Questões de Português - Ortografia para Concurso
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I. “Para nós é a vida de AÇÃO...” – como o termo destacado, grafa-se também “Ablação”.
II. “...e devemos encontrá-lo com muita CORAGEM e resolução.” – como o termo destacado, escreve-se também “Pagem”.
III. “...correr o risco de nos desgastarmos do que ENFERRUJARMOS.” – como o termo destacado, grafa-se também “Hereje”.
Está CORRETO o que se afirma em
Para nós é a vida de ação, da extenuante performance do dever; deixe-nos viver nos arreios, esforçando-nos vigorosamente; deixe-nos correr o risco de nos desgastarmos do que enferrujarmos.
Sobre Pontuação, assinale a alternativa CORRETA.
I. “...e ele volta para o último LUGAR e continua incentivando...” II. “...é aquela dos PÁSSAROS voando em formato de V...” III. “...que é incentivado pelos demais a vencer a FORÇA do vento contrário...” IV. “...IMAGEM que, para nós, melhor ilustra o papel do líder servidor...” V. “...tem sempre outro pássaro para substituí-lo no VÉRTICE do V...”
Sobre Ortografia, assinale a alternativa CORRETA.
Observe os itens abaixo e os termos neles destacados em maiúscula:
I. “Tanto a leitura quanto a escrita são PRÁTICAS sociais...”
II. “Afinal, não basta ler ou decodificar os CÓDIGOS LINGUÍSTICOS...”
III. “Para ALÉM disso, estudos apontam que o ato de ler é muito prazeroso...”
IV. “...livrarias ou mesmo contar HISTÓRIAS para eles.”
Em relação à Acentuação, está CORRETO o que se afirma na alternativa
Para responder à questão, leia atentamente o Texto I:
Texto I – Escutatória - Rubem Alves
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir.
Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil.
Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Filosofia é um monte de ideias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro: Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.
Daí a dificuldade:
A gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor...
Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.
Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração...
E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade.
No fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64.
Contou-me de sua experiência com os índios: reunidos os participantes, ninguém fala.
Há um longo, longo silêncio.
Vejam a semelhança...
Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio...
Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as ideias estranhas.
Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala.
Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos...
Pensamentos que ele julgava essenciais.
São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.
Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.
Primeira: fiquei em silêncio só por delicadeza.
Na verdade, não ouvi o que você falou.
Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala.
Falo como se você não tivesse falado.
Segunda: ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo.
É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou. E, assim vai a reunião.
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.
E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.
Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência...
E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.
A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.
No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.
Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia...
Que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio.
Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.
Fonte: ALVES, Rubens. Escutatória In: As melhores crônicas de Rubem Alves. São Paulo: Papirus, 2008.