Questões de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto para Concurso
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O texto atribui à desigualdade social o fato de bairros nobres de grandes capitais brasileiras serem muito mais arborizados que outras áreas.
Depreende-se do texto que a presença de árvores nas cidades promove benefícios para a qualidade de vida das pessoas, os quais, contudo, muitas vezes não são considerados em avaliações técnicas de paisagismo urbano.
Predomina no texto a descrição dos tipos de malefícios que as árvores podem causar à infraestrutura das cidades.
O tema central do texto é o crescimento exagerado das árvores nos grandes centros urbanos.
Brasil dividido em dois
Por Mirian Endo, em 17 de Dezembro de 2021.
De um lado, verde-amarelo, do outro, vermelho. Ou isso ou aquilo. Não há espaço “em cima do muro” ou para a ponderação entre argumentos. O cenário político se reduziu a uma dualidade de opiniões.
Há algum tempo, um comentário em uma postagem sobre política em um perfil em uma rede social na Internet me levou ao fim de uma amizade de longa data. Uma amiga discutiu intensamente comigo por não concordar com a minha opinião. Eu fiquei triste e lamentei a situação, pois sei que não se trata de um caso isolado.
Este acirramento de ânimo presente no dia a dia dos brasileiros só mostra o quão profunda é a autocrítica que cada uma das partes envolvidas tem para fazer. Parte desse problema vem da dificuldade em reconhecer o outro. Para muitas pessoas, o outro existe desde que se subordine ao nosso padrão.
Por que vivenciamos o atual clima de tensão na política, nas redes sociais e em outros meios? Certamente não tenho uma resposta final para essa questão. Me parece, no entanto, que dois fatores contribuem em alguma medida para esse cenário.
Primeiramente, é evidente que as pessoas têm acesso a mais informações de forma quase instantânea. Existem câmeras e smartfones em todos os lugares, prontos para registrar o exato momento em que qualquer pessoa faz algo errado. Esse ambiente de constante vigília que deixaria George Orwell impressionado parece ter criado nas pessoas uma ideia de que todos fazem algo errado em algum momento. Ou, se preferir, todos são suspeitos.
Sim! Todos são suspeitos em um mundo repleto de câmeras. Isso certamente cria em nós uma crise de identidade e reduz o nosso interesse por manter debates amigáveis e construtivos.
O segundo fator está relacionado às redes sociais. O acesso às redes sociais é um aspecto de empoderamento, pois nos permite falar para um público e, eventualmente, sermos louvados por isso. Com um celular em mãos, podemos opinar, criticar, apontar defeitos, divulgar notícias – até mesmo falsas notícias – levantar bandeiras e defender pontos de vista.
O que aconteceria se todos tivessem acesso a esse grande poder de comunicação? Bem, basta pegar seu aparelho celular e conferir as inúmeras opiniões rudes, pouco sensatas, imorais ou apresentadas sem qualquer respeito ao próximo que inundam a Internet diariamente.
Ao término dessa breve reflexão, uma pergunta é inevitável:
podemos ter esperanças de que tempos melhores virão?
Leia o texto 'Brasil dividido em dois' e, em seguida, analise as afirmativas abaixo:
I. A autora procura expor por meio do seu texto a sua incerteza sobre o futuro, especialmente em relação à capacidade das pessoas em conduzirem debates coerentes, amigáveis e baseados no respeito ao próximo.
II. No texto, a autora afirma que não há espaço “em cima do muro”, ou seja, ela expõe a sua percepção de que os debates sobre temas sensíveis – como a política – têm levado as pessoas a defenderem perspectivas antagônicas sem considerarem a possibilidade de acordos ou de alternativas consensuais.
III. No trecho “Eu fiquei triste e lamentei a situação, pois sei que não se trata de um caso isolado”, a autora utiliza a linguagem conotativa para expor ao leitor um sentimento e, ao mesmo tempo, declarar sua insatisfação com a atitude de uma amiga.
Marque a alternativa CORRETA:
Leia a tira.
(André Dahmer. Disponível em Sobreotatame.com.
Acesso em 20.06.2021)
É correto afirmar que o efeito de sentido da tira consiste
em um comentário crítico que
A afirmação INADEQUADA sobre essa frase:
Leia o texto abaixo para responder à questão.
O futuro é uma ideia nova na humanidade. Nós nunca tivemos futuro.[...]
O tempo é um conceito que se declina de várias formas. Física, biológica — envelhecimento celular —, cosmológica, histórica, mitológica, estética, a duração da autopercepção subjetiva — o tempo existencial —, social, enfim, muitas formas.
Aqui me interessa apenas uma dessas formas: o tempo sociológico, aquele que nasce das interações sociais e materiais que vão submetendo o cotidiano a esse processo.[...]
Durante milênios, “nada” aconteceu em termos de tempo sociológico porque o tempo social era parado. Nenhuma grande mudança tirava o homo sapiens da sua condição prioritariamente natural.
Para o tempo social acontecer, se fazem necessárias transformações relevantes nos âmbitos da técnica e da gestão da vida, da sobrevivência e da reprodução. E isso demorou muito a ocorrer em nossa pré-história e história. Sem o fogo de Prometeu, não teríamos o tempo social de fato. [...]
Mas, mesmo nossa experiência concreta da natureza hoje é mediada pelo tempo social. O debate sobre sustentabilidade e sofrimento do planeta é um debate sobre nossa natureza social e técnica em interação com a natureza do planeta. Aquilo que os estoicos chamavam de logos.
Nunca tivemos futuro. Caçávamos, plantávamos, nos reproduzíamos, adorávamos divindades, mas nada disso implica um futuro concreto como pensamos hoje. [...]
O tempo social só passa quando se impõe como cotidiano. Na modernidade, esse processo se acelerou. Nos últimos anos, mais ainda.
Isso nos causa vertigem e abre o mercado para todo tipo de picaretagem: inovação, quebra de paradigmas, dirupção, como se tudo isso ocorresse no plano de um encontro corporativo num resort.
Não. A aceleração social da vida, fruto da agressividade crescente da técnica, nos faz sangrar.
Dito de forma metafórica, o futuro é o resultado da técnica socialmente engajada, como um avião, um celular, uma vacina, um projeto de democracia.
A clássica divisão de história e pré-história, marcada pelo surgimento da escrita e da possibilidade de ler o que nossos antepassados escreviam, e, portanto, saber como viviam no sentido mais largo da expressão anuncia o nascimento do tempo histórico — porque nos apropriamos do que já foi vivido, ou seja, do passado —, mas isso, por si só, não é suficiente para entendermos de modo mais claro o nascimento do futuro.
O futuro só nasce quando a ideia de progresso se impõe como mais significativa do que a de passado. E isso é moderno, não é bíblico ou milenarista.
Não evoluímos num ambiente em que existisse futuro à vista. Quem fazia guerra faria guerra sempre, quem dava à luz daria à luz sempre, quem caçava caçaria sempre. Nesse ambiente, não existe futuro.
O futuro é uma ideia nova na experiência do sapiens. Tão nova que não temos clareza de que ela só existe quando existe a possibilidade mesma do progresso técnico.
Ainda que esse progresso não seja o controle absoluto do nosso destino, tampouco da natureza, da contingência, nem do Sistema Solar, nosso tempo contemporâneo é devorado pela crença de que o futuro nos espera no horizonte como um dado da própria natureza das coisas.
O ser do universo é indiferente ao nosso tempo e para ele não existe o nosso futuro. O futuro da natureza das coisas não é o mesmo que o nosso futuro. O nosso é efêmero como tudo o que criamos ao longo de um tempo maior que, de certa forma, nunca passa porque nos ultrapassa.
PONDÉ, Luiz Felipe. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2021/02/o-futuro-e-uma-ideia-nova-e-a-eternidade-e-indiferente-ao-sofrimento-humano.shtml>. Acesso em: 17 maio 2021. (Fragmento)
O emprego predominante do pretérito perfeito no texto tem o propósito de apresentar fatos já ocorridos em determinado momento no passado e cujos efeitos, além de ainda serem sentidos no momento atual, afetam o tempo presente.
A expressão “Além disso” (terceiro parágrafo) introduz o argumento mais forte apresentado pelo autor do texto para comprovar sua tese acerca do surgimento da linguagem humana.
O uso do advérbio “Obviamente” (segundo parágrafo) desempenha importante papel na argumentação apresentada no texto, realçando uma informação que já é tomada como conhecimento geral.
O fato de que alguns animais, como chimpanzés, também utilizam ferramentas enfraquece o argumento de que se requer linguagem para usar ferramentas.
O autor do texto contesta os argumentos usados por alguns linguistas que defendem a ideia de que o Homo erectus apresentava linguagem.
A informação apresentada no primeiro período do segundo parágrafo é desenvolvida no restante do segundo parágrafo e no terceiro parágrafo.
Infere-se do texto que achar petróleo não é uma certeza porque os erros na identificação do local de perfuração impedem o reconhecimento da localização exata do produto.
Infere-se do emprego do trecho “um estrangeirismo que mascara diversos crimes” (terceiro período) que há outros estrangeirismos que não mascaram crimes ou a eles se associam.
No texto, as frases ‘compartilhei fake news de alguém’ e ‘cometi um crime contra honra’ são consideradas equivalentes, já que o compartilhamento de fake news pode ser crime.
Considerando-se as ideias de Platão e Sócrates apresentadas no texto, é possível concluir, se se acredita que pessoas que operam sua vivência unicamente a partir de redes sociais vivem de aparências, que tais pessoas não conhecem a Verdade.