Questões de Concurso
Sobre morfologia em português
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( )O período contém termos que estabelecem relação de sentido com a brevidade da vida. ( )O sujeito de "somos" é elíptico, identificado pela desinência verbal no presente do modo indicativo. ( )O termo: "instantes" é antítese de "momentos". ( )O substantivo abstrato: "efemeridade" é polissílabo paroxítono. ( )As combinações prepositivas: "na" e "da" são impostas pela concordância e regência verbais.
Após análise, marque a alternativa CORRETA.
Quintanilha engendrou Gonçalves. Tal era a impressão que davam os dois juntos, não que se parecessem. Ao contrário, Quintanilha tinha o rosto redondo, Gonçalves comprido, o primeiro era baixo e moreno, o segundo alto e claro, e a expressão total divergia inteiramente. Acresce que eram quase da mesma idade. A ideia da paternidade nascia das maneiras com que o primeiro tratava o segundo; um pai não se desfaria mais em carinhos, cautelas e pensamentos.
(Machado de Assis. “Pílades e Orestes”. In: Os cem melhores contos brasileiros do século, p.63.)
I. Em “A ideia da paternidade nascia das maneiras com que o primeiro tratava o segundo”, considerando a totalidade do texto, tem-se um caso de coesão referencial. II. Os adjetivos empregados ao longo do texto evidenciam uma comparação entre os personagens. III. O texto é narrado em terceira pessoa e predomina a linguagem coloquial.
Pode-se afirmar que:
Leia o texto abaixo para responder à questão.
A VEZ DA PRETINHA
Uma passista contra o preconceito
LUIZA MIGUEZ
“Ladies and gentlemen, it’s time!”, anunciou o mestre de cerimônias, num inglês tão fluente quanto espirituoso. Era a deixa para que dezenas de mãos ligassem as câmeras dos celulares e se erguessem na plateia. Gingando com delicadeza, moças bonitas e atléticas entraram em cena e, perfiladas, se deslocaram vagarosamente até o centro do palco. Algumas vestiam roupas curtas. Outras preferiam figurinos mais comportados. Todas se equilibravam em cima de saltos altíssimos.
Quando os percussionistas aceleraram o ritmo, as jovens rebolaram freneticamente. Naquela madrugada de domingo, cerca de 4 mil pessoas lotavam a quadra do Salgueiro, na Zona Norte carioca. A tradicional escola de samba ensaiava para o Carnaval de 2018. Às margens do palco, entusiasmado com as passistas, um rapaz mostrou os pelos do braço ao amigo do lado e disse: “Caraca! Arrepiei!”
O mestre de cerimônias, igualmente empolgado, disparou no microfone: “Que é isso, pretinha? Assim você mata o papai!” Não se referia a nenhuma dançarina em particular. Falava do grupo inteiro, como se admirasse uma única mulher. “Rafaela!”, gritou outro rapaz na plateia, enquanto apontava a câmera para a negra de 28 anos, que trajava um macacão salpicado de purpurina e ostentava longas tranças. Ela retribuiu o chamado com um requebro sensual e um olhar debochado.
Nascida no bairro do Andaraí, também na Zona Norte do Rio de Janeiro, Rafaela Dias é passista do Salgueiro há mais de duas décadas e já escutou muita gracinha dos espectadores masculinos. Aprendeu a rechaçá-las com desenvoltura, mas nem por isso as considera aceitáveis. Não bastasse, frequentemente enfrenta situações racistas. Quando tinha 17 anos, por exemplo, namorava um homem mais velho e branco. Certa noite, assim que chegou a um salão de festas, o casal ouviu alguém comentar: “Lá vai a mulata dar um golpe no gringo.” Depois do episódio, sempre que encontrava o namorado em lugares públicos, Dias evitava usar salto alto ou maquiagem. Temia que a confundissem com uma prostituta. Em outra ocasião, preparava-se para conceder entrevista numa rádio, junto de várias colegas, a maioria universitária. “Ué, passista agora estuda?”, perguntou uma funcionária da emissora, sem o menor constrangimento. De quebra, emendou: “E vocês são todas escurinhas, né?”
Justamente com a intenção de debater o racismo e o machismo é que Dias decidiu fundar o coletivo Samba Pretinha. Mais três dançarinas do Salgueiro participaram da iniciativa: a cientista social Sabrina Ginga, a estudante de pedagogia Larissa Reis e a graduanda em medicina Mirna Moreira. Desde 2016, as quatro organizam rodas de discussão no próprio Salgueiro e em outras escolas do Rio, como a Paraíso do Tuiuti. Falam principalmente para as mulheres, embora não rejeitem a presença de homens. A ideia é mostrar de que maneira os preconceitos de cor e gênero se manifestam no universo carnavalesco e quais os caminhos para combatê-los, inclusive em termos legais.
Logo no primeiro debate, o Samba Pretinha se viu diante de uma saia justa. Um dos dirigentes do Salgueiro louvou o grupo e se declarou “branco de alma negra”. Uma jovem que estava na roda de conversa protestou e assinalou a incorreção política da frase. Nenhum branco, afinal, pode saber o que um negro sente e vice-versa. Irritado, o dirigente cogitou suspender o evento, mas recuou.
Zana teve de deixar tudo: o bairro portuário de Manaus, a rua em declive sombreada por mangueiras centenárias, o lugar que para ela era quase tão vital quanto a Biblos de sua infância: a pequena cidade no Líbano que ela recordava em voz alta, vagando pelos aposentos empoeirados até se perder no quintal, onde a copa da velha seringueira sombreava as palmeiras e o pomar cultivados por mais de meio século. Perto do alpendre, o cheiro das açucenas-brancas se misturava com o do filho caçula. Então ela sentava no chão, rezava sozinha e chorava, desejando a volta de Omar. Antes de abandonar a casa, Zana via o vulto do pai e do esposo nos pesadelos das últimas noites, depois sentia a presença de ambos no quarto em que haviam dormido. Durante o dia eu a ouvia repetir as palavras do pesadelo, "Eles andam por aqui, meu pai e Halim vieram me visitar... eles estão nesta casa", e ai de quem duvidasse disso com uma palavra, um gesto, um olhar. Ela imaginava o sofá cinzento na sala onde Halim largava o narguilé para abraçá-la, lembrava a voz do pai conversando com barqueiros e pescadores no Manaus Harbour, e ali no alpendre lembrava a rede vermelha do Caçula, o cheiro dele, o corpo que ela mesma despia na rede onde ele terminava suas noitadas. "Sei que um dia ele vai voltar", Zana me dizia sem olhar para mim, talvez sem sentir a minha presença, o rosto que fora tão belo agora sombrio, abatido. A mesma frase eu ouvi, como uma oração murmurada, no dia em que ela desapareceu na casa deserta. Eu a procurei por todos os cantos e só fui encontrá-la ao anoitecer, deitada sobre folhas e palmas secas, o braço engessado sujo, cheio de titica de pássaros, o rosto inchado, a saia e a anágua molhadas de urina. Eu não a vi morrer, eu não quis vê-la morrer. Mas alguns dias antes de sua morte, ela deitada na cama de uma clínica, soube que ergueu a cabeça e perguntou em árabe para que só a filha e a amiga quase centenária entendessem (e para que ela mesma não se traísse): "Meus filhos já fizeram as pazes?”. Repetiu a pergunta com a força que lhe restava, com a coragem que mãe aflita encontra na hora da morte. Ninguém respondeu. Então o rosto quase sem rugas de Zana desvaneceu; ela ainda virou a cabeça para o lado, à procura da única janelinha na parede cinzenta, onde se apagava um pedaço do céu crepuscular.
(Trecho retirado de: HATOUM, Milton. Dois irmãos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 9-10.)
Leia a tirinha abaixo para responder a questão.
Leia o texto a seguir para responder à questão.
IA TENTA PREVER MUTAÇÕES DO SARS-COV-2
Leia o fragmento a seguir apresentado, para responder à questão.
No dia seguinte, com efeito, ali pelas sete da manhã, quando o cortiço fervia já na costumada labutação, Jerônimo apresentou-se junto com ___ mulher, para tomarem conta da casinha alugada na véspera.
A mulher chamava-se Piedade de Jesus; teria trinta anos, boa estatura, carne ampla e rija, cabelos fortes de um castanho fulvo, dentes pouco alvos, mas sólidos e perfeitos, cara cheia, fisionomia aberta; um todo de bonomia toleirona, desabotoando-lhe pelos olhos e pela boca numa simpática expressão de honestidade simples e natural.
Vieram ambos ___ boleia da andorinha que lhes carregou os trens. Ela trazia uma saia de sarja roxa, cabeção branco de paninho de algodão e na cabeça um lenço vermelho de alcobaça.
E os dois apearam-se muito atrapalhados com os objetos que não confiaram dos homens da carroça; Jerônimo abraçado a duas formidáveis mangas de vidro, das primitivas, dessas em que se podia ___ vontade enfiar uma perna; e a Piedade atracada com um velho relógio de parede e com uma grande trouxa de santos e palmas bentas. E assim atravessaram o pátio da estalagem, entre os comentários e os olhares curiosos dos antigos moradores, que nunca viam sem uma pontinha de desconfiança os inquilinos novos que surgiam.
(Aluisio Azevedo. “O cortiço”.)
Considerando as classes gramaticais de vocábulos do texto, leia as assertivas:
I. Em “E os dois apearam-se muito atrapalhados”, o termo sublinhado é classificado como advérbio.
II. Em “Jerônimo abraçado a duas formidáveis mangas de vidro”, o termo sublinhado é classificado como substantivo próprio.
III. Em “dentes pouco alvos, mas sólidos e perfeitos”, o termo sublinhado é classificado como conjunção adversativa.
Pode-se afirmar que:

Leia as afirmações a seguir:
I – Na sentença “[...] diante da indiferença do árbitro, que não marcou a falta...”, presente no primeiro quadrinho, a oração em destaque é classificada como oração subordinada adjetiva explicativa.
II – A palavra “impassível”, presente no segundo quadrinho, pode ser substituída, sem prejuízo de significado, por “indiferente”.
III – O processo de formação da palavra “desnutridas”, presente no terceiro quadrinho, é derivação parassintética.
São CORRETAS as afirmativas:
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.
1 - A voz do texto revela a intenção de esclarecer sobre a finalidade dos acentos gráficos.
2 - Há rexplícita eferência à utilização das notações gráficas em relação à recepção auditiva das mesmas.
3 - No período, há elementos que estabelecem relação com o significante (parte física material, concreta) do signo linguístico.
4 - O texto centra o teor temático nas alterações ortográficas ocorridas na nossa língua pátria.
5 - A contração prepositiva: "dos", imposta pela regência verbal, concorda em gênero e numéro com os dois substantivo subsequentes.
6 - No trecho: "que¹ não desejam ou² não³ podem cometer erros de pronúncia". - sublinhamos, respectivamente: duas conjunções e um advérbio.
Estão CORRETAS, Apenas:

Com base na citação, assinale a alternativa em que o(s) advérbio(s) destacado(s) está(ão) modificando um substantivo ou até mesmo uma preposição:
A questão diz respeito ao Texto. Leia-o atentamente antes de respondê-las.
No trecho abaixo retirado do Texto, analise as partículas “que” indicadas pelos números 1 e 2, respectivamente. Em seguida, responda à questão:
“Essa é a maior onda de tempestades que (1) atingiu a Califórnia em mais de uma década, que (2) provocou 367 incêndios.” (linhas 8 a 10).
A partícula 1 poderia ser corretamente substituída pela seguinte alternativa: