Questões de Concurso Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

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Q3170532 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Q7_8.png (329×268)

(Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/cartuns-de-andre-dahmer-3/. Acesso em 11 nov. 2024.)

O texto é uma charge, gênero textual do discurso jornalístico, cujo objetivo é: 
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Q3170453 Português
De Rubem Braga para Vinícius de Moraes


   Gosto muito da crônica que Rubem Braga publicou depois que seu amigo Vinícius de Moraes se foi. Em forma de carta, o cronista dá ao poeta notícias atualizadas sobre o Rio, as moças do Rio, a vida, a natureza em flor, a chegada da primavera, as promessas no ar... E para arrematar sua despedida, diz:

     - Vou ficando por aqui mais um pouco...

    Esse “vou ficando” resume a contingência de todos nós, esse estado provisório que gostamos de tratar como se eterno fosse. Esse “vou ficando” soa como desculpa por ainda estar vivo o cronista melancólico diante da ausência de um ardoroso poeta amigo, que tanto soube amar a vida. 

     Quem conheceu o velho Braga admitirá que o tempo dele foi sempre marcado por uma nostalgia profunda, dessas que existem garantindo que não tem cura. Esse “vou ficando” soa, assim, como uma espécie de resignação final de quem não alcançou o teto das expectativas e aguarda agora os protocolos do tempo implacável.

    Admiro muito essas frases sintéticas, supostamente simples, mas de muitas camadas, ressonâncias e projeções. A gente se abeira delas e elas vão minando água fresca, para saciar nossa sede de consolos. Agora mesmo tive vontade de dizer a todos os parentes e amigos que já partiram:

      — Vou ficando mais um pouco...

   Como nada mais tenho que possa lhes oferecer, fico recitando essa frase, com esse gerúndio expressivo, essa indiscrição de um vivo, essa penitência de quem fica à espera da curva depois da qual não se pode mais ficar nem um pouquinho.

(Almeida Tibiriçá, a editar)
Rubem Braga endereçou ao amigo Vinícius de Moraes uma frase que encantou o autor do texto porque ela
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Q3170448 Português
Hollywood dentro de nós


   A cultura norte-americana, mais do que qualquer outra, vive e pensa a coletividade como um conjunto de indivíduos. Para um europeu ou um sul-americano, comemorar, explicar e mesmo narrar um acontecimento é, no mínimo, problemático sem explorar sua dimensão propriamente social: o encontro ou a luta de ideias, classes, nações, grupos, grandes interesses econômicos, etc.

   Hollywood, com a força de seu cinema, só podia nascer numa cultura em que, seja qual for a dimensão social dos fatos, toda experiência toma a forma de uma história de aventuras. Nesse tipo de cultura, qualquer história de vida promete um roteiro de filme.

   Criticamos ou desprezamos Hollywood pelas simplificações, pelos silêncios e pelas ignorâncias, talvez inevitáveis, ao reduzir a complexidade da história às andanças singulares dos indivíduos. Mas, no fundo, essa crítica se endereça a nós mesmos. Defendemos um entendimento do mundo em que causas e conflitos coletivos são mais importantes que a epopeia dos indivíduos. No entanto, a crítica do reducionismo de Hollywood é a maneira que encontramos para reprimir uma dimensão crucial da nossa própria experiência: o mundo nos interessa só porque constitui o cenário da aventura das nossas vidas. Hollywood, desprezada, cativa-nos e fascina-nos porque glorifica um individualismo que é o nosso. Portanto, mesmo envergonhados, entremos no cinema.


(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha. 2008, p. 322-323)
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
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Q3170447 Português
Hollywood dentro de nós


   A cultura norte-americana, mais do que qualquer outra, vive e pensa a coletividade como um conjunto de indivíduos. Para um europeu ou um sul-americano, comemorar, explicar e mesmo narrar um acontecimento é, no mínimo, problemático sem explorar sua dimensão propriamente social: o encontro ou a luta de ideias, classes, nações, grupos, grandes interesses econômicos, etc.

   Hollywood, com a força de seu cinema, só podia nascer numa cultura em que, seja qual for a dimensão social dos fatos, toda experiência toma a forma de uma história de aventuras. Nesse tipo de cultura, qualquer história de vida promete um roteiro de filme.

   Criticamos ou desprezamos Hollywood pelas simplificações, pelos silêncios e pelas ignorâncias, talvez inevitáveis, ao reduzir a complexidade da história às andanças singulares dos indivíduos. Mas, no fundo, essa crítica se endereça a nós mesmos. Defendemos um entendimento do mundo em que causas e conflitos coletivos são mais importantes que a epopeia dos indivíduos. No entanto, a crítica do reducionismo de Hollywood é a maneira que encontramos para reprimir uma dimensão crucial da nossa própria experiência: o mundo nos interessa só porque constitui o cenário da aventura das nossas vidas. Hollywood, desprezada, cativa-nos e fascina-nos porque glorifica um individualismo que é o nosso. Portanto, mesmo envergonhados, entremos no cinema.


(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha. 2008, p. 322-323)
No 3° parágrafo afirma-se que nossa crítica às simplificações de Hollywood
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Q3170446 Português
Hollywood dentro de nós


   A cultura norte-americana, mais do que qualquer outra, vive e pensa a coletividade como um conjunto de indivíduos. Para um europeu ou um sul-americano, comemorar, explicar e mesmo narrar um acontecimento é, no mínimo, problemático sem explorar sua dimensão propriamente social: o encontro ou a luta de ideias, classes, nações, grupos, grandes interesses econômicos, etc.

   Hollywood, com a força de seu cinema, só podia nascer numa cultura em que, seja qual for a dimensão social dos fatos, toda experiência toma a forma de uma história de aventuras. Nesse tipo de cultura, qualquer história de vida promete um roteiro de filme.

   Criticamos ou desprezamos Hollywood pelas simplificações, pelos silêncios e pelas ignorâncias, talvez inevitáveis, ao reduzir a complexidade da história às andanças singulares dos indivíduos. Mas, no fundo, essa crítica se endereça a nós mesmos. Defendemos um entendimento do mundo em que causas e conflitos coletivos são mais importantes que a epopeia dos indivíduos. No entanto, a crítica do reducionismo de Hollywood é a maneira que encontramos para reprimir uma dimensão crucial da nossa própria experiência: o mundo nos interessa só porque constitui o cenário da aventura das nossas vidas. Hollywood, desprezada, cativa-nos e fascina-nos porque glorifica um individualismo que é o nosso. Portanto, mesmo envergonhados, entremos no cinema.


(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha. 2008, p. 322-323)
Os filmes produzidos em Hollywood
Alternativas
Q3170445 Português
Hollywood dentro de nós


   A cultura norte-americana, mais do que qualquer outra, vive e pensa a coletividade como um conjunto de indivíduos. Para um europeu ou um sul-americano, comemorar, explicar e mesmo narrar um acontecimento é, no mínimo, problemático sem explorar sua dimensão propriamente social: o encontro ou a luta de ideias, classes, nações, grupos, grandes interesses econômicos, etc.

   Hollywood, com a força de seu cinema, só podia nascer numa cultura em que, seja qual for a dimensão social dos fatos, toda experiência toma a forma de uma história de aventuras. Nesse tipo de cultura, qualquer história de vida promete um roteiro de filme.

   Criticamos ou desprezamos Hollywood pelas simplificações, pelos silêncios e pelas ignorâncias, talvez inevitáveis, ao reduzir a complexidade da história às andanças singulares dos indivíduos. Mas, no fundo, essa crítica se endereça a nós mesmos. Defendemos um entendimento do mundo em que causas e conflitos coletivos são mais importantes que a epopeia dos indivíduos. No entanto, a crítica do reducionismo de Hollywood é a maneira que encontramos para reprimir uma dimensão crucial da nossa própria experiência: o mundo nos interessa só porque constitui o cenário da aventura das nossas vidas. Hollywood, desprezada, cativa-nos e fascina-nos porque glorifica um individualismo que é o nosso. Portanto, mesmo envergonhados, entremos no cinema.


(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha. 2008, p. 322-323)
A razão pela qual o cinema de Hollywood é tão influente está no segmento
Alternativas
Q3170306 Português
Três exemplos de como não tratar um paciente

Por J. J. Camargo

Captura_de tela 2025-01-28 144326.png (878×631)

(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/jj-camargo/noticia/2024/11/tres-exemplos-decomo-nao-tratar-um-paciente-cm35u5qun00l6013kbtvc855b.html – texto adaptado especialmente para esta prova). 
Considerando a charge a seguir e sua relação com o texto-base, analise as seguintes asserções e a relação proposta entre elas:

Captura_de tela 2025-01-28 150452.png (502×371)
Fonte: Sorriso Pensante.

I. Tanto a charge quanto o texto abordam situações relacionadas à área da saúde.
E
II. Tanto a charge quanto o texto retratam claramente a precariedade da relação paciente-médico.

A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q3170305 Português
Três exemplos de como não tratar um paciente

Por J. J. Camargo

Captura_de tela 2025-01-28 144326.png (878×631)

(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/jj-camargo/noticia/2024/11/tres-exemplos-decomo-nao-tratar-um-paciente-cm35u5qun00l6013kbtvc855b.html – texto adaptado especialmente para esta prova). 
Considerando o exposto pelo texto, analise as assertivas a seguir:

I. Para o autor, a responsabilidade pela perda de prestígio dos médicos é apenas da sociedade médica, a verdadeira culpada pela deterioração da empatia.
II. Uma das ponderações do autor é que não se pode simplesmente aceitar a derrocada do ser humano e que isso tenha afetado a relação médico-paciente.
III. Quando tentamos ser objetivos, é natural que a sensibilidade se perca, e precisamos aceitar tal fato mesmo quando somos o alvo desse tipo de situação.

Quais estão corretas?
Alternativas
Q3170270 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

Vini Jr. causa à Espanha o incômodo de encarar seu próprio racismo

Jogador faz com que, enfim, o tema precise ser discutido no país; por isso, ele é mais odiado que o problema

Carlos Massari e Aurélio Araújo, São Paulo (SP) | 30 de outubro de 2024


Votações envolvem rejeição: quando você precisa escolher alguém para vencer uma eleição, não é incomum se basear antes em quem você não quer que ganhe para depois escolher quem você quer ver vitorioso. Não há dúvida de que esse é um critério para selecionar o vencedor da Bola de Ouro, [...]. Frustraram-se as expectativas de milhões de pessoas de que esse seria o ano de Vinícius Júnior. Seria uma conquista a mais na carreira de Vini, coroando sua atuação não só dentro, mas também fora de campo.

Talvez aí resida o problema. O Brasil é um país com níveis altos de racismo, mas já foi pior. Nas últimas décadas, fomos forçados a ter essa discussão que evitamos por tanto tempo, enquanto muitos ainda acreditavam no fantasioso mito da democracia racial. [...]

Mesmo assim, pode-se dizer que estamos à frente de outros países, onde a discussão sobre o racismo ainda é incômoda demais para ser tão colocada em pauta como Vini Jr. faz. E ele o faz só por existir. [...]

Em maio de 2023, num dos vários episódios em que Vini foi alvo de racistas, [...] ele reagiu. Apontou ao árbitro vários daqueles que cometiam esses atos deploráveis contra ele. Seu ato de coragem foi respondido com duas atitudes muito diferentes. De um lado, muitos se juntaram a Vini, para discutir não só racismo no futebol, mas na própria sociedade espanhola. No TikTok, por exemplo, surgiu a trend "España no es racista, pero..." (a Espanha não é racista, mas...), em que espanhóis e imigrantes de pele escura relatavam casos chocantes de racismo sofridos no país. Essa atitude era uma resposta à outra, bem mais comum, representada na fala de Josep Pedrerol, apresentador do programa El Chiringuito, uma das mais populares mesas redondas espanholas, que fez um discurso em que dizia: "Valência não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha não é racista, mas há racistas na Espanha". [...]

 É comum que a culpa pelas agressões racistas que sofre recaiam sobre o próprio Vinícius Jr. Supostamente, "ele provoca". Esse discurso não é restrito a uma ideologia ou a um espectro político − Borja Sanjuan Roca, presidente do Partido Socialista de Valencia, chegou a dizer que o brasileiro "é uma vergonha para o futebol". A "provocação" de Vini é ser ele mesmo. É gingar, bailar, exibir o futebol com os traços que marcaram o Brasil pentacampeão mundial. E é também não ficar quieto quando é ofendido, não tapar os ouvidos para os gritos que vêm da arquibancada. Quando aponta torcedores nas arquibancadas fazendo gestos racistas, Vini causa à Espanha um enorme incômodo: faz com que ela se olhe no espelho. Faz com que a sujeira escondida debaixo do tapete seja exposta. Faz com que, enfim, o racismo precise ser discutido. Por isso, ele é mais odiado que o problema.

O Diario Sport, um dos principais jornais esportivos espanhóis, publicou no dia da premiação da Bola de Ouro [...] que Rodri ganhou o prêmio "pelos valores". "Vinícius tem muito o que aprender. Seus protestos e reclamações, seus atos reprováveis sobre o gramado e a sensação de que não aprende custaram votos a ele", diz.

[...] No sábado, o Barcelona goleou o Real Madrid por 4 a 0 jogando na casa do adversário. Houve gritos e provocações da arquibancada contra Yamal (jogador negro e filho de imigrantes). "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol, mas eu estava pensando sobre a goleada de 4 a 0, a performance do time e a próxima partida", disse o atacante ao ser questionado sobre o assunto.

Essa, infelizmente, é a postura e os valores que se espera de Vinícius. Pode-se, no máximo, mencionar que houve insultos racistas, mas eles são só um detalhe. Afinal, a Espanha, cof cof, não é um país racista.


(Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2024/10/30/vini-jr-causa-a-espanha-o-i ncomodo-de-encarar-seu-proprio-racismo. Acesso em: 10 nov. 2024. Adaptado.)
Marcando V, para as verdadeiras, e F, para as falsas, analise o que se propõe.

Na expressão "'Valência não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha não é racista, mas há racistas na Espanha'", pode-se inferir que:

(__)Existe uma preocupação um tanto quanto bizarra de defender a reputação do país antes de tudo. Primeiro, protege-se a Espanha. Depois, como um problema menor, vem o racismo.
(__)O autor da expressão assumiu que, na Espanha, há racistas, mas isso não a faz um país racista porque a nação não consegue controlar o modo de pensar do povo.
(__)Quando Vini aponta torcedores nas arquibancadas fazendo gestos racistas, ele causa à Espanha um enorme incômodo porque ele traz à tona uma situação que não é a realidade do país, afinal, a Espanha não é racista.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Alternativas
Q3170265 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

Vini Jr. causa à Espanha o incômodo de encarar seu próprio racismo

Jogador faz com que, enfim, o tema precise ser discutido no país; por isso, ele é mais odiado que o problema

Carlos Massari e Aurélio Araújo, São Paulo (SP) | 30 de outubro de 2024


Votações envolvem rejeição: quando você precisa escolher alguém para vencer uma eleição, não é incomum se basear antes em quem você não quer que ganhe para depois escolher quem você quer ver vitorioso. Não há dúvida de que esse é um critério para selecionar o vencedor da Bola de Ouro, [...]. Frustraram-se as expectativas de milhões de pessoas de que esse seria o ano de Vinícius Júnior. Seria uma conquista a mais na carreira de Vini, coroando sua atuação não só dentro, mas também fora de campo.

Talvez aí resida o problema. O Brasil é um país com níveis altos de racismo, mas já foi pior. Nas últimas décadas, fomos forçados a ter essa discussão que evitamos por tanto tempo, enquanto muitos ainda acreditavam no fantasioso mito da democracia racial. [...]

Mesmo assim, pode-se dizer que estamos à frente de outros países, onde a discussão sobre o racismo ainda é incômoda demais para ser tão colocada em pauta como Vini Jr. faz. E ele o faz só por existir. [...]

Em maio de 2023, num dos vários episódios em que Vini foi alvo de racistas, [...] ele reagiu. Apontou ao árbitro vários daqueles que cometiam esses atos deploráveis contra ele. Seu ato de coragem foi respondido com duas atitudes muito diferentes. De um lado, muitos se juntaram a Vini, para discutir não só racismo no futebol, mas na própria sociedade espanhola. No TikTok, por exemplo, surgiu a trend "España no es racista, pero..." (a Espanha não é racista, mas...), em que espanhóis e imigrantes de pele escura relatavam casos chocantes de racismo sofridos no país. Essa atitude era uma resposta à outra, bem mais comum, representada na fala de Josep Pedrerol, apresentador do programa El Chiringuito, uma das mais populares mesas redondas espanholas, que fez um discurso em que dizia: "Valência não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha não é racista, mas há racistas na Espanha". [...]

 É comum que a culpa pelas agressões racistas que sofre recaiam sobre o próprio Vinícius Jr. Supostamente, "ele provoca". Esse discurso não é restrito a uma ideologia ou a um espectro político − Borja Sanjuan Roca, presidente do Partido Socialista de Valencia, chegou a dizer que o brasileiro "é uma vergonha para o futebol". A "provocação" de Vini é ser ele mesmo. É gingar, bailar, exibir o futebol com os traços que marcaram o Brasil pentacampeão mundial. E é também não ficar quieto quando é ofendido, não tapar os ouvidos para os gritos que vêm da arquibancada. Quando aponta torcedores nas arquibancadas fazendo gestos racistas, Vini causa à Espanha um enorme incômodo: faz com que ela se olhe no espelho. Faz com que a sujeira escondida debaixo do tapete seja exposta. Faz com que, enfim, o racismo precise ser discutido. Por isso, ele é mais odiado que o problema.

O Diario Sport, um dos principais jornais esportivos espanhóis, publicou no dia da premiação da Bola de Ouro [...] que Rodri ganhou o prêmio "pelos valores". "Vinícius tem muito o que aprender. Seus protestos e reclamações, seus atos reprováveis sobre o gramado e a sensação de que não aprende custaram votos a ele", diz.

[...] No sábado, o Barcelona goleou o Real Madrid por 4 a 0 jogando na casa do adversário. Houve gritos e provocações da arquibancada contra Yamal (jogador negro e filho de imigrantes). "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol, mas eu estava pensando sobre a goleada de 4 a 0, a performance do time e a próxima partida", disse o atacante ao ser questionado sobre o assunto.

Essa, infelizmente, é a postura e os valores que se espera de Vinícius. Pode-se, no máximo, mencionar que houve insultos racistas, mas eles são só um detalhe. Afinal, a Espanha, cof cof, não é um país racista.


(Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2024/10/30/vini-jr-causa-a-espanha-o-i ncomodo-de-encarar-seu-proprio-racismo. Acesso em: 10 nov. 2024. Adaptado.)
A respeito do texto, analise as proposições que seguem:

I.No subtítulo, a palavra país refere-se à Espanha apenas, que resiste em discutir o racismo, enquanto, no Brasil, essa discussão ocupa lugar na sociedade há mais tempo.
II.Apesar do excelente futebol de Vini Jr., o fato de ele colocar em questão o racismo dos torcedores, por exemplo, denunciando gestos e palavras durante as partidas, faz com ele seja mais odiado do que o próprio racismo.
III.O primeiro parágrafo propõe que Vini Jr. não foi eleito o melhor jogador do mundo, no prêmio Bola de Ouro, porque, em qualquer eleição, a regra é escolher quem não se quer eleito e, então, deixar ganhar quem for menos rejeitado, independente de quem seja.

É correto o que se afirma em: 
Alternativas
Q3169959 Português
Texto CG5A1

        Tudo está interconectado. Na Amazônia, que abrange uma área comparável à dos 48 estados contíguos aos Estados Unidos da América, nenhum detalhe é por acaso. Portanto, não se trata da necessidade de focar uma área específica ou certas espécies. Os ciclos naturais alterados causam a oscilação de um delicado equilíbrio, que afeta os níveis local, regional e até global e que se aproxima cada vez mais de um ponto de não retorno. No cenário atual, isso significa menos de 20 anos.

        A floresta amazônica produz pelo menos metade de sua própria chuva. Quando chove, as raízes das árvores e demais plantas absorvem a água, que satura a superfície das folhas. Depois, há o processo de evapotranspiração: as árvores transpiram umidade, ou seja, a água que caiu como chuva retorna à atmosfera. Até que chove novamente, e todo o ciclo se reinicia.

        Esse “rio gigante no céu” fornece água (em forma de chuva) para os países andinos e também ao Uruguai, ao Paraguai, ao centro e ao sul do Brasil e ao norte da Argentina. Em suma, influencia uma região que gera 70% do PIB da América do Sul, de acordo com a The Nature Conservancy, organização não governamental que trabalha em escala global para a conservação do meio ambiente. No entanto, esses padrões de chuva estão ameaçados, tanto na América do Sul quanto na América do Norte.

        Da mesma forma, flora e fauna estão em perigo. É importante lembrar que a Amazônia é o lar de 10% da biodiversidade mundial. E aqui também temos um ciclo: quando as árvores são cortadas, muitos predadores desaparecem, e o comportamento de pássaros e insetos polinizadores é alterado. Assim, há menos plantas, menos chuva, mais emissões de carbono, mais secas, menos água, desequilíbrio e ameaças à nossa saúde e qualidade de vida. Tudo está conectado. Para toda ação há uma reação.

Internet:<tnc.org.br>  (com adaptações).

De acordo com as ideias veiculadas no texto CG5A1, julgue o item a seguir.


Entende-se da leitura do texto que 70% do PIB da América do Sul advém de atividades direta ou indiretamente relacionadas à floresta amazônica.

Alternativas
Q3169958 Português
Texto CG5A1

        Tudo está interconectado. Na Amazônia, que abrange uma área comparável à dos 48 estados contíguos aos Estados Unidos da América, nenhum detalhe é por acaso. Portanto, não se trata da necessidade de focar uma área específica ou certas espécies. Os ciclos naturais alterados causam a oscilação de um delicado equilíbrio, que afeta os níveis local, regional e até global e que se aproxima cada vez mais de um ponto de não retorno. No cenário atual, isso significa menos de 20 anos.

        A floresta amazônica produz pelo menos metade de sua própria chuva. Quando chove, as raízes das árvores e demais plantas absorvem a água, que satura a superfície das folhas. Depois, há o processo de evapotranspiração: as árvores transpiram umidade, ou seja, a água que caiu como chuva retorna à atmosfera. Até que chove novamente, e todo o ciclo se reinicia.

        Esse “rio gigante no céu” fornece água (em forma de chuva) para os países andinos e também ao Uruguai, ao Paraguai, ao centro e ao sul do Brasil e ao norte da Argentina. Em suma, influencia uma região que gera 70% do PIB da América do Sul, de acordo com a The Nature Conservancy, organização não governamental que trabalha em escala global para a conservação do meio ambiente. No entanto, esses padrões de chuva estão ameaçados, tanto na América do Sul quanto na América do Norte.

        Da mesma forma, flora e fauna estão em perigo. É importante lembrar que a Amazônia é o lar de 10% da biodiversidade mundial. E aqui também temos um ciclo: quando as árvores são cortadas, muitos predadores desaparecem, e o comportamento de pássaros e insetos polinizadores é alterado. Assim, há menos plantas, menos chuva, mais emissões de carbono, mais secas, menos água, desequilíbrio e ameaças à nossa saúde e qualidade de vida. Tudo está conectado. Para toda ação há uma reação.

Internet:<tnc.org.br>  (com adaptações).

De acordo com as ideias veiculadas no texto CG5A1, julgue o item a seguir.


O ciclo de chuva descrito no segundo parágrafo caracteriza uma particularidade da floresta amazônica.

Alternativas
Q3169957 Português
Texto CG5A1

        Tudo está interconectado. Na Amazônia, que abrange uma área comparável à dos 48 estados contíguos aos Estados Unidos da América, nenhum detalhe é por acaso. Portanto, não se trata da necessidade de focar uma área específica ou certas espécies. Os ciclos naturais alterados causam a oscilação de um delicado equilíbrio, que afeta os níveis local, regional e até global e que se aproxima cada vez mais de um ponto de não retorno. No cenário atual, isso significa menos de 20 anos.

        A floresta amazônica produz pelo menos metade de sua própria chuva. Quando chove, as raízes das árvores e demais plantas absorvem a água, que satura a superfície das folhas. Depois, há o processo de evapotranspiração: as árvores transpiram umidade, ou seja, a água que caiu como chuva retorna à atmosfera. Até que chove novamente, e todo o ciclo se reinicia.

        Esse “rio gigante no céu” fornece água (em forma de chuva) para os países andinos e também ao Uruguai, ao Paraguai, ao centro e ao sul do Brasil e ao norte da Argentina. Em suma, influencia uma região que gera 70% do PIB da América do Sul, de acordo com a The Nature Conservancy, organização não governamental que trabalha em escala global para a conservação do meio ambiente. No entanto, esses padrões de chuva estão ameaçados, tanto na América do Sul quanto na América do Norte.

        Da mesma forma, flora e fauna estão em perigo. É importante lembrar que a Amazônia é o lar de 10% da biodiversidade mundial. E aqui também temos um ciclo: quando as árvores são cortadas, muitos predadores desaparecem, e o comportamento de pássaros e insetos polinizadores é alterado. Assim, há menos plantas, menos chuva, mais emissões de carbono, mais secas, menos água, desequilíbrio e ameaças à nossa saúde e qualidade de vida. Tudo está conectado. Para toda ação há uma reação.

Internet:<tnc.org.br>  (com adaptações).

De acordo com as ideias veiculadas no texto CG5A1, julgue o item a seguir.


Segundo o texto, o ponto de não retorno da floresta amazônica ocorrerá antes de 2045, caso a situação atual não seja alterada.

Alternativas
Q3169956 Português
Texto CG5A1

        Tudo está interconectado. Na Amazônia, que abrange uma área comparável à dos 48 estados contíguos aos Estados Unidos da América, nenhum detalhe é por acaso. Portanto, não se trata da necessidade de focar uma área específica ou certas espécies. Os ciclos naturais alterados causam a oscilação de um delicado equilíbrio, que afeta os níveis local, regional e até global e que se aproxima cada vez mais de um ponto de não retorno. No cenário atual, isso significa menos de 20 anos.

        A floresta amazônica produz pelo menos metade de sua própria chuva. Quando chove, as raízes das árvores e demais plantas absorvem a água, que satura a superfície das folhas. Depois, há o processo de evapotranspiração: as árvores transpiram umidade, ou seja, a água que caiu como chuva retorna à atmosfera. Até que chove novamente, e todo o ciclo se reinicia.

        Esse “rio gigante no céu” fornece água (em forma de chuva) para os países andinos e também ao Uruguai, ao Paraguai, ao centro e ao sul do Brasil e ao norte da Argentina. Em suma, influencia uma região que gera 70% do PIB da América do Sul, de acordo com a The Nature Conservancy, organização não governamental que trabalha em escala global para a conservação do meio ambiente. No entanto, esses padrões de chuva estão ameaçados, tanto na América do Sul quanto na América do Norte.

        Da mesma forma, flora e fauna estão em perigo. É importante lembrar que a Amazônia é o lar de 10% da biodiversidade mundial. E aqui também temos um ciclo: quando as árvores são cortadas, muitos predadores desaparecem, e o comportamento de pássaros e insetos polinizadores é alterado. Assim, há menos plantas, menos chuva, mais emissões de carbono, mais secas, menos água, desequilíbrio e ameaças à nossa saúde e qualidade de vida. Tudo está conectado. Para toda ação há uma reação.

Internet:<tnc.org.br>  (com adaptações).

De acordo com as ideias veiculadas no texto CG5A1, julgue o item a seguir.


Da leitura do texto depreende-se que o restabelecimento do equilíbrio da floresta amazônica, que tem reflexos em todo o planeta, envolve um sistema complexo que deve ser considerado como um todo, e não em cada uma de suas partes, de forma isolada.

Alternativas
Q3169955 Português
Texto CG5A1

        Tudo está interconectado. Na Amazônia, que abrange uma área comparável à dos 48 estados contíguos aos Estados Unidos da América, nenhum detalhe é por acaso. Portanto, não se trata da necessidade de focar uma área específica ou certas espécies. Os ciclos naturais alterados causam a oscilação de um delicado equilíbrio, que afeta os níveis local, regional e até global e que se aproxima cada vez mais de um ponto de não retorno. No cenário atual, isso significa menos de 20 anos.

        A floresta amazônica produz pelo menos metade de sua própria chuva. Quando chove, as raízes das árvores e demais plantas absorvem a água, que satura a superfície das folhas. Depois, há o processo de evapotranspiração: as árvores transpiram umidade, ou seja, a água que caiu como chuva retorna à atmosfera. Até que chove novamente, e todo o ciclo se reinicia.

        Esse “rio gigante no céu” fornece água (em forma de chuva) para os países andinos e também ao Uruguai, ao Paraguai, ao centro e ao sul do Brasil e ao norte da Argentina. Em suma, influencia uma região que gera 70% do PIB da América do Sul, de acordo com a The Nature Conservancy, organização não governamental que trabalha em escala global para a conservação do meio ambiente. No entanto, esses padrões de chuva estão ameaçados, tanto na América do Sul quanto na América do Norte.

        Da mesma forma, flora e fauna estão em perigo. É importante lembrar que a Amazônia é o lar de 10% da biodiversidade mundial. E aqui também temos um ciclo: quando as árvores são cortadas, muitos predadores desaparecem, e o comportamento de pássaros e insetos polinizadores é alterado. Assim, há menos plantas, menos chuva, mais emissões de carbono, mais secas, menos água, desequilíbrio e ameaças à nossa saúde e qualidade de vida. Tudo está conectado. Para toda ação há uma reação.

Internet:<tnc.org.br>  (com adaptações).

De acordo com as ideias veiculadas no texto CG5A1, julgue o item a seguir.


No quarto parágrafo, o emprego da expressão “Da mesma forma” evidencia a relação de analogia entre o risco à fauna e à flora e a ameaça aos padrões de chuva, mencionada no fim do parágrafo anterior. 

Alternativas
Q3169906 Português

    Há algum tempo venho percebendo que as recordações começam a falhar. Os fatos do passado se embaralham e embaçam minha compreensão. Por isso, antes de sumirem por completo, tomei coragem para reviver as histórias que povoaram minha infância e adolescência. Aqui, na cidade de Paris, em que vivo há mais de cinquenta anos, distante cerca de 7,5 mil quilômetros do bairro Paripiranga, decidi escrever o que aconteceu comigo até o dia de minha partida, no final de 1960, quando os tropeços com a realidade me obrigaram a entrar, sem volta, no mundo dos adultos. Não que minha vida mereça um romance, Não, Eu vivi uma vida feijão com arroz, uma vida simplória, sem glamour, sem feitos nem confeitos. Não fui protagonista. Fui testemunha. Prometi para mim mesma que, se um dia descobrisse alguma lasca de talento, escreveria um livro contando minha história. Como o estalo de Vieira nunca se manifestou, cansei de esperar o surto de genialidade e resolvi simplesmente contar alguns fatos que presenciei ou ouvi, Dispensei o computador porque o texto só ganhou fluência quando passei a escrevé-lo à mão. Descobri que, apesar da distância espacial e temporal, o bairro onde titia enterrou meu umbigo continuava vivo dentro de mim. Bastou iniciar o registro das primeiras reminiscências e me vi transportada para um tempo que ficou grudado nas bordas da lembrança. Então cavouquei ainda mais e raspei do tacho da memória histórias que eu nem sabia que havia guardado. Um assunto puxava outro e às vezes bastava uma palavra para os casos brotarem da raiz da minha cabeça.


(Adaptado de: CORREIA, Tina. Essa menina. Editora Alfaguara, 2016) 

A mencionar que possui uma vida feijão com arroz, uma vida simplória, sem glamour, sem feitos nem confeitos, a narradora
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Q3169905 Português

    Há algum tempo venho percebendo que as recordações começam a falhar. Os fatos do passado se embaralham e embaçam minha compreensão. Por isso, antes de sumirem por completo, tomei coragem para reviver as histórias que povoaram minha infância e adolescência. Aqui, na cidade de Paris, em que vivo há mais de cinquenta anos, distante cerca de 7,5 mil quilômetros do bairro Paripiranga, decidi escrever o que aconteceu comigo até o dia de minha partida, no final de 1960, quando os tropeços com a realidade me obrigaram a entrar, sem volta, no mundo dos adultos. Não que minha vida mereça um romance, Não, Eu vivi uma vida feijão com arroz, uma vida simplória, sem glamour, sem feitos nem confeitos. Não fui protagonista. Fui testemunha. Prometi para mim mesma que, se um dia descobrisse alguma lasca de talento, escreveria um livro contando minha história. Como o estalo de Vieira nunca se manifestou, cansei de esperar o surto de genialidade e resolvi simplesmente contar alguns fatos que presenciei ou ouvi, Dispensei o computador porque o texto só ganhou fluência quando passei a escrevé-lo à mão. Descobri que, apesar da distância espacial e temporal, o bairro onde titia enterrou meu umbigo continuava vivo dentro de mim. Bastou iniciar o registro das primeiras reminiscências e me vi transportada para um tempo que ficou grudado nas bordas da lembrança. Então cavouquei ainda mais e raspei do tacho da memória histórias que eu nem sabia que havia guardado. Um assunto puxava outro e às vezes bastava uma palavra para os casos brotarem da raiz da minha cabeça.


(Adaptado de: CORREIA, Tina. Essa menina. Editora Alfaguara, 2016) 

De acordo com o trecho Os fatos do passado se embaralham e embaçam minha compreensão, depreende-se que a narradora
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Q3169903 Português
    Quando abri os olhos, vi o vulto de uma mulher e o de uma criança. As duas figuras estavam inertes diante de mim, e a claridade indecisa da manhã nublada devolvia os dois corpos ao sono e ao cansaço de uma noite maldormida. Sem perceber, tinha me afastado do lugar escolhido para dormir e ingressado numa espécie de gruta vegetal, entre o globo de luz e o caramanchão que dá acesso aos fundos da casa. Deitada na grama, com o corpo encolhido por causa do sereno, sentia na pele a roupa úmida e tinha as mãos repousadas nas páginas também úmidas de um caderno aberto, onde rabiscara, meio sonolenta, algumas impressões do voo noturno. Lembro que adormecera observando o perfil da casa fechada e quase deserta, tentando visualizar os dois leões de pedra entre as mangueiras perfiladas no outro lado da rua. A mulher se aproximou de mim e. sem dizer uma palavra, afastou com o pé uma boneca de pano que estava entre o alfoje e o meu rosto; depois continuou imóvel, com o olhar perdido na escuridão da gruta, enquanto a criança apanhava o corpo de pano e, correndo em zigue-zague, alcançava o interior da casa. Eu procurava reconhecer o rosto daquela mulher. Talvez em algum lugar da infância tivesse convivido com ela, mas não encontrei nenhum traço familiar, nenhum sinal que acenasse ao passado.

(Adaptado de HATOUM, Milton. Relato de um certo Oriente. São Paulo: Companhia das Letras, 2008)
No texto, a figura da mulher expressa a ideia de
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Q3169902 Português
    Quando abri os olhos, vi o vulto de uma mulher e o de uma criança. As duas figuras estavam inertes diante de mim, e a claridade indecisa da manhã nublada devolvia os dois corpos ao sono e ao cansaço de uma noite maldormida. Sem perceber, tinha me afastado do lugar escolhido para dormir e ingressado numa espécie de gruta vegetal, entre o globo de luz e o caramanchão que dá acesso aos fundos da casa. Deitada na grama, com o corpo encolhido por causa do sereno, sentia na pele a roupa úmida e tinha as mãos repousadas nas páginas também úmidas de um caderno aberto, onde rabiscara, meio sonolenta, algumas impressões do voo noturno. Lembro que adormecera observando o perfil da casa fechada e quase deserta, tentando visualizar os dois leões de pedra entre as mangueiras perfiladas no outro lado da rua. A mulher se aproximou de mim e. sem dizer uma palavra, afastou com o pé uma boneca de pano que estava entre o alfoje e o meu rosto; depois continuou imóvel, com o olhar perdido na escuridão da gruta, enquanto a criança apanhava o corpo de pano e, correndo em zigue-zague, alcançava o interior da casa. Eu procurava reconhecer o rosto daquela mulher. Talvez em algum lugar da infância tivesse convivido com ela, mas não encontrei nenhum traço familiar, nenhum sinal que acenasse ao passado.

(Adaptado de HATOUM, Milton. Relato de um certo Oriente. São Paulo: Companhia das Letras, 2008)
No contexto da narrativa, a expressão gruta vegetal descreve
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Q3169901 Português
    Quando abri os olhos, vi o vulto de uma mulher e o de uma criança. As duas figuras estavam inertes diante de mim, e a claridade indecisa da manhã nublada devolvia os dois corpos ao sono e ao cansaço de uma noite maldormida. Sem perceber, tinha me afastado do lugar escolhido para dormir e ingressado numa espécie de gruta vegetal, entre o globo de luz e o caramanchão que dá acesso aos fundos da casa. Deitada na grama, com o corpo encolhido por causa do sereno, sentia na pele a roupa úmida e tinha as mãos repousadas nas páginas também úmidas de um caderno aberto, onde rabiscara, meio sonolenta, algumas impressões do voo noturno. Lembro que adormecera observando o perfil da casa fechada e quase deserta, tentando visualizar os dois leões de pedra entre as mangueiras perfiladas no outro lado da rua. A mulher se aproximou de mim e. sem dizer uma palavra, afastou com o pé uma boneca de pano que estava entre o alfoje e o meu rosto; depois continuou imóvel, com o olhar perdido na escuridão da gruta, enquanto a criança apanhava o corpo de pano e, correndo em zigue-zague, alcançava o interior da casa. Eu procurava reconhecer o rosto daquela mulher. Talvez em algum lugar da infância tivesse convivido com ela, mas não encontrei nenhum traço familiar, nenhum sinal que acenasse ao passado.

(Adaptado de HATOUM, Milton. Relato de um certo Oriente. São Paulo: Companhia das Letras, 2008)
De acordo com o texto, o narrador
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Respostas
181: A
182: D
183: B
184: A
185: D
186: E
187: C
188: B
189: B
190: A
191: E
192: E
193: C
194: C
195: C
196: C
197: B
198: D
199: A
200: B