Questões de Português - Orações subordinadas adjetivas: Restritivas, Explicativas para Concurso

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Q794425 Português
As orações destacadas no trecho “Acontece, entretanto, que esse computador que é o corpo humano tem uma peculiaridade que o diferencia dos outros: o seu hardware, o corpo, é sensível às coisas que o seu software produz. Pois não é isso que acontece conosco? Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos do Drummond e o corpo fica excitado.” (linhas 41 a 44) são
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Q793278 Português
Texto 5
Planejando seu texto: falado e escrito
Vamos supor que começássemos a escrever usando a mesma variedade da língua que se usa na fala: chamei ela, a casa que eu moro, tá bem etc. Isso não significaria, em absoluto, que os textos escritos ficariam idênticos ao que vou chamar, por comodidade, de textos falados. Acontece que há outras diferenças, que acabam sendo mais importantes do que as diferenças gramaticais, e que são impossíveis de eliminar, porque não decorrem de convenção social, mas das limitações e recursos do meio empregado: a fala ou a escrita.
Para dar um exemplo: um leitor pode diminuir a velocidade de leitura, e pode reler um trecho se achar que não entendeu direito. Mas um ouvinte não tem esses recursos: se não entendeu, precisa pedir ao falante que repita - e não pode ficar fazendo isso o tempo todo, para não perturbar a própria situação de comunicação, e acabarem os dois se confundindo na conversa. Isso tem consequências para a estruturação do texto. Um autor pode escrever de maneira muito mais sintética, sem repetições e construindo suas frases em um plano amplo, como por exemplo:
O Durval, que toma conta da escola, saiu correndo atrás dos meninos da terceira série, que tinham ido para a rua, a fim de vigiá-los.
Essa frase funciona perfeitamente na escrita. Mas se for falada desse jeito - e principalmente se as outras frases do texto forem todas estruturadas assim - vai ficar difícil de entender. O ouvinte, que não pode voltar atrás, pode não se lembrar de quem é que vai "vigiar'; ou quem são "-los" ou quem é que tinha ido para a rua. Essa passagem apareceria (e, na verdade, apareceu) em um texto falado com a seguinte forma:
aí, saiu o Durval saiu correndo atrás dos menino, né, o que toma conta lá da escola, pra poder, saiu correndo atrás dos menino, poder tomar conta dos menino. Os menino tinha ido pra rua, menino da terceira série.
PERINI, Mário A. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. p. 65-67.
Considere os segmentos extraídos do texto 5. 1. "Isso não significaria, em absoluto' que os textos escritos ficariam idênticos ao que vou chamar, por comodidade, de textos falados" 2. "Acontece que há outras diferenças, que acabam sendo mais importantes do que as diferenças gramaticais, e que são impossíveis de eliminar, porque não decorrem de convenção social, mas das limitações e recursos do meio empregado: a fala ou a escrita" Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ). ( ) Em 1, a expressão "em absoluto" está funcionando como um modalizador epistêmico asseverativo, indicando que o autor demonstra comprometimento em seu argumento. ( ) Em 1, a expressão "por comodidade" está funcionando como um modalizador avaliativo, cujo escopo recai sobre todo o enunciado. ( ) Em 2, "porque" é um conector que estabelece uma relação lógico-semântica de causa e consequência relativamente ao evento representado no enunciado anterior. ( ) Em 2, o segmento "que acabam [...]diferenças gramaticais" é uma oração adjetiva explicativa, intercalada entre o sujeito e o predicado da oração principal. ( ) Em 2, o sintagma nominal "o meio empregado" estabelece uma remissão por referenciação catafórica. Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Alternativas
Q792855 Português

Você é um fisioterapeuta que faz parte do GRUPO dos 5%?

(1º§) Durante os meus 10 anos em sala de aula ensinando futuros fisioterapeutas percebo que Max Geringher está coberto de razão. Segue abaixo um texto muito importante aos fisioterapeutas. Este texto é muito interessante e por isso resolvi compartilhar ele com você. Ele fala sobre a lição dos 5%.

(2º§) Vamos ao ensinamento: Um velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio. Com grande dose de paciência tentou começar a aula pedindo um pouco mais de silêncio, mas ninguém daquela turma se preocupou em atendê-lo.

(3º§) Com certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente. Não adiantou muito, pois os alunos ignoraram a solicitação e continuaram firmes com a animada conversa dentro da sala de aula. Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e decidiu tomar uma atitude mais drástica.

(4º§) - Agora prestem atenção, porque eu vou falar isso uma única vez - disse, levantando a voz e um silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala e o professor continuou.

(5º§) - Desde que comecei a lecionar, isso já faz muito anos, descobri que nós professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.

(6º§) - O interessante é que esta porcentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção, notarão que de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; e podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais.

(7º§) - É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranquilo, sabendo ter investido nos melhores.

(8º§) - Mas, infelizmente, não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo, será capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto. Claro que cada um de vocês, sempre pode escolher a qual grupo pertencerá.

(9º§) - Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje.  

(10º§) Não é preciso dizer que o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu, após aquele discurso, foi devastador. Aliás, essa observação tocou fundo em todos aqueles alunos, pois a partir dali, aquela turma teve um comportamento exemplar, em todas as aulas.

(11º§) Hoje, certamente, há muitos que não lembram muita coisa destas aulas, mas a observação do professor, essa nunca mais esquecerão. Aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença na vida de muitos. De fato, podemos perceber que ele tinha razão e desde então, a maioria de seus alunos, fizeram de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não haveria como saber quem estava indo bem ou não; só o tempo mostraria a qual grupo cada um pertenceria no futuro próximo.

(12º§) A pergunta persiste: Você é um fisioterapeuta que faz parte do grupo dos 5%?

                    Max Gehringer é administrador de empresas e escritor, autor de diversos

                                                                    livros sobre carreiras e gestão empresarial. 

Sobre a estrutura do (2º§), analise as proposições seguintes:

I. No segmento: “Vamos ao ensinamento”, a combinação prepositiva é imposta pela regência verbal.

II. No trecho destacado do período: “Um velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio.”, temos duas orações subordinadas: uma substantiva e uma adverbial.

III. Em: “pedindo um pouco mais de silêncio”, temos oração subordinada reduzida de gerúndio.

IV. As palavras: “iria” e “preocupou” exemplificam estruturas com hiato.

V. A palavra: “paciência”; “silêncio” e “atendê-lo” pertencem à mesma regra de acentuação gráfica.

Marque SOMENTE as corretas.

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Q788738 Português
As orações que compõem o período: “Disciplina é liberdade; compaixão é fortaleza; ter bondade é ter coragem.” são
Alternativas
Q785597 Português

                                               TE

 De todas as coisas pequenas, estava ali a menor de todas que eu já tinha visto. Não porque ela sofresse dessas severas desnutrições africanas - embora passasse fome-, mas pelo que eu saberia dela depois.

Teria uns 4 anos de idade, estava inteiramente nua e suja, o nariz catarrento, o cabelo desgrenhado numa massa disforme, liso e sujo. Chorava alto, sentada no chão da sala escura. A casa de taipa tinha três cômodos pequenos. Isso que chamei de sala não passava de um espaço de 2 m por 2 m, sem janelas. Apenas a porta, aberta na parte de cima, jogava alguma luz no ambiente de teto baixo e chão batido.

Isso aconteceu na semana passada, num distrito de Sertânia, cidade a 350 km de Recife, no sertão de Pernambuco. A mãe e os outros seis filhos ficaram na porta a nos espreitar, os visitantes estranhos. O marido, carregador de estrume, ganhava R$ 20 por semana, o que somava R$ 80 por mês. Essa a renda do casal analfabeto. Nenhum dos sete filhos frequentava a escola. Não havia água encanada. Compravam a R$ 4 o tambor de 24 litros. 

O choro da menina seguia atrapalhando a conversa.

- Ei, por que você está chorando? perguntei, enfiando a cabeça no vão da porta. A menina não ouviu, largada no chão.

- Ei! Vem cá, eu vou te dar um presente - repeti. Ela olhou para mim pela primeira vez. Mas não se mexeu, ainda chorando.

- Como é o nome dela? - perguntei à mulher.

-A gente chama ela de Te  -disse, banguela.

-Te? Mas qual o nome dela?-insisti.

- A gente chama ela de Te, que ela ainda não foi batizada não.

- Como assim? Ela não tem nome? Não foi registrada no cartório?

- Não, porque eu ainda não fui atrás de fazer.

Te. Olhei de novo para a menina. Era a menor coisa do mundo, uma pessoa sem nome. Um nada. “Te” era antes da sílaba - era apenas um fonema, um murmúrio, um gemido. Entendi o choro, o soluço, o grito ininterrupto no meio da sala. A falta de nome impressionava mais do que a falta de todo o resto.

Te chorava de uma dor, de uma falta avassaladora. Só podia ser. Chorava de solidão, dessa solidão dos abandonados, dos que não contam para nada, dos que mal existem. Ela era o resultado concreto das políticas civilizadas (as econômicas, as sociais) e de todo o nosso comportamento animal: o de ir fazendo sexo e filhos como os bichos egoístas que somos, enfim.

Era como se aquele agrupamento humano (uma família?) vivesse num estágio qualquer pré- linguagem, em que nomear as coisas e as pessoas pouco importava. Rousseau diz que o homem pré-histórico não precisava falar para se alimentar. Não foi por causa da comida que surgiu a linguagem. “O fruto não desaparece de nossas mãos”, explica. Por isso não era necessário denominá-lo.

As primeiras palavras foram pronunciadas para exprimir o que não vemos, os sentimentos, as paixões, o amor, o ódio, a raiva, a comiseração. “Só chamamos as coisas por seus verdadeiros nomes quando as vemos em suas formas verdadeiras.” Só quando Te viu a coisa na minha mão se calou.

- Ei, Te, olha o que eu tenho para te dar!

Ela virou-se na minha direção. Fez-se um silêncio na sala. Era uma bala enrolada num papel verde, com letras vermelhas. Então ela se levantou, veio até a porta e pegou o doce, voltou para o mesmo lugar e recomeçou seu lamento.

Nem a bala serviu de consolo. Era tudo amargura. Só restava chorar, chorar e chorar por essa morte em vida, por essa falta de nome, essa desolação.

FELINTO, Marilene. Te. Folha de S. Paulo, São Paulo, 30 jan. 2001. Brasil, Cotidiano, p. C2.


Sobre a oração destacada em “As primeiras palavras foram pronunciadas para exprimir o QUE NÃO VEMOS” é correto afirmar que:
Alternativas
Respostas
791: B
792: C
793: C
794: D
795: D