Questões de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto para Concurso

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Q1817179 Português
E se a 2ª Guerra Mundial não tivesse acontecido?
Sem a fundação da ONU e a invenção da bomba atômica para
evitar a eclosão de um conflito entre potências, o mundo seria um lugar mais violento

Por Fábio Marton

    Para que a 2ª Guerra não tivesse acontecido, bastaria uma traição. E nem seria a primeira: embora França e Reino Unido fossem aliados da Tchecoslováquia no papel, não reagiram quando Hitler começou a ocupação do país, em 1938. O estopim do conflito veio só em setembro de 1939, quando as duas potências fizeram valer sua aliança com a Polônia e declararam guerra à Alemanha – mas não à União Soviética, que fechou com o Führer para invadir seu quinhão de território polonês pelo outro lado. 
    Hitler não tinha muito interesse em avançar rumo ao Oeste: considerava os britânicos colegas arianos, possíveis aliados. E não faltavam fãs de Hitler entre os anglo-saxões: o parlamentar Edward Mosley, na Inglaterra, criou a União Nacional dos Fascistas, e o herói nacional Charles Lindenberg, nos EUA, usou sua fama como primeiro aviador a cruzar o Atlântico para defender pautas de extrema direita. 
    Ficaríamos, então, com uma guerra entre alemães e soviéticos em 1941, quando Hitler rasgou o acordo Molotov-Ribbentrop, de 1939, que permitiu a divisão da Polônia. Quem venceria? Na vida real, a URSS aniquilou a Alemanha pelo front leste e foi a principal responsável pela vitória aliada.
    A questão é que os soviéticos não teriam conseguido sozinhos. Eles tiveram acesso a material bélico americano e britânico, e os nazistas perderam força quando foram obrigados a lutar em frentes múltiplas após a invasão da Itália, em 1943, e o Dia D, em 1944. Além disso, os japoneses deixaram os alemães em desvantagem sem querer quando dedicaram todas as suas atenções ao conflito contra os EUA no Pacífico em vez de invadir a URSS pela Sibéria.
    O ataque a Pearl Harbor é considerado pela maioria dos historiadores um erro estratégico crasso – ao contrário do que os líderes japoneses cogitaram, os EUA não pretendiam atacar o Japão. A opinião pública americana se opunha à guerra, e se oporia ainda mais caso França e Reino Unido tivessem permanecido neutros. 
    Outro erro estratégico foi a Alemanha apoiar o Japão contra os EUA. Ela não era obrigada a fazê-lo, porque sua aliança com o Japão era defensiva – se os japoneses começassem a briga, era problema deles. Assim, a guerra no Pacífico poderia ter se limitado a Japão vs. China e URSS. 
    Vamos supor, então, que esse conflito terminasse com a Alemanha dominando o Leste Europeu, e o Japão no comando de um amplo império na costa leste da Ásia (mas sem tomar colônias britânicas, francesas, americanas e holandesas, como fez na vida real). A URSS sobreviveria – pequena e abalada, mas de pé.
    [...]

Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/e-se-a-2a-guerra-mundial-nao-tivesse-acontecido-2/ 

No quarto parágrafo, o pronome sublinhado retoma
Alternativas
Q1815983 Português
Sobre a charge abaixo, considere as seguintes afirmativas:
Imagem associada para resolução da questão (Disponível em: <www.ivancabral.com>. Acesso em 08 nov. 2017)

1. A charge satiriza a atual situação econômica do país por meio dos exercícios escolares de conjugação de verbos. 2. Se o verbo assistir estivesse conjugado com o pronome “tu”, teria a forma “assiste”. 3. O pronome “ele”, utilizado com o verbo aumentar, faz referência ao governo. 4. Se a conjugação se desse no futuro simples, teríamos a conjugação “eles reprimiram”.
Assinale a alternativa correta.
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Q1815788 Português

Tempo incerto


    Os homens têm complicado tanto o mecanismo da vida que já ninguém tem certeza de nada: para se fazer alguma coisa é preciso aliar a um impulso de aventura grandes sombras de dúvida. Não se acredita mais nem na existência de gente honesta; e os bons têm medo de exercitarem sua bondade, para não serem tratados de hipócritas ou de ingênuos.

    Chegamos a um ponto em que a virtude é ridícula e os mais vis sentimentos se mascaram de grandiosidade, simpatia, benevolência. A observação do presente leva-nos até a descer dos exemplos do passado: os varões ilustres de outras eras terão sido realmente ilustres? Ou a História nos está contando as coisas ao contrário, pagando com dinheiro dos testamentos a opinião dos escribas?

    Se prestarmos atenção ao que nos dizem sobre as coisas que nós mesmos presenciamos – ou temos que aceitar a mentira como a arte mais desenvolvida do nosso tempo, ou desconfiaremos do nosso próprio testemunho, e acabamos no hospício!

    Pois assim é, meus senhores! Prestai atenção às coisas que vos contam, em família, na rua, nos cafés, em várias letras de forma, e dizei-me se não estão incertos os tempos e se não devemos todos andar de pulga atrás da orelha!

    A minha esperança estava no fim do mundo, com anjos descendo do céu; anjos suaves e anjos terríveis; os suaves para conduzirem os que se sentarão à direita de Deus, e os terríveis para os que se dirigem ao lado oposto. Mas até o fim do mundo falhou; até os profetas se enganam, a menos que as rezas dos justos tenham podido adiar a catástrofe que, afinal, seria também uma apoteose. E assim continuaremos a quebrar a cabeça com estes enigmas cotidianos. Mas agora, além dos criados, pensam os patrões, as patroas, os amigos e inimigos de uns e de outros e todo o resto da massa humana. E não só pensam, como também pensam que pensam! E além de pensarem que pensam, pensam que têm razão! E cada um é o detentor exclusivo da razão!

    Os pedestres pensam que devem andar pelo meio da rua. Os motoristas pensam que devem pôr os veículos nas calçadas. Até os bondes, que mereciam a minha confiança, deram para sair dos trilhos. Os analfabetos, que deviam aprender, ensinam! Os ladrões vestem-se de policiais, e saem por aí a prender os inocentes! Os revólveres, que eram considerados armas perigosas, e para os quais se olhava à distância, como quem contempla a Revolução Francesa ou a Guerra do Paraguai – pois os revólveres andam agora em todos os bolsos, como troco miúdo. E a vocação das pessoas, hoje em dia, não é para o diálogo com ou sem palavras, mas para balas de diversos calibres. Perto disso, a carestia da vida é um ramo de flores. O que anda mesmo caro é a alma. E o Demônio passeia pelo mundo, glorioso e impune.


(MEIRELES, Cecília, 1901-1964. Escolha o seu sonho: Crônicas – 26ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2005. Com adaptações.)

Em “A observação do presente leva-nos até a descer dos exemplos do passado: os varões ilustres de outras eras terão sido realmente ilustres? Ou a História nos está contando as coisas ao contrário, pagando com dinheiro dos testamentos a opinião dos escribas?” (2º§), o ponto de interrogação tem como finalidade:
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Q1815784 Português

Tempo incerto


    Os homens têm complicado tanto o mecanismo da vida que já ninguém tem certeza de nada: para se fazer alguma coisa é preciso aliar a um impulso de aventura grandes sombras de dúvida. Não se acredita mais nem na existência de gente honesta; e os bons têm medo de exercitarem sua bondade, para não serem tratados de hipócritas ou de ingênuos.

    Chegamos a um ponto em que a virtude é ridícula e os mais vis sentimentos se mascaram de grandiosidade, simpatia, benevolência. A observação do presente leva-nos até a descer dos exemplos do passado: os varões ilustres de outras eras terão sido realmente ilustres? Ou a História nos está contando as coisas ao contrário, pagando com dinheiro dos testamentos a opinião dos escribas?

    Se prestarmos atenção ao que nos dizem sobre as coisas que nós mesmos presenciamos – ou temos que aceitar a mentira como a arte mais desenvolvida do nosso tempo, ou desconfiaremos do nosso próprio testemunho, e acabamos no hospício!

    Pois assim é, meus senhores! Prestai atenção às coisas que vos contam, em família, na rua, nos cafés, em várias letras de forma, e dizei-me se não estão incertos os tempos e se não devemos todos andar de pulga atrás da orelha!

    A minha esperança estava no fim do mundo, com anjos descendo do céu; anjos suaves e anjos terríveis; os suaves para conduzirem os que se sentarão à direita de Deus, e os terríveis para os que se dirigem ao lado oposto. Mas até o fim do mundo falhou; até os profetas se enganam, a menos que as rezas dos justos tenham podido adiar a catástrofe que, afinal, seria também uma apoteose. E assim continuaremos a quebrar a cabeça com estes enigmas cotidianos. Mas agora, além dos criados, pensam os patrões, as patroas, os amigos e inimigos de uns e de outros e todo o resto da massa humana. E não só pensam, como também pensam que pensam! E além de pensarem que pensam, pensam que têm razão! E cada um é o detentor exclusivo da razão!

    Os pedestres pensam que devem andar pelo meio da rua. Os motoristas pensam que devem pôr os veículos nas calçadas. Até os bondes, que mereciam a minha confiança, deram para sair dos trilhos. Os analfabetos, que deviam aprender, ensinam! Os ladrões vestem-se de policiais, e saem por aí a prender os inocentes! Os revólveres, que eram considerados armas perigosas, e para os quais se olhava à distância, como quem contempla a Revolução Francesa ou a Guerra do Paraguai – pois os revólveres andam agora em todos os bolsos, como troco miúdo. E a vocação das pessoas, hoje em dia, não é para o diálogo com ou sem palavras, mas para balas de diversos calibres. Perto disso, a carestia da vida é um ramo de flores. O que anda mesmo caro é a alma. E o Demônio passeia pelo mundo, glorioso e impune.


(MEIRELES, Cecília, 1901-1964. Escolha o seu sonho: Crônicas – 26ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2005. Com adaptações.)

Considerando o trecho “Pois assim é, meus senhores! Prestai atenção às coisas que vos contam, em família, na rua, nos cafés, em várias letras de forma, e dizei-me se não estão incertos os tempos e se não devemos todos andar de pulga atrás da orelha!” (4º§), a expressão destacada revela que:
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Q1814691 Português

Juiz concede liberdade provisória a mulher presa por injúria racial contra taxista em BH

O magistrado estipulou uma fiança de R$ 10 mil que deve ser paga pela mulher antes de ser liberada.

 

    A Justiça concedeu liberdade provisória a Natália Burza Gomes Dupin, de 36 anos, presa depois de ofender um taxista negro no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro- -Sul da cidade. Em audiência de custódia, realizada na manhã deste sábado no Fórum Lafayette, o Juiz determinou o pagamento de fiança de R$ 10 mil para liberar a ré. Os advogados de defesa informaram que vão se posicionar sobre o caso ainda nesta tarde.

    As audiências de custódia consistem na apresentação do preso em flagrante a um juiz no prazo de 24 horas. Após a audiência, o magistrado decide se o custodiado deve responder ao processo preso ou em liberdade, podendo ainda decidir pela anulação da prisão em caso de ilegalidade.

    A mulher foi autuada em flagrante por injúria racial, desacato, desobediência e resistência após dizer ao motorista que “não andava com negros” e de se confessar racista. Ela foi levada para uma unidade do sistema prisional, mas poderá ser solta. Segundo o registro policial, o taxista Luis Carlos Alves Fernandes, há 16 anos na profissão, estava parado na Avenida Álvares Cabral, em frente ao prédio da Justiça Federal.

    Ele teria presenciado a mulher, identificada como Natália Gomes, se aproximando com um idoso e aparentemente procurando um táxi. Segundo o motorista, ele se dirigiu à mulher para perguntar se precisava do serviço. Segundo relato da vítima que consta do boletim de ocorrência, no momento ele foi interrompido pela mulher, que teria dito: “Precisando de um táxi estou mesmo, mas não ando com negros”.

    O taxista disse que questionou se a mulher sabia que estava cometendo um crime. Nesse momento ela respondeu, segundo o relato do condutor: “Não gosto de negro mesmo. Sou racista”. E cuspiu no seu pé, contou ele. Ela chegou a entrar em um dos táxis, mas foi impedida de seguir com a corrida. A vítima narrou que todos ficaram muito revoltados e tentaram agredi-la. Entretanto, a polícia chegou muito rápido. “Até então, ela estava muito calma. Ela se exaltou ao chegar à delegacia, onde precisou ser algemada”, completou.

    De acordo com a PM, quando os militares chegaram ao local, a mulher os ignorou. Acabou sendo conduzida para a Delegacia Adjunta ao Juizado Especial Criminal (Deajec). Mesmo detida, segundo o boletim de ocorrência, a mulher continuou exaltada. De acordo com a PM, uma sargento pediu para ela se sentar na delegacia. Como resposta, foi chamada de “sapata”.

    O taxista conta que exerce a profissão há 16 anos como taxista e nunca havia sofrido nenhum tipo de preconceito, mas agora está revoltado. Segundo a vítima, desde o primeiro momento, a mulher foi muito arrogante e tinha certeza da impunidade. “Ela achou que diria o que disse e sairia impune. Disse que o pai é delegado e repetia ‘você não sabe com quem está falando’”. Luis Carlos ainda disse que é importante ficar atento: “O racismo não está só nas palavras usadas pela mulher. Pode ser muito sutil, mas precisamos denunciar”, disse o homem, que espera que o caso seja classificado como racismo.

 

(João Henrique do Vale; postado em 07/12/2019. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2019/12/07/interna_gerai s,1106594/juiz-concede-liberdade-provisoria-mulher-presa-injuriaracial-taxista.shtml.)

A foto a seguir retrata uma determinada época e o contexto em que os três personagens se inserem: o preconceito racial nos Estados Unidos.
Imagem associada para resolução da questão

Acerca das possíveis relações estabelecidas entre o texto e a imagem anterior, considera-se correto o que se afirma em:
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Q1814566 Português
A diversidade cultural brasileira

    De modo geral, o atual povo brasileiro é oriundo de quatro continentes: América, Europa, África e Ásia. Quando os primeiros portugueses pisaram nesta terra em 1500, eles encontraram no local um mosaico de centenas de nações ou grupos nativos a quem denominaram indistintamente “índios”.
    Todos: indígenas, estrangeiros (oriundos de outros países) e africanos deportados eram representantes de diferentes culturas e civilizações. Eles trouxeram em suas bagagens e memórias coletivas elementos representativos dessas culturas. É por isso que o Brasil, como país e como povo, oferece o melhor exemplo de encontro de culturas e civilizações. Cada um destes componentes étnicos ou culturais trouxe a sua contribuição para a formação do povo e da história dos brasileiros; na construção da cultura e de nossa identidade.
    Por esta razão, aprender a conhecer o Brasil é aprender a conhecer a história e a cultura de cada um desses componentes para melhor captar sua contribuição na cultura e na história do país. Para entender “nossa” história e “nossa” identidade é preciso começar pelo estudo de todas as suas matrizes culturais: indígena, europeia, africana, árabe, judia e asiática. Infelizmente, não é isso que acontece na história do Brasil que foi ensinada tradicionalmente na escola e sistematizada pela historiografia oficial.

(Munanga, K.; Gomes, N. L. O negro no Brasil de hoje. São Paulo: Global, 2006. Fragmento.)
Em relação ao terceiro parágrafo do texto está correto o que se afirma em:
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Q1814068 Português

Leia a tirinha para responder à questão. 



No primeiro quadrinho, a menina fala sobre a ida de seu pai ao consultório do dentista. No último quadrinho, ela informa sobre a pessoa que vai ao dentista. É correto afirmar que, nos 2° e 3° quadrinhos, ela
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Q1814067 Português

Leia a tirinha para responder à questão. 



O humor da tirinha ocorre no último quadrinho, porque
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Q1814060 Português

Leia o texto para responder à questão.


    Na obra ‘Alice no País das Maravilhas’, a protagonista depara-se com o gato risonho e o questiona a respeito do caminho correto a seguir. O felino retruca perguntando para onde ela gostaria de ir e, ao receber a resposta de que “tanto faz, não importa muito para onde”, responde: “Então, não importa qual o caminho a seguir, qualquer um serve.” Consequentemente, Alice segue sem rumo em suas viagens.

    Essa alegoria representa, muitas vezes, a realidade, pois a inexistência de metas e objetivos específicos faz com que, muitas vezes, o gestor governamental se conforme com qualquer resultado, comprometendo o atendimento aos legítimos anseios da sociedade.

    Desse modo, o planejamento é item que requer atenção especial e, nesse contexto, deve haver um método de gestão para a utilização ótima dos recursos e a racionalização dos procedimentos administrativos com melhores resultados, não se restringindo a um determinado exercício financeiro, sendo, em suma, o esforço pela qualidade total e pela excelência na administração pública.

    Planejar é transformar em objetivos e metas a visão de futuro da administração. Parte-se do diagnóstico dos problemas a serem enfrentados, obtidos por meio de audiências públicas junto à população e outros instrumentos de transparência e, após delineada a situação a ser superada, são propostas ações governamentais para a consecução dos resultados.

    Executar é colocar em prática o que foi planejado e pressupõe uma adequada estrutura procedimental, material e humana para a correta operacionalização das ações governamentais.


(Leandro Luis dos Santos Dall’Olio e Marcus Augusto Gomes Cerávolo, O Ciclo PDCA e o Planejamento na Administração Pública, em https://jus.com.br - acesso em 10/12/2019 - Adaptado)

Uma frase que condiz com a informação do 2o parágrafo é:
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Q1814059 Português

Leia o texto para responder à questão.


    Na obra ‘Alice no País das Maravilhas’, a protagonista depara-se com o gato risonho e o questiona a respeito do caminho correto a seguir. O felino retruca perguntando para onde ela gostaria de ir e, ao receber a resposta de que “tanto faz, não importa muito para onde”, responde: “Então, não importa qual o caminho a seguir, qualquer um serve.” Consequentemente, Alice segue sem rumo em suas viagens.

    Essa alegoria representa, muitas vezes, a realidade, pois a inexistência de metas e objetivos específicos faz com que, muitas vezes, o gestor governamental se conforme com qualquer resultado, comprometendo o atendimento aos legítimos anseios da sociedade.

    Desse modo, o planejamento é item que requer atenção especial e, nesse contexto, deve haver um método de gestão para a utilização ótima dos recursos e a racionalização dos procedimentos administrativos com melhores resultados, não se restringindo a um determinado exercício financeiro, sendo, em suma, o esforço pela qualidade total e pela excelência na administração pública.

    Planejar é transformar em objetivos e metas a visão de futuro da administração. Parte-se do diagnóstico dos problemas a serem enfrentados, obtidos por meio de audiências públicas junto à população e outros instrumentos de transparência e, após delineada a situação a ser superada, são propostas ações governamentais para a consecução dos resultados.

    Executar é colocar em prática o que foi planejado e pressupõe uma adequada estrutura procedimental, material e humana para a correta operacionalização das ações governamentais.


(Leandro Luis dos Santos Dall’Olio e Marcus Augusto Gomes Cerávolo, O Ciclo PDCA e o Planejamento na Administração Pública, em https://jus.com.br - acesso em 10/12/2019 - Adaptado)

Com base na alegoria apresentada no primeiro parágrafo, é correto afirmar que os autores usam a
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Q1813906 Português

O que os outros vão pensar?


    Quando eu era pequena, não tinha medo nenhum de bicho-papão, mula sem cabeça, bruxa malvada ou o diabo a quatro. Quem me aterrorizava era outro tipo de monstro. Eles atacavam em bando. Chamavam-se “os outros”. 


    Nada podia ser mais danoso do que os outros. As crianças acordavam de manhã já pensando neles. Quer dizer, as crianças não: as mamães. Era com os outros que elas nos ameaçavam caso não nos comportássemos direito. Se não estudássemos, os outros nos chamariam de burros. Se não fôssemos amigos de toda a classe, os outros nos apelidariam de bicho do mato. E o pior é que as mães não mantinham a lógica do seu pensamento. “Mas mãe, todo mundo dorme na casa dos amigos.” “Eu lá quero saber dos outros? Só me interessa você!” Era de pirar a cabeça de qualquer um. Não víamos a hora de crescer para nos ver livres daquela perseguição.  


    Veio a adolescência, e que desespero: descobrimos que os outros estavam mais fortes que nunca, ávidos por liquidar com nossa reputação.  


    Não tinha escapatória: aos poucos fomos descobrindo que os outros habitavam o planeta inteiro, estavam de olho em todas as nossas ações, prontos para criticar nossas atitudes e ferrar com nossa felicidade.


    Hoje eles já não nos assustam tanto. Passamos por poucas e boas e, no final das contas, a opinião deles não mudou o rumo de nossa história. Mas ninguém em sã consciência pode se considerar totalmente indiferente a eles. Os outros ainda dizem horrores de nós. Ainda têm o poder de nos etiquetar, de nos estigmatizar. A gente bem que tenta não dar bola, mas sempre que dá vontade de entregar os pontos ou de chorar no meio de uma discussão, pensamos: “Não vou dar esse gostinho para os outros”. 


    Está para existir monstro mais funesto do que aquele que poda nossa liberdade.


(Carta Maior. Por Martha Medeiros. Agosto de 2003. Com adaptações.)

Em “Quer dizer, as crianças não: as mamães.” (2º§), os dois-pontos foram empregados para anunciar:
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Q1813485 Português
O sentido maior
   Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia- -lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor.
   A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
   Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
   A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa?  Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedade-desejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.
(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)
Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.” (2º§) Considerando o trecho é correto afirmar que:
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Q1813414 Português
As caridades odiosas

    Foi uma tarde de sensibilidade ou de suscetibilidade? Eu passava pela rua depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se enganchava na minha saia. Voltei-me e vi que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente de pele. O menino estava de pé no degrau da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam-me de sua paciente aflição. Paciente demais. Percebi vagamente um pedido, antes de compreender o seu sentido concreto.
  – Um doce, moça, compre um doce para mim. 
    Acordei finalmente. O que estivera eu pensando antes de encontrar o menino? O fato é que o pedido pareceu cumular uma lacuna, dar uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como uma grande chuva pode matar a sede de quem queria uns goles de água.  
    Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde     possivelmente algum conhecido tomava sorvete, entrei, fui ao balcão e disse com uma dureza que só Deus sabe explicar: um doce para o menino.
    De que tinha eu medo? Eu não olhava a criança, queria que a cena humilhante para mim, terminasse logo. Perguntei- -lhe: que doce você... 
    Antes de terminar, o menino disse apontando depressa com o dedo: aquelezinho ali, com chocolate por cima. Por um instante perplexa, eu me recompus logo e ordenei, com aspereza, à caixeira que o servisse.
    – Que outro doce você quer? Perguntei ao menino escuro. Este, que mexendo as mãos e a boca ainda espera com ansiedade pelo primeiro, interrompeu-se, olhou-me um instante e disse com uma delicadeza insuportável, mostrando os dentes: não precisa de outro não. Ele poupava a minha bondade.
    – Precisa sim, cortei eu ofegante, empurrando-o para a frente. O menino hesitou e disse: aquele amarelo de ovo. Recebeu um doce em cada mão, levando as duas acima da cabeça, com medo talvez de apertá-los... E foi sem olhar para mim que ele, mais do que foi embora, fugiu. A caixeirinha olhava tudo: 
    – Afinal uma alma caridosa apareceu. Esse menino estava nesta porta há mais de uma hora, puxando todas as pessoas mas ninguém quis dar. 
    Fui embora, com o rosto corado de vergonha. De vergonha mesmo? Eu estava cheia de um sentimento de amor, gratidão, revolta e vergonha. Mas, como se costuma dizer, o sol parecia brilhar com mais força. Eu tivera a oportunidade de... E para isso foi necessário que outros não lhe tivessem dado doce.
    E, agora, sozinha, meus pensamentos voltavam lentamente a ser os anteriores, só que inúteis. 
(As caridades odiosas. Clarice Lispector. Com adaptações.)
Em “Eu tivera a oportunidade de...” (11º§) é correto afirmar que a ação verbal expressa:
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Q1813404 Português
Texto para responder à questão.

Eu, meu melhor amigo
   Os manuais de autoajuda se incorporaram à vida moderna tanto quanto os telefones celulares ou a internet. Cada vez mais gente encontra inspiração em seus conselhos para perseguir uma vida melhor […], os títulos de maior sucesso ensinam a ficar rico em pouco tempo, a atrair a sorte para si próprio e a galgar degraus no trabalho rapidamente. Se todos os títulos fossem colocados em uma centrífuga, o conselho fundamental que daí resultaria seria: goste de você, tenha confiança em si mesmo, acredite em sua capacidade. Em resumo: preserve sua autoestima. Os psicólogos são unânimes em afirmar que a autoestima é a principal ferramenta com que o ser humano conta para enfrentar os desafios do cotidiano, uma espécie de sistema imunológico emocional. […] Resume o historiador inglês Peter Burke: “A autoestima é o conceito mais estudado na psicologia social, e há um bom motivo para isso. Ela é a chave para a convivência harmoniosa no mundo civilizado”.
   A autoestima é vital não apenas para as pessoas, mas também para as famílias, os grupos, as empresas, as equipes esportivas e os países. Sem ela, não há terreno fértil para as grandes descobertas nem para o surgimento de líderes. Quem não acredita em si mesmo acha que não vale a pena dizer o que pensa. Desde o início da civilização, o mundo é movido a pessoas que confiam de tal forma nas próprias ideias que se sentem estimuladas a dividi-las com os outros.
[…]
(ZAKABI, Rosana. Veja. São Paulo, Abril, ano 40, nº 26, 4 jul. 2007.)
Considerando-se os elementos de coesão textual, está correto o que se afirma em:
Alternativas
Q1813063 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão. 

(Disponível em: https://exame.com/blog/sandya-coelho – texto adaptado especialmente para esta prova).
Nas linhas 04 e 05, temos o seguinte trecho: “esse movimento vem sendo puxado justamente pelas empresas do setor de tecnologia”. Observe a imagem a seguir e assinale a alternativa INCORRETA sobre a relação entre texto e imagem.
Imagem associada para resolução da questão Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS0R8Awy-LIuCtejXe7wJ_C444xrqkh2GsdQ&usqp=CAU
Alternativas
Q1812984 Português
Leia o texto para responder à questão.
Cuia
Lindaura, a recepcionista do analista― segundo
ele, “mais prestimosa que mãe de noiva” ―, tem
sempre uma chaleira com água quente pronta para
o mate. O analista gosta de oferecer chimarrão a
seus pacientes e, como ele diz, “charlar passando a
cuia, que loucura não tem micróbio”. Um dia entrou
um paciente novo no consultório.
― Buenas, tchê ― saudou o analista. ― Se
abanque no más.
O moço deitou no divã coberto com um pelego e o
analista foi logo lhe alcançando a cuia com erva
nova. O moço observou:
― Cuia mais linda.
― Cosa mui especial. Me deu meu primeiro
paciente. O coronel Macedônio, lá pras banda de
Lavras.
― A troco de quê? ― quis saber o moço, chupando
a bomba.
― Pues tava variando, pensando que era metade
homem e metade cavalo. Curei o animal.
― Oigalê.
― Ele até que não se importava, pues poupava
montaria...
― A la putcha.
O moço deu outra chupada, depois examinou a cuia
com mais cuidado.
― Curtida barbaridade. ― Também. Mais usada que
pronome oblíquo em conversa de professor.
― Oigatê.
E a todas estas o moço não devolvia a cuia. O
analista perguntou:
― Mas o que é que lhe traz aqui, índio velho?
― É esta mania que eu tenho, doutor.
― Pos desembuche.
― Gosto de roubar as coisas.
― Sim.
Era cleptomania. O paciente continuou a falar, mas
o analista não ouvia mais.
Estava de olho na sua cuia.
― Passa ― disse o analista.
― Não passa, doutor. Tenho esta mania desde piá.
― Passa a cuia.
― O senhor pode me curar, doutor?
― Primeiro devolve a cuia.
O moço devolveu. Daí para diante, só o analista
tomou chimarrão. E cada vez que o paciente
estendia o braço para receber a cuia de volta,
ganhava um tapa na mão.
Adaptado de: VERÍSSIMO, Luís Fernando.
Disponível em:
https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas
de-luis-fernando-verissimo-comentadas/. Acesso
em: 10 ago. 2021.
A partir da leitura do texto assinale uma informação que fica implícita.
Alternativas
Q1812795 Português
Leia o texto a seguir e responda o que se pede.

O PASTEL DA FEIRA

A ciência conseguiu. Com suas pesquisas proibiu a fritura. Descobriu que o colesterol mata e, mais que depressa, todos os jornais, revistas e TVs despejaram sobre nós toneladas de advertências. Quem lê sabe.
Quem sabe tem culpa e assim estragaram mais um dos meus prazeres - o pastel da feira, sempre tão bem acompanhado pelo caldo de cana - esse também, coitado, proibido.
Açúcar, gordura, glúten, ovo, farinha branca, óleo de soja, leite. A lista de proibições não para de crescer e de aborrecer aqueles que, como eu, adoram comer livremente tudo que é gostoso, como o pastel da feira: recheado, fumegante, que queima a boca dos afoitos.
[...]
Há anos não provo essa iguaria. Eu, que a tudo obedeço em nome da saúde, deveria ser fiel ao meu desejo, saciar minha vontade e mandar às favas a ciência e a sabedoria.
Fonte:
http://viveragora.com.br/cronicas-rapidas/
A forma verbal DEVERIA, empregada no último parágrafo, está no tempo verbal futuro do pretérito do modo indicativo porque nesse contexto permite inferir que a personagem:
Alternativas
Q1812688 Português
    Minha condição humana me fascina. Conheço o limite de minha existência e ignoro por que estou nesta terra, mas às vezes o pressinto. Pela experiência cotidiana, concreta e intuitiva, eu me descubro vivo para alguns homens, porque o sorriso e a felicidade deles me condicionam inteiramente, mas ainda para outros que, por acaso, descobri terem emoções semelhantes às minhas. 
       E cada dia, milhares de vezes, sinto minha vida — corpo e alma — integralmente tributária do trabalho dos vivos e dos mortos. Gostaria de dar tanto quanto recebo e não paro de receber. Mas depois experimento o sentimento satisfeito de minha solidão e quase demonstro má consciência ao exigir ainda alguma coisa de outrem. Vejo os homens se diferenciarem pelas classes sociais e sei que nada as justifica a não ser pela violência. Sonho ser acessível e desejável para todos uma vida simples e natural, de corpo e de espírito.  
       Aprendo a tolerar aquilo que me faz sofrer. Suporto então melhor meu sentimento de responsabilidade. Ele já não me esmaga e deixo de me levar, a mim ou aos outros, a sério demais. Vejo então o mundo com bom humor. 
    Foram ideais que suscitaram meus esforços e me permitiram viver. Chamam-se o bem, a beleza, a verdade. Se não me identifico com outras sensibilidades semelhantes à minha e se não me obstino incansavelmente em perseguir este ideal eternamente inacessível na arte e na ciência, a vida perde todo o sentido para mim. Ora, a humanidade se apaixona por finalidades irrisórias que têm por nome a riqueza, a glória, o luxo. Desde moço já as desprezava.  

(Albert Einstein. Como vejo o mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981. Com adaptações.)
Em Vejo então o mundo com bom humor.” (3º§), a ação verbal exprime um fato:
Alternativas
Ano: 2021 Banca: Quadrix Órgão: CRO-GO Prova: Quadrix - 2021 - CRO-GO - Advogado |
Q1812578 Português
Considerando os mecanismos de coesão no texto, julgue o item quanto à correta correspondência entre o termo destacado e o respectivo elemento de referência.
“a”, em “a de um médico” (linha 2): “atuação” (linha 2)
Alternativas
Ano: 2021 Banca: Quadrix Órgão: CRO-GO Prova: Quadrix - 2021 - CRO-GO - Advogado |
Q1812564 Português

Com relação ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item.


Entende-se da leitura do texto que o cirurgião-dentista tem mais qualificação que o médico para identificar patologias que se relacionam com a saúde bucal.

Alternativas
Respostas
4261: A
4262: A
4263: C
4264: D
4265: D
4266: D
4267: B
4268: C
4269: A
4270: C
4271: A
4272: A
4273: D
4274: A
4275: C
4276: A
4277: C
4278: A
4279: C
4280: E