Questões de Concurso
Sobre morfologia em português
Foram encontradas 20.101 questões
Assinale a alternativa em que o substantivo e seu respectivo plural estão corretos.
Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.
Ela Tem Alma de Pomba
Que a televisão prejudica o movimento da pracinha Jerônimo Monteiro, em todos os Cachoeiros de Itapemirim, não há dúvida. Sete horas da noite era hora de uma pessoa acabar de jantar, dar uma volta pela praça para depois pegar a sessão das oito no cinema. Agora todo mundo fica em casa vendo uma novela, depois outra novela.
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Cachoeiro F.C. com o Estrela F.C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um Internacional x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Que a televisão prejudica a leitura de livros, também não há dúvida. Eu mesmo confesso que lia mais quando não tinha televisão.
Rádio, a gente pode ouvir baixinho, enquanto está lendo um livro. Televisão é incompatível com livro – e com tudo mais nesta vida, inclusive a boa conversa, até o making love.
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer. Por exemplo: quebrar o braço.
Só não acredito que televisão seja “máquina de amansar doido”. Até acho que é o contrário; ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido, acalmar, fazer doido dormir.
Quando você cita um inconveniente da televisão, uma boa observação que se pode fazer é que não existe nenhum aparelho de TV, a cores ou em preto e branco, sem um botão para desligar. Mas quando um pai de família o utiliza, isso pode produzir o ódio e o rancor no peito das crianças e até de outros adultos.
Quando o apartamento é pequeno, a família é grande e a TV é só uma – então sua tendência é para ser um fator de rixas intestinais.
- Agora você se agarra nessa porcaria de futebol...
- Mas você não tem vergonha de acompanhar essa besteira de novela?
- Não sou eu não, são as crianças!
- Crianças, para a cama!
Mas muito lhe será perdoado à TV pela sua ajuda aos doentes, aos velhos, aos solitários. Na grande cidade – num apartamentinho de quarto e sala, num casebre de subúrbio, numa orgulhosa mansão – a criatura solitária tem nela a grande distração, o grande consolo, a grande companhia. Ela instala dentro de sua toca humilde o tumulto e o frêmito de mil vidas, a emoção, o “suspense”, a fascinação dos dramas do mundo.
A corujinha da madrugada não é apenas a companheira de gente importante, é a grande amiga da pessoa desimportante e só, da mulher velha, do homem doente... É a amiga dos entrevados, dos abandonados, dos que a vida esqueceu para um canto... ou dos que estão parados, paralisados, no estupor de alguma desgraça...ou que no meio da noite sofrem o assalto das dúvidas e melancolias... mãe que espera filho, mulher que espera marido...homem arrasado que espera que a noite passe, que a noite passe...
(Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas. São Paulo. Círculo do Livro.)
“Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o desejável.”. A classe gramatical da palavra destacada é:
Se colocássemos a expressão “comigo mesmo” no plural, a forma correta seria:
“Sou tão competitivo que, se não houver concorrente, disputo comigo mesmo”. (Marcelo Apovian)
Nesse pensamento, a conjunção ‘que’ tem valor de:
TEXTO I
Ser deficiente é privilégio de ser diferente
___Uma cena usual no dia a dia de um parampa (que é como os paraplégicos paulistas se denominam, melhorzinho que o metálico chumbado, termo preferido pelos cariocas): num estacionamento, esperando o manobrista número um trazer o carro. Se aproxima o manobrista número dois, olha minha cadeira de rodas, o horizonte, e pergunta na lata: Foi acidente? Olho rápido para a rua e devolvo: Onde? Algum ferido? Melhor chamar uma ambulância! Vocês têm telefone?
___Outra cena: numa fila de espera, se aproxima um sujeito, aponta a cadeira de rodas e diz: É duro, né? Minha resposta: Não, é até confortável. Quer experimentar? Mais uma: uma criança brincando pelos corredores de um shopping me vê na cadeira e pergunta: Por que você está na cadeira de rodas? Devolvo: Porque eu quero. E você, por que não está na sua? Já vi crianças me apontando e dizendo para os pais: Quero uma igual àquela! Quando o pai vem se desculpar (e não sei por quê, vem sempre se desculpar), eu logo interrompo: Compre logo uma para ele. Sem contar os incontáveis comentários tipo Tem que se conformar, O que se pode fazer?, A vida tem dessas coisas...
___Peculiar curiosidade essa de saber se um paraplégico é um acidentado ou de nascença. À beira da piscina de um hotel, lá vem o hóspede. Para ao meu lado e solta um Foi acidente?. Antes que eu exibisse minha grosseria e impaciência, ele foi avisando: Sou ortopedista. Costumo operar casos como o seu. Aqui na região há muitos motoqueiros que se acidentam... Entramos numa conversa técnica que até poderia render se ele não dissesse, me olhando nos olhos: Jesus cura isso aí. Antes que eu perguntasse o endereço do consultório desse Jesus, ele continuou: Você pode não acreditar, mas já o vi curando muitos iguais a você. Eu não quero ser curado. Eu estou bem assim costuma ser minha resposta que, se não me engano, é verdadeira.
___Aliás, Paulo Roberto, paraplégico, professor de filosofia de Brasília, anunciou seu novo enunciado: “Nós não devemos ser curados. Seria um trauma maior que o próprio acidente. Não conseguiríamos reconstruir uma terceira identidade. Não saberíamos administrar nossa falta de diferença. O homem cultural, diferente do homem natural, é aquele que constrói a si próprio, pelo respeito ao que possa ter de igual e de diferente.” Foi minha última e definitiva revelação nesses 13 anos de paraplegia. Se alguém me ouvisse, um dia, nas ruas do centro, dizendo a mim mesmo Que sorte ter ficado paraplégico, não acreditaria. Mas eu disse: Conheço um mundo que poucos conhecem. Sou diferente. Sou um privilegiado.
PAIVA, Marcelo Rubens. Crônicas para ler na escola. Seleção
Regina Zilberman. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
No período [...] Olho rápido para a rua e devolvo: [...], a palavra destacada assume o valor gramatical de um
TEXTO I
Ser deficiente é privilégio de ser diferente
___Uma cena usual no dia a dia de um parampa (que é como os paraplégicos paulistas se denominam, melhorzinho que o metálico chumbado, termo preferido pelos cariocas): num estacionamento, esperando o manobrista número um trazer o carro. Se aproxima o manobrista número dois, olha minha cadeira de rodas, o horizonte, e pergunta na lata: Foi acidente? Olho rápido para a rua e devolvo: Onde? Algum ferido? Melhor chamar uma ambulância! Vocês têm telefone?
___Outra cena: numa fila de espera, se aproxima um sujeito, aponta a cadeira de rodas e diz: É duro, né? Minha resposta: Não, é até confortável. Quer experimentar? Mais uma: uma criança brincando pelos corredores de um shopping me vê na cadeira e pergunta: Por que você está na cadeira de rodas? Devolvo: Porque eu quero. E você, por que não está na sua? Já vi crianças me apontando e dizendo para os pais: Quero uma igual àquela! Quando o pai vem se desculpar (e não sei por quê, vem sempre se desculpar), eu logo interrompo: Compre logo uma para ele. Sem contar os incontáveis comentários tipo Tem que se conformar, O que se pode fazer?, A vida tem dessas coisas...
___Peculiar curiosidade essa de saber se um paraplégico é um acidentado ou de nascença. À beira da piscina de um hotel, lá vem o hóspede. Para ao meu lado e solta um Foi acidente?. Antes que eu exibisse minha grosseria e impaciência, ele foi avisando: Sou ortopedista. Costumo operar casos como o seu. Aqui na região há muitos motoqueiros que se acidentam... Entramos numa conversa técnica que até poderia render se ele não dissesse, me olhando nos olhos: Jesus cura isso aí. Antes que eu perguntasse o endereço do consultório desse Jesus, ele continuou: Você pode não acreditar, mas já o vi curando muitos iguais a você. Eu não quero ser curado. Eu estou bem assim costuma ser minha resposta que, se não me engano, é verdadeira.
___Aliás, Paulo Roberto, paraplégico, professor de filosofia de Brasília, anunciou seu novo enunciado: “Nós não devemos ser curados. Seria um trauma maior que o próprio acidente. Não conseguiríamos reconstruir uma terceira identidade. Não saberíamos administrar nossa falta de diferença. O homem cultural, diferente do homem natural, é aquele que constrói a si próprio, pelo respeito ao que possa ter de igual e de diferente.” Foi minha última e definitiva revelação nesses 13 anos de paraplegia. Se alguém me ouvisse, um dia, nas ruas do centro, dizendo a mim mesmo Que sorte ter ficado paraplégico, não acreditaria. Mas eu disse: Conheço um mundo que poucos conhecem. Sou diferente. Sou um privilegiado.
PAIVA, Marcelo Rubens. Crônicas para ler na escola. Seleção
Regina Zilberman. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
Eu não quero ser curado. Eu estou bem assim [...]
Caso quiséssemos unir essas duas orações do texto em um período composto, a conjunção apropriada seria
Qual das preposições abaixo preenche corretamente a lacuna na frase: “O Homem sem nenhum escrúpulo visava apenas ___ uma posição de destaque”:
Assinale a alternativa em que o acréscimo do adjetivo mantém a coerência do emprego do substantivo conforme se depreende da leitura do texto.
Para responder às questões de 6 a 10, leia a tirinha abaixo. Nela, interagem Cebolinha e seu amigo Cascão.
Em ''temos que tomar uma providência'', temos:
Para responder às questões de 1 a 5, leia o texto abaixo.
Em "Tenho muito orgulho da profissão que escolhi.", a palavra em destaque é, morfologicamente:
Instrução: As questões de números 01 a 15 referem-se ao texto abaixo.
Saúde e bem-estar dependem de relações íntimas de qualidade
Por Amanda Mont'Alvão Veloso
- asdTer dinheiro ou fama comumente é associado .... conquista de felicidade, e tais desejos já
- foram apontados como o objetivo de vida mais importante de norte-americanos nascidos nos
- anos 1980 e 1990. A dedicação e esforço no trabalho seriam o caminho para se _______ mais resultados.
- Mas uma pesquisa realizada durante 75 anos nos Estados Unidos mostrou que os ingredientes
- fundamentais para uma vida saudável e cheia de bem-estar são relações íntimas e de qualidade
- com a família, com os amigos e com a comunidade.
- asdAs conclusões do Estudo do Desenvolvimento Adulto, promovido pela Universidade de
- Harvard, foram abordadas por seu diretor, o psiquiatra e psicanalista americano Robert Waldinger,
- em uma conferência no TED 2015. “E se pudéssemos observar uma vida inteira à medida que ela
- decorre no tempo? E se pudéssemos estudar as pessoas desde a altura em que eram adolescentes
- até chegarem .... velhice para vermos o que mantém as pessoas felizes e saudáveis?”. Durante 75
- anos, a pesquisa acompanhou a vida de 724 homens, ano após ano, abordando o trabalho, a vida
- doméstica e a saúde, além de realizar exames médicos. Cerca de 60% dos pesquisados, a maioria
- já com 90 anos, ainda estão vivos e participam no estudo. Há cerca de 10 anos, o estudo passou a
- integrar também as esposas desses homens.
- asdO próximo passo, segundo Waldinger, é estudar os mais de 2000 filhos dos homens
- pesquisados. A população pesquisada foi dividida em dois grupos desde o começo, em 1938. No
- primeiro, homens que estudaram em Harvard e que, em sua maioria, lutaram na Segunda Guerra
- Mundial. Já o segundo era composto por adolescentes dos bairros mais pobres de Boston, vindos
- de algumas das famílias mais problemáticas e mais desfavorecidas da região. Os destinos desses
- homens foram variados: se tornaram operários fabris e advogados, assentadores de tijolos e
- médicos, e um deles foi presidente dos EUA.
- asdOs 75 anos de acompanhamento mostraram .... Waldinger três lições, e nenhuma delas diz
- respeito a riqueza, fama, ou a trabalhar cada vez mais. A primeira delas é que as relações sociais
- são boas para nós, e a solidão mata: “As pessoas que têm mais ligações sociais com a família, com
- amigos e com a comunidade são mais felizes, fisicamente mais saudáveis e vivem mais tempo do
- que as pessoas que têm menos relações. A experiência da solidão acaba por ser __________. As
- pessoas que são mais isoladas do que gostariam descobrem que são menos felizes, a sua saúde
- piora mais depressa na meia idade, o seu funcionamento cerebral diminui mais cedo e vivem menos
- tempo do que as pessoas que não se sentem sozinhas.”
- asdA segunda lição mostrou que o que importa é a qualidade de nossas relações íntimas: "Viver
- no meio de conflitos é muito prejudicial para a saúde. Os casamentos altamente conflituosos, por
- exemplo, sem grande _________, revelam-se muito maus para a saúde, pior talvez do que um
- divórcio. Viver no meio de relações boas, calorosas, é protetor.” O estudo mostrou que o grau de
- satisfação que os homens sentiam nas suas relações foi decisivo para um envelhecimento mais feliz
- e saudável. “As pessoas que se sentiam mais satisfeitas com as suas relações, aos 50 anos, foram
- as mais felizes aos 80 anos”. “Os nossos homens e mulheres mais felizes disseram, aos 80 anos,
- que nos dias em que tinham mais dores físicas a sua disposição continuava feliz. Mas .... pessoas
- que tinham relações infelizes, nos dias em que tinham mais dores físicas, elas eram reforçadas pelo
- sofrimento emocional”.
- asdA terceira e última lição é que as boas relações protegem não só o corpo, como também o
- cérebro: “Uma relação bem estabelecida com outra pessoa, aos 80 anos, é protetora. As pessoas
- que têm relações em que sentem que podem contar com outra pessoa em alturas de necessidade
- mantêm uma memória mais viva durante mais tempo. As pessoas com relações em que sentem
- que não podem contar com o outro são as que experimentam um declínio de memória mais precoce.
- As boas relações não têm que ser sempre fáceis. Alguns dos nossos octogenários podem discutir
- dia sim, dia não. Mas enquanto sentirem que podem contar um com o outro, quando as coisas
- aquecem, essas discussões não se fixam na memória.”
- asdPelas lições aprendidas, a tal felicidade parece fácil, não? Waldinger tem uma resposta para
- isso: somos seres humanos e lidar com a família e com os amigos é algo complicado, que dura a
- vida toda. “O que gostaríamos mesmo é de uma receita rápida, qualquer coisa que possamos
- arranjar que nos dê uma via boa e a mantenha dessa forma. As relações são conturbadas e
- complicadas.”
- asdPara se apoiar em boas relações, ele sugere atitudes cotidianas e acessíveis, como substituir
- a TV por tempo com as pessoas, fazer passeios, animar uma relação amorosa adormecida e falar
- com algum familiar com quem não se fala há anos. “Essas contendas familiares têm um efeito
- terrível na pessoa que guarda rancores”.
Texto adaptado para esta prova: http://super.abril.com.br/comportamento/saude-e-bem-estar-dependem-de-relacoes-
intimas-de-qualidade
Relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando o advérbio à sua classificação.
Coluna 1
1. Intensidade.
2. Modo.
3. Tempo.
Coluna 2
( ) mais (l. 02).
( ) ainda (l. 14).
( ) muito (l. 32).
( ) pior (l. 33).
( ) bem (l. 42).
( ) sempre (l. 46).
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Leia o texto e responda às questões de 1 a 10
Considerando o processo de formação de palavras, assinale a alternativa CORRETA.
Um Substantivo Coletivo é aquele que mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma espécie. Diante desta informação relacione as colunas abaixo.
Substantivo coletivo |
Conjunto de seres da mesma espécie |
I. Cáfila |
( ). De porcos |
II. Ramalhete |
( ). De camelos |
III. Vara |
( ). De ovelhas |
IV. Rebanho |
( ). De flores |
A sequencia correta na segunda coluna, de cima para baixo é:
Texto para responder às questões 14 e 15.
Na charge, a oração introduzida pela conjunção MAS classifica-se como:
Texto para responder às questões de 01 a 13.
Peste Alada
Mosquitos são criaturas terríveis. Estima-se que eles tenham sido responsáveis por metade de todas as mortes de seres humanos ao longo da história. Ou seja, mataram mais gente do que qualquer outra coisa. Isso acontece porque, como se multiplicam rápido e em enormes quantidades, são excelentes transmissores de doenças - como a dengue, que é causada por um vírus chamado DENV. O mosquito pica uma pessoa infectada, adquire o vírus, e o espalha para outras pessoas ao picá-las também. A dengue é uma doença séria, que pode matar, e um grande problema no Brasil: em 2013, o Ministério da Saúde registrou 1,4 milhão de casos, mais que o dobro do ano anterior. Tudo culpa do Aedes aegypti. Ele é um mosquito de origem africana, que chegou ao Brasil via navios negreiros, na época do comércio de escravos. E hoje, impulsionado pela globalização, levou a dengue a mais de cem países (na década de 1970, apenas nove tinham epidemias da doença). Os números mostram que, mesmo com todos os esforços de combate e campanhas de educação e prevenção, o mosquito está ganhando a guerra.
Entra em cena o OX513A, que foi criado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. Ele é idêntico ao Aedes aegypti - exceto por dois genes modificados, colocados pelo homem. Um deles faz as larvas do mosquito brilharem sob uma luz especial (para que elas possam ser identificadas pelos cientistas). O outro é uma espécie de bomba-relógio, que mata os filhotes do mosquito. A ideia é que ele seja solto na natureza, se reproduza com as fêmeas de Aedes e tenha filhotes defeituosos - que morrem muito rápido, antes de chegar à idade adulta, e por isso não conseguem se reproduzir. Com o tempo, esse processo vai reduzindo a população da espécie, até extingui-la. Recentemente, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, um órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, aprovou o mosquito. E o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a permitir a produção em grande escala do OX513A- que agora só depende de uma última liberação da Anvisa. A Oxitec, empresa criada pela Universidade de Oxford para explorar a tecnologia, acredita que isso vai ocorrer. Tanto que acaba de inaugurar uma fábrica em Campinas para produziro mosquito.
O OX513A já foi utilizado em testes na Malásia, nas Ilhas Cayman (no Caribe) e em duas cidades brasileiras: Jacobina e Juazeiro, ambas na Bahia. Deu certo. Em Juazeiro, a população de Aedes aegypti caiu 94% após alguns meses de tratamento com os mosquitos transgênicos. Em Jacobina, 92%. As outras formas de combate, como mutirões de limpeza, campanhas educativas e visitas de agentes de saúde, continuaram sendo realizadas. “Nós não paramos nenhuma ação de controle. Adicionamos mais uma técnica”, diz a bióloga Margareth Capurro, da USP, coordenadora técnica das experiências. Há indícios de que o mosquito transgênico funciona. Mas ele também tem seu lado polêmico. [...]
Mas, e se o mosquito OX513A sofresse uma mutação, e se tornasse imune ao gene letal? Afinal, é assim que a evolução funciona. Mutações são inevitáveis. [...] A Oxitec diz que não há risco. Ela estima que até 5% dos filhotes transgênicos poderão sobreviver ao gene letal, e chegar à idade adulta. Mas eles serão menores e mais fracos do que os mosquitos “selvagens”, e por isso não conseguirão se reproduzir. Mesmo se conseguirem, em tese não terão nenhuma característica que os torne mais perigosos que o Aedes comum. Além disso, como eles são criados em laboratório, seu DNA pode ser monitorado. “Os dois genes [que foram] inseridos são muito estáveis. A linhagem 0X513A foi criada em 2002, e até agora teve mais de cem gerações em laboratório, sem nenhuma mudança nos genes inseridos”, afirmou a empresa em nota enviada à SUPER.
Revista Superinteressante, edição 337, set de 2014
A conjunção que inicia o trecho: “se o mosquito OX513A sofresse uma mutação” expressa ideia de:
Texto para responder às questões de 01 a 13.
Peste Alada
Mosquitos são criaturas terríveis. Estima-se que eles tenham sido responsáveis por metade de todas as mortes de seres humanos ao longo da história. Ou seja, mataram mais gente do que qualquer outra coisa. Isso acontece porque, como se multiplicam rápido e em enormes quantidades, são excelentes transmissores de doenças - como a dengue, que é causada por um vírus chamado DENV. O mosquito pica uma pessoa infectada, adquire o vírus, e o espalha para outras pessoas ao picá-las também. A dengue é uma doença séria, que pode matar, e um grande problema no Brasil: em 2013, o Ministério da Saúde registrou 1,4 milhão de casos, mais que o dobro do ano anterior. Tudo culpa do Aedes aegypti. Ele é um mosquito de origem africana, que chegou ao Brasil via navios negreiros, na época do comércio de escravos. E hoje, impulsionado pela globalização, levou a dengue a mais de cem países (na década de 1970, apenas nove tinham epidemias da doença). Os números mostram que, mesmo com todos os esforços de combate e campanhas de educação e prevenção, o mosquito está ganhando a guerra.
Entra em cena o OX513A, que foi criado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. Ele é idêntico ao Aedes aegypti - exceto por dois genes modificados, colocados pelo homem. Um deles faz as larvas do mosquito brilharem sob uma luz especial (para que elas possam ser identificadas pelos cientistas). O outro é uma espécie de bomba-relógio, que mata os filhotes do mosquito. A ideia é que ele seja solto na natureza, se reproduza com as fêmeas de Aedes e tenha filhotes defeituosos - que morrem muito rápido, antes de chegar à idade adulta, e por isso não conseguem se reproduzir. Com o tempo, esse processo vai reduzindo a população da espécie, até extingui-la. Recentemente, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, um órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, aprovou o mosquito. E o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a permitir a produção em grande escala do OX513A- que agora só depende de uma última liberação da Anvisa. A Oxitec, empresa criada pela Universidade de Oxford para explorar a tecnologia, acredita que isso vai ocorrer. Tanto que acaba de inaugurar uma fábrica em Campinas para produziro mosquito.
O OX513A já foi utilizado em testes na Malásia, nas Ilhas Cayman (no Caribe) e em duas cidades brasileiras: Jacobina e Juazeiro, ambas na Bahia. Deu certo. Em Juazeiro, a população de Aedes aegypti caiu 94% após alguns meses de tratamento com os mosquitos transgênicos. Em Jacobina, 92%. As outras formas de combate, como mutirões de limpeza, campanhas educativas e visitas de agentes de saúde, continuaram sendo realizadas. “Nós não paramos nenhuma ação de controle. Adicionamos mais uma técnica”, diz a bióloga Margareth Capurro, da USP, coordenadora técnica das experiências. Há indícios de que o mosquito transgênico funciona. Mas ele também tem seu lado polêmico. [...]
Mas, e se o mosquito OX513A sofresse uma mutação, e se tornasse imune ao gene letal? Afinal, é assim que a evolução funciona. Mutações são inevitáveis. [...] A Oxitec diz que não há risco. Ela estima que até 5% dos filhotes transgênicos poderão sobreviver ao gene letal, e chegar à idade adulta. Mas eles serão menores e mais fracos do que os mosquitos “selvagens”, e por isso não conseguirão se reproduzir. Mesmo se conseguirem, em tese não terão nenhuma característica que os torne mais perigosos que o Aedes comum. Além disso, como eles são criados em laboratório, seu DNA pode ser monitorado. “Os dois genes [que foram] inseridos são muito estáveis. A linhagem 0X513A foi criada em 2002, e até agora teve mais de cem gerações em laboratório, sem nenhuma mudança nos genes inseridos”, afirmou a empresa em nota enviada à SUPER.
Revista Superinteressante, edição 337, set de 2014
O substantivo destacado em: “outras formas de COMBATE” foi formado pelo processo de:
Passando-se o adjetivo destacado em ''Que admirável este monumento!'' para o grau superlativo absoluto sintético, temos:
Leia o texto 4 para responder às questões de 12 a 18.
Texto 4
Aquela velha carta de A B C dava arrepios. Três faixas verticais borravam a capa, duras,
antipáticas; e, fugindo a elas, encontrávamos num papel de embrulho o alfabeto, sílabas,
frases soltas e afinal máximas sisudas.
Suportávamos esses horrores como um castigo e inutilizávamos as folhas percorridas,
05 esperando sempre que as coisas melhorassem. Engano: as letras eram pequeninas e
feias; o exercício da soletração, cantado, embrutecia a gente; os provérbios, os graves
conselhos morais ficavam impenetráveis, apesar dos esforços dos mestres arreliados,
dos puxavantes de orelhas e da palmatória.
“A preguiça é a chave da pobreza”, afirmava-se ali. Que espécie de chave seria aquela?
10 Aos seis anos, eu e os meus companheiros de infelicidade escolar, quase todos pobres,
não conhecíamos a pobreza pelo nome e tínhamos poucas chaves, de gavetas, de
armários e de portas. Chave de pobreza para uma criança de seis anos é terrível.
Nessa medonha carta, que rasgávamos com prazer, salvam-se algumas linhas. “Paulina
mastigou pimenta.” Bem. Conhecíamos pimenta e achávamos natural que a língua de
15 Paulina estivesse ardendo. Mas que teria acontecido depois? Essa história contada em
três palavras não nos satisfazia, precisávamos saber mais alguma coisa a respeito da
aventura de Paulina.
O que ofereciam, porém, à nossa curiosidade infantil eram conceitos idiotas: “Fala pouco
e bem: ter-te-ão por alguém”. Ter-te-ão! Esse Terteão para mim era um homem, e nunca
20 pude compreender o que ele fazia na última página do odioso folheto. Éramos realmente
uns pirralhos bastante desgraçados.
Marques Rebelo enviou-me há dias um A B C novo. Recebendo-o, lembrei-me com
amargura da chave da pobreza e do Terteão, que ainda circulam no interior.
A capa da brochura que hoje me aparece tem uns balões — e logo aí o futuro cidadão
25 aprende algumas letras. Na primeira folha, em tabuleiros de xadrez de casas brancas e
vermelhas, procurou-se a melhor maneira de impingir aos inocentes essa coisa
desagradável que é o alfabeto. O resto do livro encerra pedaços de vida de um casal de
crianças. João e Maria regam flores, bebem leite, brincam na praia, jogam bola,
passeiam em bicicleta, nadam, apanham legumes, vão ao Jardim Zoológico.
30 Tudo isso é dito em poucas palavras, como na história de Paulina, que mastigava
pimentas na velha carta de A B C. Mas enquanto ali o caso se narrava com letras miúdas
e safadas, em papel de embrulho, aqui as brincadeiras e as ocupações das personagens
se contam em bonitas legendas e principalmente em desenhos cheios de pormenores
que a narração curta não poderia conter.
35 As legendas são de Marques Rebêlo, as ilustrações, de Santa rosa, dois artistas que há
tempo tiveram livros premiados no concurso de literatura infantil realizado pelo Ministério
da Educação. Onde andam esses livros? Premiados e inéditos, exatamente como se não
tivessem sido premiados.
Marques Rebêlo e Santa Rosa fizeram agora um pequeno álbum e a Companhia Nestlé
40 editou-o, espalhou quinhentos mil volumes entre os garotos do Brasil. Está certo. A
Companhia Nestlê não se dedica a negócios de livros, mas isto não tem importância:
parece que a melhor edição de obra portuguesa foi feita por um negociante de vinhos.
Graciliano Ramos. Linhas tortas. Obra póstuma.13. ed., Rio de Janeiro: Record,1986. p.174-175 (Adaptado).
Observe o trecho: “Tudo isso é dito em poucas palavras, como na história de Paulina, que mastigava pimentas na velha carta de A B C. Mas enquanto ali o caso se narrava com letras miúdas e safadas, em papel de embrulho, aqui as brincadeiras e as ocupações das personagens se contam em bonitas legendas e principalmente em desenhos cheios de pormenores que a narração curta não poderia conter.” (linhas 30-34).
Os advérbios destacados formam um par opositivo. Sobre esses termos pode-se afirmar que
Leia o texto para responder às questões de números 01 a 05.
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Tecnologia
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Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente ignora você. Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável. Ele responde. Repreende. Corrige. [...]
Outra coisa: ele é mais inteligente. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que ele tem para oferecer. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando outro igual a ele o estiver programando. A máquina de escrever podia ter recursos que você nunca usaria, mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguentava você. Ele sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer que sabe. [...]
Dito isto, é preciso dizer também que quem provou pela primeira vez suas letrinhas dificilmente voltará à máquina de escrever sem a sensação de que está desembarcando de uma Mercedes e voltando à carroça. Está certo, jamais teremos com ele a mesma confortável cumplicidade que tínhamos com a velha máquina. É outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante.
---
(Luís Fernando Veríssimo. Disponível em http://pensador.uol.com.br/
contos_de_luis_fernando_verissimo. Adaptado)
No final do texto – É outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante. –, em relação à oração anterior, o emprego da conjunção mas expressa uma