Questões de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto para Concurso

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Q2525181 Português

Muita lógica para nada?


1     Muitas pessoas, ao longo da história, já esbravejaram contra a tentativa de racionalização e organização do pensamento por meio da lógica. Desde Sócrates, que via os sofistas como um grupo que se aproveitava da argumentação para confundir o povo e distorcer a verdade, até os pós-modernos (que desacreditam da própria noção de verdade e da lógica), temos visto todo tipo de argumentação contra a argumentação. E dentre os muitos exemplos que existem nesse sentido, talvez uma das mais espirituosas seja essa frase de Dostoiévski:


2     O homem tem tal predileção por sistemas e deduções abstratas que está disposto a distorcer intencionalmente a verdade, a negar a evidência dos seus sentidos só para justificar sua lógica. (Dostoiévski)


3     Por mais que pareça estranho esse tipo de desapreço pelo racional, especialmente se o que nos define como seres humanos é justamente a capacidade de organizar o pensamento, é importante considerar que a descrença na lógica decorre muitas vezes da observação do uso da racionalização para distorcer a realidade ou ganhar debates fingindo a verdade a que não se tem. Uma das coisas que Nietzsche criticava na filosofia era justamente a quantidade gigantesca de autores que, fingindo agir em nome da razão, lutavam impiedosamente para defender suas paixões. Nada de errado com as paixões, obviamente, o problema é não assumir a real intenção da filosofia: se esconder atrás de argumentos lógicos apenas para convencer os leitores de crenças e desejos muito particulares.


4     Não acho que a lógica é um problema. Mas concordo que devemos ponderar sobre sua utilização, pensando especialmente sobre o fato de que, muitas vezes, a ausência de argumentos sistematizados pode trazer benefícios evidentes (e a arte é o melhor exemplo disso). Por outro lado, vale ponderar também sobre o fato de que a lógica por si só não é sinal de verdade. Afinal, um bom argumento é aquele que tem a forma correta, não o conteúdo. E quem estuda lógica (olha só a utilidade dela aqui) geralmente consegue perceber essa diferença.


Extraído de: https://marcosramon.net/posts/muita-logica-para-nada/

Sobre o desapreço pelo racional, fica evidente no texto que:
Alternativas
Q2525115 Português
Tempo

     Filtrava-se como se pudesse se esquivar da fúria do tempo. A fúria das horas. A fúria que aflora nas horas de solidão. Era inócua aos seus medos. Mas determinada diante dos seus objetivos.
     Costumava caminhar, e às vezes, percebendo ou não, deixava restos do que ficou e do que sonhava para trás. Pensava, inerte: e se eu voltar? Voltaria, se pudesse? Voltaria, se quisesse? Podia e, vez ou outra, queria. Mas o que ganharia? Não se constroem castelos com pedaços do que ficou. Do que se jogou, justamente por julgar, num momento de inspiração, um peso morto.
     Mas o medo do fim teve fim. Findou-se numa tarde em que o sol se apagou. Num lapso, faltou-lhe ar. Estranhamente, não um sorriso. O mundo veio abaixo. Mas ela não. Nem ela, nem sua pele, nem seus objetivos. O mundo em pó. E ela, só. Mas não tão só. Olhou ao redor. Figuras emergindo das cinzas escuras. Viu-se naqueles rostos. Naqueles olhos confiantes. Naqueles sorrisos de alívio. Pela primeira vez, não se sentiu ameaçada. A ameaça e o tempo não mais andavam de mãos dadas. Desatada, ela conseguiu enfim encarar o futuro.
     Naquele dia, fez as pazes com o tempo.

(MARTINZ, Juliano. Tempo. Corrosiva – crônicas corrosivas e gestos de amor, 2010.)
A crônica nos faz pensar que devemos fazer escolhas durante todo o tempo e que essas escolhas irão refletir no nosso futuro. Assinale, a seguir, o trecho em que indica o início de uma mudança para a personagem.
Alternativas
Q2525112 Português
Tempo

     Filtrava-se como se pudesse se esquivar da fúria do tempo. A fúria das horas. A fúria que aflora nas horas de solidão. Era inócua aos seus medos. Mas determinada diante dos seus objetivos.
     Costumava caminhar, e às vezes, percebendo ou não, deixava restos do que ficou e do que sonhava para trás. Pensava, inerte: e se eu voltar? Voltaria, se pudesse? Voltaria, se quisesse? Podia e, vez ou outra, queria. Mas o que ganharia? Não se constroem castelos com pedaços do que ficou. Do que se jogou, justamente por julgar, num momento de inspiração, um peso morto.
     Mas o medo do fim teve fim. Findou-se numa tarde em que o sol se apagou. Num lapso, faltou-lhe ar. Estranhamente, não um sorriso. O mundo veio abaixo. Mas ela não. Nem ela, nem sua pele, nem seus objetivos. O mundo em pó. E ela, só. Mas não tão só. Olhou ao redor. Figuras emergindo das cinzas escuras. Viu-se naqueles rostos. Naqueles olhos confiantes. Naqueles sorrisos de alívio. Pela primeira vez, não se sentiu ameaçada. A ameaça e o tempo não mais andavam de mãos dadas. Desatada, ela conseguiu enfim encarar o futuro.
     Naquele dia, fez as pazes com o tempo.

(MARTINZ, Juliano. Tempo. Corrosiva – crônicas corrosivas e gestos de amor, 2010.)
As palavras a seguir foram retiradas da crônica e possuem determinada similaridade, EXCETO uma; assinale-a. 
Alternativas
Q2525111 Português
Tempo

     Filtrava-se como se pudesse se esquivar da fúria do tempo. A fúria das horas. A fúria que aflora nas horas de solidão. Era inócua aos seus medos. Mas determinada diante dos seus objetivos.
     Costumava caminhar, e às vezes, percebendo ou não, deixava restos do que ficou e do que sonhava para trás. Pensava, inerte: e se eu voltar? Voltaria, se pudesse? Voltaria, se quisesse? Podia e, vez ou outra, queria. Mas o que ganharia? Não se constroem castelos com pedaços do que ficou. Do que se jogou, justamente por julgar, num momento de inspiração, um peso morto.
     Mas o medo do fim teve fim. Findou-se numa tarde em que o sol se apagou. Num lapso, faltou-lhe ar. Estranhamente, não um sorriso. O mundo veio abaixo. Mas ela não. Nem ela, nem sua pele, nem seus objetivos. O mundo em pó. E ela, só. Mas não tão só. Olhou ao redor. Figuras emergindo das cinzas escuras. Viu-se naqueles rostos. Naqueles olhos confiantes. Naqueles sorrisos de alívio. Pela primeira vez, não se sentiu ameaçada. A ameaça e o tempo não mais andavam de mãos dadas. Desatada, ela conseguiu enfim encarar o futuro.
     Naquele dia, fez as pazes com o tempo.

(MARTINZ, Juliano. Tempo. Corrosiva – crônicas corrosivas e gestos de amor, 2010.)
O trecho “Naquele dia, fez as pazes com o tempo.” (4º§) nos permite compreender que: 
Alternativas
Q2525110 Português
Tempo

     Filtrava-se como se pudesse se esquivar da fúria do tempo. A fúria das horas. A fúria que aflora nas horas de solidão. Era inócua aos seus medos. Mas determinada diante dos seus objetivos.
     Costumava caminhar, e às vezes, percebendo ou não, deixava restos do que ficou e do que sonhava para trás. Pensava, inerte: e se eu voltar? Voltaria, se pudesse? Voltaria, se quisesse? Podia e, vez ou outra, queria. Mas o que ganharia? Não se constroem castelos com pedaços do que ficou. Do que se jogou, justamente por julgar, num momento de inspiração, um peso morto.
     Mas o medo do fim teve fim. Findou-se numa tarde em que o sol se apagou. Num lapso, faltou-lhe ar. Estranhamente, não um sorriso. O mundo veio abaixo. Mas ela não. Nem ela, nem sua pele, nem seus objetivos. O mundo em pó. E ela, só. Mas não tão só. Olhou ao redor. Figuras emergindo das cinzas escuras. Viu-se naqueles rostos. Naqueles olhos confiantes. Naqueles sorrisos de alívio. Pela primeira vez, não se sentiu ameaçada. A ameaça e o tempo não mais andavam de mãos dadas. Desatada, ela conseguiu enfim encarar o futuro.
     Naquele dia, fez as pazes com o tempo.

(MARTINZ, Juliano. Tempo. Corrosiva – crônicas corrosivas e gestos de amor, 2010.)
Em “Filtrava-se como se pudesse se esquivar da fúria do tempo.” (1º§), o antônimo correto da palavra em destaque se refere a: 
Alternativas
Respostas
451: C
452: C
453: D
454: C
455: D