Questões de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto para Concurso

Foram encontradas 46.170 questões

Q2578677 Português

Leia o texto para responder às questões de 1 a 05.


Possível caso de altruísmo é observado entre elefantes-marinhos


Em registro raro feito nos Estados Unidos, pesquisadores acompanharam um macho da espécie Mirounga angustirostris salvando um filhote com poucas semanas de vida


Em artigo publicado em janeiro na revista Marine Mammal Science, pesquisadores relatam um possível episódio de altruísmo entre elefantes-marinhos da espécie Mirounga angustirostris. O caso ocorreu na Califórnia, em 27 de janeiro de 2022, e é considerado raro, especialmente por envolver um mamífero marinho macho.

Os autores do estudo caracterizam o altruísmo como um comportamento de assistência voltado para um indivíduo necessitado. O altruísta seria responsável por uma ação que reduz sua própria chance de sobrevivência e reprodução, mas que beneficia a sobrevivência do outro.

O episódio observado pelos cientistas durou cerca de 20 minutos e envolveu um filhote com menos de duas semanas de vida, uma fêmea que cuidava dele e um macho que fazia parte do grupo de elefantes-marinhos da região. O filhote e a fêmea estavam juntos, mas foram separados pela maré e pelas ondas. Distante cerca de 15 metros, a fêmea atingiu águas mais rasas e começou a vocalizar, chamando o filhote. Ele, por sua vez, não conseguia nadar e era puxado para mais longe pelas ondas. Então, um macho, identificado como o alfa do grupo, se aproximou da fêmea e, logo depois, seguiu em direção ao filhote — que já estava a aproximadamente 40 metros da fêmea. Ao alcançar o filhote, o empurrou gentilmente com a cabeça para retornar à costa. O mais velho ajudou o mais novo até que eles estivessem a quatro metros da fêmea e finalmente o filhote estivesse junto da mãe.

O caso chama atenção porque elefantes-marinhos machos geralmente não participam do cuidado com os filhotes. “O comportamento de perseguir o filhote e empurrá-lo em direção à costa poderia ser interpretado como comportamento sexual mal direcionado, em que machos dominantes frequentemente conduzem e escoltam fêmeas para a costa para evitar assédio por outros machos. No entanto, propomos que as ações foram intencionais”, escrevem os pesquisadores no artigo.

Eles ressaltam que a condução do filhote foi feita de forma gentil e que, depois, o macho não se aproximou da fêmea, apenas emitiu um som na direção dela. Além disso, os cientistas defendem ter sido um episódio de altruísmo, já que o macho gastou uma energia que poderia ter sido usada para acasalar, defender sua posição contra outros machos ou se manter vivo durante o período de jejum típico dessa espécie.


Revista Galileu. Disponível em

<https://revistagalileu.globo.com/ciencia/biologia/noticia/2024/02/possivel-caso-de-altruismo-e-observado-entreelefantes-marinhos.ghtml>

Os pesquisadores consideraram o resgate do filhote como um episódio de altruísmo pois:

Alternativas
Q2578676 Português

Leia o texto para responder às questões de 1 a 05.


Possível caso de altruísmo é observado entre elefantes-marinhos


Em registro raro feito nos Estados Unidos, pesquisadores acompanharam um macho da espécie Mirounga angustirostris salvando um filhote com poucas semanas de vida


Em artigo publicado em janeiro na revista Marine Mammal Science, pesquisadores relatam um possível episódio de altruísmo entre elefantes-marinhos da espécie Mirounga angustirostris. O caso ocorreu na Califórnia, em 27 de janeiro de 2022, e é considerado raro, especialmente por envolver um mamífero marinho macho.

Os autores do estudo caracterizam o altruísmo como um comportamento de assistência voltado para um indivíduo necessitado. O altruísta seria responsável por uma ação que reduz sua própria chance de sobrevivência e reprodução, mas que beneficia a sobrevivência do outro.

O episódio observado pelos cientistas durou cerca de 20 minutos e envolveu um filhote com menos de duas semanas de vida, uma fêmea que cuidava dele e um macho que fazia parte do grupo de elefantes-marinhos da região. O filhote e a fêmea estavam juntos, mas foram separados pela maré e pelas ondas. Distante cerca de 15 metros, a fêmea atingiu águas mais rasas e começou a vocalizar, chamando o filhote. Ele, por sua vez, não conseguia nadar e era puxado para mais longe pelas ondas. Então, um macho, identificado como o alfa do grupo, se aproximou da fêmea e, logo depois, seguiu em direção ao filhote — que já estava a aproximadamente 40 metros da fêmea. Ao alcançar o filhote, o empurrou gentilmente com a cabeça para retornar à costa. O mais velho ajudou o mais novo até que eles estivessem a quatro metros da fêmea e finalmente o filhote estivesse junto da mãe.

O caso chama atenção porque elefantes-marinhos machos geralmente não participam do cuidado com os filhotes. “O comportamento de perseguir o filhote e empurrá-lo em direção à costa poderia ser interpretado como comportamento sexual mal direcionado, em que machos dominantes frequentemente conduzem e escoltam fêmeas para a costa para evitar assédio por outros machos. No entanto, propomos que as ações foram intencionais”, escrevem os pesquisadores no artigo.

Eles ressaltam que a condução do filhote foi feita de forma gentil e que, depois, o macho não se aproximou da fêmea, apenas emitiu um som na direção dela. Além disso, os cientistas defendem ter sido um episódio de altruísmo, já que o macho gastou uma energia que poderia ter sido usada para acasalar, defender sua posição contra outros machos ou se manter vivo durante o período de jejum típico dessa espécie.


Revista Galileu. Disponível em

<https://revistagalileu.globo.com/ciencia/biologia/noticia/2024/02/possivel-caso-de-altruismo-e-observado-entreelefantes-marinhos.ghtml>

Segundo a reportagem apresentada, conclui-se que:

Alternativas
Q2578637 Português

Leia a tirinha para responder às questões de 1 a 06.



Watterson, B. Calvin e Haroldo, 1988.

A fala de Calvin no último quadrinho permite inferir que:

Alternativas
Q2578636 Português

Leia a tirinha para responder às questões de 1 a 06.



Watterson, B. Calvin e Haroldo, 1988.

A partir dos quadrinhos, depreende-se que:

Alternativas
Q2578588 Português


Workaholic: saiba o que é e quais os sinais


01 No mundo corporativo atual o trabalho excessivo tornou-se um fenômeno de interesse

02 crescente. As pessoas que trabalham em excesso são chamadas “workaholics”. Este artigo

03 explora os aspectos do comportamento workaholic, destacando sinais, causas e impactos tanto

04 na vida pessoal quanto profissional.

05 Ao analisar esse tema, busca-se oferecer insights para promover um equilíbrio saudável

06 entre trabalho e vida pessoal, visando a um bem-estar mais completo. Ser workaholic refere-se

07 .... um padrão de comportamento obsessivo em relação ao trabalho. Uma pessoa workaholic

08 _____ uma compulsão extrema para trabalhar, muitas vezes sacrificando outros aspectos da

09 vida, como relacionamentos pessoais, saúde e lazer, em prol da carreira ou do trabalho.

10 Eles tendem a dedicar longas horas ao trabalho, mesmo quando não é necessário, e muitas

11 vezes _____ dificuldade em desconectar-se ou relaxar. A condição de ser workaholic pode ser

12 impulsionada por uma variedade de fatores, incluindo pressão externa, necessidade de sucesso

13 ou reconhecimento, ou até mesmo um desejo interno de perfeição ou controle.

14 No entanto, essa dedicação excessiva ao trabalho pode levar a consequências negativas,

15 como estresse crônico, esgotamento, problemas de saúde física e mental e dificuldades nos

16 relacionamentos. Muitos fazem isso buscando alcançar posições de liderança.

17 Entender o significado de workaholic é fundamental para compreender quando o equilíbrio

18 entre trabalho e vida pessoal está comprometido. Aqui estão indicadores detalhados desse

19 comportamento:

20 1) Dificuldade em desligar-se – Workaholics enfrentam dificuldade em desconectar-se do

21 trabalho mesmo fora do horário de expediente. Eles frequentemente encontram-se verificando

22 e respondendo a e-mails ou pensando em projetos profissionais durante momentos de lazer,

23 tornando difícil relaxar e aproveitar o tempo livre plenamente.

24 2) Longas horas de trabalho – Trabalhar consistentemente longas horas, incluindo fins de

25 semana e feriados, é um padrão comum para os workaholics. Eles podem ser os últimos .... sair

26 do escritório ou levar trabalho para casa regularmente, comprometendo o tempo destinado ao

27 descanso e .... relações pessoais.

28 3) Priorização do trabalho – Workaholics tendem a colocar o trabalho acima de todos os

29 outros aspectos da vida. Eles sacrificam momentos com a família, amigos ou atividades de lazer

30 para dedicarem-se exclusivamente ao trabalho. Novas gerações, como a geração Z, estão

31 buscando um equilíbrio maior entre vida pessoal e profissional.

32 4) Perfeccionismo excessivo – A busca implacável pela perfeição é uma característica

33 marcante dos workaholics. Eles podem gastar tempo desproporcional em detalhes ou refazer

34 tarefas repetidamente, sempre buscando atingir um nível de excelência que muitas vezes _____

35 inatingível.

36 5) Negligência da saúde e do bem-estar – Em nome do trabalho, os workaholics

37 frequentemente ignoram sua saúde física e emocional. Eles podem minimizar sinais de estresse,

38 exaustão ou doenças físicas e mentais, persistindo no trabalho apesar dos danos à saúde que

39 possam surgir.


(Disponível em: www://exame.com/carreira/workaholic-saiba-o-que-e-e-quais-os-sinais/ – texto adaptado

especialmente para esta prova).

Considerando a coesão textual, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q2578247 Português

Frutas da estação


As frutas da estação costumam ser mais baratas, saborosas e nutritivas. Por quê? Porque respeitam o ciclo natural de amadurecimento, e a maior oferta na época natural da colheita reduz o preço final.

Sabemos que a importação e a tecnologia agrícola permitem que frutas sejam oferecidas em épocas diferentes das tradicionais. É por isso que algumas espécies estão disponíveis no mercado quase o ano inteiro! Mas pode reparar: a variação de preço ao longo dos meses é nítida!

Alguns produtores utilizam técnicas e adubos orgânicos que permitem ampliar o período de produção sem alterar a qualidade final do alimento. Porém, o mais comum é que a produção seja ampliada com o uso de fertilizantes químicos.

O problema é que esse processo artificial aumenta o teor de água dos alimentos, reduz o valor nutritivo e parte do sabor. Além disso, no longo prazo, provoca o empobrecimento do solo.

Quando respeitada a sazonalidade da produção, o agricultor pode alternar a produção conforme o clima, o que oferece uma variedade de nutrientes ao solo. Com isso, as frutas da estação podem ser produzidas na própria região, com clima apropriado.

Não é difícil identificar as frutas da estação: normalmente são aquelas que estão em grandes quantidades nas feiras e hortifrútis, com preços mais em conta que o usual.


Ypê – “Frutas da estação: descubra quais são e como conservar”. Adaptado.

Com base nas informações do texto, analisar os itens abaixo:


I. É fácil identificar as frutas da estação.

II. As frutas da estação são mais caras por possuírem maior oferta.

III. Todas as frutas que são oferecidas em épocas diferentes das tradicionais possuem fertilizantes químicos.


Está(ão) CORRETO(S):

Alternativas
Q2578109 Português

A importância da arte e da arte de resistir no ano da pandemia


Por Milena Schäfer


  1. O encontro pelas telas marcou 2020 e com o fazer artístico não foi diferente. O olhar foi
  2. intermediado pela câmera, o aplauso deu lugar aos emojis, e todas as camadas da subjetividade
  3. dos encontros acomodaram-se, em tom de ur....ência, no enquadramento audiovisual.
  4. Para quem encontra na arte o sentido da vida e vive com o sustento de cada apresentação,
  5. parar realmente não foi uma opção. No desenrolar dessa cena trá....ica, os artistas também
  6. foram duramente impactados, mas não nos abandonaram. Alguns ligaram as câmeras pela
  7. primeira vez e confirmaram que a presença virtual, embora não seja ideal, é melhor do que a
  8. ausência. Sob espetáculos cancelados, teatros interditados e luzes apagadas, a arte não
  9. silenciou. Pelo contrário, cantou feito cigarra, espalhando-se a ponto de atingir o tão merecido
  10. status de "e....encial".
  11. A importância da arte para a sobrevivência da espécie humana não é novidade, mas virou
  12. certeza absoluta nos meses de isolamento. Sozinha, em um apartamento cheio de vazio, vi cada
  13. canto ser suavemente preenchido pelas obras que pude acessar. Não foi uma, nem 20; foram
  14. incontáveis as vezes que encontrei no botão de play a salvação para suportar dias tão difíceis.
  15. Que atire a primeira pedra quem foi capaz de ficar sem ler um livro, escutar uma música ou
  16. assistir ___ uma livezinha sequer. Pois é, 2020 foi o ano das lives.
  17. Quem foi que disse que as cigarras não trabalham? Mesmo paralisadas, muitas conseguiram
  18. sair da casca, alçando voos. Disseminaram-se pela rede online as oficinas, os ensaios remotos,
  19. os espetáculos e os shows filmados. O caos também foi inspiração para criar, gerou uma
  20. necessidade ainda maior de expressar. Financiamentos coletivos deram visibilidade ___ arte
  21. periférica.
  22. No acesso facilitado pelo controle remoto, algumas plateias tornaram-se, até mesmo, mais
  23. numerosas do que antes. No acesso facilitado ___ plataformas digitais, a cena cultural, que já
  24. era potente, ganhou mais diversidade. E as comunidades começaram a se ver, a
  25. reconhecerem-se de verdade.
  26. No "Ano das Trevas", renascemos a cada dia inspirados por músicas, coreografias, imagens,
  27. histórias e representações. Tudo feito por estas cigarras que, na concepção de cada obra,
  28. também nos ensinam a arte de resistir.

(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/cultura-e-lazer/noticia/2020/12/a-importancia-da-arte-e-da-arte-de-resistir-no-ano-da-pandemia-ckj2tgvgg000p017whdowgm1m.html – texto adaptado especialmente para esta prova).


Considerando o exposto pelo texto, assinale a alternativa INCORRETA a respeito da situação da arte durante o ano de 2020.

Alternativas
Q2578100 Português

Os repelentes de tomada fazem mal à saúde?


Como quase todos os produtos químicos, sim. Mas isso não acontece sempre. Ao serem ligados na tomada, os aparelhos se aquecem e liberam, na forma de vapor, uma substância chamada piretroide, extraída da flor do crisântemo. Em altas doses, a substância paralisa o sistema nervoso do inseto e ele morre. Mas a quantidade liberada pelo aparelho apenas deixa-o tonto e fraco. Percebendo o perigo, o bicho foge.

Em humanos, o repelente algumas vezes dispara processos alérgicos. Surgem coceiras, coriza ou até reações mais graves como crises de asma e bronquite. “Mesmo que não surjam problemas na primeira vez que se usa o produto, isso não significa que não possam ocorrer em outras ocasiões”, alerta Antony Wong, toxicologista do Hospital das Clínicas, em São Paulo. “Por isso, é preciso prestar atenção cada vez que ele for usado”, diz Wong.

O perigo de intoxicação praticamente não existe; a menos que o piretroide seja ingerido por acidente, principalmente por crianças. Nesse caso, os sintomas serão dores de cabeça e vômito. “Como precaução, recomendamos sempre que se lavem bem as mãos após trocar o refil e se mantenha o rosto, no mínimo, a dois metros de distância do aparelho”, diz Tânia Lúcia Garcez, da empresa paulista Ceras Johnson, fabricante do repelente Raid.


(Fonte: Abril — adaptado.)

Sobre os aspectos gerais do texto, analisar os itens abaixo:


I. Em qualquer situação de uso, o repelente elétrico traz danos graves à saúde humana, principalmente por liberar uma substância química chamada piretroide.

II. O uso do repelente elétrico apenas afugenta os mosquitos, pois seu componente químico apenas os deixa “confusos” e “atormentados”.

III. O risco de intoxicação pelo repelente elétrico é maior, principalmente, em crianças que instalam o aparelho e que fazem uso do produto constantemente.


Está(ão) CORRETO(S):

Alternativas
Q2578058 Português

Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda as questões de 01 a 10:


Vieses de gênero são amplificados em imagens online, diz estudo.


As imagens utilizadas na internet têm amplificado os vieses de gênero em profissões, é o que aponta um estudo da revista Nature. De acordo com a publicação, os vieses, frequentes em textos, são ainda mais fortes quando em imagens. Exemplo disto é quando profissões como dentista, modelo e nutricionista são fortemente representadas por mulheres. Enquanto detetive, por exemplo, é uma profissão que aparece com equilíbrio entre gêneros nos textos, mas é altamente representada por homens nas imagens (como mostra a figura abaixo, com as profissões descritas em inglês).

Os textos do Google Notícias exibem, de modo geral, um viés relativamente fraco em relação à representação masculina, enquanto isto é quatro vezes mais forte no Google Imagens. De acordo com o Google News, 56% das categorias são masculinas, enquanto 62% são masculinas no Google Images.

Que consequências têm estes preconceitos nas imagens online para os utilizadores da Internet?

Primeiramente, o estudo lembra o chamado “efeito de superioridade da imagem”, que classifica as imagens como mais memoráveis e emocionalmente evocativas do que os textos. Assim, a normalização de estereótipos de gênero em imagens é reforçada nas opiniões das pessoas. Exemplo disto, é quando um grupo de participantes da pesquisa classificou a categoria 'modelo', em texto, como mais comum para mulheres, num índice de 0,32, e a inclinação quase dobrou (0,62) quando em imagem.

Além disto, mesmo quando o gênero abordado era predominante tanto no texto como nas imagens, a exposição às imagens levou à um preconceito mais forte nas crenças relatadas das pessoas sobre o gênero das profissões. Os participantes apontaram, por exemplo, um viés significativo em associar homens à ciência e mulheres às artes.

“As nossas descobertas são especialmente alarmantes dado que as plataformas de redes sociais baseadas em imagens, como Instagram, Snapchat e TikTok, estão crescendo em popularidade, acelerando a produção em massa e a circulação de imagens. Paralelamente, motores de pesquisa, como o Google, incorporam cada vez mais imagens nas suas funcionalidades, incluindo imagens como parte predefinida de pesquisas baseadas em texto”, dizem os autores.

Para eles, o ápice desses desenvolvimentos é a adoção generalizada de modelos de inteligência artificial (IA) de conversão de texto em imagem, que permitem aos usuários gerar imagens automaticamente por meio de prompts textuais, acelerando ainda mais a produção e a circulação de imagens com vieses.


Fonte: https://exame.com/esg/vieses-de-genero-sao-amplificados-em-imagens-online-diz-estudo/ (adaptado).

Quando o texto menciona que os vieses são "quatro vezes mais fortes no Google Imagens", isso implica que:

Alternativas
Q2578054 Português

Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda as questões de 01 a 10:


Vieses de gênero são amplificados em imagens online, diz estudo.


As imagens utilizadas na internet têm amplificado os vieses de gênero em profissões, é o que aponta um estudo da revista Nature. De acordo com a publicação, os vieses, frequentes em textos, são ainda mais fortes quando em imagens. Exemplo disto é quando profissões como dentista, modelo e nutricionista são fortemente representadas por mulheres. Enquanto detetive, por exemplo, é uma profissão que aparece com equilíbrio entre gêneros nos textos, mas é altamente representada por homens nas imagens (como mostra a figura abaixo, com as profissões descritas em inglês).

Os textos do Google Notícias exibem, de modo geral, um viés relativamente fraco em relação à representação masculina, enquanto isto é quatro vezes mais forte no Google Imagens. De acordo com o Google News, 56% das categorias são masculinas, enquanto 62% são masculinas no Google Images.

Que consequências têm estes preconceitos nas imagens online para os utilizadores da Internet?

Primeiramente, o estudo lembra o chamado “efeito de superioridade da imagem”, que classifica as imagens como mais memoráveis e emocionalmente evocativas do que os textos. Assim, a normalização de estereótipos de gênero em imagens é reforçada nas opiniões das pessoas. Exemplo disto, é quando um grupo de participantes da pesquisa classificou a categoria 'modelo', em texto, como mais comum para mulheres, num índice de 0,32, e a inclinação quase dobrou (0,62) quando em imagem.

Além disto, mesmo quando o gênero abordado era predominante tanto no texto como nas imagens, a exposição às imagens levou à um preconceito mais forte nas crenças relatadas das pessoas sobre o gênero das profissões. Os participantes apontaram, por exemplo, um viés significativo em associar homens à ciência e mulheres às artes.

“As nossas descobertas são especialmente alarmantes dado que as plataformas de redes sociais baseadas em imagens, como Instagram, Snapchat e TikTok, estão crescendo em popularidade, acelerando a produção em massa e a circulação de imagens. Paralelamente, motores de pesquisa, como o Google, incorporam cada vez mais imagens nas suas funcionalidades, incluindo imagens como parte predefinida de pesquisas baseadas em texto”, dizem os autores.

Para eles, o ápice desses desenvolvimentos é a adoção generalizada de modelos de inteligência artificial (IA) de conversão de texto em imagem, que permitem aos usuários gerar imagens automaticamente por meio de prompts textuais, acelerando ainda mais a produção e a circulação de imagens com vieses.


Fonte: https://exame.com/esg/vieses-de-genero-sao-amplificados-em-imagens-online-diz-estudo/ (adaptado).

O que os autores do estudo preveem sobre o futuro da representação de gênero em imagens online?

Alternativas
Q2578053 Português

Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda as questões de 01 a 10:


Vieses de gênero são amplificados em imagens online, diz estudo.


As imagens utilizadas na internet têm amplificado os vieses de gênero em profissões, é o que aponta um estudo da revista Nature. De acordo com a publicação, os vieses, frequentes em textos, são ainda mais fortes quando em imagens. Exemplo disto é quando profissões como dentista, modelo e nutricionista são fortemente representadas por mulheres. Enquanto detetive, por exemplo, é uma profissão que aparece com equilíbrio entre gêneros nos textos, mas é altamente representada por homens nas imagens (como mostra a figura abaixo, com as profissões descritas em inglês).

Os textos do Google Notícias exibem, de modo geral, um viés relativamente fraco em relação à representação masculina, enquanto isto é quatro vezes mais forte no Google Imagens. De acordo com o Google News, 56% das categorias são masculinas, enquanto 62% são masculinas no Google Images.

Que consequências têm estes preconceitos nas imagens online para os utilizadores da Internet?

Primeiramente, o estudo lembra o chamado “efeito de superioridade da imagem”, que classifica as imagens como mais memoráveis e emocionalmente evocativas do que os textos. Assim, a normalização de estereótipos de gênero em imagens é reforçada nas opiniões das pessoas. Exemplo disto, é quando um grupo de participantes da pesquisa classificou a categoria 'modelo', em texto, como mais comum para mulheres, num índice de 0,32, e a inclinação quase dobrou (0,62) quando em imagem.

Além disto, mesmo quando o gênero abordado era predominante tanto no texto como nas imagens, a exposição às imagens levou à um preconceito mais forte nas crenças relatadas das pessoas sobre o gênero das profissões. Os participantes apontaram, por exemplo, um viés significativo em associar homens à ciência e mulheres às artes.

“As nossas descobertas são especialmente alarmantes dado que as plataformas de redes sociais baseadas em imagens, como Instagram, Snapchat e TikTok, estão crescendo em popularidade, acelerando a produção em massa e a circulação de imagens. Paralelamente, motores de pesquisa, como o Google, incorporam cada vez mais imagens nas suas funcionalidades, incluindo imagens como parte predefinida de pesquisas baseadas em texto”, dizem os autores.

Para eles, o ápice desses desenvolvimentos é a adoção generalizada de modelos de inteligência artificial (IA) de conversão de texto em imagem, que permitem aos usuários gerar imagens automaticamente por meio de prompts textuais, acelerando ainda mais a produção e a circulação de imagens com vieses.


Fonte: https://exame.com/esg/vieses-de-genero-sao-amplificados-em-imagens-online-diz-estudo/ (adaptado).

O que o estudo sugere sobre a relação entre a representação de gênero nas imagens e as crenças das pessoas?

Alternativas
Q2578052 Português

Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda as questões de 01 a 10:


Vieses de gênero são amplificados em imagens online, diz estudo.


As imagens utilizadas na internet têm amplificado os vieses de gênero em profissões, é o que aponta um estudo da revista Nature. De acordo com a publicação, os vieses, frequentes em textos, são ainda mais fortes quando em imagens. Exemplo disto é quando profissões como dentista, modelo e nutricionista são fortemente representadas por mulheres. Enquanto detetive, por exemplo, é uma profissão que aparece com equilíbrio entre gêneros nos textos, mas é altamente representada por homens nas imagens (como mostra a figura abaixo, com as profissões descritas em inglês).

Os textos do Google Notícias exibem, de modo geral, um viés relativamente fraco em relação à representação masculina, enquanto isto é quatro vezes mais forte no Google Imagens. De acordo com o Google News, 56% das categorias são masculinas, enquanto 62% são masculinas no Google Images.

Que consequências têm estes preconceitos nas imagens online para os utilizadores da Internet?

Primeiramente, o estudo lembra o chamado “efeito de superioridade da imagem”, que classifica as imagens como mais memoráveis e emocionalmente evocativas do que os textos. Assim, a normalização de estereótipos de gênero em imagens é reforçada nas opiniões das pessoas. Exemplo disto, é quando um grupo de participantes da pesquisa classificou a categoria 'modelo', em texto, como mais comum para mulheres, num índice de 0,32, e a inclinação quase dobrou (0,62) quando em imagem.

Além disto, mesmo quando o gênero abordado era predominante tanto no texto como nas imagens, a exposição às imagens levou à um preconceito mais forte nas crenças relatadas das pessoas sobre o gênero das profissões. Os participantes apontaram, por exemplo, um viés significativo em associar homens à ciência e mulheres às artes.

“As nossas descobertas são especialmente alarmantes dado que as plataformas de redes sociais baseadas em imagens, como Instagram, Snapchat e TikTok, estão crescendo em popularidade, acelerando a produção em massa e a circulação de imagens. Paralelamente, motores de pesquisa, como o Google, incorporam cada vez mais imagens nas suas funcionalidades, incluindo imagens como parte predefinida de pesquisas baseadas em texto”, dizem os autores.

Para eles, o ápice desses desenvolvimentos é a adoção generalizada de modelos de inteligência artificial (IA) de conversão de texto em imagem, que permitem aos usuários gerar imagens automaticamente por meio de prompts textuais, acelerando ainda mais a produção e a circulação de imagens com vieses.


Fonte: https://exame.com/esg/vieses-de-genero-sao-amplificados-em-imagens-online-diz-estudo/ (adaptado).

Analise as seguintes afirmações sobre o texto:


I. O "efeito de superioridade da imagem" sugere que as imagens são mais impactantes do que os textos.

II. Os autores do estudo consideram positiva a tendência de usar imagens para representar profissões nas redes sociais.

III. A inteligência artificial tem um papel na perpetuação dos vieses de gênero através da conversão de texto em imagem.


Está correto o que se afirma em:

Alternativas
Q2578051 Português

Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda as questões de 01 a 10:


Vieses de gênero são amplificados em imagens online, diz estudo.


As imagens utilizadas na internet têm amplificado os vieses de gênero em profissões, é o que aponta um estudo da revista Nature. De acordo com a publicação, os vieses, frequentes em textos, são ainda mais fortes quando em imagens. Exemplo disto é quando profissões como dentista, modelo e nutricionista são fortemente representadas por mulheres. Enquanto detetive, por exemplo, é uma profissão que aparece com equilíbrio entre gêneros nos textos, mas é altamente representada por homens nas imagens (como mostra a figura abaixo, com as profissões descritas em inglês).

Os textos do Google Notícias exibem, de modo geral, um viés relativamente fraco em relação à representação masculina, enquanto isto é quatro vezes mais forte no Google Imagens. De acordo com o Google News, 56% das categorias são masculinas, enquanto 62% são masculinas no Google Images.

Que consequências têm estes preconceitos nas imagens online para os utilizadores da Internet?

Primeiramente, o estudo lembra o chamado “efeito de superioridade da imagem”, que classifica as imagens como mais memoráveis e emocionalmente evocativas do que os textos. Assim, a normalização de estereótipos de gênero em imagens é reforçada nas opiniões das pessoas. Exemplo disto, é quando um grupo de participantes da pesquisa classificou a categoria 'modelo', em texto, como mais comum para mulheres, num índice de 0,32, e a inclinação quase dobrou (0,62) quando em imagem.

Além disto, mesmo quando o gênero abordado era predominante tanto no texto como nas imagens, a exposição às imagens levou à um preconceito mais forte nas crenças relatadas das pessoas sobre o gênero das profissões. Os participantes apontaram, por exemplo, um viés significativo em associar homens à ciência e mulheres às artes.

“As nossas descobertas são especialmente alarmantes dado que as plataformas de redes sociais baseadas em imagens, como Instagram, Snapchat e TikTok, estão crescendo em popularidade, acelerando a produção em massa e a circulação de imagens. Paralelamente, motores de pesquisa, como o Google, incorporam cada vez mais imagens nas suas funcionalidades, incluindo imagens como parte predefinida de pesquisas baseadas em texto”, dizem os autores.

Para eles, o ápice desses desenvolvimentos é a adoção generalizada de modelos de inteligência artificial (IA) de conversão de texto em imagem, que permitem aos usuários gerar imagens automaticamente por meio de prompts textuais, acelerando ainda mais a produção e a circulação de imagens com vieses.


Fonte: https://exame.com/esg/vieses-de-genero-sao-amplificados-em-imagens-online-diz-estudo/ (adaptado).

A palavra "alarmantes" no contexto do texto sugere que as descobertas são:

Alternativas
Q2578001 Português

Senna: ídolo das pistas


Por Adriano Lesme


  1. Ayrton Senna da Silva, ou simplesmente Senna, foi um piloto de Fórmula 1 das décadas de
  2. 80 e 90 e maior ídolo brasileiro do automobilismo. Nasceu em São Paulo, no dia 21 de março de
  3. 1960, e morreu de maneira trágica em 1º de maio de 1994, após colidir com uma mureta de
  4. proteção no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola. Seu velório foi um dos mais marcantes da
  5. história do Brasil, durou cerca de 22 horas e foi acompanhado por aproximadamente 240 mil
  6. pessoas.
  7. A ca__eira de Senna no automobilismo começou como a da maioria dos pilotos: no kart.
  8. Aos quatro anos, Ayrton ganhou o seu primeiro kart, construído pelo seu pai. O motor foi tirado
  9. de um cortador de grama, mas chegava aos 60 km/h, bastante veloz para uma criança.
  10. O acidente de Senna é um dos episódios mais tristes da história do esporte, mas sua morte
  11. foi responsável por uma revolução na segurança da Fórmula 1. Os carros ficaram muito mais
  12. seguros e nenhum acidente fatal aconteceu por quase 20 anos.
  13. O maior legado de Senna é o Instituto Ayrton Senna, organização sem fins lucrativos que
  14. beneficia mais de 1,5 milhão de crianças brasileiras por ano, por meio da formação de
  15. educadores, projetos educacionais e parcerias com escolas públicas.
  16. A trajetória de Ayrton Senna no automobilismo foi de grande suce__o, o piloto foi
  17. tricampeão mundial da Fórmula 1, ganhando o título em 1988, 1990 e 1991. Em 2024 completa
  18. 30 anos de morte do ídolo brasileiro, um herói que segue na memória e no coração dos
  19. brasileiros.


(Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/airton-senna-silva.htm. – texto adaptado especialmente para esta prova).

De acordo com o texto, qual era o esporte praticado por Ayrton Senna?

Alternativas
Q2577990 Português

Senna: ídolo das pistas


Por Adriano Lesme


  1. Ayrton Senna da Silva, ou simplesmente Senna, foi um piloto de Fórmula 1 das décadas de
  2. 80 e 90 e maior ídolo brasileiro do automobilismo. Nasceu em São Paulo, no dia 21 de março de
  3. 1960, e morreu de maneira trágica em 1º de maio de 1994, após colidir com uma mureta de
  4. proteção no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola. Seu velório foi um dos mais marcantes da
  5. história do Brasil, durou cerca de 22 horas e foi acompanhado por aproximadamente 240 mil
  6. pessoas.
  7. A ca__eira de Senna no automobilismo começou como a da maioria dos pilotos: no kart.
  8. Aos quatro anos, Ayrton ganhou o seu primeiro kart, construído pelo seu pai. O motor foi tirado
  9. de um cortador de grama, mas chegava aos 60 km/h, bastante veloz para uma criança.
  10. O acidente de Senna é um dos episódios mais tristes da história do esporte, mas sua morte
  11. foi responsável por uma revolução na segurança da Fórmula 1. Os carros ficaram muito mais
  12. seguros e nenhum acidente fatal aconteceu por quase 20 anos.
  13. O maior legado de Senna é o Instituto Ayrton Senna, organização sem fins lucrativos que
  14. beneficia mais de 1,5 milhão de crianças brasileiras por ano, por meio da formação de
  15. educadores, projetos educacionais e parcerias com escolas públicas.
  16. A trajetória de Ayrton Senna no automobilismo foi de grande suce__o, o piloto foi
  17. tricampeão mundial da Fórmula 1, ganhando o título em 1988, 1990 e 1991. Em 2024 completa
  18. 30 anos de morte do ídolo brasileiro, um herói que segue na memória e no coração dos
  19. brasileiros.


(Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/airton-senna-silva.htm. – texto adaptado especialmente para esta prova).

O objetivo principal do texto é:

Alternativas
Q2577956 Português

Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda as questões de 01 a 08:


O homem cuja orelha cresceu – Conto de Ignácio de Loyola Brandão


Estava escrevendo, sentiu a orelha pesada. Pensou que fosse cansaço, eram 11 da noite, estava fazendo hora extra. Escriturário de uma firma de tecidos, solteiro, 35 anos, ganhava pouco, reforçava com extras. Mas o peso foi aumentando e ele percebeu que as orelhas cresciam. Apavorado, passou a mão. Deviam ter uns dez centímetros. Eram moles, como de cachorro. Correu ao banheiro. As orelhas estavam na altura do ombro e continuavam crescendo. Ficou só olhando. Elas cresciam, chegavam a cintura. Finas, compridas, como fitas de carne, enrugadas. Procurou uma tesoura, ia cortar a orelha, não importava que doesse. Mas não encontrou, as gavetas das moças estavam fechadas. O armário de material também. O melhor era correr para a pensão, se fechar, antes que não pudesse mais andar na rua. Se tivesse um amigo, ou namorada, iria mostrar o que estava acontecendo. Mas o escriturário não conhecia ninguém a não ser os colegas de escritório. Colegas, não amigos. Ele abriu a camisa, enfiou as orelhas para dentro. Enrolou uma toalha na cabeça, como se estivesse machucado.

Quando chegou na pensão, a orelha saia pela perna da calça. O escriturário tirou a roupa. Deitou-se, louco para dormir e esquecer. E se fosse ao médico? Um otorrinolaringologista. A esta hora da noite? Olhava o forro branco. Incapaz de pensar, dormiu de desespero.

Ao acordar, viu aos pés da cama o monte de uns trinta centímetros de altura. A orelha crescera e se enrolara como cobra. Tentou se levantar. Difícil. Precisava segurar as orelhas enroladas. Pesavam. Ficou na cama. E sentia a orelha crescendo, com uma cosquinha. O sangue correndo para lá, os nervos, músculos, a pele se formando, rápido. Às quatro da tarde, toda a cama tinha sido tomada pela orelha. O escriturário sentia fome, sede. Às dez da noite, sua barriga roncava. A orelha tinha caído para fora da cama. Dormiu.

Acordou no meio da noite com o barulhinho da orelha crescendo. Dormiu de novo e quando acordou na manhã seguinte, o quarto se enchera com a orelha. Ela estava em cima do guarda-roupa, embaixo da cama, na pia. E forçava a porta. Ao meio-dia, a orelha derrubou a porta, saiu pelo corredor. Duas horas mais tarde, encheu o corredor. Inundou a casa. Os hóspedes fugiram para a rua. Chamaram a polícia, o corpo de bombeiros. A orelha saiu para o quintal. Para a rua.

Vieram os açougueiros com facas, machados, serrotes. Os açougueiros trabalharam o dia inteiro cortando e amontoando. O prefeito mandou dar a carne aos pobres. Vieram os favelados, as organizações de assistência social, irmandades religiosas, donos de restaurantes, vendedores de churrasquinho na porta do estádio, donas de casa. Vinham com cestas, carrinhos, carroças, camionetas. Toda a população apanhou carne de orelha. Apareceu um administrador, trouxe sacos de plástico, higiênicos, organizou filas, fez uma distribuição racional.

E quando todos tinham levado carne para aquele dia e para os outros, começaram a estocar. Encheram silos, frigoríficos, geladeiras. Quando não havia mais onde estocar a carne de orelha, chamaram outras cidades. Vieram novos açougueiros. E a orelha crescia, era cortada e crescia, e os açougueiros trabalhavam. E vinham outros açougueiros. E os outros se cansavam. E a cidade não suportava mais carne de orelha. O povo pediu uma providência ao prefeito. E o prefeito ao governador. E o governador ao presidente.

E quando não havia solução, um menino, diante da rua cheia de carne de orelha, disse a um policial: “Por que o senhor não mata o dono da orelha?”


Fonte <https://contobrasileiro.com.br/o-homem-cuja-orelha-cresceu-conto-de-ignacio-de-loyola-brandao/>. Acesso em 16/02/2024. Com adaptações.

Considerando apenas o texto lido, a interpretação mais clara e direta que se pode fazer a respeito do crescimento da orelha é:

Alternativas
Q2577780 Português

O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 21 a 26.


Calor matou mais que deslizamentos de terra no Brasil


Nos anos de 2010, o Brasil enfrentou de 3 a 11 ondas de calor por ano, quase quatro vezes mais do que na década de 1970, quando de zero a no máximo três desses eventos climáticos extremos foram registrados.

As consequências são fatais: de 2000 a 2018, em torno de 48 mil brasileiros morreram por efeito de bruscos aumentos de temperatura - número superior ao de mortes por deslizamentos de terra.

Os dados inéditos foram compilados em estudo publicado na quarta-feira (24/1) por 12 pesquisadores de sete universidades e instituições brasileiras e portuguesas, como a Universidade de Lisboa e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no periódico científico Plos One.

"Os eventos de ondas de calor aumentaram em frequência e intensidade", diz à BBC News Brasil o físico Djacinto Monteiro dos Santos, que liderou o estudo, como parte de sua pesquisa no Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para definir o que são ondas de calor, usou-se um padrão conhecido como Fator de Excesso de Calor (EHF, na sigla em inglês), que leva em consideração a intensidade, duração e frequência de aumentos na temperatura para prever níveis considerados nocivos à saúde humana.

A pesquisa analisou dados das 14 áreas metropolitanas mais populosas do Brasil, onde vive 35% da população nacional, um total de 74 milhões de brasileiros.

Foram assim consideradas as seguintes cidades: Manaus e Belém, no Norte; Fortaleza, Salvador e Recife, no Nordeste; São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no Sudeste; Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, no Sul; e as regiões metropolitanas de Goiânia, Cuiabá e do Distrito Federal, no Centro-Oeste.

Além de aumentarem em volume, as ondas de calor também estão cada vez mais prolongadas.

Nas décadas de 1970 e 1980, esses eventos adversos duravam de três a cinco dias. Entre os anos de 2000 e 2010, entre quatro e seis dias.

Para calcular as vítimas das ondas de calor, os pesquisadores analisaram mais de 9 milhões de registros de óbitos de períodos em que ocorreram esses fenômenos no Brasil.

"Seguimos uma série de padrões de tratamentos de dados para evitar alterações nos resultados", afirma Renata Libonati, professora do Instituto de Geociências da UFRJ e coautora da pesquisa.

Os cálculos levaram à conclusão de que em torno de 48 mil brasileiros morreram por consequência de ondas de calor entre 2000 e 2018.

As mortes se deram por razões como problemas circulatórios, doenças respiratórias e por condições crônicas agravadas pela alta temperatura.

Outra descoberta da pesquisa é a de que há grupos mais vulneráveis a esses eventos extremos do clima. Em primeiro lugar, os idosos e, entre eles, as mulheres.

"Pela questão fisiológica, sabemos que os mais velhos são os mais vulneráveis, por terem corpos com menor capacidade de regulação térmica e por apresentarem mais comorbidades", esclarece Libonati.

A maior vulnerabilidade das mulheres também se justifica por razões fisiológicas, segundo o estudo.

Pessoas pardas, pretas e menos escolarizadas também estão entre os grupos considerados mais vulneráveis, conforme a pesquisa.

"Os eventos climáticos extremos não são democráticos, eles atingem muito mais aqueles que não têm acesso a recursos de adaptação", comenta o físico Monteiro dos Santos, da UFRJ.

"Situações socioeconômica precárias, que atingem as faixas mais pobres, levam a acesso também precário a condições de moradia, sistema de saúde e meios de prevenção."

Santos afirma que as condições urbanas também costumam fazer com que regiões mais pobres das cidades sejam mais vulneráveis.

"Quando a sensação térmica é de 45ºC na Zona Sul do Rio de Janeiro [onde estão bairros de famílias mais ricas], aí é de 58ºC em Bangu, na Zona Oeste [área mais pobre]", exemplifica o pesquisador.

O climatologista Carlos Nobre, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e copresidente do Painel Científico para a Amazônia, ressalta que estes impactos do calor extremo tem sido evidenciados por pesquisas científicas.

"Já há dados globais que mostram que as ondas de calor são os eventos climáticos extremos que mais vitimam no planeta, à frente, por exemplo, de enchentes, e que há grupos mais vulneráveis a essas tragédias", diz Nobre.

Membro da Academia Brasileira de Ciências, Nobre é hoje um dos mais renomados nomes no campo de estudos das mudanças climáticas. Ele não tem ligação com o estudo da UFRJ e o leu a pedido da BBC News Brasil.

"A pesquisa é interessante por trazer dados inéditos e por mostrar como as ondas de calor tem efeitos no Brasil que já foram vistos em outras regiões do planeta", opina o climatologista.

"Outro aspecto que quero destacar é como a análise foi feita em torno de centros urbanos, nos quais os efeitos do aquecimento global são ainda mais sentidos, por efeitos como o da ilha de calor [fenômeno caracterizado pela maior temperatura em cidades, em relação às áreas rurais]."

Nobre ressalta que, na cidade de São Paulo, a temperatura média é 4ºC acima do que em áreas menos urbanizadas do Estado.

Quando há aumentos bruscos, com as ondas de calor, os efeitos são ainda mais drásticos em regiões urbanas.

"Já se tem ciência de que populações com menos acesso a recursos, como os mais pobres, sofrem mais. Afinal, ter um ar condicionado, por exemplo, já soluciona o problema", complementa o pesquisador da USP.

"Essa nova pesquisa, contudo, faz associações socioeconômicas e traz dados inéditos que podem ajudar a guiar políticas públicas."

Os autores da pesquisa avaliam que, apesar de ter matado mais de 48 mil brasileiros em duas décadas, as ondas de calor tem menos visibilidade e recebem menos atenção em comparação com outros eventos climáticos catastróficos.

"Mesmo com a alta mortalidade, as ondas de calor são desastres negligenciados no Brasil", diz Renata Libonati, da UFRJ e coautora do estudo.

"Em comparação a deslizamentos e enchentes, que apresentam grande impacto visual, o aumento de temperatura pode ser tido como invisível."

O levantamento calculou que ocorreram mais mortes por efeito de ondas de calor no Brasil do que por deslizamentos de terra, que costumam ocorrer por efeito de tempestades.

A referência para a comparação é uma pesquisa do ano passado do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) que chegou à conclusão de que, de 1988 a 2022, houve cerca de 4,1 mil mortes de brasileiros por deslizamentos em 269 municípios de 16 Estados.

O climatologista Carlos Nobre acrescenta outro motivo para desastres como alagamentos terem recebido maior atenção midiática do que as ondas de calor.

"Outros desastres climáticos causam mortes imediatamente, como em enchentes. Já o aumento da temperatura por vezes leva dias, semanas ou até meses para matar."

Segundo os autores do novo estudo brasileiro, o interesse global pelas consequências das ondas de calor aumentou após 2003. Carlos Nobre concorda com a conclusão, que é um consenso entre pesquisadores do campo.

Naquele ano, uma onda de calor atingiu a Europa, em particular a França, vitimando cerca de 70 mil pessoas durante o verão.

Desde então, segundo os cientistas escrevem no artigo publicado na Plos One, "a mega onda de calor do verão europeu de 2003 foi estudada profundamente".

Segundo um relatório conjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), divulgado no ano passado, o calor mata 15 milhões de pessoas ao ano em todo o mundo.

"Após o trauma de 2003, os países europeus passaram a adotar protocolos transversais de prevenção e combate, unindo defesa civil, meteorologia, sistemas de saúde e esforços de comunicação, o que tem mostrado resultados positivos", diz Libonati, da UFRJ.

Carlos Nobre, que também é ex-diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), indica que seria preciso começar pela implementação de sistemas de alertas de ondas de calor.

"Mortes por deslizamentos e alagamentos ocorrem, mas diminuem ano a ano, pelo sucesso de forças de prevenir e combater que o Brasil tem implementado, com mais de 4 mil pluviômetros espalhados por 1,2 mil cidades, monitorando pontos de maior risco."

Uma das medidas apresentadas pelo estudo lançado na Plos One é a instalação de sistemas similares para alertar a população sobre a chegada de ondas de calor.

"Se nada for feito nesse sentido, mortes por efeito das altas temperaturas, que poderiam ser prevenidas, vão aumentar ano a ano", conclui Nobre.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/c904q5ejd51o

De acordo com a pesquisa, por que as ondas de calor têm menos visibilidade e recebem menos atenção em comparação com outros eventos climáticos catastróficos?

Alternativas
Q2577779 Português

O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 21 a 26.


Calor matou mais que deslizamentos de terra no Brasil


Nos anos de 2010, o Brasil enfrentou de 3 a 11 ondas de calor por ano, quase quatro vezes mais do que na década de 1970, quando de zero a no máximo três desses eventos climáticos extremos foram registrados.

As consequências são fatais: de 2000 a 2018, em torno de 48 mil brasileiros morreram por efeito de bruscos aumentos de temperatura - número superior ao de mortes por deslizamentos de terra.

Os dados inéditos foram compilados em estudo publicado na quarta-feira (24/1) por 12 pesquisadores de sete universidades e instituições brasileiras e portuguesas, como a Universidade de Lisboa e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no periódico científico Plos One.

"Os eventos de ondas de calor aumentaram em frequência e intensidade", diz à BBC News Brasil o físico Djacinto Monteiro dos Santos, que liderou o estudo, como parte de sua pesquisa no Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para definir o que são ondas de calor, usou-se um padrão conhecido como Fator de Excesso de Calor (EHF, na sigla em inglês), que leva em consideração a intensidade, duração e frequência de aumentos na temperatura para prever níveis considerados nocivos à saúde humana.

A pesquisa analisou dados das 14 áreas metropolitanas mais populosas do Brasil, onde vive 35% da população nacional, um total de 74 milhões de brasileiros.

Foram assim consideradas as seguintes cidades: Manaus e Belém, no Norte; Fortaleza, Salvador e Recife, no Nordeste; São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no Sudeste; Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, no Sul; e as regiões metropolitanas de Goiânia, Cuiabá e do Distrito Federal, no Centro-Oeste.

Além de aumentarem em volume, as ondas de calor também estão cada vez mais prolongadas.

Nas décadas de 1970 e 1980, esses eventos adversos duravam de três a cinco dias. Entre os anos de 2000 e 2010, entre quatro e seis dias.

Para calcular as vítimas das ondas de calor, os pesquisadores analisaram mais de 9 milhões de registros de óbitos de períodos em que ocorreram esses fenômenos no Brasil.

"Seguimos uma série de padrões de tratamentos de dados para evitar alterações nos resultados", afirma Renata Libonati, professora do Instituto de Geociências da UFRJ e coautora da pesquisa.

Os cálculos levaram à conclusão de que em torno de 48 mil brasileiros morreram por consequência de ondas de calor entre 2000 e 2018.

As mortes se deram por razões como problemas circulatórios, doenças respiratórias e por condições crônicas agravadas pela alta temperatura.

Outra descoberta da pesquisa é a de que há grupos mais vulneráveis a esses eventos extremos do clima. Em primeiro lugar, os idosos e, entre eles, as mulheres.

"Pela questão fisiológica, sabemos que os mais velhos são os mais vulneráveis, por terem corpos com menor capacidade de regulação térmica e por apresentarem mais comorbidades", esclarece Libonati.

A maior vulnerabilidade das mulheres também se justifica por razões fisiológicas, segundo o estudo.

Pessoas pardas, pretas e menos escolarizadas também estão entre os grupos considerados mais vulneráveis, conforme a pesquisa.

"Os eventos climáticos extremos não são democráticos, eles atingem muito mais aqueles que não têm acesso a recursos de adaptação", comenta o físico Monteiro dos Santos, da UFRJ.

"Situações socioeconômica precárias, que atingem as faixas mais pobres, levam a acesso também precário a condições de moradia, sistema de saúde e meios de prevenção."

Santos afirma que as condições urbanas também costumam fazer com que regiões mais pobres das cidades sejam mais vulneráveis.

"Quando a sensação térmica é de 45ºC na Zona Sul do Rio de Janeiro [onde estão bairros de famílias mais ricas], aí é de 58ºC em Bangu, na Zona Oeste [área mais pobre]", exemplifica o pesquisador.

O climatologista Carlos Nobre, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e copresidente do Painel Científico para a Amazônia, ressalta que estes impactos do calor extremo tem sido evidenciados por pesquisas científicas.

"Já há dados globais que mostram que as ondas de calor são os eventos climáticos extremos que mais vitimam no planeta, à frente, por exemplo, de enchentes, e que há grupos mais vulneráveis a essas tragédias", diz Nobre.

Membro da Academia Brasileira de Ciências, Nobre é hoje um dos mais renomados nomes no campo de estudos das mudanças climáticas. Ele não tem ligação com o estudo da UFRJ e o leu a pedido da BBC News Brasil.

"A pesquisa é interessante por trazer dados inéditos e por mostrar como as ondas de calor tem efeitos no Brasil que já foram vistos em outras regiões do planeta", opina o climatologista.

"Outro aspecto que quero destacar é como a análise foi feita em torno de centros urbanos, nos quais os efeitos do aquecimento global são ainda mais sentidos, por efeitos como o da ilha de calor [fenômeno caracterizado pela maior temperatura em cidades, em relação às áreas rurais]."

Nobre ressalta que, na cidade de São Paulo, a temperatura média é 4ºC acima do que em áreas menos urbanizadas do Estado.

Quando há aumentos bruscos, com as ondas de calor, os efeitos são ainda mais drásticos em regiões urbanas.

"Já se tem ciência de que populações com menos acesso a recursos, como os mais pobres, sofrem mais. Afinal, ter um ar condicionado, por exemplo, já soluciona o problema", complementa o pesquisador da USP.

"Essa nova pesquisa, contudo, faz associações socioeconômicas e traz dados inéditos que podem ajudar a guiar políticas públicas."

Os autores da pesquisa avaliam que, apesar de ter matado mais de 48 mil brasileiros em duas décadas, as ondas de calor tem menos visibilidade e recebem menos atenção em comparação com outros eventos climáticos catastróficos.

"Mesmo com a alta mortalidade, as ondas de calor são desastres negligenciados no Brasil", diz Renata Libonati, da UFRJ e coautora do estudo.

"Em comparação a deslizamentos e enchentes, que apresentam grande impacto visual, o aumento de temperatura pode ser tido como invisível."

O levantamento calculou que ocorreram mais mortes por efeito de ondas de calor no Brasil do que por deslizamentos de terra, que costumam ocorrer por efeito de tempestades.

A referência para a comparação é uma pesquisa do ano passado do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) que chegou à conclusão de que, de 1988 a 2022, houve cerca de 4,1 mil mortes de brasileiros por deslizamentos em 269 municípios de 16 Estados.

O climatologista Carlos Nobre acrescenta outro motivo para desastres como alagamentos terem recebido maior atenção midiática do que as ondas de calor.

"Outros desastres climáticos causam mortes imediatamente, como em enchentes. Já o aumento da temperatura por vezes leva dias, semanas ou até meses para matar."

Segundo os autores do novo estudo brasileiro, o interesse global pelas consequências das ondas de calor aumentou após 2003. Carlos Nobre concorda com a conclusão, que é um consenso entre pesquisadores do campo.

Naquele ano, uma onda de calor atingiu a Europa, em particular a França, vitimando cerca de 70 mil pessoas durante o verão.

Desde então, segundo os cientistas escrevem no artigo publicado na Plos One, "a mega onda de calor do verão europeu de 2003 foi estudada profundamente".

Segundo um relatório conjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), divulgado no ano passado, o calor mata 15 milhões de pessoas ao ano em todo o mundo.

"Após o trauma de 2003, os países europeus passaram a adotar protocolos transversais de prevenção e combate, unindo defesa civil, meteorologia, sistemas de saúde e esforços de comunicação, o que tem mostrado resultados positivos", diz Libonati, da UFRJ.

Carlos Nobre, que também é ex-diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), indica que seria preciso começar pela implementação de sistemas de alertas de ondas de calor.

"Mortes por deslizamentos e alagamentos ocorrem, mas diminuem ano a ano, pelo sucesso de forças de prevenir e combater que o Brasil tem implementado, com mais de 4 mil pluviômetros espalhados por 1,2 mil cidades, monitorando pontos de maior risco."

Uma das medidas apresentadas pelo estudo lançado na Plos One é a instalação de sistemas similares para alertar a população sobre a chegada de ondas de calor.

"Se nada for feito nesse sentido, mortes por efeito das altas temperaturas, que poderiam ser prevenidas, vão aumentar ano a ano", conclui Nobre.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/c904q5ejd51o

De acordo com a pesquisa mencionada no texto, quais grupos são considerados mais vulneráveis a eventos climáticos extremos?

Alternativas
Q2577778 Português

O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 21 a 26.


Calor matou mais que deslizamentos de terra no Brasil


Nos anos de 2010, o Brasil enfrentou de 3 a 11 ondas de calor por ano, quase quatro vezes mais do que na década de 1970, quando de zero a no máximo três desses eventos climáticos extremos foram registrados.

As consequências são fatais: de 2000 a 2018, em torno de 48 mil brasileiros morreram por efeito de bruscos aumentos de temperatura - número superior ao de mortes por deslizamentos de terra.

Os dados inéditos foram compilados em estudo publicado na quarta-feira (24/1) por 12 pesquisadores de sete universidades e instituições brasileiras e portuguesas, como a Universidade de Lisboa e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no periódico científico Plos One.

"Os eventos de ondas de calor aumentaram em frequência e intensidade", diz à BBC News Brasil o físico Djacinto Monteiro dos Santos, que liderou o estudo, como parte de sua pesquisa no Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para definir o que são ondas de calor, usou-se um padrão conhecido como Fator de Excesso de Calor (EHF, na sigla em inglês), que leva em consideração a intensidade, duração e frequência de aumentos na temperatura para prever níveis considerados nocivos à saúde humana.

A pesquisa analisou dados das 14 áreas metropolitanas mais populosas do Brasil, onde vive 35% da população nacional, um total de 74 milhões de brasileiros.

Foram assim consideradas as seguintes cidades: Manaus e Belém, no Norte; Fortaleza, Salvador e Recife, no Nordeste; São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no Sudeste; Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, no Sul; e as regiões metropolitanas de Goiânia, Cuiabá e do Distrito Federal, no Centro-Oeste.

Além de aumentarem em volume, as ondas de calor também estão cada vez mais prolongadas.

Nas décadas de 1970 e 1980, esses eventos adversos duravam de três a cinco dias. Entre os anos de 2000 e 2010, entre quatro e seis dias.

Para calcular as vítimas das ondas de calor, os pesquisadores analisaram mais de 9 milhões de registros de óbitos de períodos em que ocorreram esses fenômenos no Brasil.

"Seguimos uma série de padrões de tratamentos de dados para evitar alterações nos resultados", afirma Renata Libonati, professora do Instituto de Geociências da UFRJ e coautora da pesquisa.

Os cálculos levaram à conclusão de que em torno de 48 mil brasileiros morreram por consequência de ondas de calor entre 2000 e 2018.

As mortes se deram por razões como problemas circulatórios, doenças respiratórias e por condições crônicas agravadas pela alta temperatura.

Outra descoberta da pesquisa é a de que há grupos mais vulneráveis a esses eventos extremos do clima. Em primeiro lugar, os idosos e, entre eles, as mulheres.

"Pela questão fisiológica, sabemos que os mais velhos são os mais vulneráveis, por terem corpos com menor capacidade de regulação térmica e por apresentarem mais comorbidades", esclarece Libonati.

A maior vulnerabilidade das mulheres também se justifica por razões fisiológicas, segundo o estudo.

Pessoas pardas, pretas e menos escolarizadas também estão entre os grupos considerados mais vulneráveis, conforme a pesquisa.

"Os eventos climáticos extremos não são democráticos, eles atingem muito mais aqueles que não têm acesso a recursos de adaptação", comenta o físico Monteiro dos Santos, da UFRJ.

"Situações socioeconômica precárias, que atingem as faixas mais pobres, levam a acesso também precário a condições de moradia, sistema de saúde e meios de prevenção."

Santos afirma que as condições urbanas também costumam fazer com que regiões mais pobres das cidades sejam mais vulneráveis.

"Quando a sensação térmica é de 45ºC na Zona Sul do Rio de Janeiro [onde estão bairros de famílias mais ricas], aí é de 58ºC em Bangu, na Zona Oeste [área mais pobre]", exemplifica o pesquisador.

O climatologista Carlos Nobre, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e copresidente do Painel Científico para a Amazônia, ressalta que estes impactos do calor extremo tem sido evidenciados por pesquisas científicas.

"Já há dados globais que mostram que as ondas de calor são os eventos climáticos extremos que mais vitimam no planeta, à frente, por exemplo, de enchentes, e que há grupos mais vulneráveis a essas tragédias", diz Nobre.

Membro da Academia Brasileira de Ciências, Nobre é hoje um dos mais renomados nomes no campo de estudos das mudanças climáticas. Ele não tem ligação com o estudo da UFRJ e o leu a pedido da BBC News Brasil.

"A pesquisa é interessante por trazer dados inéditos e por mostrar como as ondas de calor tem efeitos no Brasil que já foram vistos em outras regiões do planeta", opina o climatologista.

"Outro aspecto que quero destacar é como a análise foi feita em torno de centros urbanos, nos quais os efeitos do aquecimento global são ainda mais sentidos, por efeitos como o da ilha de calor [fenômeno caracterizado pela maior temperatura em cidades, em relação às áreas rurais]."

Nobre ressalta que, na cidade de São Paulo, a temperatura média é 4ºC acima do que em áreas menos urbanizadas do Estado.

Quando há aumentos bruscos, com as ondas de calor, os efeitos são ainda mais drásticos em regiões urbanas.

"Já se tem ciência de que populações com menos acesso a recursos, como os mais pobres, sofrem mais. Afinal, ter um ar condicionado, por exemplo, já soluciona o problema", complementa o pesquisador da USP.

"Essa nova pesquisa, contudo, faz associações socioeconômicas e traz dados inéditos que podem ajudar a guiar políticas públicas."

Os autores da pesquisa avaliam que, apesar de ter matado mais de 48 mil brasileiros em duas décadas, as ondas de calor tem menos visibilidade e recebem menos atenção em comparação com outros eventos climáticos catastróficos.

"Mesmo com a alta mortalidade, as ondas de calor são desastres negligenciados no Brasil", diz Renata Libonati, da UFRJ e coautora do estudo.

"Em comparação a deslizamentos e enchentes, que apresentam grande impacto visual, o aumento de temperatura pode ser tido como invisível."

O levantamento calculou que ocorreram mais mortes por efeito de ondas de calor no Brasil do que por deslizamentos de terra, que costumam ocorrer por efeito de tempestades.

A referência para a comparação é uma pesquisa do ano passado do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) que chegou à conclusão de que, de 1988 a 2022, houve cerca de 4,1 mil mortes de brasileiros por deslizamentos em 269 municípios de 16 Estados.

O climatologista Carlos Nobre acrescenta outro motivo para desastres como alagamentos terem recebido maior atenção midiática do que as ondas de calor.

"Outros desastres climáticos causam mortes imediatamente, como em enchentes. Já o aumento da temperatura por vezes leva dias, semanas ou até meses para matar."

Segundo os autores do novo estudo brasileiro, o interesse global pelas consequências das ondas de calor aumentou após 2003. Carlos Nobre concorda com a conclusão, que é um consenso entre pesquisadores do campo.

Naquele ano, uma onda de calor atingiu a Europa, em particular a França, vitimando cerca de 70 mil pessoas durante o verão.

Desde então, segundo os cientistas escrevem no artigo publicado na Plos One, "a mega onda de calor do verão europeu de 2003 foi estudada profundamente".

Segundo um relatório conjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), divulgado no ano passado, o calor mata 15 milhões de pessoas ao ano em todo o mundo.

"Após o trauma de 2003, os países europeus passaram a adotar protocolos transversais de prevenção e combate, unindo defesa civil, meteorologia, sistemas de saúde e esforços de comunicação, o que tem mostrado resultados positivos", diz Libonati, da UFRJ.

Carlos Nobre, que também é ex-diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), indica que seria preciso começar pela implementação de sistemas de alertas de ondas de calor.

"Mortes por deslizamentos e alagamentos ocorrem, mas diminuem ano a ano, pelo sucesso de forças de prevenir e combater que o Brasil tem implementado, com mais de 4 mil pluviômetros espalhados por 1,2 mil cidades, monitorando pontos de maior risco."

Uma das medidas apresentadas pelo estudo lançado na Plos One é a instalação de sistemas similares para alertar a população sobre a chegada de ondas de calor.

"Se nada for feito nesse sentido, mortes por efeito das altas temperaturas, que poderiam ser prevenidas, vão aumentar ano a ano", conclui Nobre.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/c904q5ejd51o

Qual é uma das medidas sugeridas pelo estudo para lidar com as mortes por efeito das altas temperaturas?

Alternativas
Q2577777 Português

O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 21 a 26.


Calor matou mais que deslizamentos de terra no Brasil


Nos anos de 2010, o Brasil enfrentou de 3 a 11 ondas de calor por ano, quase quatro vezes mais do que na década de 1970, quando de zero a no máximo três desses eventos climáticos extremos foram registrados.

As consequências são fatais: de 2000 a 2018, em torno de 48 mil brasileiros morreram por efeito de bruscos aumentos de temperatura - número superior ao de mortes por deslizamentos de terra.

Os dados inéditos foram compilados em estudo publicado na quarta-feira (24/1) por 12 pesquisadores de sete universidades e instituições brasileiras e portuguesas, como a Universidade de Lisboa e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no periódico científico Plos One.

"Os eventos de ondas de calor aumentaram em frequência e intensidade", diz à BBC News Brasil o físico Djacinto Monteiro dos Santos, que liderou o estudo, como parte de sua pesquisa no Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para definir o que são ondas de calor, usou-se um padrão conhecido como Fator de Excesso de Calor (EHF, na sigla em inglês), que leva em consideração a intensidade, duração e frequência de aumentos na temperatura para prever níveis considerados nocivos à saúde humana.

A pesquisa analisou dados das 14 áreas metropolitanas mais populosas do Brasil, onde vive 35% da população nacional, um total de 74 milhões de brasileiros.

Foram assim consideradas as seguintes cidades: Manaus e Belém, no Norte; Fortaleza, Salvador e Recife, no Nordeste; São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no Sudeste; Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, no Sul; e as regiões metropolitanas de Goiânia, Cuiabá e do Distrito Federal, no Centro-Oeste.

Além de aumentarem em volume, as ondas de calor também estão cada vez mais prolongadas.

Nas décadas de 1970 e 1980, esses eventos adversos duravam de três a cinco dias. Entre os anos de 2000 e 2010, entre quatro e seis dias.

Para calcular as vítimas das ondas de calor, os pesquisadores analisaram mais de 9 milhões de registros de óbitos de períodos em que ocorreram esses fenômenos no Brasil.

"Seguimos uma série de padrões de tratamentos de dados para evitar alterações nos resultados", afirma Renata Libonati, professora do Instituto de Geociências da UFRJ e coautora da pesquisa.

Os cálculos levaram à conclusão de que em torno de 48 mil brasileiros morreram por consequência de ondas de calor entre 2000 e 2018.

As mortes se deram por razões como problemas circulatórios, doenças respiratórias e por condições crônicas agravadas pela alta temperatura.

Outra descoberta da pesquisa é a de que há grupos mais vulneráveis a esses eventos extremos do clima. Em primeiro lugar, os idosos e, entre eles, as mulheres.

"Pela questão fisiológica, sabemos que os mais velhos são os mais vulneráveis, por terem corpos com menor capacidade de regulação térmica e por apresentarem mais comorbidades", esclarece Libonati.

A maior vulnerabilidade das mulheres também se justifica por razões fisiológicas, segundo o estudo.

Pessoas pardas, pretas e menos escolarizadas também estão entre os grupos considerados mais vulneráveis, conforme a pesquisa.

"Os eventos climáticos extremos não são democráticos, eles atingem muito mais aqueles que não têm acesso a recursos de adaptação", comenta o físico Monteiro dos Santos, da UFRJ.

"Situações socioeconômica precárias, que atingem as faixas mais pobres, levam a acesso também precário a condições de moradia, sistema de saúde e meios de prevenção."

Santos afirma que as condições urbanas também costumam fazer com que regiões mais pobres das cidades sejam mais vulneráveis.

"Quando a sensação térmica é de 45ºC na Zona Sul do Rio de Janeiro [onde estão bairros de famílias mais ricas], aí é de 58ºC em Bangu, na Zona Oeste [área mais pobre]", exemplifica o pesquisador.

O climatologista Carlos Nobre, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e copresidente do Painel Científico para a Amazônia, ressalta que estes impactos do calor extremo tem sido evidenciados por pesquisas científicas.

"Já há dados globais que mostram que as ondas de calor são os eventos climáticos extremos que mais vitimam no planeta, à frente, por exemplo, de enchentes, e que há grupos mais vulneráveis a essas tragédias", diz Nobre.

Membro da Academia Brasileira de Ciências, Nobre é hoje um dos mais renomados nomes no campo de estudos das mudanças climáticas. Ele não tem ligação com o estudo da UFRJ e o leu a pedido da BBC News Brasil.

"A pesquisa é interessante por trazer dados inéditos e por mostrar como as ondas de calor tem efeitos no Brasil que já foram vistos em outras regiões do planeta", opina o climatologista.

"Outro aspecto que quero destacar é como a análise foi feita em torno de centros urbanos, nos quais os efeitos do aquecimento global são ainda mais sentidos, por efeitos como o da ilha de calor [fenômeno caracterizado pela maior temperatura em cidades, em relação às áreas rurais]."

Nobre ressalta que, na cidade de São Paulo, a temperatura média é 4ºC acima do que em áreas menos urbanizadas do Estado.

Quando há aumentos bruscos, com as ondas de calor, os efeitos são ainda mais drásticos em regiões urbanas.

"Já se tem ciência de que populações com menos acesso a recursos, como os mais pobres, sofrem mais. Afinal, ter um ar condicionado, por exemplo, já soluciona o problema", complementa o pesquisador da USP.

"Essa nova pesquisa, contudo, faz associações socioeconômicas e traz dados inéditos que podem ajudar a guiar políticas públicas."

Os autores da pesquisa avaliam que, apesar de ter matado mais de 48 mil brasileiros em duas décadas, as ondas de calor tem menos visibilidade e recebem menos atenção em comparação com outros eventos climáticos catastróficos.

"Mesmo com a alta mortalidade, as ondas de calor são desastres negligenciados no Brasil", diz Renata Libonati, da UFRJ e coautora do estudo.

"Em comparação a deslizamentos e enchentes, que apresentam grande impacto visual, o aumento de temperatura pode ser tido como invisível."

O levantamento calculou que ocorreram mais mortes por efeito de ondas de calor no Brasil do que por deslizamentos de terra, que costumam ocorrer por efeito de tempestades.

A referência para a comparação é uma pesquisa do ano passado do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) que chegou à conclusão de que, de 1988 a 2022, houve cerca de 4,1 mil mortes de brasileiros por deslizamentos em 269 municípios de 16 Estados.

O climatologista Carlos Nobre acrescenta outro motivo para desastres como alagamentos terem recebido maior atenção midiática do que as ondas de calor.

"Outros desastres climáticos causam mortes imediatamente, como em enchentes. Já o aumento da temperatura por vezes leva dias, semanas ou até meses para matar."

Segundo os autores do novo estudo brasileiro, o interesse global pelas consequências das ondas de calor aumentou após 2003. Carlos Nobre concorda com a conclusão, que é um consenso entre pesquisadores do campo.

Naquele ano, uma onda de calor atingiu a Europa, em particular a França, vitimando cerca de 70 mil pessoas durante o verão.

Desde então, segundo os cientistas escrevem no artigo publicado na Plos One, "a mega onda de calor do verão europeu de 2003 foi estudada profundamente".

Segundo um relatório conjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), divulgado no ano passado, o calor mata 15 milhões de pessoas ao ano em todo o mundo.

"Após o trauma de 2003, os países europeus passaram a adotar protocolos transversais de prevenção e combate, unindo defesa civil, meteorologia, sistemas de saúde e esforços de comunicação, o que tem mostrado resultados positivos", diz Libonati, da UFRJ.

Carlos Nobre, que também é ex-diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), indica que seria preciso começar pela implementação de sistemas de alertas de ondas de calor.

"Mortes por deslizamentos e alagamentos ocorrem, mas diminuem ano a ano, pelo sucesso de forças de prevenir e combater que o Brasil tem implementado, com mais de 4 mil pluviômetros espalhados por 1,2 mil cidades, monitorando pontos de maior risco."

Uma das medidas apresentadas pelo estudo lançado na Plos One é a instalação de sistemas similares para alertar a população sobre a chegada de ondas de calor.

"Se nada for feito nesse sentido, mortes por efeito das altas temperaturas, que poderiam ser prevenidas, vão aumentar ano a ano", conclui Nobre.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/c904q5ejd51o

Como os pesquisadores calcularam o número de vítimas das ondas de calor no Brasil, conforme mencionado no texto?

Alternativas
Respostas
2401: C
2402: C
2403: D
2404: B
2405: B
2406: A
2407: C
2408: B
2409: D
2410: D
2411: A
2412: B
2413: C
2414: A
2415: C
2416: A
2417: A
2418: C
2419: A
2420: A