com os gatos, e isso pode ser visto já quando eles nascem. “É um provável _______ ao comportamento feliz dos dias de quando eram filhotes. Amassar é o que os gatinhos fazem quando estão mamando, para estimular a liberação do leite da mãe”, disse a cientista. 

    O movimento durante a amamentação também pode ser usado como uma forma de comunicação entre o gatinho e a mãe, já que os gatos possuem pequenas glândulas odoríferas nas patas e, quando amassam, são liberados feromônios usados para se comunicar. “Amassar a mãe libera feromônios associados à ligação, identificação, estado de saúde e muitas outras mensagens. Um deles, conhecido como 'feromônio apaziguador de gatos', é liberado pelas glândulas _______ ao redor das glândulas mamárias”, explica um artigo do site The Conversation.

     De acordo com pesquisadoras da Escola de Ciência Animal e Veterinária da Universidade de Adelaide, existem outros motivos associados ao “amassar pãozinho”. Segundo elas, a primeira resposta está em um fenômeno chamado neotenia, que é quando animais adultos _______ traços ou comportamentos infantis. No caso dos gatos, a possibilidade é de que eles façam a ação para mostrar aos seus tutores que os amam — exatamente como os donos costumam pensar. É como se eles dissessem “você faz parte do meu grupo social” e “me sinto confortável aqui”, especialmente se são recompensados com carinho ou comida depois disso.

    Gatos também costumam amassar quando estão querendo “amaciar” o lugar onde vão dormir para deixá-lo mais confortável. Ao mesmo tempo, fazer isso com muita frequência pode ser sinal de compulsão ou de que eles estão com algum machucado ou estressados. Fica o alerta. Nesse caso, o ideal é procurar um veterinário.

(Fonte: Tilt UOL — adaptado.) 



Considerando-se sua função na frase, a palavra sublinhada em “Segundo elas, a primeira resposta está em um fenômeno chamado neotenia [...]” é classificada CORRETAMENTE como:
Alternativas
Q2278888 Português

Observe agora a notícia abaixo para responder à questão.



O vilarejo de uma só rua onde vivem 6 mil pessoas


    Os habitantes desta pitoresca vila vivem ao longo de uma rua de 9 km no sul da Polônia.




    Do alto, parece uma longa costura conectando uma série de campos sinuosos e coloridos.

    De perto, no entanto, é possível identificar as casas dos 6 mil habitantes que vivem neste pitoresco vilarejo localizado na província de Malopolska (Pequena Polônia), no sul do país da Europa Central.

    Esta "pérola polaca" é Suloszowa, "uma cidade cujos habitantes vivem numa única rua", como dizem as fotos publicadas nas redes sociais que foram compartilhadas por milhares de usuários.

    Suloszowa fica no Parque Nacional Ojcowski, famoso por suas formações calcárias, a cerca de 36 km de Cracóvia.

     Como mostram as fotos aéreas, os telhados das casas e edifícios em Suloszowa se estendem dos dois lados de uma via de 9 km chamada Olkuska-Krakowska, uma das ruas mais longas da Polônia. Atrás das casas, estão as fazendas.


Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/07/29/o-vilarejo-de-uma-so-rua-onde-vivem-6-milpessoas.ghtml

Que grupo de palavras se enquadra na classe morfológica do adjetivo?
Alternativas
Q2278883 Português

Veja a página da internet abaixo para responder à questão.






Fonte: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/rio-verde/panorama. Acesso: 07/07/2023

Segundo os dados do IBGE, as pessoas nascidas em Rio Verde podem ser caracterizadas como cidadão “rio – verdense” ou cidadão “rio-verdino”. Essas designações se classificam, morfologicamente, como:
Alternativas
Q2278881 Português

Veja a imagem para responder à questão.





Fonte: https://www.shoptime.com.br/produto/3526055516?pfm_carac=a-receita-dafelicidade&pfm_page=search&pfm_pos=grid&pfm_type=search_page

As palavras que formam os ingredientes da receita são, morfologicamente, classificadas como ______________, já que nomeiam os sentimentos. A opção que completa a lacuna é:
Alternativas
Q2278697 Português

Chimarrão


Por Anderson Hartmann





(Disponível em: www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/produtos-ingredientes/chimarrao-origem-e-misteriosda-bebida-simbolo-do-gaucho/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

No trecho “O chimarrão é a bebida símbolo do Rio Grande do Sul” as palavras sublinhadas são, respectivamente:
Alternativas
Q2278692 Português

Chimarrão


Por Anderson Hartmann





(Disponível em: www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/produtos-ingredientes/chimarrao-origem-e-misteriosda-bebida-simbolo-do-gaucho/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Assinale a alternativa que indica o motivo pelo qual “Rio Grande do Sul”, “Salvador” e “Minas Gerais” são escritos com a inicial em letra maiúscula.
Alternativas
Respostas
5341: C
5342: B
5343: E
5344: C
5345: A
5346: C
5347: D
5348: C
5349: A
5350: C
5351: C
5352: E
5353: B
5354: B
5355: D
5356: D
5357: B
5358: C
5359: C
5360: D