Questões de Concurso Sobre morfologia em português

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Q1849022 Português

Leia o texto de Marcos Rey, para responder à questão.


O coração roubado


    Eu cursava o último ano do primário e como já estava com o diplominha garantido, meu pai me deu um presente muito cobiçado: “O coração”, famoso livro do escritor italiano Edmondo de Amicis, best-seller1 do gênero infantojuvenil. À página de abertura, lá estava a dedicatória do velho com sua inconfundível letra esparramada. Como todos os garotos da época, apaixonei-me por aquela obra-prima, tanto que a levava ao grupo escolar para reler trechos no recreio.
    Justamente no último dia de aula, o das despedidas, após a festinha de formatura, voltei para a classe a fim de reunir meus objetos escolares, antes do adeus. Mas onde estava “O coração”? Onde? Desaparecera. Tremendo choque. Algum colega na certa o furtara. Não teria coragem de aparecer em casa sem ele.
    Ia informar à diretora quando, passando pelas carteiras, vi o livro bem escondido sob uma pasta escolar. Mas era lá que se sentava o Plínio, não era? Plínio, o primeiro da classe em aplicação e comportamento, o exemplo para todos nós. Inclusive o mais bem limpinho, o mais bem penteadinho, o mais tudo. Confesso, hesitei2 . Desmascarar um ídolo? Então peguei o exemplar e o guardei na minha pasta. Caladão. Sem revelar a ninguém o acontecido.
    Passados muitos anos, reconheci o retrato de Plínio num jornal. Advogado, fazia rápida carreira na Justiça.
    E, quando o desembargador Plínio já estava aposentado, mudei-me para meu endereço atual. Durante a mudança, alguns livros despencaram de uma estante improvisada. Um deles era “O coração”. Saudades. Havia quantos anos não o abria? Lembrei-me da dedicatória do meu falecido pai. Procurei e não a encontrei. Teria a tinta se apagado? Na página seguinte havia uma dedicatória. Mas não reconheci a caligrafia paterna: “Ao meu querido filho Plínio, com todo o amor e carinho de seu pai”.

(Coleção Melhores Crônicas – Marcos Rey. Seleção Anna Maria Martins. Global, 2010. Adaptado)

1 best-seller: livro que é sucesso de vendas
2 hesitei: fiquei na dúvida

Assinale a alternativa correta a respeito do trecho do texto.
Alternativas
Q1848923 Português
    Oh, Deus, meu Deus, que misérias e enganos não experimentei, quando simples criança me propunham vida reta e obediência aos mestres, a fim de mais tarde brilhar no mundo e me ilustrar nas artes da língua, servil instrumento da ambição e da cobiça dos homens.
     Fui mandado à escola para aprender as primeiras letras, cuja utilidade eu, infeliz, ignorava. Todavia, batiam-me se no estudo me deixava levar pela preguiça. As pessoas grandes louvavam esta severidade. Muitos dos nossos predecessores na vida tinham traçado estas vias dolorosas, por onde éramos obrigados a caminhar, multiplicando os trabalhos e as dores aos filhos de Adão. Encontrei, porém, Senhor, homens que Vos imploravam, e deles aprendi, na medida em que me foi possível, que éreis alguma coisa de grande e que podíeis, apesar de invisível aos sentidos, ouvir-nos e socorrer-nos.
  Ainda menino, comecei a rezar-Vos como a “meu auxílio e refúgio”, desembaraçando-me das peias da língua para Vos invocar. Embora criança, mas com ardente fervor, pedia-Vos que na escola não fosse açoitado. 
     Quando me não atendíeis — “o que era para meu proveito” —, as pessoas mais velhas e até os meus próprios pais, que, afinal, me não desejavam mal, riam-se dos açoites — o meu maior e mais penoso suplício.
     Contudo, pecava por negligência, escrevendo, lendo e aprendendo as lições com menos cuidado do que de nós exigiam.
    Senhor, não era a memória ou a inteligência que me faltavam, pois me dotastes com o suficiente para aquela idade. Mas gostava de jogar, e aqueles que me castigavam procediam de modo idêntico! As ninharias, porém, dos homens chamam-se negócios; e as dos meninos, sendo da mesma natureza, são punidas pelos grandes, sem que ninguém se compadeça da criança, nem do homem, nem de ambos. 

Santo Agostinho. Confissões. Montecristo Editora. Edição do Kindle, p. 23-24 (com adaptações).

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os itens a seguir. 

A substituição do termo “infeliz” (primeiro período do segundo parágrafo) por infelizmente alteraria os sentidos originais do texto. 
Alternativas
Q1848904 Português
exto CG1A1-I

   A teoria das causas cerebrais dos transtornos mentais passou gradualmente a ironizar tudo o que se relacionava com a forma de vida do sujeito, compreendida como unidade entre linguagem, desejo e trabalho. As narrativas de sofrimento da comunidade ou dos familiares com quem se vive, a própria versão do paciente, o seu “lugar de fala” diante do transtorno, tornaram-se epifenômenos, acidentes que não alteram a rota do que devemos fazer: correção educacional de pensamentos distorcidos e medicação exata.
   Quarenta anos depois, acordamos em meio a uma crise global de saúde mental, com elevação de índices de suicídio, medicalização massiva receitada por não psiquiatras e insuficiência de recursos para enfrentar o problema.
   Esse é o custo de desprezar a cultura como instância geradora de mediações de linguagem necessárias para que enfrentemos o sofrimento antes que ele evolua para a formação de sintomas. Esse é o desserviço dos que imaginam que teatro, literatura, cinema e dança são apenas entretenimento acessório — como se a ampliação e a diversidade de nossa experiência cultural não fossem essenciais para desenvolver capacidade de escuta e habilidades protetivas em saúde mental. Como se eles não nos ensinassem como sofrer e, reciprocamente, como tratar o sofrimento no contexto coletivo e individual do cuidado de si.

Christian Dunker. A Arte da quarentena para principiantes.
São Paulo: Boitempo, 2020, p. 32-33 (com adaptações). 

Julgue o próximo item, relativos aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CG1A1-I.  
Mantendo-se a correção gramatical do trecho “essenciais para desenvolver capacidade de escuta e habilidades protetivas em saúde mental” (terceiro parágrafo), o termo “para” poderia ser substituído por a
Alternativas
Q1848823 Português

Leia a tira para responder à questão.



(Beck, Alexandre. Armandinho Dois. Florianópolis, SC: A. C. Beck, 2014, p. 11) 

Preserva-se a ideia de probabilidade expressa no enunciado do segundo quadrinho “Deve ser problema de incompatibilidade” na seguinte frase:
Alternativas
Q1848820 Português

Leia o texto para responder à questão.


Fake news na mira


    Controversa, a expressão fake news é amplamente usada. Mas, se não é fácil definir o que é fake news, imagine combatê-la de forma eficiente. Esse nome tem sido recorrentemente atribuído a postagens que desagradam, erros em matérias, títulos descalibrados e até a colunas de opinião, embora não o sejam. Fake news são conteúdo falso. É uma mentira com aparência de verdade que mimetiza a forma da notícia. Para isso, lança mão da linguagem jornalística e busca popularidade nas redes sociais.
    Um aspecto crucial é saber diferenciá-la dos erros cometidos pela imprensa.

    Diferentemente da notícia, as fake news são produzidas anonimamente e buscam induzir a erro para obter vantagem econômica ou política. Uma Redação profissional é alvo da cobrança do público e pode ser responsabilizada. Quem são os autores de fake news? Não se sabe e, portanto, deles nada pode ser cobrado.

    O fato é que a imprensa não tem o monopólio da verdade. Ela erra e desinforma. A questão é que, quando isso acontece, a sociedade tem meios para cobrar as correções.

    No caso de conteúdo fraudulento, não há espaço para contestação dos acusados nem correção de erro – mesmo porque o erro é proposital.


(Flávia Lima. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/flavia-lima-ombudsman/2019/11/fake-news-na-mira.shtml. 24.11.2019. Adaptado)

Considere o seguinte trecho do primeiro parágrafo para responder à questão.
•  Para isso, lança mão da linguagem jornalística e busca popularidade nas redes sociais.
O termo Para, em destaque, expressa a noção de 
Alternativas
Q1848780 Português
A respeito das normas de ortografia, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. Em Língua Portuguesa, há os vocábulos “viagem” e “viajem”, ambos corretamente escritos, porém com classificações distintas. O primeiro é um substantivo e o segundo, uma forma verbal. II. Os vocábulos “mecha” e “mexa” existem na Língua Portuguesa, no entanto possuem classificações distintas. O primeiro é uma forma verbal e o segundo é um substantivo. III. “Há um perigo eminente, nesta rodovia, por conta dos vários buracos no asfalto.” O vocábulo em destaque está corretamente grafado e traz como significado algo próximo de acontecer. 
Alternativas
Q1848779 Português

Leia atentamente o texto abaixo para responder a questão.


Annabel Lee

Edgar Allan Poe

(tradução de Fernando Pessoa)




Foi há muitos e muitos anos já,/ Num reino de ao pé do mar.

Como sabeis todos, vivia lá/ Aquela que eu soube amar;

E vivia sem outro pensamento/ Que amar-me e eu a adorar.

Eu era criança e ela era criança,/ Neste reino ao pé do mar;

Mas o nosso amor era mais que amor/ - O meu e o dela a amar;

Um amor que os anjos do céu vieram/ a ambos nós invejar.

E foi esta a razão por que, há muitos anos,/ Neste reino ao pé do mar,

Um vento saiu duma nuvem, gelando/ A linda que eu soube amar;

E o seu parente fidalgo veio/ De longe a me a tirar,

Para a fechar num sepulcro/ Neste reino ao pé do mar.

E os anjos, menos felizes no céu,/ Ainda a nos invejar...

Sim, foi essa a razão (como sabem todos,/ Neste reino ao pé do mar)

Que o vento saiu da nuvem de noite/ Gelando e matando a que eu soube amar. 

*barras marcam divisão dos versos do poema.

A vogal “a”, quando inserida em orações e textos, assume funções e classificações distintas. Analise o seu uso no enunciado a seguir: “E o seu parente fidalgo veio/ De longe a me a tirar,” [...] Assinale a alternativa que apresenta correta e respectivamente a classificação dos termos em destaque.
Alternativas
Q1848463 Português

Texto 1 para responder à questão.

Considerando o papel das classes de palavras na construção dos sentidos do texto, assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Q1848349 Português
Leia, com atenção, o texto de Lucília Diniz, 66 DIAS PARA | | MUDAR e responda o que se pede no comando da questão.

66 DIAS PARA MUDAR
Eis o tempo médio para incorporarmos um novo hábito.
    Não é fácil incorporar um novo hábito à rotina. Mas também não é especialmente difícil. Não há regra geral. Depende da rotina que se quer mudar, do hábito a ser adquirido e, sobretudo, de cada um de nós. De qualquer maneira, não é algo que ocorra da noite para o dia. Pode levar poucas semanas ou alguns meses. Por mais elástico que seja o prazo, no entanto, é importante termos um horizonte à vista, para calibrar nossas expectativas e aplacar ansiedades naturais.
    Muitos anos atrás, quando eu investi na formação de hábitos saudáveis, responsáveis pela eliminação da metade dos meus 120 quilos, não havia referências confiáveis sobre o tempo que o processo duraria. Nos anos 60, o que estava disponível na praça era o mito de que a automação de um novo comportamento consumia no mínimo 21 dias. Era um número mágico, saído da cartola de um bestseller americano, o médico Maxwell Maltz, que difundiu essa métrica a partir da experiência própria e da observação de alguns pacientes. Mas, na falta de um benchmark baseado em estatísticas robusta, as tais três semanas ganharam ares de verdade absoluta.
    Hoje, estudos mais consistentes sobre o fenômeno de mudança de hábito evitam cravar o intervalo de tempo necessário para a adaptação da mente e do corpo, uma vez que são muitas as variáveis que influenciam a transformação. Uma pesquisa de 2009, publicada numa revista especializada, a European Journal of Social Psychology, mostrou que leva de 254 dias para uma pessoa incorporar um novo hábito. A variação é tão grande que teria pouca utilidade a quem busca um parâmetro. Mas o mesmo estudo conclui que, na média, levamos 66 dias para que um exercício diferente ou nova dieta entrem no modo piloto automático.
    Pela minha própria experiência, considero esse um prazo bastante razoável. Não é tão curto a ponto de criar falsas esperanças, nem tão longo que provoque desânimo. Quando embarquei em minha revolução comportamental teria sido mentalmente reconfortante contar com esse referencial. Na época, eu ignorava quanto deveria insistir para concluir a travessia do deserto - o obstáculo inicial para implementar um novo hábito. Comecei e terminei muitas dietas por imaginar que aquele período duro de adaptação não teria fim. Venci, por fim, vivendo um dia de cada vez, mas é claro que a estratégia adotada intuitivamente teria sido facilitada no caso de uma contagem regressiva em direção a essa linha de chegada imaginária dos 66 dias. A medida não é relevante por si própria, mas por quantificar o desafio. Cada xis rabiscado no calendário é um pequeno passo que nos aproxima de um tempo melhor. O processo de mudança é gradativo. Como dizia Mark Twain, “a gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela; é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau”.
    O nosso cérebro, que valoriza a eficiência, gosta da rotina. Afinal, se não precisamos pensar para praticar certas ações, como escovar os dentes ou afivelar o cinto de segurança, liberamos a mente para tarefas mais nobres - como nos preparar para o desafio de normalizar novos hábitos nos próximos 66 dias.
FONTE: DINIZ, Lucilia. Revista Veja, 07/07/2021.
A classe gramatical do termo está incorretamente analisada em: “Nos anos 60, o que estava disponível (...)”: 
Alternativas
Q1848347 Português
Leia, com atenção, o texto de Lucília Diniz, 66 DIAS PARA | | MUDAR e responda o que se pede no comando da questão.

66 DIAS PARA MUDAR
Eis o tempo médio para incorporarmos um novo hábito.
    Não é fácil incorporar um novo hábito à rotina. Mas também não é especialmente difícil. Não há regra geral. Depende da rotina que se quer mudar, do hábito a ser adquirido e, sobretudo, de cada um de nós. De qualquer maneira, não é algo que ocorra da noite para o dia. Pode levar poucas semanas ou alguns meses. Por mais elástico que seja o prazo, no entanto, é importante termos um horizonte à vista, para calibrar nossas expectativas e aplacar ansiedades naturais.
    Muitos anos atrás, quando eu investi na formação de hábitos saudáveis, responsáveis pela eliminação da metade dos meus 120 quilos, não havia referências confiáveis sobre o tempo que o processo duraria. Nos anos 60, o que estava disponível na praça era o mito de que a automação de um novo comportamento consumia no mínimo 21 dias. Era um número mágico, saído da cartola de um bestseller americano, o médico Maxwell Maltz, que difundiu essa métrica a partir da experiência própria e da observação de alguns pacientes. Mas, na falta de um benchmark baseado em estatísticas robusta, as tais três semanas ganharam ares de verdade absoluta.
    Hoje, estudos mais consistentes sobre o fenômeno de mudança de hábito evitam cravar o intervalo de tempo necessário para a adaptação da mente e do corpo, uma vez que são muitas as variáveis que influenciam a transformação. Uma pesquisa de 2009, publicada numa revista especializada, a European Journal of Social Psychology, mostrou que leva de 254 dias para uma pessoa incorporar um novo hábito. A variação é tão grande que teria pouca utilidade a quem busca um parâmetro. Mas o mesmo estudo conclui que, na média, levamos 66 dias para que um exercício diferente ou nova dieta entrem no modo piloto automático.
    Pela minha própria experiência, considero esse um prazo bastante razoável. Não é tão curto a ponto de criar falsas esperanças, nem tão longo que provoque desânimo. Quando embarquei em minha revolução comportamental teria sido mentalmente reconfortante contar com esse referencial. Na época, eu ignorava quanto deveria insistir para concluir a travessia do deserto - o obstáculo inicial para implementar um novo hábito. Comecei e terminei muitas dietas por imaginar que aquele período duro de adaptação não teria fim. Venci, por fim, vivendo um dia de cada vez, mas é claro que a estratégia adotada intuitivamente teria sido facilitada no caso de uma contagem regressiva em direção a essa linha de chegada imaginária dos 66 dias. A medida não é relevante por si própria, mas por quantificar o desafio. Cada xis rabiscado no calendário é um pequeno passo que nos aproxima de um tempo melhor. O processo de mudança é gradativo. Como dizia Mark Twain, “a gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela; é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau”.
    O nosso cérebro, que valoriza a eficiência, gosta da rotina. Afinal, se não precisamos pensar para praticar certas ações, como escovar os dentes ou afivelar o cinto de segurança, liberamos a mente para tarefas mais nobres - como nos preparar para o desafio de normalizar novos hábitos nos próximos 66 dias.
FONTE: DINIZ, Lucilia. Revista Veja, 07/07/2021.
Alternativa em que “bastante” se manteria sem variação como em: (...) considero esse um prazo bastante razoável.” é: 
Alternativas
Q1848346 Português
Leia, com atenção, o texto de Lucília Diniz, 66 DIAS PARA | | MUDAR e responda o que se pede no comando da questão.

66 DIAS PARA MUDAR
Eis o tempo médio para incorporarmos um novo hábito.
    Não é fácil incorporar um novo hábito à rotina. Mas também não é especialmente difícil. Não há regra geral. Depende da rotina que se quer mudar, do hábito a ser adquirido e, sobretudo, de cada um de nós. De qualquer maneira, não é algo que ocorra da noite para o dia. Pode levar poucas semanas ou alguns meses. Por mais elástico que seja o prazo, no entanto, é importante termos um horizonte à vista, para calibrar nossas expectativas e aplacar ansiedades naturais.
    Muitos anos atrás, quando eu investi na formação de hábitos saudáveis, responsáveis pela eliminação da metade dos meus 120 quilos, não havia referências confiáveis sobre o tempo que o processo duraria. Nos anos 60, o que estava disponível na praça era o mito de que a automação de um novo comportamento consumia no mínimo 21 dias. Era um número mágico, saído da cartola de um bestseller americano, o médico Maxwell Maltz, que difundiu essa métrica a partir da experiência própria e da observação de alguns pacientes. Mas, na falta de um benchmark baseado em estatísticas robusta, as tais três semanas ganharam ares de verdade absoluta.
    Hoje, estudos mais consistentes sobre o fenômeno de mudança de hábito evitam cravar o intervalo de tempo necessário para a adaptação da mente e do corpo, uma vez que são muitas as variáveis que influenciam a transformação. Uma pesquisa de 2009, publicada numa revista especializada, a European Journal of Social Psychology, mostrou que leva de 254 dias para uma pessoa incorporar um novo hábito. A variação é tão grande que teria pouca utilidade a quem busca um parâmetro. Mas o mesmo estudo conclui que, na média, levamos 66 dias para que um exercício diferente ou nova dieta entrem no modo piloto automático.
    Pela minha própria experiência, considero esse um prazo bastante razoável. Não é tão curto a ponto de criar falsas esperanças, nem tão longo que provoque desânimo. Quando embarquei em minha revolução comportamental teria sido mentalmente reconfortante contar com esse referencial. Na época, eu ignorava quanto deveria insistir para concluir a travessia do deserto - o obstáculo inicial para implementar um novo hábito. Comecei e terminei muitas dietas por imaginar que aquele período duro de adaptação não teria fim. Venci, por fim, vivendo um dia de cada vez, mas é claro que a estratégia adotada intuitivamente teria sido facilitada no caso de uma contagem regressiva em direção a essa linha de chegada imaginária dos 66 dias. A medida não é relevante por si própria, mas por quantificar o desafio. Cada xis rabiscado no calendário é um pequeno passo que nos aproxima de um tempo melhor. O processo de mudança é gradativo. Como dizia Mark Twain, “a gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela; é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau”.
    O nosso cérebro, que valoriza a eficiência, gosta da rotina. Afinal, se não precisamos pensar para praticar certas ações, como escovar os dentes ou afivelar o cinto de segurança, liberamos a mente para tarefas mais nobres - como nos preparar para o desafio de normalizar novos hábitos nos próximos 66 dias.
FONTE: DINIZ, Lucilia. Revista Veja, 07/07/2021.
Assinale a alternativa em que a ausência do acento muda a classe gramatical. Exemplo: imaginária (adjetivo), imaginaria (verbo): 
Alternativas
Q1848200 Português

Texto 01 – O contrário do Amor



Fonte: MEDEIROS, Martha. Disponível em: <https://www.pensador.com/textos_de_martha_medeiros>

Acesso em 02/junho/2021. 

No enunciado “Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: [...]" (linha 20), é CORRETO afirmar que


I- o pronome oblíquo “nos” foi usado como próclise por exigência do termo “não”.

II- “Ela” é um termo referencial que exerce a função sintática de sujeito.

III- ”olhos, boca, coração, cérebro” exercem função morfológica e sintática diferentes.


É CORRETO o que se afirma em 

Alternativas
Q1848199 Português

Texto 01 – O contrário do Amor



Fonte: MEDEIROS, Martha. Disponível em: <https://www.pensador.com/textos_de_martha_medeiros>

Acesso em 02/junho/2021. 

Do enunciado “Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo.” (linha 12), é CORRETO afirmar que “energia, neurônios e tempo”


( ) são da mesma categoria morfológica e exercem a mesma função sintática.

( ) pertencem a classes gramaticais diferentes e assumem funções sintáticas diferentes.

( ) são da mesma cadeia semântica e exercem funções sintáticas idênticas.


Analise as proposições acima e coloque (V) para verdadeiro e (F) para falso.


A sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses é

Alternativas
Q1848197 Português

Texto 01 – O contrário do Amor



Fonte: MEDEIROS, Martha. Disponível em: <https://www.pensador.com/textos_de_martha_medeiros>

Acesso em 02/junho/2021. 

No enunciado “Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência.” (linhas 19 e 20), é CORRETO afirmar que


I- o termo “não” indica dúvida no posicionamento da autora.

II- o advérbio “não” vem repetido para realçar seu valor semântico na declaração.

III- o advérbio “não” foi usado para indicar a negação que se dá a ação verbal.


É CORRETO o que se afirma apenas em

Alternativas
Q1847959 Português

Leia um trecho do romance Anel de vidro, de Ana Luisa Escorel, para responder à questão.


    Quando apareceu a decisão de ir para o sul, a mãe começou a pregar botões onde faltavam, cerzir puídos e refazer as barras desfeitas da meia dúzia de calças que levaria.

    O pai deu dois ou três conselhos de praxe, o dinheiro da passagem e um pouco mais. O tanto para aguentar perto de quinze dias na casa do tio, onde ficaria até conseguir emprego. E assim foi e ele se despediu, triste por deixar a irmã a quem era bastante ligado. Deve ter recebido a bênção protocolar, de longe. Não era hábito na família os mais velhos ficarem se expondo em demonstrações de afeto. Adulto só encostava em criança para dar cascudo.

    Andou sozinho até a rodoviária, sem ninguém junto para encurtar a partida. Foi carregando a malinha – leve, quase nada dentro –, com um travo no peito e o coração aos trancos.

    A viagem tomava um dia e uma noite, e eram poucas as paradas em postos de gasolina com bares cheios de moscas e banheiros imundos. No ônibus, cadeiras desconfortáveis e como companheira de viagem uma gente mirrada, graças a Deus, pois assim o barulho era pouco e ele podia descansar enquanto pensava na vida.

    Vinha inquieto. Mal conhecia os tios e os primos, três rapazes regulando com ele em idade, nunca sequer os tinha visto. Moravam do outro lado da baía na cidade vizinha e mais modesta. Então, para o estudo e o trabalho, teria de se deslocar em barcaças, vinte minutos sobre o mar até o centro rico do Rio de Janeiro que o atraíra para o sul. Seu propósito era trabalhar de dia e estudar à noite – Administração de Empresa – e abrir o leque das perspectivas fosse na iniciativa privada, fosse ao abrigo seguro do Estado.

    Assim ia encadeando o devaneio e mesmo agora, passados bons anos, tinha viva a sequência daqueles acontecimentos, talvez porque encerrassem uma etapa selada no adeus.

    Desembarcou, 24 horas de viagem nas costas, sentiu como se entrasse num mundo sem norte.

(Editora Ouro sobre Azul, 2014. Adaptado)

Considere os trechos do texto.


•  … para aguentar perto de quinze dias na casa do tio, onde ficaria até conseguir emprego. (2º parágrafo)

•  Adulto só encostava em criança para dar cascudo. (2º parágrafo)

•  Andou sozinho até a rodoviária, sem ninguém junto para encurtar a partida. (3º parágrafo)


As preposições destacadas passam, respectivamente, a noção de

Alternativas
Q1847956 Português

Leia um trecho do romance Anel de vidro, de Ana Luisa Escorel, para responder à questão.


    Quando apareceu a decisão de ir para o sul, a mãe começou a pregar botões onde faltavam, cerzir puídos e refazer as barras desfeitas da meia dúzia de calças que levaria.

    O pai deu dois ou três conselhos de praxe, o dinheiro da passagem e um pouco mais. O tanto para aguentar perto de quinze dias na casa do tio, onde ficaria até conseguir emprego. E assim foi e ele se despediu, triste por deixar a irmã a quem era bastante ligado. Deve ter recebido a bênção protocolar, de longe. Não era hábito na família os mais velhos ficarem se expondo em demonstrações de afeto. Adulto só encostava em criança para dar cascudo.

    Andou sozinho até a rodoviária, sem ninguém junto para encurtar a partida. Foi carregando a malinha – leve, quase nada dentro –, com um travo no peito e o coração aos trancos.

    A viagem tomava um dia e uma noite, e eram poucas as paradas em postos de gasolina com bares cheios de moscas e banheiros imundos. No ônibus, cadeiras desconfortáveis e como companheira de viagem uma gente mirrada, graças a Deus, pois assim o barulho era pouco e ele podia descansar enquanto pensava na vida.

    Vinha inquieto. Mal conhecia os tios e os primos, três rapazes regulando com ele em idade, nunca sequer os tinha visto. Moravam do outro lado da baía na cidade vizinha e mais modesta. Então, para o estudo e o trabalho, teria de se deslocar em barcaças, vinte minutos sobre o mar até o centro rico do Rio de Janeiro que o atraíra para o sul. Seu propósito era trabalhar de dia e estudar à noite – Administração de Empresa – e abrir o leque das perspectivas fosse na iniciativa privada, fosse ao abrigo seguro do Estado.

    Assim ia encadeando o devaneio e mesmo agora, passados bons anos, tinha viva a sequência daqueles acontecimentos, talvez porque encerrassem uma etapa selada no adeus.

    Desembarcou, 24 horas de viagem nas costas, sentiu como se entrasse num mundo sem norte.

(Editora Ouro sobre Azul, 2014. Adaptado)

Em – Foi carregando a malinha – leve, quase nada dentro –, com um travo no peito e o coração aos trancos. –, a expressão destacada apresenta circunstância adverbial de
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Q1847916 Português
Assinale a alternativa que corresponde ao processo de formação da palavra em destaque no excerto a seguir:
“Pierrô é desfigura errante, andarejo de arrebol. Vivendo do que desiste, se expressa melhor em inseto [...]” (Manoel de Barros, em “Meu quintal é maior do que o mundo”, 2015)
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Q1847843 Português
Quais produtos são feitos das árvores?

     As árvores estão entre os seres vivos mais antigos da Terra: as primeiras surgiram há aproximadamente 1 bilhão de anos. Elas se adaptaram a diferentes condições e estão em todos os lugares, de cidades a florestas. E, além de serem essenciais para manter o ambiente da Terra, fornecem diversos produtos para a gente.
    Quase tudo em uma árvore tem utilidade: elas nos dão alimentos, material para construção, substâncias para várias áreas da indústria e até o papel de livros e revistas.
   Várias camadas formam a madeira que sustenta uma árvore. E cada pedaço tem substâncias diferentes, com aplicações variadas. A madeira é o produto principal das árvores, usado para fazer móveis e também nas construções de edifícios e casas. A celulose, extraída da polpa da madeira, serve para fazer papel, ________ e alguns tipos de colas.
    A goma está presente em produtos que contêm borracha, como gomas de mascar, e a resina é aplicada na fabricação de vários tipos de sabão, ________ e adesivos. Já a seiva está nas famosas caldas doces que os canadenses e norte-americanos adoram comer com panquecas, e também dá origem a doces como marshmallows.
     A casca é a parte exterior do tronco e protege a árvore de insetos, perda de água e bruscas mudanças de temperatura. E, ainda, pode ter uma utilidade especial: na espécie chamada sobreiro, a casca produz a ________, que forma rolhas de bebidas e quadros de aviso.
   Com formatos variados, as folhas são parte essencial para a árvore fazer fotossíntese, produzir seu próprio alimento e gerar oxigênio para o ambiente. Para nós, a utilidade vai além, pois as folhas são ricas em fibras aplicadas na fabricação de produtos, como é o caso das cordas.
     As flores possuem uma grande variedade de substâncias usadas em cosméticos e tratamentos de saúde. É o caso da flor da laranjeira, que rende óleos cheirosos, também usados como calmantes naturais. Limão, goiaba, manga e uma infinidade de frutos são consumidos do jeito que nascem nas árvores. Outros precisam de um preparo especial, mas quase sempre há alguma forma de aproveitálos: é o caso, do cacau, que dá origem ao chocolate.
(Site: RecreioUol - adaptado.)
Sobre as classes gramaticais, em “Quase tudo em uma árvore tem utilidade.”, a palavra sublinhada é classificada como:
Alternativas
Q1847747 Português
A palavra sublinhada em “Este livro me agradou mais.” é classificada como:
Alternativas
Q1847620 Português
Como sobreviver a um ataque de leão.
    Na noite passada tive um dos sonhos mais desesperadores que alguém pode ter: estar sob a mira do olhar atento, faminto e extremamente ágil de um leão. Aintensidade de um sonho se dá, imagino eu, muito pela quantidade de elementos reais. Enquanto sonhamos, na maioria das vezes, não percebemos que estamos presos a uma ficção. Agimos, sentimos e, principalmente, sofremos como se tudo estivesse acontecendo diante dos nossos olhos, naquela fração de tempo chamada “agora”.
    Lembro-me de que estava em um hotel desses que possuem passeios de safári. Tenho flashes também de estarmos em um carro aberto passeando pela selva. Vi girafas, inclusive filhotes, naquele cenário repleto de relva e animais de todos os portes. Avistei também tigres - que são tão lindos quanto ameaçadores. Sem falar nos hipopótamos que, “DiscoveryChannelmente” falando, conseguem atingir um metro e meio de altura e cerca de mile oitocentos quilos. Digo isso para que você consiga sentir a dimensão da minha imersão dentro de um  simples sonho.
    Estava tudo calmo e tranquilo, até então. Voltamos para um alojamento e estávamos reunidos em uma sala. Era um ambiente rústico, com móveis de madeira. O cansaço derrubou todos nós, amigos no sonho, porém desconhecidos na vida real, nos sofás deliciosamente aconchegante em couro marrom, meio envernizado, combinando em todo resto da decoração. Foi nesse momento que ouvimos aquele rugido. Forte. Seco. Capaz de fazer o chão tremer. Lembro, claramente, e pensar que era o fim dalinha para mim.
    Um rugido de leão é capaz de ecoar por oito quilômetros, mas ele está apenas a algum metros de mim. Senti um suor frio percorrer todo meu corpo. Nesse momento, ouvi as seguintes instruções: “Mantenham-se de pé com os braços erguidos e gritando o mais forte e bravos que conseguirem. O leão não ataca presas que ele percebe que são maiores, se mostrem como gigantes, se quiserem sobreviver”. Esse foi o sábio conselho do guia, que tinha estado em passagens superiores do meu sonho.
    Ficamos então de pé, alguns em cima da cadeiras, dos próprios sofás, outros lutando para não entrar em pânico quando vimos aquela beleza selvagem adentrar o nosso espaço. O animal sentou sobre as patas traseiras, exatamente no limite entre a porta e o corredor, nos encarcerando. O guia repetiu, mas desta vez com mais ênfase, que deveríamos gritar o mais alto possível naquele momento. O leão estaria, naqueles minutos de contemplação, decidindo se seríamos o seu almoço ou se não valeria a pena lutar contra tantos. Éramos aproximadamente dez.
    Não adiantava correr. Essa é a verdade. Se o fizéssemos, precisaríamos de alguns segundos a mais para pular as janelas, já que a sala, apesar de ampla, não oferecia melhor roteiro de fuga. Mas até lá ele já teria nos mordido. Leões atingem a velocidade de oitenta quilômetros por hora. Eu dificilmente conseguiria correr a vinte, seria uma presa bastante fácil. Então, seguimos as sugestões do guia. O leão por sua vez, ficou de pé e passou próximo a alguns de nós, senti sua respiração rente a mim...mas não passou disso. Ele foi embora, como se só quisesse pregar uma peça na gente e testar os nossos limites.
    Assim que ele cruzou a porta, o guia a trancou e disse algumas palavras, como se alguém tivesse entrado em meu sonho para me dizer as frases que eu mais precisava ouvir naqueles momentos da minha vida. “É importante saber que fugir * do problema não o fará sumir. É necessário olhar de frente para ele e se mostrar maior. Mais capaz. Às vezes, a vida nos oferece desafios como o ataque de um leão, mas disfarçados de qualquer outra coisa para que aprendamos como agir. Se demos as costas, somos atacados. Se nos mostrarmos imóveis, somos devorados. Se silenciarmos aos rugidos, perecemos”.
    Acordei quase chorando. Era um misto de alívio por ter me livrado daquele ambiente hostil e medo do ataque iminente que, apesar de criação da minha mente, havia sido real e quase palpável. Fiquei atordoado com a constatação de um homem que apareceu durante o meu sono para me dizer como agir diante da minha própria vida. Sinto um arrepio contando isso, pois aquele conselho veio como um sacolejo em um dos momentos mais oportunos do mundo. Espero que ele sirva também a você. Se há algo que te aflige agora, perceba como você está se comportando diante disso. Talvez o meu guia também possa ajudá-lo a se salvar.
FONTE: ROCHA, Matheus. Pressa de ser feliz: crônicas de um ansioso. 7 ed, p. 75-77.
Classifica o gênero dos substantivos “girafa” e “leão”, respectivamente, a alternativa: 
Alternativas
Respostas
8821: E
8822: C
8823: E
8824: C
8825: A
8826: A
8827: B
8828: B
8829: D
8830: B
8831: D
8832: D
8833: B
8834: C
8835: B
8836: E
8837: C
8838: D
8839: A
8840: A