Questões de Concurso Comentadas sobre parênteses em português

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Q630214 Português

      As artes plásticas apresentam-se a nós no espaço: recebemos uma impressão global antes de detectar os detalhes, pouco a pouco e em nosso ritmo próprio. A música, porém, baseia-se numa sucessão temporal, e exige uma memória alerta. Sendo assim, a música é uma arte cronológica, assim como a pintura é uma arte espacial. A música pressupõe, antes de tudo, certa organização do tempo, uma crononomia, se me permitem esse neologismo.

      As leis que regulam o movimento dos sons exigem a presença de um valor mensurável e constante: a métrica, elemento puramente material, através do qual o ritmo, elemento puramente formal, se realiza. Em outras palavras, a métrica resolve a questão de em quantas partes iguais será dividida a unidade musical que denominamos compasso, enquanto o ritmo resolve a questão de como essas partes iguais serão agrupadas dentro de um determinado compasso. [...]

      Vemos portanto que a métrica – já que intrinsecamente oferece apenas elementos de simetria, sendo inevitavelmente composta de quantidades iguais – é necessariamente utilizada pelo ritmo, cuja função é estabelecer a ordem no movimento dividindo as quantidades fornecidas pelo compasso.


(Fragmento extraído de Igor Stravinsky. Poética musical. Trad. Luiz Paulo Horta. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1996. p.35)

Com relação à pontuação empregada no texto, é correto afirmar:
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Q625153 Português

Texto

                            Os porquês da diversidade

      Das coisas mais marcantes da adolescência, minha memória traz os tempos de estudo e dúvidas sobre o futuro. De forma contrária às principais críticas que se ouve hoje, meus anos de Ensino Médio foram, sim, muito significativos para uma formação dita cidadã, e não só voltada aos vestibulares. Hoje trabalhando com educação, tenho plena consciência de que um ensino inovador pode surgir a partir de práticas consideradas tradicionais e que uma roda de conversa na escola pode ser tão ou mais revolucionária quanto qualquer aplicativo educacional. Percebo que o que torna o aluno socialmente engajado é a reflexão constante, a troca de experiências, a diversidade de conhecimentos e opiniões que ele aplica e vê aplicarem a um objeto de estudo, de forma digital ou analógica. [....]

      É disso que trata a educação: formar indivíduos engajados uns com os outros, socialmente e que saibam conviver. Está aí também a grande diferença da educação familiar, quando convivemos apenas com nossos pares. A escola nos permite entrar em contato de forma sistemática com outros mundos, outros olhares, outros saberes, opiniões diferentes das nossas, culturas até então desconhecidas. É o convívio com professores e colegas que nos dá suporte para refletir sobre nossas posições, sermos questionados sobre opiniões divergentes e, assim, pensarmos num projeto de vida de forma plena.

                                      (Ivan Aguirra, Educatrix, Moderna, ano 5, nº 9 2015.) 

No segmento “É disso que trata a educação: [formar indivíduos engajados socialmente e que saibam conviver]”.

Colocando o segmento entre colchetes em forma paralelística, teríamos:

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Q622577 Português
Assinale a opção em que a pontuação permanece correta, apesar de ter sido modificada.
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Q621199 Português

BANANAS SE COMEM; VOTOS, NÃO

Clóvis Rossi, Folha de São Paulo 

            Comer a banana atirada ao campo por um descerebrado pode ter sido uma atitude inteligente do lateral Daniel Alves, do Barcelona, para repudiar o racismo. 

           Mas é muito pouco para enfrentar essa praga. Mais relevante foi a atitude da NBA (a Associação Nacional de Basquete norte-americana) de expulsar do esporte o dono do Los Angeles Clippers, flagrado em comentários racistas. 

            Esse episódio, mais que o de Daniel Alves, revela a profundidade do sentimento racista enraizado em fatias significativas da sociedade – e não só nos Estados Unidos.

           Convém lembrar que jogadores negros foram admitidos na NBA faz apenas meio século ou pouco mais (desde 1955), o que significa que a discriminação racial invadiu mais da metade do século 20. Esse passado está tão presente que o dono do LA Clippers consegue ter sentimentos infames em um esporte em que são negros, hoje, três de cada quatro jogadores, pouco mais ou pouco menos.

           No esporte, ainda é possível combater o racismo com atitudes como a de Daniel Alves e/ou punições como a da NBA ou a do Villareal, que expulsou de seu quadro de sócios o descerebrado que atirou a banana.

            O que incomoda mais é que, na política, não se podem comer votos, ao contrário da banana. 

            No Reino Unido, sociedade das mais multirraciais da Europa, William Henwood, candidato do Ukip (Partido pela Independência do Reino Unido, na sigla em inglês) às eleições europeias deste mês, mandou o ator Lenny Henry, negro, emigrar "para um país negro", só porque Henry se queixou de que a BBC dá pouco espaço, em seus programas, a representantes de minorias. 

           Parênteses: é uma queixa que poderia ser feita também no Brasil, por mais que, na novela das nove agora no ar pela Globo, haja um número razoável de atores e atrizes negras –e em papéis que não são, na maioria, de "escravos" modernos. 

        Voltando ao Reino Unido: a frase de seu candidato fez o Ukip perder votos? Ao contrário: a pesquisa mais recente de intenção de votos lhe dá o primeiro lugar, com 31% das preferências, três pontos à frente dos trabalhistas e a 12 dos conservadores. 

        Também na França, outro país multirracial, a Frente Nacional, xenófoba, lidera as pesquisas para o pleito europeu. 

        É verdade que se deve dar um desconto para esses resultados desalentadores: como o Parlamento Europeu tem pouca incidência sobre o cotidiano dos cidadãos de cada país, estes descontam suas frustrações votando em partidos "outsiders" nessa ocasião, mas não lhes dão maioria nem nada parecido nas eleições nacionais.

        Mesmo com essa ressalva, parece valer para o mundo a frase que o historiador Joel Rufino dos Santos usou para falar do episódio Daniel Alves, em artigo para esta Folha: "A vergonha de ser racista é que acabou, ou está acabando".

        Só a educação para a convivência pode mudar o cenário, o que não está à vista: recente pesquisa da CBS mostrou que 46% dos norte-americanos acham que discriminação racial sempre existirá.

Ao iniciar um parágrafo pela palavra “parênteses”, o autor do texto quer mostrar que o texto do parágrafo tem a seguinte função:
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Q614903 Português
      Nasci na Rua Faro, a poucos metros do Bar Joia, e, muito antes de ir morar no Leblon, o Jardim Botânico foi meu quintal. Era ali, por suas aleias de areia cor de creme, que eu caminhava todas as manhãs de mãos dadas com minha avó. Entrávamos pelo portão principal e seguíamos primeiro pela aleia imponente que vai dar no chafariz. Depois, íamos passear à beira do lago, ver as vitórias-régias, subir as escadarias de pedra, observar o relógio de sol. Mas íamos, sobretudo, catar mulungu.

      Mulungu é uma semente vermelha com a pontinha preta, bem pequena, menor do que um grão de ervilha. Tem a casca lisa, encerada, e em contraste com a pontinha preta seu vermelho é um vermelho vivo, tão vivo que parece quase estranho à natureza. É bonita. Era um verdadeiro prêmio conseguir encontrar um mulungu em meio à vegetação, descobrir de repente a casca vermelha e viva cintilando por entre as lâminas de grama ou no seio úmido de uma bromélia. Lembro bem com que alegria eu me abaixava e estendia a mão para tocar o pequeno grão, que por causa da ponta preta tinha uma aparência que a mim lembrava vagamente um olho.

      Disse isso à minha avó e ela riu, comentando que eu era como meu pai, sempre prestava atenção nos detalhes das coisas. Acho que já nessa época eu olhava em torno com olhos mínimos. Mas a grandeza das manhãs se media pela quantidade de mulungus que me restava na palma da mão na hora de ir para casa. Conseguia às vezes juntar um punhado, outras vezes apenas dois ou três. E é curioso que nunca tenha sabido ao certo de onde eles vinham, de que árvore ou arbusto caíam aquelas sementes vermelhas. Apenas sabíamos que surgiam no chão ou por entre as folhas e sempre numa determinada região do Jardim Botânico.

      Mas eu jamais seria capaz de reconhecer uma árvore de mulungu. Um dia, procurei no dicionário e descobri que mulungu é o mesmo que corticeira e que também é conhecido pelo nome de flor-de-coral. ''Árvore regular, ornamental, da família das leguminosas, originária da Amazônia e de Mato Grosso, de flores vermelhas, dispostas em racimos multifloros, sendo as sementes do fruto do tamanho de um feijão (mentira!), e vermelhas com mácula preta (isto, sim)'', dizia.

      Mas há ainda um outro detalhe estranho – é que não me lembro de jamais ter visto uma dessas sementes lá em casa. De algum modo, depois de catadas elas desapareciam e hoje me pergunto se não era minha avó que as guardava e tornava a despejá-las nas folhagens todas as manhãs, sempre que não estávamos olhando, só para que tivéssemos o prazer de encontrá-las. O fato é que não me sobrou nenhuma e elas ganharam, talvez por isso, uma aura de magia, uma natureza impalpável. Dos mulungus, só me ficou a memória − essa memória mínima.

(Adaptado de: SEIXAS, Heloísa. Semente da Memória. Disponível em: http://heloisaseixas.com.br) 
Com respeito à pontuação, atente para as seguintes afirmações:

I. Na frase Conseguia às vezes juntar um punhado, outras vezes apenas dois ou três (3° parágrafo), pode-se acrescentar uma vírgula imediatamente antes de apenas, mantendo-se a correção e o sentido.

II. No 4° parágrafo, os parênteses indicam juízos da escritora, que, portanto, não constam da definição encontrada no dicionário.

III. No segmento O fato é que não me sobrou nenhuma e elas ganharam, talvez por isso... (5° parágrafo), pode-se acrescentar uma vírgula imediatamente antes de "e", sem prejuízo para a correção e o sentido.

Está correto o que consta em 
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Q610537 Português
Texto

                           Museu homenageia a língua

      O Museu de Língua Portuguesa é o único espaço do mundo totalmente dedicado a um idioma. Localizado no prédio da Estação da Luz, restaurado recentemente, no centro histórico da cidade [de São Paulo] com mais falantes de português do mundo, o museu tem como atração, exclusivamente, a língua. No primeiro andar do prédio, o museu apresenta uma exposição temporária. O segundo andar do museu tem um telão que preenche um longo corredor, onde são projetados vídeos sobre o cotidiano da língua. No centro da sala, totens luminosos destacam os principais idiomas que contribuíram para a língua tal como é falada no Brasil hoje.

                                         (Adaptado. Graziela Beting, SP, Duetto Editorial
Na 4ª linha do texto, o termo “de São Paulo" aparece entre colchetes porque
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Q607993 Português
Congresso aprova gasto de 10% do PIB em educação

   O PNE (Plano Nacional de Educação) estabelece 20 metas a serem cumpridas nos próximos dez anos. Entre as diretrizes, estão a erradicação do analfabetismo; o aumento de vagas em creches, no ensino médio, no profissionalizante e nas universidades públicas; a universalização do atendimento escolar para crianças de 4 a 5 anos e a oferta de ensino em tempo integral para, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica. Em pelo menos dois pontos o PNE já deve causar mudanças profundas na educação: a inclusão de todas as crianças de 4 a 5 anos nas escolas e a valorização do magistério.  
    O PNE também vai assegurar a valorização dos professores. O PNE poderá equiparar o piso inicial dos professores com os dos arquitetos, engenheiros e médicos, o que equivaleria hoje a cerca de R$ 3,6 mil reais de piso. 
    O plano prevê que até 2024, o investimento em educação crescerá gradativamente, atingindo o equivalente a 10% do PIB ao ano – quase o dobro do aplicado atualmente (5,3%). Em 2019, no quinto ano de vigência do plano, o valor já deverá ser de 7% do PIB.  
    O texto diz ainda que parte dos recursos previstos poderá ser utilizada para incentivo e isenção fiscal para escolas e faculdades privadas que concedem bolsas de estudo, assim como os subsídios concedidos em programas de financiamento estudantil e as bolsas de estudos concedidas no Brasil e no exterior. Em outras palavras, os recursos poderão ser utilizados em programas como Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Ciência sem Fronteiras. 

(Disponível em: http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/142292/Congresso-aprova-gasto-de-10-do-PIB-em-educa%C3%A7%C3%A3o.htm. Adaptado.) 
No trecho “O PNE (Plano Nacional de Educação) estabelece 20 metas a serem cumpridas nos próximos dez anos.” (1º§), os parênteses foram utilizados para
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Q606285 Português
 Apenas 60% do lixo do Brasil terá destino correto em 2014
Estimativa da Abrelpe garante que, se o Brasil não acelerar o ritmo das mudanças no setor de gestão de resíduos sólidos, cerca de 40% do lixo produzido pela população continuará a ser descartado de forma incorreta em 2014, quando vence o prazo dado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos para que as cidades acabem com os lixões.
A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apresentou estimativa que revela que o Brasil ainda deixa muito a desejar quando o assunto é a gestão de resíduos sólidos.
Segundo a avaliação, o país avança lentamente no setor e, se não acelerar o ritmo, terá apenas 60% de seu lixo sendo destinado corretamente em 2014 ‒ ano em que, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), todos os municípios brasileiros deveriam estar com seus lixões desativados e substituídos por aterros sanitários.
Ainda segundo a estimativa da Abrelpe, no ritmo em que está, o Brasil só vai conseguir universalizar a coleta de resíduos urbanos em 2020 ou mais. “A perspectiva da Abrelpe leva em conta as médias nacionais de gestão de resíduos. O Brasil é um país continental e as diferenças regionais são gritantes nesse setor, o que significa que o processo de universalização da coleta de resíduos urbanos pode atrasar ainda mais", explica Carlos Silva Filho, diretor executivo da Associação.
Divulgado em maio, o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2012 apontou que o país deu destino incorreto a quase 24 milhões de toneladas de lixo no ano passado, o que equivale a 168 estádios do Maracanã lotados.
(SPITZCOVSKY, Débora. Disponível em: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/lixo‐brasil‐destino‐incorreto‐2014‐lixoes‐residuossolidos‐743246.shtml. Acesso em: 13/01/2015. Adaptado.)
No trecho “A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apresentou estimativa que revela que o Brasil ainda deixa muito a desejar quando o assunto é a gestão de resíduos sólidos." (2º§), os parênteses foram utilizados para
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Q599676 Português
Abstinência.com 
Sem acesso à rede, viciados em internet se sentem irritados, tristes e mal-humorados 

        Checar email, ler notícia, conferir as redes sociais, passar por blogs, descobrir novos tumblrs. Uma rotina virtual agitada não é novidade para a maioria dos usuários de internet mundo afora. Só que nem todos agem com naturalidade quando precisam ficar horas longe de uma conexão. Uma pesquisa realizada pelas universidades de Swansea, no Reino Unido, e Milão, na Itália, mostra que pessoas viciadas em internet podem manifestar sintomas de abstinência quando o acesso à rede é restrito. Exatamente como acontece com dependentes químicos.
    O trabalho envolveu 60 voluntários com idade entre 22 e 28 anos. Eles passaram 15 minutos navegando por seus sites preferidos e, depois, responderam a questionários que avaliavam seu humor e nível de ansiedade. Aqueles classificados em testes psicológicos como dependentes apresentaram irritação, mau humor e sentimentos depressivos. “Em todos os tipos de vício, surgem sensações negativas quando o efeito da substância cessa ou o comportamento é interrompido. Esse é um dos sintomas da abstinência”, explica Phil Reed, professor do departamento de psicologia da Universidade Swansea.
        
Embora não seja oficialmente reconhecida como doença, a dependência de internet preocupa os profissionais de saúde. O novo volume do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria, que deve sair ainda este ano e é a principal referência na área, inclui o transtorno em seu apêndice e atenta para o crescimento do problema. “Estudos apontam que 10% dos usuários de internet são dependentes. Só no Brasil, isso corresponde a 8 milhões de pessoas”, estima o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Mas, de maneira geral, ainda falta consciência de que o vício é um problema de saúde”, conclui.
Julliane Silveira, Galileu, Ed. 262, maio de 2013
“Uma pesquisa realizada pelas universidades de Swansea, no Reino Unido, e Milão, na Itália, mostra que pessoas viciadas em internet podem manifestar sintomas de abstinência quando o acesso à rede é restrito. Exatamente como acontece com dependentes químicos.”

Assinale a alternativa em que as alterações na pontuação resultaram em mudança no sentido do texto.
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Q596877 Português
      Por volta de 1968, impressionado com a quantidade de bois que Guimarães Rosa conduzia do pasto ao sonho, julguei que o bom mineiro não ficaria chateado comigo se usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi, só um boi.

      Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade, que morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não podia então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que chegara a ver em sua infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra publicada de Guimarães Rosa, e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de colocar o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse que era um poema panfletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?

      Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exatamente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria capaz de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mundo completamente estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o chão duro e escaldante, perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-se dos bêbados e dos carros, sem saber muito bem onde ele entrava nessa história toda de opressores e oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante dos donos do poder se configurasse no berro imenso desse boi de literatura, e o meu coração, ou minha índole, ficasse para sempre marcado por esse poderoso símbolo de resistência.

      Fez muito sucesso, entre os colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o velho caderno com o velho poema. Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias vezes em outros poemas; e o meu boi no asfalto ainda me enche de luz, transformado em minha própria estrela.

(Adaptado de: GUERRA, Luiz, "Boi no Asfalto", Disponível em: www.recantodasletras.com.br. Acessado em: 29/10/2015) 
Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exatamente isso o que eu queria... (3° parágrafo)

Mantendo-se a correção, uma pontuação alternativa para o trecho acima encontra-se em:
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Q579864 Português

                  

Julgue o próximo item, a respeito das ideias e estruturas linguísticas do texto Os territórios inteligentes

No primeiro parágrafo do texto, os travessões foram utilizados para separar informação de caráter explicativo e, sem prejuízo da correção gramatical, podem ser substituídos por parênteses, desde que suprimida a vírgula empregada logo após o segundo travessão.
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Q577339 Português

                                  Problemas das grandes cidades

      A urbanização se intensificou com a expansão das atividades industriais, fato que atraiu (e ainda atrai) milhões de pessoas para as cidades. Esse fenômeno provocou mudanças drásticas na natureza, desencadeando diversos problemas ambientais, como poluições, desmatamento, redução da biodiversidade, mudanças climáticas, produção de lixo e de esgoto, entre outros.

                                                                                                                          (Mundo Educação)

“...fato que atraiu (e ainda atrai) milhões de pessoas para as cidades”.

As palavras entre parênteses mostram

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Q576055 Português
Leia atentamente o texto abaixo.


                          .Imagem associada para resolução da questão

 Sobre o uso da pontuação, assinale a opção incorreta.


Alternativas
Q576051 Português
Leia atentamente o texto abaixo.

                            Imagem associada para resolução da questão

 Indique a opção incorreta no que diz respeito às estruturas linguísticas do texto.


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Ano: 2015 Banca: NUCEPE Órgão: FMS Prova: NUCEPE - 2015 - FMS - Técnico em Enfermagem |
Q575143 Português

                                                     PARA AS TEENS, DIU

            Novas diretrizes da Academia Americana de Pediatria apontam o dispositivo intrauterino

                         como um dos melhores métodos contraceptivos para as adolescentes

    Gravidez indesejada é ruim em qualquer idade. Mas na adolescência os impactos são ainda maiores e mais duradouros. Quer um exemplo? Quando descobrem que estão grávidas, muitas jovens interrompem os estudos - o que afetará as oportunidades econômicas e sociais tanto delas como de seus filhos. Sem falar que uma adolescente de 15 anos corre cinco vezes mais risco de morrer no parto do que uma mulher cinco anos mais velha.

    A contracepção deveria, portanto, receber uma atenção extra nessa faixa etária - mas não é o que ocorre. Enquanto 60% das mulheres com mais de 30 anos usam algum método contraceptivo, entre as jovens de 15 a 24 anos esse índice cai para 22%, segundo dados do Fundo de População das Nações Unidas. Mesmo quando há acesso, as questões típicas da idade interferem no uso. Tomar pílula todo dia requer disciplina. Exigir camisinha a cada relação sexual demanda autoconfiança - tanto dela quanto dele. Qual a melhor forma de se prevenir?

     Segundo um relatório divulgado no fim do ano passado pela Academia Americana de Pediatria (AAP), a resposta é: DIU e implante hormonal. Ambos são métodos contraceptivos de longo prazo (sua ação dura de três a dez anos) e reversíveis (basta retirá-los para que a fertilidade volte ao normal).

    (...)

                                     (Revista GALILEU, Editora Globo. Maio/2015 - Nº 286 - Por Amarilis Lage - Seção

                                                                                                          Dossiê Métodos contraceptivos, p. 35) 

Em: Ambos são métodos contraceptivos de longo prazo (sua ação dura de três a dez anos) e reversíveis (basta retirá-los para que a fertilidade volte ao normal), os parênteses, nas duas ocorrências, são utilizados para
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Q573659 Português

Texto

                                                  A formação da cidadania

      Em todas as manifestações de caráter social, político e econômico, da mais inconsequente opção (pessoal) às mais sérias decisões do governo, o ser humano é guiado por dois comportamentos básicos: pensar e agir, de acordo com os conhecimentos disponíveis. (....)

      A interação contínua entre pensamento e ação permite ao homem tomar decisões, tanto as de natureza particular – como a escolha de um curso ou profissão ou a compra de um par de sapatos -, quanto as que terão consequências coletivas, como a eleição de governantes ou a participação em manifestações públicas. Portanto, de modo geral, as decisões não são arbitrárias. Não importa o grau de consciência política que o indivíduo possui, ou a massa de conhecimentos de que ele dispõe sobre uma questão: há sempre uma dose de reflexão em cada um dos seus atos.

      É fácil de constatar que as ideias, as opiniões, as atitudes e as ações não seguem um esquema simples, mecanicista e uniforme, pois as diferentes preocupações que atormentam o homem se embaralham e se cruzam a cada instante e às vezes se chocam. É como se todas as provas automobilísticas do mundo fossem disputadas ao mesmo tempo no mesmo autódromo.

      A formação do cidadão consiste em capacitá-lo a pôr ordem nesse processo, que se desenvolve ao seu redor mas sempre explode dentro dele. A principal contribuição formativa da educação é a de atuar sobre esse mecanismo mental decisório e ajustá-lo o mais corretamente possível, equilibrando os conhecimentos, as habilidades e as atitudes segundo padrões éticos, morais e outros, válidos para todos ou para a maioria das pessoas.

      Não existe um método infalível para que alguém possa chegar, sempre, às melhores decisões sobre todas as coisas, mas pode-se melhorar a capacidade de raciocínio com a prática, o estudo, a crítica, a reflexão. O grande objetivo, que mais parece um ideal inatingível, é conseguir que cada indivíduo se torne autônomo, isto é, que seja capaz de decidir por si mesmo, não se sujeitando à interferências ou pressões externas. É o caminho que levará à formação de cidadãos conscientes.

                                                                       (Martinez, Paulo. Direitos de cidadania – um lugar ao sol.) 

Alguns sinais gráficos fazem parte do texto assim como os sinais de pontuação. Sobre o uso dos sinais e pontos destacados, analise as afirmativas a seguir.

I. “..., o ser humano é guiado por dois comportamentos básicos: pensar e agir, de acordo com os conhecimentos disponíveis. (....)" – os parênteses com pontos em seu interior indicam que algo foi retirado do texto original.

II. “A interação contínua entre pensamento e ação permite ao homem tomar decisões, tanto as de natureza particular – como a escolha de um curso ou profissão ou a compra de um par de sapatos -, quanto as que terão consequências coletivas..." – os travessões marcam uma exemplificação de um termo anterior.

III. “Não importa o grau de consciência política que o indivíduo possui, ou a massa de conhecimentos de que ele dispõe sobre uma questão: há sempre uma dose de reflexão em cada um dos seus atos." – os dois pontos indicam uma enumeração dos componentes da questão referida anteriormente.

Assinale:
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Q566460 Português
A questão abaixo toma por base o seguinte texto, de Caetano Veloso (O Globo: 08/07/2012):

“A não concordância de número nos verbos e adjetivos relacionados também me faziam mal." Essa foi demais. A não concordância de número me “faziam" mal? Não tinha relido aquele artigo em que chamei o acento grave de agudo. Não vi é que um erro maior tinha passado. A frase – que abre o artigo de hoje – é um erro perfeito. Senilidade & masoquismo. Quem me chamou a atenção foi o professor André Valente, a quem devo tanto (ele levou Moreno, na adolescência, a gostar de português como matéria escolar, o que elevou o nível do diálogo com meu filho mais velho para um patamar acima do maravilhoso entendimento emocional-afetivo que ele e eu já tínhamos). Se eu fosse mais organizado, ia escrever aqui sempre sobre fatos da língua. A discórdia com os sociolinguistas terminaria em alguma concórdia (para confirmar o diagnóstico de Roberto Schwarz). Uma piada deles sobre os que gostam de defender a norma culta saberem menos sobre ela do que eles – que supostamente a desprezam – servirá sempre como uma lição a mais (e mais exigente) a ser divulgada sobre o melhor uso das regras vigentes (Marcos Bagno fez isso com Dora Kramer num livro; poderia fazer mais com meu grave agudo e mais ainda com minha discordante demanda por concordância).
No meio do segundo parágrafo, o cronista faz uso de um longo trecho entre parênteses. Qual a finalidade discursiva desse trecho?
Alternativas
Q553168 Português
Menos Estado, mais inclusão 

     A questão da participação do Estado na economia brasileira causa grandes emoções e forte polarização ideológica. 
     O argumento mais usado para justificar o continuado aumento da participação estatal na economia é a grande desigualdade no país e a necessidade de o Estado atuar como distribuidor de renda e promotor de igualdade. 
     É um argumento que merece análise séria.
   O governo Lula é exemplo sempre citado de aumento bem-sucedido de intervenção estatal na eliminação da desigualdade. Existiu, de fato, ampla inclusão social no período, propiciada por dois grandes fatores – o Bolsa Família e a geração de emprego. Nenhum deles dependeu necessariamente do aumento do Estado.  
    O Bolsa Família representa só cerca de 0,5% do PIB numa arrecadação total acima de 35%. Ele pode ser facilmente financiado com parcela pequena da arrecadação maior de impostos oriunda do crescimento econômico, sem elevar a participação estatal na economia. Já a grande geração de emprego se deveu principalmente à estabilização econômica, baseada no controle da inflação e dos gastos públicos.  
      A hiperinflação e as crises periódicas eram resultado direto do descontrole financeiro do Estado e de gastos excessivos, financiados em boa parte por expansão monetária.
    A Lei de Responsabilidade Fiscal e a implantação do sistema de metas de inflação, superávits primários e câmbio flutuante, na década de 1990, modernizaram a estrutura institucional. Na década seguinte, o governo Lula promoveu a histórica estabilização da economia.  
     A forte contenção de gastos instituída já nos seus primeiros anos, aliada a uma política monetária austera em todo o período, com inflação controlada, redução de dívida pública e acumulação de reservas, foram fundamentais para a estabilização. A confiança e o horizonte de planejamento das famílias e das empresas aumentaram, puxando crédito, investimentos e produção, que resultaram na criação impressionante de empregos. 
     Foi essa geração de empregos a maior promotora da redução da desigualdade, com integração de dezenas de milhões de pessoas à classe média e encolhimento da classe E. Já o aumento do Estado, com redução das taxas de crescimento, gera menos empregos e também menos recursos excedentes aos programas sociais.  
    Portanto, temos que nos libertar da confusão recorrente entre uma administração pública que promove redução da desigualdade e inclusão social de uma administração estatizante que diminui a capacidade produtiva da economia e compromete esses benefícios, como mostra a experiência mundial.  
(Henrique Meirelles. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/henriquemeire....)  
Assinale a alternativa cuja alteração na pontuação NÃO acarreta alteração do sentido proposto no texto ou problemas na composição do trecho.  
Alternativas
Q549806 Português


Considere o trecho: 

Desde que a neurociência ajudou a convencer a Suprema Corte a salvar a vida de Simmons (que hoje cumpre prisão perpetua), a questão do “teenage brain" – cérebro adolescente – assumiu um papel importante no sistema judiciário dos Estados Unidos.
No que se refere à pontuação, é correto afirmar: 


Alternativas
Q542491 Português

Obrigado por ligar. Sua ligação é muito importante para nós. Se desejar serviços de instalação, tecle 1. Para reagendamento de visita, tecle 2. Para verificação de dados cadastrais, tecle 3. Para informações sobre plano de pagamento, tecle 4. Para falar com um de nossos atendentes...

Não, você não conseguirá falar com um de nossos atendentes. Mas poderá ouvir, durante 25 minutos ou mais, sucessos como “Moonlight Serenade” e o tema de “Golpe de Mestre”.

Também, quem mandou você não ter em mãos o número de seu cartão eletrônico, de sua matrícula no SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), de seu cadastro na Comunidade NetLig?

Muitas coisas mudam de forma e de nome, mas no fundo permanecem iguais. A peregrinação que temos de fazer de tecla em tecla é a mesma que, antigamente, nos levava a passar horas nas filas de uma repartição burocrática.

Cada tecla, afinal de contas, não passa de um guichê, e o cartão que devemos ter por perto ou a senha que se impõe saber de cor equivale ao papel, à guia, ao documento que nos exigem e que nunca está a contento do funcionário.

É a burocracia sem papel, a burocracia dos impulsos eletrônicos. Claro, há vantagens: não é preciso sair de casa e, enquanto você espera atendimento, com o telefone encaixado entre o ombro e a bochecha, sempre poderá fazer alguma outra coisa. Sugestões: pôr os papéis em ordem na gaveta (você poderá encontrar o cartão de crédito cujo desaparecimento tentava comunicar); teclar alguma outra senha de acesso no computador, se tiver internet banda larga (se não tem, disque para nós hoje mesmo); alongar os músculos do pescoço e da nuca; ou entregar-se a outras atividades corporais cujo nome não seria conveniente declinar aqui.

De todo modo, a burocracia eletrônica segue os princípios da antiga. Quanto mais a instituição ou a empresa economizam, mais o usuário perde tempo. No hospital público ou na assistência técnica da máquina de lavar, sempre vigora a lei da seleção natural: eliminam-se os fracos, para que só os mais fortes, ou os mais desesperados, cheguem até o fim do processo.

Claro que, quanto mais procurado o serviço, maior a fila. Se notamos tanta burocracia nas instituições públicas, é porque seu acesso é universal. Em inúmeras entidades privadas vemos a burocracia aumentar, justamente porque passaram a ser procuradas pelo grosso da população. Os planos de saúde particulares constituem o maior exemplo disso, mas bancos e cartões de crédito, cujo universo de clientes se ampliou muito, não ficam atrás.

Experimento reações contraditórias quando vou a um caixa eletrônico. Em comparação com a fila tradicional, sem dúvida ganho tempo. Mas sinto que estou também “trabalhando” para o banco. Passo a senha, digito, confirmo, conto o dinheiro: eis que sou um novo funcionário do caixa, trabalhando de graça, enquanto algum bancário foi despedido em troca.

Tudo bem. Gasto menos tempo no banco. Mas diminuiu também a minha impressão de perder tempo. Todo trabalho, por mais mecânico que seja, faz o tempo passar mais depressa do que a pura espera. Fala-se de democracia participativa, mas a “burocracia participativa” também deveria merecer os seus filósofos.

À medida que um serviço se generaliza, crescem as possibilidades de fraude. Quando uma empresa, pública ou privada, passa do âmbito de uma distinta clientela para o universo multitudinário e turvo da humanidade em seu conjunto, torna-se inevitável multiplicar as precauções contra os indivíduos de má-fé; isso significa mais burocracia.

O que é um antivírus, um firewall ou um anti-spam, a não ser a burocratização do nosso computador? Eu costumava usar um antivírus que tinha rigores de fiscal de alfândega, parecia usar carimbos de Polícia Federal em dia de operação-tartaruga toda vez que se punha a examinar a mensagem que entrava e a mensagem que saía do meu Outlook.

Acontece que o computador, como tudo o que tem telinha (um caça-níqueis, uma TV, um videogame, um caixa eletrônico) sempre oferece ao usuário algo de lúdico, de viciante, de hipnótico.

Já a burocracia telefônica (volto a ela) é muito pior. Seu maior pecado, a meu ver, está na confusão que estabelece entre as categorias de tempo e de espaço. Entre num desses sistemas de “tecle 5 se deseja isto, tecle 6 se deseja aquilo...” e tente corrigir uma decisão errada.

Os sistemas mais extensos e irritantes usam a famigerada tecla 9 -”para mais opções”-, abrindo-se em alternativas que, para serem conhecidas integralmente, exigiriam a vida inteira. Tudo ficaria mais fácil, se o sistema fosse visualizado no espaço, num esquema em árvore, num organograma, num menu de website -ou mesmo num mapa de repartição, com suas ramificações em corredores, departamentos e guichês. No máximo, ficaremos andando de um lado para outro.

O problema do “tecle isto, tecle aquilo” é que ele se desenvolve no tempo, não no espaço. Somos forçados a prosseguir em alternativas que será sempre mais custoso reverter; avançamos em decisões tomadas no escuro, como se navegássemos num fluxo betuminoso, por rios e córregos cada vez mais estreitos, cada vez mais espessos, carregados de todas as opções já feitas, de todo o tempo acumulado e perdido naquela ligação, sem muita esperança de que, na extrema ponta do percurso, uma voz humana venha afinal falar conosco.

É assim que o sistema de ramais automáticos guarda incômoda semelhança com nossa própria vida adulta; tem algo de anacrônico, de auditivo, de analógico. Já as telas da internet, organizadas espacialmente, com seus cliques de mouse, seus compartimentos de todas as cores, seus guichês planificados e seus pop-ups imprevistos e festivos, são um modelo bem alegre em que mirar. Desde que a conexão não caia de repente.

COELHO, Marcelo. Disponível em:< http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1703200416.htm>.Acesso em: 12 abr. 2015. (Adaptado)


As notações gráficas utilizadas no conjunto do texto como um todo possuem seu uso corretamente explicitado entre parênteses, EXCETO em
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