Questões de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto para Concurso

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Q2568539 Português

“Esta vida é uma viagem pena eu estar só de passagem.”


(Paulo Leminski, La vie em close, 5ª ed., São Paulo: Brasiliense, 2000, p. 134.)

O poema de Paulo Leminski, apresentado acima, explora uma reflexão sobre a vida. Nesse contexto, o sentimento predominante do poeta é: 
Alternativas
Q2568538 Português
  O conceito de qualidade de vida é bastante diversificado, sendo possível encontrar diferentes definições na literatura. De acordo com a OMS, a qualidade de vida pode ser definida como “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Esse conceito é extremamente complexo e está relacionado com aspectos físicos, psicológicos, sociais, entre outros.

    De acordo com o conceito da OMS, a qualidade de vida está, portanto, relacionada, com questões físicas, como a presença de dor e a quantidade de sono diário, e com questões psicológicas, como imagem corporal, sentimentos negativos e autoestima. Também está relacionada com questões de mobilidade, dependência da utilização de medicamentos, relações pessoais, capacidade de trabalho, segurança física, recursos financeiros, disponibilidade de cuidados com a saúde, opções de lazer, transporte e, até mesmo, aspectos espirituais e crenças pessoais. A qualidade de vida é, portanto, um conceito bastante complexo e, como podemos ver, está relacionada, diretamente, com os conceitos de saúde e de bem-estar.


(Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/saude. Acesso em: 29 julho 2024.)
Segundo o texto, a qualidade de vida é diretamente relacionada a:
Alternativas
Q2568537 Português
  O conceito de qualidade de vida é bastante diversificado, sendo possível encontrar diferentes definições na literatura. De acordo com a OMS, a qualidade de vida pode ser definida como “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Esse conceito é extremamente complexo e está relacionado com aspectos físicos, psicológicos, sociais, entre outros.

    De acordo com o conceito da OMS, a qualidade de vida está, portanto, relacionada, com questões físicas, como a presença de dor e a quantidade de sono diário, e com questões psicológicas, como imagem corporal, sentimentos negativos e autoestima. Também está relacionada com questões de mobilidade, dependência da utilização de medicamentos, relações pessoais, capacidade de trabalho, segurança física, recursos financeiros, disponibilidade de cuidados com a saúde, opções de lazer, transporte e, até mesmo, aspectos espirituais e crenças pessoais. A qualidade de vida é, portanto, um conceito bastante complexo e, como podemos ver, está relacionada, diretamente, com os conceitos de saúde e de bem-estar.


(Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/saude. Acesso em: 29 julho 2024.)
Com base no texto, assinale a alternativa que apresenta um fator psicológico que pode influenciar a qualidade de vida.
Alternativas
Q2568536 Português
  O conceito de qualidade de vida é bastante diversificado, sendo possível encontrar diferentes definições na literatura. De acordo com a OMS, a qualidade de vida pode ser definida como “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Esse conceito é extremamente complexo e está relacionado com aspectos físicos, psicológicos, sociais, entre outros.

    De acordo com o conceito da OMS, a qualidade de vida está, portanto, relacionada, com questões físicas, como a presença de dor e a quantidade de sono diário, e com questões psicológicas, como imagem corporal, sentimentos negativos e autoestima. Também está relacionada com questões de mobilidade, dependência da utilização de medicamentos, relações pessoais, capacidade de trabalho, segurança física, recursos financeiros, disponibilidade de cuidados com a saúde, opções de lazer, transporte e, até mesmo, aspectos espirituais e crenças pessoais. A qualidade de vida é, portanto, um conceito bastante complexo e, como podemos ver, está relacionada, diretamente, com os conceitos de saúde e de bem-estar.


(Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/saude. Acesso em: 29 julho 2024.)
Com base nas informações do texto, assinale a alternativa que apresenta como a OMS aborda o conceito que define qualidade de vida.
Alternativas
Q2568478 Português
O evento Sustentabilidade Brasil tem por objetivo valorizar órgãos, conselhos e entidades ligadas ao meio ambiente, além de promover o diálogo interinstitucional em prol do desenvolvimento sustentável. O presidente da comissão de Rastreabilidade da CEASA (ES) foi o mediador da palestra e realizou a apresentação de abertura dos participantes.

(Disponível em: https://ceasa.es.gov.br/Not%C3%ADcia/ceasa-es-marca-presenca-no-evento-sustentabilidade-brasil. Acesso em: 31 jul. 2024.)


Em relação às ideias apresentadas no texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q2568474 Português
Alunos da Rede Estadual de ensino visitaram a unidade das Centrais de Abastecimento do Espírito Santo, em Cariacica. Durante a visita, vivenciaram de perto o dinamismo do mercado de alimentos ao observar o movimento da comercialização. A interação com os produtores rurais proporcionou uma visão ampla sobre os desafios e as oportunidades no setor agrícola capixaba.

(Disponível em: https://ceasa.es.gov.br/Not%C3%ADcia/ceasa-recebe-estudantes-para-visitacao-e-orientacao>. Acesso em: 30 jul. 2024, com adaptações.)

De acordo com o texto, é correto afirmar que:
Alternativas
Q2568411 Português
Manoel de Barros foi o poeta brasileiro que mais publicou livros – foram 34 ao todo. Sua escrita era comparada à de Guimarães Rosa, ganhou dois prêmios Jabuti, mas nada disso o lisonjeava. Cada vez que publicava um livro, fugia desonrado para o Pantanal, onde era abençoado por garças. A fazenda em que cresceu era seu universo predileto. Foi criado entre bichos de chão, pessoas humildes, aves, árvores e rios.

Manoel teve um ídolo: Bernardo, o capataz da fazenda, que enriquecia a natureza com sua incompletude. Manoel dizia que Bernardo era quase árvore. E que seu silêncio era tão alto que os passarinhos escutavam de longe. O capataz trabalhava na fazenda que Manoel tinha herdado e que o sustentava. Não apenas de dinheiro, mas também de poesia. Era lá que ele se alimentava do Pantanal.

O pantaneiro dizia que, do que escrevia, só 10% era mentira, o resto era imaginação. A frase ficou eternizada, dando nomes a peça de teatro e a documentário sobre ele. Recluso, Manoel não dava entrevistas. O ser biológico não interessava, só o letral, dizia.


(Guilherme Soares Dias, com adaptações)
[Questão Inédita] Segundo o texto, assinale a alternativa com a informação correta.
Alternativas
Q2568389 Português
De acordo com os conhecimentos em linguística, na oração: “o morro do cavalinho é perigoso e os garotos maldosos”, é incorreto afirmar:
Alternativas
Q2567975 Português

Leia o texto a seguir:

TEXTO 1

Se menopausa fosse em homens, ciência já teria agido


Somos muito tolerantes com as dores das mulheres, sejam elas físicas ou da alma – como se fosse possível haver distinção. Imagine você, caro leitor, que ao chegar perto dos cinquenta anos, em plena atividade profissional, surgissem insônia, queda de cabelo, ressecamento na pele, nos olhos e na mucosa dos genitais, infecções urinárias de repetição, sangramento genital com duas semanas de duração, sensação de inchaço, cólicas abdominais, fadiga, indisposição, diminuição da libido e dor nas relações sexuais [...].

Suponha que esse sofrimento viesse acompanhado de episódios aleatórios de calores na metade superior do corpo e de sudorese intensa, a ponto de o suor pingar do rosto e ensopar a camisa no meio de uma reunião no escritório ou numa festa de casamento, seguidos de frio intenso, que se repetissem várias vezes por dia, inclusive à noite, ocasiões em que você acordasse três ou quatro vezes para se livrar das cobertas, até vir um frio de bater os dentes mesmo com dois cobertores, inconvenientes que interrompessem o sono de sua mulher.

Imagine que, ao mesmo tempo, baixasse uma neblina cerebral que embotasse a memória, o raciocínio, a capacidade de fazer contas e de lembrar palavras e nomes de pessoas. E pior, que você entrasse num estado de irritação que comprometesse a harmonia familiar e profissional, a alegria de viver e deixasse você deprimido e incapaz de conter crises de choro inexplicáveis.

Suponha ainda que esses desconfortos levassem você ao médico e ele lhe dissesse que isso era "coisa de homem", que nada havia a fazer até o quadro regredir espontaneamente em alguns meses, quando na verdade poderia durar vários anos (os calores, por exemplo, chegam a permanecer por mais de dez anos; atendi senhoras de 70 anos que ainda se queixavam deles).

Sabe o que aconteceria, prezada leitora? A ciência já teria encontrado caminhos para combater esses problemas. Como eles se instalam apenas em mulheres, no entanto, o mundo científico só começou a se interessar por eles a partir dos anos 1990, quando a reposição hormonal entrou em voga. Ginecologistas, então, passaram a prescrevê-la de rotina para grande número de mulheres quando se aproximavam da menopausa. Alguns defendiam que se tornasse obrigatória a partir das primeiras irregularidades menstruais ou dos primeiros sintomas sugestivos. Os mais radicais recomendavam-na a partir dos 40 anos.

O balde de água fria veio com um estudo desenhado com metodologia hoje considerada imprecisa: o Women’s Health Initiative (WHI), coorte com mais de 160 mil americanas em menopausa. Publicado em 2002, os resultados mostraram que a reposição provocava um "aumento pequeno do risco de câncer de mama e de doenças cardiovasculares". Segundo os autores, no caso do câncer de mama, esse aumento era "muito pequeno": menos de 0,1% ao ano. Por outro lado, houve redução da perda óssea, do número de fraturas e da incidência de câncer de cólon.

Os resultados ganharam as primeiras páginas dos jornais. Como percepção de risco confunde pessoas não familiarizadas com estatísticas, a reposição caiu em descrédito. Mas veja: o aumento do risco de câncer de mama foi de 26%. Parece muito, não? Só que, dos 50 aos 60 anos, o risco de uma mulher desenvolvê-lo é de 2,33%. Aumentar 26% significa eleválo para 2,94%. Além do mais, esse risco só aumenta depois de cinco anos de tratamento. A mortalidade pela doença, avaliada 20 anos mais tarde, não mostra diferença em relação às que não tomaram hormônios.

Nos últimos anos, diversos estudos revelaram que a reposição prescrita hoje emprega doses muito mais baixas do que as prescritas no WHI e que os efeitos colaterais são menos problemáticos. Por exemplo; mulheres que retiraram o útero por alguma razão podem receber reposição apenas com estrogênio — sem progesterona. Nesses casos, a incidência de câncer de mama diminui.

Prezadíssima leitora, o que fazer com tantas informações, algumas das quais contraditórias? Discutir a reposição hormonal é um direito da mulher. É um tratamento capaz de aliviar sintomas muito desagradáveis, reativar a libido e melhorar a vida na menopausa. Não é pouco. 

E os problemas associados a ela? Precisam ser avaliados caso a caso por médicas e médicos informados, desses que não perderam o gosto de acompanhar a literatura científica.


Varella, Drauzio. Se menopausa fosse em homens, ciência já teria agido. 03 Mai. 2023. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2023/05/se-menopausa-fosse-em-homens-ciencia-ja-teria-agido.shtml. Acesso em 08 Out. 2023


Leia este texto: 

TEXTO 2

Com licença poética


Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

— dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


Prado, Adélia. Com licença poética. Bagagem (1976). Disponível em https://wp.ufpel.edu.br/aulusmm/2020/11/11/com-licenca-poetica-adeliaprado/. Acesso em 17 Out.2023. 

Tendo em vista a leitura dos textos 1 e 2 é CORRETO afirmar que: 
Alternativas
Q2567973 Português

Leia o texto a seguir:

TEXTO 1

Se menopausa fosse em homens, ciência já teria agido


Somos muito tolerantes com as dores das mulheres, sejam elas físicas ou da alma – como se fosse possível haver distinção. Imagine você, caro leitor, que ao chegar perto dos cinquenta anos, em plena atividade profissional, surgissem insônia, queda de cabelo, ressecamento na pele, nos olhos e na mucosa dos genitais, infecções urinárias de repetição, sangramento genital com duas semanas de duração, sensação de inchaço, cólicas abdominais, fadiga, indisposição, diminuição da libido e dor nas relações sexuais [...].

Suponha que esse sofrimento viesse acompanhado de episódios aleatórios de calores na metade superior do corpo e de sudorese intensa, a ponto de o suor pingar do rosto e ensopar a camisa no meio de uma reunião no escritório ou numa festa de casamento, seguidos de frio intenso, que se repetissem várias vezes por dia, inclusive à noite, ocasiões em que você acordasse três ou quatro vezes para se livrar das cobertas, até vir um frio de bater os dentes mesmo com dois cobertores, inconvenientes que interrompessem o sono de sua mulher.

Imagine que, ao mesmo tempo, baixasse uma neblina cerebral que embotasse a memória, o raciocínio, a capacidade de fazer contas e de lembrar palavras e nomes de pessoas. E pior, que você entrasse num estado de irritação que comprometesse a harmonia familiar e profissional, a alegria de viver e deixasse você deprimido e incapaz de conter crises de choro inexplicáveis.

Suponha ainda que esses desconfortos levassem você ao médico e ele lhe dissesse que isso era "coisa de homem", que nada havia a fazer até o quadro regredir espontaneamente em alguns meses, quando na verdade poderia durar vários anos (os calores, por exemplo, chegam a permanecer por mais de dez anos; atendi senhoras de 70 anos que ainda se queixavam deles).

Sabe o que aconteceria, prezada leitora? A ciência já teria encontrado caminhos para combater esses problemas. Como eles se instalam apenas em mulheres, no entanto, o mundo científico só começou a se interessar por eles a partir dos anos 1990, quando a reposição hormonal entrou em voga. Ginecologistas, então, passaram a prescrevê-la de rotina para grande número de mulheres quando se aproximavam da menopausa. Alguns defendiam que se tornasse obrigatória a partir das primeiras irregularidades menstruais ou dos primeiros sintomas sugestivos. Os mais radicais recomendavam-na a partir dos 40 anos.

O balde de água fria veio com um estudo desenhado com metodologia hoje considerada imprecisa: o Women’s Health Initiative (WHI), coorte com mais de 160 mil americanas em menopausa. Publicado em 2002, os resultados mostraram que a reposição provocava um "aumento pequeno do risco de câncer de mama e de doenças cardiovasculares". Segundo os autores, no caso do câncer de mama, esse aumento era "muito pequeno": menos de 0,1% ao ano. Por outro lado, houve redução da perda óssea, do número de fraturas e da incidência de câncer de cólon.

Os resultados ganharam as primeiras páginas dos jornais. Como percepção de risco confunde pessoas não familiarizadas com estatísticas, a reposição caiu em descrédito. Mas veja: o aumento do risco de câncer de mama foi de 26%. Parece muito, não? Só que, dos 50 aos 60 anos, o risco de uma mulher desenvolvê-lo é de 2,33%. Aumentar 26% significa eleválo para 2,94%. Além do mais, esse risco só aumenta depois de cinco anos de tratamento. A mortalidade pela doença, avaliada 20 anos mais tarde, não mostra diferença em relação às que não tomaram hormônios.

Nos últimos anos, diversos estudos revelaram que a reposição prescrita hoje emprega doses muito mais baixas do que as prescritas no WHI e que os efeitos colaterais são menos problemáticos. Por exemplo; mulheres que retiraram o útero por alguma razão podem receber reposição apenas com estrogênio — sem progesterona. Nesses casos, a incidência de câncer de mama diminui.

Prezadíssima leitora, o que fazer com tantas informações, algumas das quais contraditórias? Discutir a reposição hormonal é um direito da mulher. É um tratamento capaz de aliviar sintomas muito desagradáveis, reativar a libido e melhorar a vida na menopausa. Não é pouco. 

E os problemas associados a ela? Precisam ser avaliados caso a caso por médicas e médicos informados, desses que não perderam o gosto de acompanhar a literatura científica.


Varella, Drauzio. Se menopausa fosse em homens, ciência já teria agido. 03 Mai. 2023. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2023/05/se-menopausa-fosse-em-homens-ciencia-ja-teria-agido.shtml. Acesso em 08 Out. 2023

Nos primeiros parágrafos do texto de Drauzio Varella, os efeitos de sentido são basicamente construídos por um(a)  
Alternativas
Q2567972 Português

Leia o texto a seguir:

TEXTO 1

Se menopausa fosse em homens, ciência já teria agido


Somos muito tolerantes com as dores das mulheres, sejam elas físicas ou da alma – como se fosse possível haver distinção. Imagine você, caro leitor, que ao chegar perto dos cinquenta anos, em plena atividade profissional, surgissem insônia, queda de cabelo, ressecamento na pele, nos olhos e na mucosa dos genitais, infecções urinárias de repetição, sangramento genital com duas semanas de duração, sensação de inchaço, cólicas abdominais, fadiga, indisposição, diminuição da libido e dor nas relações sexuais [...].

Suponha que esse sofrimento viesse acompanhado de episódios aleatórios de calores na metade superior do corpo e de sudorese intensa, a ponto de o suor pingar do rosto e ensopar a camisa no meio de uma reunião no escritório ou numa festa de casamento, seguidos de frio intenso, que se repetissem várias vezes por dia, inclusive à noite, ocasiões em que você acordasse três ou quatro vezes para se livrar das cobertas, até vir um frio de bater os dentes mesmo com dois cobertores, inconvenientes que interrompessem o sono de sua mulher.

Imagine que, ao mesmo tempo, baixasse uma neblina cerebral que embotasse a memória, o raciocínio, a capacidade de fazer contas e de lembrar palavras e nomes de pessoas. E pior, que você entrasse num estado de irritação que comprometesse a harmonia familiar e profissional, a alegria de viver e deixasse você deprimido e incapaz de conter crises de choro inexplicáveis.

Suponha ainda que esses desconfortos levassem você ao médico e ele lhe dissesse que isso era "coisa de homem", que nada havia a fazer até o quadro regredir espontaneamente em alguns meses, quando na verdade poderia durar vários anos (os calores, por exemplo, chegam a permanecer por mais de dez anos; atendi senhoras de 70 anos que ainda se queixavam deles).

Sabe o que aconteceria, prezada leitora? A ciência já teria encontrado caminhos para combater esses problemas. Como eles se instalam apenas em mulheres, no entanto, o mundo científico só começou a se interessar por eles a partir dos anos 1990, quando a reposição hormonal entrou em voga. Ginecologistas, então, passaram a prescrevê-la de rotina para grande número de mulheres quando se aproximavam da menopausa. Alguns defendiam que se tornasse obrigatória a partir das primeiras irregularidades menstruais ou dos primeiros sintomas sugestivos. Os mais radicais recomendavam-na a partir dos 40 anos.

O balde de água fria veio com um estudo desenhado com metodologia hoje considerada imprecisa: o Women’s Health Initiative (WHI), coorte com mais de 160 mil americanas em menopausa. Publicado em 2002, os resultados mostraram que a reposição provocava um "aumento pequeno do risco de câncer de mama e de doenças cardiovasculares". Segundo os autores, no caso do câncer de mama, esse aumento era "muito pequeno": menos de 0,1% ao ano. Por outro lado, houve redução da perda óssea, do número de fraturas e da incidência de câncer de cólon.

Os resultados ganharam as primeiras páginas dos jornais. Como percepção de risco confunde pessoas não familiarizadas com estatísticas, a reposição caiu em descrédito. Mas veja: o aumento do risco de câncer de mama foi de 26%. Parece muito, não? Só que, dos 50 aos 60 anos, o risco de uma mulher desenvolvê-lo é de 2,33%. Aumentar 26% significa eleválo para 2,94%. Além do mais, esse risco só aumenta depois de cinco anos de tratamento. A mortalidade pela doença, avaliada 20 anos mais tarde, não mostra diferença em relação às que não tomaram hormônios.

Nos últimos anos, diversos estudos revelaram que a reposição prescrita hoje emprega doses muito mais baixas do que as prescritas no WHI e que os efeitos colaterais são menos problemáticos. Por exemplo; mulheres que retiraram o útero por alguma razão podem receber reposição apenas com estrogênio — sem progesterona. Nesses casos, a incidência de câncer de mama diminui.

Prezadíssima leitora, o que fazer com tantas informações, algumas das quais contraditórias? Discutir a reposição hormonal é um direito da mulher. É um tratamento capaz de aliviar sintomas muito desagradáveis, reativar a libido e melhorar a vida na menopausa. Não é pouco. 

E os problemas associados a ela? Precisam ser avaliados caso a caso por médicas e médicos informados, desses que não perderam o gosto de acompanhar a literatura científica.


Varella, Drauzio. Se menopausa fosse em homens, ciência já teria agido. 03 Mai. 2023. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2023/05/se-menopausa-fosse-em-homens-ciencia-ja-teria-agido.shtml. Acesso em 08 Out. 2023

Tendo em vista os dados estatísticos utilizados no 8º parágrafo, é CORRETO afirmar que 
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Q2567971 Português

Leia o texto a seguir:

TEXTO 1

Se menopausa fosse em homens, ciência já teria agido


Somos muito tolerantes com as dores das mulheres, sejam elas físicas ou da alma – como se fosse possível haver distinção. Imagine você, caro leitor, que ao chegar perto dos cinquenta anos, em plena atividade profissional, surgissem insônia, queda de cabelo, ressecamento na pele, nos olhos e na mucosa dos genitais, infecções urinárias de repetição, sangramento genital com duas semanas de duração, sensação de inchaço, cólicas abdominais, fadiga, indisposição, diminuição da libido e dor nas relações sexuais [...].

Suponha que esse sofrimento viesse acompanhado de episódios aleatórios de calores na metade superior do corpo e de sudorese intensa, a ponto de o suor pingar do rosto e ensopar a camisa no meio de uma reunião no escritório ou numa festa de casamento, seguidos de frio intenso, que se repetissem várias vezes por dia, inclusive à noite, ocasiões em que você acordasse três ou quatro vezes para se livrar das cobertas, até vir um frio de bater os dentes mesmo com dois cobertores, inconvenientes que interrompessem o sono de sua mulher.

Imagine que, ao mesmo tempo, baixasse uma neblina cerebral que embotasse a memória, o raciocínio, a capacidade de fazer contas e de lembrar palavras e nomes de pessoas. E pior, que você entrasse num estado de irritação que comprometesse a harmonia familiar e profissional, a alegria de viver e deixasse você deprimido e incapaz de conter crises de choro inexplicáveis.

Suponha ainda que esses desconfortos levassem você ao médico e ele lhe dissesse que isso era "coisa de homem", que nada havia a fazer até o quadro regredir espontaneamente em alguns meses, quando na verdade poderia durar vários anos (os calores, por exemplo, chegam a permanecer por mais de dez anos; atendi senhoras de 70 anos que ainda se queixavam deles).

Sabe o que aconteceria, prezada leitora? A ciência já teria encontrado caminhos para combater esses problemas. Como eles se instalam apenas em mulheres, no entanto, o mundo científico só começou a se interessar por eles a partir dos anos 1990, quando a reposição hormonal entrou em voga. Ginecologistas, então, passaram a prescrevê-la de rotina para grande número de mulheres quando se aproximavam da menopausa. Alguns defendiam que se tornasse obrigatória a partir das primeiras irregularidades menstruais ou dos primeiros sintomas sugestivos. Os mais radicais recomendavam-na a partir dos 40 anos.

O balde de água fria veio com um estudo desenhado com metodologia hoje considerada imprecisa: o Women’s Health Initiative (WHI), coorte com mais de 160 mil americanas em menopausa. Publicado em 2002, os resultados mostraram que a reposição provocava um "aumento pequeno do risco de câncer de mama e de doenças cardiovasculares". Segundo os autores, no caso do câncer de mama, esse aumento era "muito pequeno": menos de 0,1% ao ano. Por outro lado, houve redução da perda óssea, do número de fraturas e da incidência de câncer de cólon.

Os resultados ganharam as primeiras páginas dos jornais. Como percepção de risco confunde pessoas não familiarizadas com estatísticas, a reposição caiu em descrédito. Mas veja: o aumento do risco de câncer de mama foi de 26%. Parece muito, não? Só que, dos 50 aos 60 anos, o risco de uma mulher desenvolvê-lo é de 2,33%. Aumentar 26% significa eleválo para 2,94%. Além do mais, esse risco só aumenta depois de cinco anos de tratamento. A mortalidade pela doença, avaliada 20 anos mais tarde, não mostra diferença em relação às que não tomaram hormônios.

Nos últimos anos, diversos estudos revelaram que a reposição prescrita hoje emprega doses muito mais baixas do que as prescritas no WHI e que os efeitos colaterais são menos problemáticos. Por exemplo; mulheres que retiraram o útero por alguma razão podem receber reposição apenas com estrogênio — sem progesterona. Nesses casos, a incidência de câncer de mama diminui.

Prezadíssima leitora, o que fazer com tantas informações, algumas das quais contraditórias? Discutir a reposição hormonal é um direito da mulher. É um tratamento capaz de aliviar sintomas muito desagradáveis, reativar a libido e melhorar a vida na menopausa. Não é pouco. 

E os problemas associados a ela? Precisam ser avaliados caso a caso por médicas e médicos informados, desses que não perderam o gosto de acompanhar a literatura científica.


Varella, Drauzio. Se menopausa fosse em homens, ciência já teria agido. 03 Mai. 2023. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2023/05/se-menopausa-fosse-em-homens-ciencia-ja-teria-agido.shtml. Acesso em 08 Out. 2023

Pode-se compreender o título do texto “Se menopausa fosse em homem”, com 
Alternativas
Q2567965 Português

TEXTO 05

Censo da Educação Superior aponta que EAD cresceu 700% em 10 anos; média é de 171 alunos por professor na rede privada

Ministro da Educação, Camilo Santana, demonstrou preocupação com o aumento e afirmou haver necessidade de prezar

pela qualidade


Dados do Censo da Educação Superior divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) nesta terça-feira (10), mostram uma explosão da educação a distância (EAD) no Brasil. Segundo as estatísticas, o número de cursos na modalidade ofertados no país aumentou 700% nos últimos 10 anos, saindo de 1.148 em 2012 para 9.186 no ano passado.

O crescimento na oferta de cursos EAD tem sido registrado no país desde os anos 2000. O ritmo de criação de novos cursos aumentou a partir de 2018, impulsionado pela edição de um decreto do então presidente Michel Temer no ano anterior, que flexibilizou a abertura de polos de educação a distância no país. Desde então, houve um crescimento de 189,1% na oferta de cursos nessa modalidade.

Ainda de acordo com o MEC, considerando dados da rede privada, que detém a maior parte das matrículas de Ensino Superior no país, o ensino a distância apresenta uma expressiva quantidade de alunos por professor. Os dados mostram que o número de alunos por professor na EAD é mais de sete vezes maior do que no presencial. A média é de 171 alunos para cada professor nos cursos a distância e 22 estudantes por docente na modalidade presencial.

A análise é feita anualmente pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em instituições de ensino públicas e privadas. Nos últimos anos, o Censo da Educação Superior vem mostrando algumas tendências da etapa como o crescimento da EAD - sobretudo depois da pandemia de covid-19. A edição do ano passado mostrou que seis em cada 10 estudantes ingressaram no Ensino Superior na modalidade EAD. Durante a pandemia, o ensino presencial encolheu 28%.

O ministro da Educação, Camilo Santana, demonstrou preocupação com o aumento vertiginoso da EAD no Brasil. Segundo ele, o MEC vai aprimorar a regulação do setor, implementando novas diretrizes para qualificar os cursos a distância.

— Estou bastante preocupado primeiro com a qualidade desses cursos. Claro que facilita muito a vida do trabalhador, que tem que trabalhar, se deslocar. Temos de avaliar qual tipo de curso ofertado para boa formação do profissional que possa ser a distância — disse Santana.

Segundo o chefe da pasta da Educação, não se trata de "demonizar" o ensino a distancia:

— Ele é importante para facilitar a vida. Mas, quero prezar pela qualidade da oferta desses cursos.

Número de matrículas

O crescimento na quantidade de matrículas a distância é expressivo, passando de 1.113.850 em 2012 para 4.330.934 em 2022, um aumento de 289%. Apesar do aumento, o número de alunos na modalidade presencial ainda é ligeiramente maior do que na EAD: 5.112.663. A tendência de alta na educação a distância, no entanto, indica que esse modelo poderá superar em breve o ensino tradicional.

Desde 2019, o número de estudantes que ingressam no Ensino Superior a distância é superior à quantidade de pessoas que entram na modalidade presencial. Em 2022, dado mais recente, foram 3.100.556 novos ingressantes na EAD, um recorde. Enquanto isso, no presencial foram apenas 1.656.172 novos alunos.

Formação de professores

Outro ponto de preocupação do MEC é a formação de professores. Os dados do Censo mostraram que cerca de oito em cada 10 estudantes que entram em cursos de licenciatura optam pela modalidade a distância. Atualmente, 64% das matrículas nesses cursos são por EAD, o que demonstra que a maior parte dos professores de Educação Básica do país estão obtendo sua formação a distância.

— Não tenho dúvidas de que vamos ter desafios enormes em relação principalmente aos cursos de licenciatura — diz Camilo Santana.

O ministro destacou que dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) mais recentes mostraram que é preciso melhorar a qualidade dos cursos. Segundo o ministro, nessa perspectiva, o MEC vai reservar 40% das vagas remanescentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para licenciaturas.

— Precisamos rever, porque o último Enade já mostrou que todas licenciaturas numa escala de 0 a 10 estão abaixo de 5. Pedagogia tem 3,6 na escala de 0 a 10. E vamos aguardar o dado do novo Enade que será apresentado — explicou.

Presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Celso Niskier destacou o papel da EAD na ampliação do acesso de estudantes às universidades. A ABMES é uma das instituições que participa do grupo de trabalho do MEC a respeito da reformulação das regras para o setor.

— EAD é fundamental para democratizar o acesso à educação superior, sem ele nossas taxas não estariam crescendo, mas é necessário sempre que isso seja feito com uma qualidade importante. Conseguimos vencer a batalha da quantidade, agora nos cabe lutar pela qualidade — defendeu Niskier.

Consulta pública debaterá o avanço do EAD

Uma consulta pública será aberta pelo MEC para debater o tema. O Ministério da Educação avalia autorizar que as graduações em Direito, Enfermagem, Odontologia e Psicologia possam ser cursadas a distância (EAD). Conselhos representativos das classes, no entanto, são contrários à medida. Já entidades das instituições de ensino particulares são favoráveis à mudança.

— Nas universidades federais, 34% dos cursos EAD são nota 4 ou 5. Na privada, são 19%. É muito baixo o número de cursos EAD de nota 4 ou 5. Eu determinei realizar uma supervisão especial nos cursos a distância para rever todo o marco regulatório disso. A nossa preocupação não é o fato de ter um curso a distância, mas garantir qualidade nesse curso que está sendo oferecido para formação desse profissional. E é impossível determinados cursos serem feitos a distância nesse país — argumentou o ministro Camilo Santana.


Disponível em < https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao/ensino-superior/noticia/2023/10/censo-da-educacao-superior-aponta-que-ead-cresceu700-em-10-anos-media-e-de-171-alunos-por-professor-na-rede-privada-clnkufd2w003301h1vo91unzw.html>. Acesso em: 11 out. 2023 

Ao analisar o teor geral do texto e a seguinte afirmação do ministro “Não tenho dúvidas de que vamos ter desafios enormes em relação principalmente aos cursos de licenciatura”, é possível concluir que o ministro demonstra:
Alternativas
Q2567962 Português

TEXTO 05

Censo da Educação Superior aponta que EAD cresceu 700% em 10 anos; média é de 171 alunos por professor na rede privada

Ministro da Educação, Camilo Santana, demonstrou preocupação com o aumento e afirmou haver necessidade de prezar

pela qualidade


Dados do Censo da Educação Superior divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) nesta terça-feira (10), mostram uma explosão da educação a distância (EAD) no Brasil. Segundo as estatísticas, o número de cursos na modalidade ofertados no país aumentou 700% nos últimos 10 anos, saindo de 1.148 em 2012 para 9.186 no ano passado.

O crescimento na oferta de cursos EAD tem sido registrado no país desde os anos 2000. O ritmo de criação de novos cursos aumentou a partir de 2018, impulsionado pela edição de um decreto do então presidente Michel Temer no ano anterior, que flexibilizou a abertura de polos de educação a distância no país. Desde então, houve um crescimento de 189,1% na oferta de cursos nessa modalidade.

Ainda de acordo com o MEC, considerando dados da rede privada, que detém a maior parte das matrículas de Ensino Superior no país, o ensino a distância apresenta uma expressiva quantidade de alunos por professor. Os dados mostram que o número de alunos por professor na EAD é mais de sete vezes maior do que no presencial. A média é de 171 alunos para cada professor nos cursos a distância e 22 estudantes por docente na modalidade presencial.

A análise é feita anualmente pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em instituições de ensino públicas e privadas. Nos últimos anos, o Censo da Educação Superior vem mostrando algumas tendências da etapa como o crescimento da EAD - sobretudo depois da pandemia de covid-19. A edição do ano passado mostrou que seis em cada 10 estudantes ingressaram no Ensino Superior na modalidade EAD. Durante a pandemia, o ensino presencial encolheu 28%.

O ministro da Educação, Camilo Santana, demonstrou preocupação com o aumento vertiginoso da EAD no Brasil. Segundo ele, o MEC vai aprimorar a regulação do setor, implementando novas diretrizes para qualificar os cursos a distância.

— Estou bastante preocupado primeiro com a qualidade desses cursos. Claro que facilita muito a vida do trabalhador, que tem que trabalhar, se deslocar. Temos de avaliar qual tipo de curso ofertado para boa formação do profissional que possa ser a distância — disse Santana.

Segundo o chefe da pasta da Educação, não se trata de "demonizar" o ensino a distancia:

— Ele é importante para facilitar a vida. Mas, quero prezar pela qualidade da oferta desses cursos.

Número de matrículas

O crescimento na quantidade de matrículas a distância é expressivo, passando de 1.113.850 em 2012 para 4.330.934 em 2022, um aumento de 289%. Apesar do aumento, o número de alunos na modalidade presencial ainda é ligeiramente maior do que na EAD: 5.112.663. A tendência de alta na educação a distância, no entanto, indica que esse modelo poderá superar em breve o ensino tradicional.

Desde 2019, o número de estudantes que ingressam no Ensino Superior a distância é superior à quantidade de pessoas que entram na modalidade presencial. Em 2022, dado mais recente, foram 3.100.556 novos ingressantes na EAD, um recorde. Enquanto isso, no presencial foram apenas 1.656.172 novos alunos.

Formação de professores

Outro ponto de preocupação do MEC é a formação de professores. Os dados do Censo mostraram que cerca de oito em cada 10 estudantes que entram em cursos de licenciatura optam pela modalidade a distância. Atualmente, 64% das matrículas nesses cursos são por EAD, o que demonstra que a maior parte dos professores de Educação Básica do país estão obtendo sua formação a distância.

— Não tenho dúvidas de que vamos ter desafios enormes em relação principalmente aos cursos de licenciatura — diz Camilo Santana.

O ministro destacou que dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) mais recentes mostraram que é preciso melhorar a qualidade dos cursos. Segundo o ministro, nessa perspectiva, o MEC vai reservar 40% das vagas remanescentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para licenciaturas.

— Precisamos rever, porque o último Enade já mostrou que todas licenciaturas numa escala de 0 a 10 estão abaixo de 5. Pedagogia tem 3,6 na escala de 0 a 10. E vamos aguardar o dado do novo Enade que será apresentado — explicou.

Presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Celso Niskier destacou o papel da EAD na ampliação do acesso de estudantes às universidades. A ABMES é uma das instituições que participa do grupo de trabalho do MEC a respeito da reformulação das regras para o setor.

— EAD é fundamental para democratizar o acesso à educação superior, sem ele nossas taxas não estariam crescendo, mas é necessário sempre que isso seja feito com uma qualidade importante. Conseguimos vencer a batalha da quantidade, agora nos cabe lutar pela qualidade — defendeu Niskier.

Consulta pública debaterá o avanço do EAD

Uma consulta pública será aberta pelo MEC para debater o tema. O Ministério da Educação avalia autorizar que as graduações em Direito, Enfermagem, Odontologia e Psicologia possam ser cursadas a distância (EAD). Conselhos representativos das classes, no entanto, são contrários à medida. Já entidades das instituições de ensino particulares são favoráveis à mudança.

— Nas universidades federais, 34% dos cursos EAD são nota 4 ou 5. Na privada, são 19%. É muito baixo o número de cursos EAD de nota 4 ou 5. Eu determinei realizar uma supervisão especial nos cursos a distância para rever todo o marco regulatório disso. A nossa preocupação não é o fato de ter um curso a distância, mas garantir qualidade nesse curso que está sendo oferecido para formação desse profissional. E é impossível determinados cursos serem feitos a distância nesse país — argumentou o ministro Camilo Santana.


Disponível em < https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao/ensino-superior/noticia/2023/10/censo-da-educacao-superior-aponta-que-ead-cresceu700-em-10-anos-media-e-de-171-alunos-por-professor-na-rede-privada-clnkufd2w003301h1vo91unzw.html>. Acesso em: 11 out. 2023 

Considere o excerto “Ainda de acordo com o MEC, considerando dados da rede privada, que detém a maior parte das matrículas de Ensino Superior no país, o ensino a distância apresenta uma expressiva quantidade de alunos por professor” e assinale a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q2567961 Português

TEXTO 05

Censo da Educação Superior aponta que EAD cresceu 700% em 10 anos; média é de 171 alunos por professor na rede privada

Ministro da Educação, Camilo Santana, demonstrou preocupação com o aumento e afirmou haver necessidade de prezar

pela qualidade


Dados do Censo da Educação Superior divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) nesta terça-feira (10), mostram uma explosão da educação a distância (EAD) no Brasil. Segundo as estatísticas, o número de cursos na modalidade ofertados no país aumentou 700% nos últimos 10 anos, saindo de 1.148 em 2012 para 9.186 no ano passado.

O crescimento na oferta de cursos EAD tem sido registrado no país desde os anos 2000. O ritmo de criação de novos cursos aumentou a partir de 2018, impulsionado pela edição de um decreto do então presidente Michel Temer no ano anterior, que flexibilizou a abertura de polos de educação a distância no país. Desde então, houve um crescimento de 189,1% na oferta de cursos nessa modalidade.

Ainda de acordo com o MEC, considerando dados da rede privada, que detém a maior parte das matrículas de Ensino Superior no país, o ensino a distância apresenta uma expressiva quantidade de alunos por professor. Os dados mostram que o número de alunos por professor na EAD é mais de sete vezes maior do que no presencial. A média é de 171 alunos para cada professor nos cursos a distância e 22 estudantes por docente na modalidade presencial.

A análise é feita anualmente pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em instituições de ensino públicas e privadas. Nos últimos anos, o Censo da Educação Superior vem mostrando algumas tendências da etapa como o crescimento da EAD - sobretudo depois da pandemia de covid-19. A edição do ano passado mostrou que seis em cada 10 estudantes ingressaram no Ensino Superior na modalidade EAD. Durante a pandemia, o ensino presencial encolheu 28%.

O ministro da Educação, Camilo Santana, demonstrou preocupação com o aumento vertiginoso da EAD no Brasil. Segundo ele, o MEC vai aprimorar a regulação do setor, implementando novas diretrizes para qualificar os cursos a distância.

— Estou bastante preocupado primeiro com a qualidade desses cursos. Claro que facilita muito a vida do trabalhador, que tem que trabalhar, se deslocar. Temos de avaliar qual tipo de curso ofertado para boa formação do profissional que possa ser a distância — disse Santana.

Segundo o chefe da pasta da Educação, não se trata de "demonizar" o ensino a distancia:

— Ele é importante para facilitar a vida. Mas, quero prezar pela qualidade da oferta desses cursos.

Número de matrículas

O crescimento na quantidade de matrículas a distância é expressivo, passando de 1.113.850 em 2012 para 4.330.934 em 2022, um aumento de 289%. Apesar do aumento, o número de alunos na modalidade presencial ainda é ligeiramente maior do que na EAD: 5.112.663. A tendência de alta na educação a distância, no entanto, indica que esse modelo poderá superar em breve o ensino tradicional.

Desde 2019, o número de estudantes que ingressam no Ensino Superior a distância é superior à quantidade de pessoas que entram na modalidade presencial. Em 2022, dado mais recente, foram 3.100.556 novos ingressantes na EAD, um recorde. Enquanto isso, no presencial foram apenas 1.656.172 novos alunos.

Formação de professores

Outro ponto de preocupação do MEC é a formação de professores. Os dados do Censo mostraram que cerca de oito em cada 10 estudantes que entram em cursos de licenciatura optam pela modalidade a distância. Atualmente, 64% das matrículas nesses cursos são por EAD, o que demonstra que a maior parte dos professores de Educação Básica do país estão obtendo sua formação a distância.

— Não tenho dúvidas de que vamos ter desafios enormes em relação principalmente aos cursos de licenciatura — diz Camilo Santana.

O ministro destacou que dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) mais recentes mostraram que é preciso melhorar a qualidade dos cursos. Segundo o ministro, nessa perspectiva, o MEC vai reservar 40% das vagas remanescentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para licenciaturas.

— Precisamos rever, porque o último Enade já mostrou que todas licenciaturas numa escala de 0 a 10 estão abaixo de 5. Pedagogia tem 3,6 na escala de 0 a 10. E vamos aguardar o dado do novo Enade que será apresentado — explicou.

Presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Celso Niskier destacou o papel da EAD na ampliação do acesso de estudantes às universidades. A ABMES é uma das instituições que participa do grupo de trabalho do MEC a respeito da reformulação das regras para o setor.

— EAD é fundamental para democratizar o acesso à educação superior, sem ele nossas taxas não estariam crescendo, mas é necessário sempre que isso seja feito com uma qualidade importante. Conseguimos vencer a batalha da quantidade, agora nos cabe lutar pela qualidade — defendeu Niskier.

Consulta pública debaterá o avanço do EAD

Uma consulta pública será aberta pelo MEC para debater o tema. O Ministério da Educação avalia autorizar que as graduações em Direito, Enfermagem, Odontologia e Psicologia possam ser cursadas a distância (EAD). Conselhos representativos das classes, no entanto, são contrários à medida. Já entidades das instituições de ensino particulares são favoráveis à mudança.

— Nas universidades federais, 34% dos cursos EAD são nota 4 ou 5. Na privada, são 19%. É muito baixo o número de cursos EAD de nota 4 ou 5. Eu determinei realizar uma supervisão especial nos cursos a distância para rever todo o marco regulatório disso. A nossa preocupação não é o fato de ter um curso a distância, mas garantir qualidade nesse curso que está sendo oferecido para formação desse profissional. E é impossível determinados cursos serem feitos a distância nesse país — argumentou o ministro Camilo Santana.


Disponível em < https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao/ensino-superior/noticia/2023/10/censo-da-educacao-superior-aponta-que-ead-cresceu700-em-10-anos-media-e-de-171-alunos-por-professor-na-rede-privada-clnkufd2w003301h1vo91unzw.html>. Acesso em: 11 out. 2023 

No excerto “Dados do Censo da Educação Superior divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) nesta terça-feira (10), mostram uma explosão da educação a distância (EAD) no Brasil”, a parte em destaque pode ser reescrita, SEM ALTERAÇÃO DE SENTIDO, em:
Alternativas
Q2567928 Português


Programa Dignidade Menstrual. Menstruação sem tabu. Evento. Disponível em https://www.facebook.com/photo/?fbid=646478130822424&set=pcb.646478754155695. Acesso em 20 Out. 2023

As reticências, no início da imagem, simbolizam 
Alternativas
Q2567924 Português

TEXTO 01

Leia o texto a seguir:

Fadiga, depressão, irritabilidade, os dissabores da síndrome pré-menstrual 


Na coluna do dia 3 neste espaço, falei da desídia da sociedade e da medicina em relação aos sofrimentos da menopausa. [...] Nesta de hoje, vou mostrar que o mesmo acontece com a menstruação.
A medicina emprega um termo mais elaborado para o que o povo chama de TPM: transtorno disfórico pré-menstrual. Consideramos dentro da faixa de normalidade ciclos menstruais de 24 a 38 dias, com duração de até oito dias. Há, no entanto, um descompasso entre o que os médicos consideram ciclo "normal" e a percepção do que cada mulher considera normal para ela (e do que nós, homens, consideraríamos se o mesmo se passasse conosco).
Cerca de 77% das mulheres experimentam os dissabores da síndrome pré-menstrual, conjunto de sintomas que vão das cólicas, da fadiga, da indisposição e da sensação de inchaço aos transtornos disfóricos responsáveis pelos quadros de depressão, irritabilidade, ansiedade, labilidade emocional e desesperança.
Estudos anteriores já haviam demonstrado que esses distúrbios não se restringem a sintomas fugazes sem consequências, mas podem ser acompanhados de ideações suicidas nas mulheres neurobiologicamente sensíveis às flutuações hormonais.
Em 2018, foi publicado o inquérito inglês "Global Survey of Premenstrual Disorder", que entrevistou 3.153 mulheres na pré-menopausa, distribuídas em 56 países. Os resultados revelaram que uma em cada 20 apresentava sintomas debilitantes no decorrer do período pré-menstrual. Nelas, o diagnóstico do transtorno levava em média 12 anos para ser feito, depois de consultarem, em média, 6,15 médicos em busca de ajuda.
E o dado mais surpreendente: na análise detalhada de 591 pacientes com sintomas disfóricos, acompanhadas prospectivamente, 34% delas haviam tentado o suicídio durante um episódio do transtorno. Vamos lembrar que suicídio é a segunda causa de morte nas mulheres americanas na faixa de 10 a 34 anos.
Menstruar tantas vezes é fenômeno moderno. Nossas antepassadas não o faziam mais do que 40 ou 50 vezes na vida inteira. A menarca acontecia aos 17 anos e a menopausa ao redor dos 40 anos. Nesse intervalo nasciam oito, dez ou mais filhos, que eram amamentados por longos períodos, nos quais as menstruações ficavam suspensas.
Já a mulher moderna tem ao redor de 400 períodos menstruais no decorrer da vida fértil. A menarca acontece aos 12 anos e a menopausa lá pelos 50. As menstruações são interrompidas apenas ao engravidar e ao amamentar um ou dois filhos, por poucos meses. A periodicidade repetitiva dos ciclos prejudica o trabalho e interfere com a vida sexual, o ambiente familiar e os relacionamentos sociais.
Para agravar, a menstruação é acontecimento cercado de preconceitos, estigmas e vergonha. Ouvi vários ribeirinhos da região do rio Negro contarem que é perigoso transportar mulheres menstruadas nas canoas, para não despertar a ira dos botos-cor-de-rosa. Um senhor jurou que um deles se chocou com tamanha violência contra a canoa em que viajava com a família que todos foram jogados na água. Tudo por culpa de uma sobrinha menstruada.
Em muitas culturas e religiões, a menstruação é ligada à ideia de impureza. Segundo o Velho Testamento, a mulher permanece sete dias impura; para os muçulmanos ela não pode jejuar; em certas regiões rurais do Nepal e da China, as meninas, ao menstruarem, devem ser mantidas num cômodo de pau-a-pique fora de casa. Entre nós, os comentários a respeito do mau humor e da irritabilidade da mulher "naqueles dias" contribuem para desvalorizá-la em casa e no trabalho.
O menosprezo pelas queixas menstruais é a principal razão para o retardo no diagnóstico de endometriose, por exemplo, doença causada pelo crescimento e multiplicação de células do endométrio uterino em outros órgãos da pelve e até da cavidade torácica. As cólicas podem ser tão fortes que as pacientes vão parar no pronto-socorro para atendimento emergencial. Embora esse mal atinja de 5% a 10% das mulheres em pré-menopausa, o diagnóstico costuma levar anos e até décadas para ser feito — quando é feito.
Em meu curso de medicina não havia uma aula sequer sobre menstruação. Cinquenta anos mais tarde o descaso é o mesmo.

Varella, Drauzio. Fadiga, depressão, irritabilidade, os dissabores da síndrome pré-menstrual. 31 Mai. 2023. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2023/05/fadiga-depressao-irritabilidade-os-dissabores-da-sindrome-pre-menstrual.shtml. Acesso em 19 Out. 2023



TEXTO 02

Para que ninguém a quisesse

Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, das gavetas tirou todas as jóias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.

Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair.

Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras.

Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.

Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda.

À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos.

Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.

(COLASANTI, M. Um espinho de marfim. Porto Alegre: L&PM, 1999. p. 88-89) 


Tendo em vista a leitura dos textos 1 e 2 é CORRETO afirmar que: 
Alternativas
Q2567923 Português

TEXTO 01

Leia o texto a seguir:

Fadiga, depressão, irritabilidade, os dissabores da síndrome pré-menstrual 


Na coluna do dia 3 neste espaço, falei da desídia da sociedade e da medicina em relação aos sofrimentos da menopausa. [...] Nesta de hoje, vou mostrar que o mesmo acontece com a menstruação.
A medicina emprega um termo mais elaborado para o que o povo chama de TPM: transtorno disfórico pré-menstrual. Consideramos dentro da faixa de normalidade ciclos menstruais de 24 a 38 dias, com duração de até oito dias. Há, no entanto, um descompasso entre o que os médicos consideram ciclo "normal" e a percepção do que cada mulher considera normal para ela (e do que nós, homens, consideraríamos se o mesmo se passasse conosco).
Cerca de 77% das mulheres experimentam os dissabores da síndrome pré-menstrual, conjunto de sintomas que vão das cólicas, da fadiga, da indisposição e da sensação de inchaço aos transtornos disfóricos responsáveis pelos quadros de depressão, irritabilidade, ansiedade, labilidade emocional e desesperança.
Estudos anteriores já haviam demonstrado que esses distúrbios não se restringem a sintomas fugazes sem consequências, mas podem ser acompanhados de ideações suicidas nas mulheres neurobiologicamente sensíveis às flutuações hormonais.
Em 2018, foi publicado o inquérito inglês "Global Survey of Premenstrual Disorder", que entrevistou 3.153 mulheres na pré-menopausa, distribuídas em 56 países. Os resultados revelaram que uma em cada 20 apresentava sintomas debilitantes no decorrer do período pré-menstrual. Nelas, o diagnóstico do transtorno levava em média 12 anos para ser feito, depois de consultarem, em média, 6,15 médicos em busca de ajuda.
E o dado mais surpreendente: na análise detalhada de 591 pacientes com sintomas disfóricos, acompanhadas prospectivamente, 34% delas haviam tentado o suicídio durante um episódio do transtorno. Vamos lembrar que suicídio é a segunda causa de morte nas mulheres americanas na faixa de 10 a 34 anos.
Menstruar tantas vezes é fenômeno moderno. Nossas antepassadas não o faziam mais do que 40 ou 50 vezes na vida inteira. A menarca acontecia aos 17 anos e a menopausa ao redor dos 40 anos. Nesse intervalo nasciam oito, dez ou mais filhos, que eram amamentados por longos períodos, nos quais as menstruações ficavam suspensas.
Já a mulher moderna tem ao redor de 400 períodos menstruais no decorrer da vida fértil. A menarca acontece aos 12 anos e a menopausa lá pelos 50. As menstruações são interrompidas apenas ao engravidar e ao amamentar um ou dois filhos, por poucos meses. A periodicidade repetitiva dos ciclos prejudica o trabalho e interfere com a vida sexual, o ambiente familiar e os relacionamentos sociais.
Para agravar, a menstruação é acontecimento cercado de preconceitos, estigmas e vergonha. Ouvi vários ribeirinhos da região do rio Negro contarem que é perigoso transportar mulheres menstruadas nas canoas, para não despertar a ira dos botos-cor-de-rosa. Um senhor jurou que um deles se chocou com tamanha violência contra a canoa em que viajava com a família que todos foram jogados na água. Tudo por culpa de uma sobrinha menstruada.
Em muitas culturas e religiões, a menstruação é ligada à ideia de impureza. Segundo o Velho Testamento, a mulher permanece sete dias impura; para os muçulmanos ela não pode jejuar; em certas regiões rurais do Nepal e da China, as meninas, ao menstruarem, devem ser mantidas num cômodo de pau-a-pique fora de casa. Entre nós, os comentários a respeito do mau humor e da irritabilidade da mulher "naqueles dias" contribuem para desvalorizá-la em casa e no trabalho.
O menosprezo pelas queixas menstruais é a principal razão para o retardo no diagnóstico de endometriose, por exemplo, doença causada pelo crescimento e multiplicação de células do endométrio uterino em outros órgãos da pelve e até da cavidade torácica. As cólicas podem ser tão fortes que as pacientes vão parar no pronto-socorro para atendimento emergencial. Embora esse mal atinja de 5% a 10% das mulheres em pré-menopausa, o diagnóstico costuma levar anos e até décadas para ser feito — quando é feito.
Em meu curso de medicina não havia uma aula sequer sobre menstruação. Cinquenta anos mais tarde o descaso é o mesmo.

Varella, Drauzio. Fadiga, depressão, irritabilidade, os dissabores da síndrome pré-menstrual. 31 Mai. 2023. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2023/05/fadiga-depressao-irritabilidade-os-dissabores-da-sindrome-pre-menstrual.shtml. Acesso em 19 Out. 2023
Nos nono e décimo parágrafos, o autor utiliza o recurso da exemplificação. No texto 01, esse recurso expressa uma estratégia argumentativa que reforça 
Alternativas
Q2567922 Português

TEXTO 01

Leia o texto a seguir:

Fadiga, depressão, irritabilidade, os dissabores da síndrome pré-menstrual 


Na coluna do dia 3 neste espaço, falei da desídia da sociedade e da medicina em relação aos sofrimentos da menopausa. [...] Nesta de hoje, vou mostrar que o mesmo acontece com a menstruação.
A medicina emprega um termo mais elaborado para o que o povo chama de TPM: transtorno disfórico pré-menstrual. Consideramos dentro da faixa de normalidade ciclos menstruais de 24 a 38 dias, com duração de até oito dias. Há, no entanto, um descompasso entre o que os médicos consideram ciclo "normal" e a percepção do que cada mulher considera normal para ela (e do que nós, homens, consideraríamos se o mesmo se passasse conosco).
Cerca de 77% das mulheres experimentam os dissabores da síndrome pré-menstrual, conjunto de sintomas que vão das cólicas, da fadiga, da indisposição e da sensação de inchaço aos transtornos disfóricos responsáveis pelos quadros de depressão, irritabilidade, ansiedade, labilidade emocional e desesperança.
Estudos anteriores já haviam demonstrado que esses distúrbios não se restringem a sintomas fugazes sem consequências, mas podem ser acompanhados de ideações suicidas nas mulheres neurobiologicamente sensíveis às flutuações hormonais.
Em 2018, foi publicado o inquérito inglês "Global Survey of Premenstrual Disorder", que entrevistou 3.153 mulheres na pré-menopausa, distribuídas em 56 países. Os resultados revelaram que uma em cada 20 apresentava sintomas debilitantes no decorrer do período pré-menstrual. Nelas, o diagnóstico do transtorno levava em média 12 anos para ser feito, depois de consultarem, em média, 6,15 médicos em busca de ajuda.
E o dado mais surpreendente: na análise detalhada de 591 pacientes com sintomas disfóricos, acompanhadas prospectivamente, 34% delas haviam tentado o suicídio durante um episódio do transtorno. Vamos lembrar que suicídio é a segunda causa de morte nas mulheres americanas na faixa de 10 a 34 anos.
Menstruar tantas vezes é fenômeno moderno. Nossas antepassadas não o faziam mais do que 40 ou 50 vezes na vida inteira. A menarca acontecia aos 17 anos e a menopausa ao redor dos 40 anos. Nesse intervalo nasciam oito, dez ou mais filhos, que eram amamentados por longos períodos, nos quais as menstruações ficavam suspensas.
Já a mulher moderna tem ao redor de 400 períodos menstruais no decorrer da vida fértil. A menarca acontece aos 12 anos e a menopausa lá pelos 50. As menstruações são interrompidas apenas ao engravidar e ao amamentar um ou dois filhos, por poucos meses. A periodicidade repetitiva dos ciclos prejudica o trabalho e interfere com a vida sexual, o ambiente familiar e os relacionamentos sociais.
Para agravar, a menstruação é acontecimento cercado de preconceitos, estigmas e vergonha. Ouvi vários ribeirinhos da região do rio Negro contarem que é perigoso transportar mulheres menstruadas nas canoas, para não despertar a ira dos botos-cor-de-rosa. Um senhor jurou que um deles se chocou com tamanha violência contra a canoa em que viajava com a família que todos foram jogados na água. Tudo por culpa de uma sobrinha menstruada.
Em muitas culturas e religiões, a menstruação é ligada à ideia de impureza. Segundo o Velho Testamento, a mulher permanece sete dias impura; para os muçulmanos ela não pode jejuar; em certas regiões rurais do Nepal e da China, as meninas, ao menstruarem, devem ser mantidas num cômodo de pau-a-pique fora de casa. Entre nós, os comentários a respeito do mau humor e da irritabilidade da mulher "naqueles dias" contribuem para desvalorizá-la em casa e no trabalho.
O menosprezo pelas queixas menstruais é a principal razão para o retardo no diagnóstico de endometriose, por exemplo, doença causada pelo crescimento e multiplicação de células do endométrio uterino em outros órgãos da pelve e até da cavidade torácica. As cólicas podem ser tão fortes que as pacientes vão parar no pronto-socorro para atendimento emergencial. Embora esse mal atinja de 5% a 10% das mulheres em pré-menopausa, o diagnóstico costuma levar anos e até décadas para ser feito — quando é feito.
Em meu curso de medicina não havia uma aula sequer sobre menstruação. Cinquenta anos mais tarde o descaso é o mesmo.

Varella, Drauzio. Fadiga, depressão, irritabilidade, os dissabores da síndrome pré-menstrual. 31 Mai. 2023. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2023/05/fadiga-depressao-irritabilidade-os-dissabores-da-sindrome-pre-menstrual.shtml. Acesso em 19 Out. 2023
A partir dos dados apresentados nos quinto e sexto parágrafos do texto 01, conclui-se que 
Alternativas
Q2567796 Português
Leia o texto I abaixo que serve de referência para análise da questão.

'Como evitar as mudanças climáticas?': por que as buscas dos brasileiros pelo termo explodiram no Google

    As buscas dos brasileiros pelo termo ‘mudanças climáticas’ no Google quase dobraram no mês passado, em comparação com maio de 2023. Enquanto o país assistia à tragédia no Rio Grande do Sul escalar, iniciou-se também um movimento em busca de algumas respostas.
    Dentro deste tema, a pergunta ‘como evitar as mudanças climáticas?’ foi a mais buscada em maio, de acordo com uma análise exclusiva feita pelo Google Trends a pedido da BBC News Brasil.
    A análise revela que, enquanto em todo o país o termo ‘mudanças climáticas’ cresceu 90%, no Rio Grande do Sul, a procura por essas duas palavras cresceu 200%. Curiosamente, no Distrito Federal houve o mesmo registro de buscas registrado no estado gaúcho.
    Para Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), o levantamento aponta para o despertar da população para um tema emergencial. “É óbvio que caiu a ficha da população em geral de que estamos enfrentando uma situação de alto risco do ponto de vista da emergência climática”, afirma ele.
    “As pessoas indicam um problema e querem logo uma solução”, diz Artaxo. “Só que a resposta não é simples, nem trivial e nem imediata como a maior parte das pessoas gostaria que fosse”.

Fonte: www.bbc.com/portuguese/articles.
Marina Rossi. Da BBC News Brasil em São Paulo. 
Segundo o texto, é correto afirmar que:
Alternativas
Respostas
2581: C
2582: D
2583: C
2584: C
2585: C
2586: E
2587: D
2588: C
2589: D
2590: B
2591: A
2592: B
2593: B
2594: D
2595: A
2596: A
2597: C
2598: A
2599: D
2600: C