Questões de Português - Pronomes demonstrativos para Concurso
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Leia, atentamente, o texto.
TESTES DE TV
Walcyr Carrasco
O pedido que mais recebo, como autor de televisão, se resume no seguinte: “Quando tiver testes na Globo, me avisa!”. Tento ser gentil. Explico que esses testes não existem. Não da forma como estão pensando. Nenhuma televisão ou produtora abre testes indiscriminadamente. Imaginem se a Globo avisasse que dia tal, mês tal, haveria testes livres para quem chegasse. Juntaria uma multidão na porta, capaz de demolir o Projac! Sei por mim.
Certa vez, no início de uma novela, recebi inúmeros pedidos para testes pelo Twitter. Faz uns dez anos. Era um asno em termos de internet. Perguntei à produtora de elenco, Rosane, se podia dar o e-mail dela para quem pedisse testes. O produtor de elenco, na televisão, é quem busca os atores, de acordo com perfis de personagens, idades, tipos físicos. Quando não se trata de alguém famoso, com trabalho conhecido, eu e o diretor vemos só o material filtrado pelo produtor, de quem já tem material gravado no departamento de recursos artísticos da Globo. Ou de uma descoberta, quando é um perfil muito específico, como a Angel (Camila Queiroz) de Verdades secretas. Tinha de ter tipo de modelo, mais de 18 anos, mas rosto de ninfeta. Bem, naquela época, dei no Twitter o email da produtora Rosane. No dia seguinte, a internet do Projac caiu, tal o número de mensagens. A Rosane teve de criar outro e-mail. A direção da Globo pediu que eu nunca mais fizesse isso. Imaginem isso fisicamente. Milhares de pessoas pedindo senha para fazer teste. Teste para o quê? Não é assim que se escolhe um papel.
Eu escrevo a trama, chamada sinopse. Anexo a relação de cenários e personagens com o perfil de cada um. Testes, só de acordo com as características exigidas. Entre atores já profissionalizados. Ou seja, que têm o DRT, o direito de exercer a profissão. Para conseguir o DRT, ou se faz um curso legalizado de uns três anos ou se presta um exame no sindicato, com a comprovação de trabalhos em teatro, inclusive. Só com DRT, o ator ou atriz podem se candidatar a um papel. Pode ser a mulher mais linda do mundo. Se a personagem tiver de parecer uma mulher comum, a bonitona não fará o teste. Os atores profissionais sabem disso. Em geral, quem implora por testes tem pouca conexão real com a profissão. Quando eu trabalhava no SBT, vi uma fila de candidatas a assistentes de palco do programa Silvio Santos. Era imensa, dobrava a esquina do estacionamento.
Conhecer alguém ajuda? Claro. Se eu assistir a uma peça, gostar de um trabalho de alguém, indico. Certa vez, fui a um espetáculo, levado pelo produtor de elenco, para ver um determinado ator. Mas gostei de outro, o Fábio Lago, um grande comediante. Levou o papel em Caras & bocas e fez um enorme sucesso. Mas já era um profissional!
Pior é a situação das crianças. Em geral, são as mães, tias e avós encantadas pelo que acham ser um talento. É normal, hoje em dia, que uma criança goste de fazer vídeos, cante, dance. Isso não significa que deseje ser ator mirim. Hoje, com as leis e o Estatuto do Menor, a propaganda de produtos infantis na TV está muito restrita. Usam-se poucas crianças em publicidade, o que diminui o mercado em São Paulo. Uma rede de televisão séria, como a Globo, jamais pegaria um menino paulista para gravar no Rio de Janeiro sem residência carioca, o acompanhamento de um responsável, pai ou mãe, matrícula na escola e jornada diária pequena. Chamar alguém de São Paulo ou de outro Estado para gravar no Rio é difícil. Mas inúmeras “agências de talentos” não contam isso. Cobram a realização de um book fotográfico. Claro, o book é essencial para mostrar o tipo físico, a expressão. Uma boa parte das agências não vai arrumar publicidade alguma. Ou papel em televisão. Vive de fazer books. A família economiza, reúne centavos, faz o book e não tem mais notícias.[...]
O público é sábio, percebe quando um ator é bom. Melhor estar preparado. [...] Se você sonha com um teste na TV, precisa de formação. Talento natural existe. Mas até diamante precisa ser burilado para brilhar.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyr-carrasco/noticia/2016/02/testes-de-tv.html (Adaptado)
Texto para responder á questão.
Um chá maluco
Em frente à casa havia uma mesa posta sob uma árvore, e a Lebre de Março e o Chapeleiro estavam tomando chá; entre eles estava sentado um Caxinguelê, que dormia a sono solto [...]
Era uma mesa grande, mas os três estavam espremidos numa ponta. “Não há lugar! Não há lugar!”, gritaram ao ver Alice se aproximando. “Há lugar de sobra!”, disse Alice indignada, e sentou-se numa grande poltrona à cabeceira.
[...]
“Não foi muito polido de sua parte sentar-se sem ser convidada”, retrucou a Lebre de Março.
“Não sabia que mesa era sua”, declarou Alice, “está posta para muito mais do que três pessoas.”
“Seu cabelo está precisando de um corte”, disse o Chapeleiro. Fazia algum tempo que olhava para Alice com muita curiosidade e essas foram suas primeiras palavras.
“Devia aprender a não fazer comentários pessoais”, disse Alice com alguma severidade; “é muito indelicado.
” O Chapeleiro arregalou os olhos ao ouvir isso, mas disse apenas: “Por que um corvo se parece com uma escrivaninha?”
“Oba, vou me divertir um pouco agora!”, pensou Alice. “Que bom que tenham começado a propor adivinhações”. E acrescentou em voz alta: “acho que posso matar esta”.
“Está sugerindo que pode achara resposta?”, perguntou a Lebre de Março.
“Exatamente isso”, declarou Alice.
“Então deveria dizer o que pensa”, a Lebre de Março continuou.
“Eu digo”, Alice respondeu apressadamente; “pelo menos... pelo menos eu penso o que digo... é a mesma coisa, não?”
“Nem de longe a mesma coisa!”, disse o Chapeleiro. “Seria como dizer que ‘vejo o que como’ é a mesma coisa que ‘como o que vejo’!”
“Ou o mesmo que dizer”, acrescentou a Lebre de Março, “que ‘aprecio o que tenho’ é a mesma coisa que ‘tenho o que aprecio’!”
“Ou o mesmo que dizer”, acrescentou o Caxinguelê, que parecia estar falando dormindo, “que ‘respiro quando durmo’ é a mesma coisa que ‘durmo quando respiro’!”
“É a mesma coisa no seu caso”, disse o Chapeleiro, e nesse ponto a conversa arrefeceu e o grupo ficou sentado em silêncio por um minuto, enquanto Alice refletia sobre tudo de que conseguia se lembrar sobre corvos e escrivaninhas, o que não era muito.
O Chapeleiro foi o primeiro a quebrar o silêncio. “Que dia do mês é hoje?”, disse, voltando-se para Alice. [...]
Alice pensou um pouco e disse: “Dia quatro.”
“Dois dias de atraso!”, suspirou o Chapeleiro. “Eu lhe disse que manteiga não ia fazer bem para o maquinismo”, acrescentou, olhando furioso para a Lebre de Março.
“Era manteiga da melhor qualidade” , respondeu humildemente a Lebre de Março.
“Sim, mas deve ter entrado um pouco de farelo”, o Chapeleiro rosnou. “Você não devia ter usado a faca de pão.
” A Lebre de Março pegou o relógio e contemplou-o melancolicamente . Depois mergulhou-o na sua xícara de chá, e fitou-o de novo. Mas não conseguiu encontrar nada melhor para dizer que seu primeiro comentário: “Era manteiga da melhor qualidade.” [...]
CARROL, Lewis. Alice no país das maravilhas.
Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2002. p. 67-9.
“Exatamente ISSO”, declarou Alice. (§10)
O uso da forma destacada do demonstrativo se justifica porque:
( ) “Para descansar de uma atividade, nos ocupamos com outra” No pronome destacado temos duas marcas de pessoa, uma das quais se encontra também inserida na forma verbal. ( ) “A ordem é consumir, e obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo”. Esse retoma fato relatado anteriormente. ( ) “...ensinamos que o que consumimos é mais importante do que o que somos.” O pronome destacado pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por “aquilo”. ( ) “A ordem é consumir, e obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo.” “Muitas” remete a uma quantidade desconhecida, mas que pode ser facilmente identificada no contexto. ( ) “Quando uma criança de oito anos pede a seus pais um celular e ganha, ensinamos a consumir o que é oferecido” O pronome seus, nesse contexto, provocou uma ambiguidade.
A sequência CORRETA é:
A ERA DAS LIVES
Mais conhecidas como lives, as transmissões ao vivo pela internet, que chegaram ao YouTube nos idos anos de 2008, ganharam mais visibilidade do público em geral nos últimos anos. Na sua chegada, o propósito era colocar na internet atrações que antes apenas víamos pela TV. Quase dez anos depois, o cenário é bem diferente.
Esse também foi um espaço ocupado por outro protagonista da mídia tradicional: as marcas. As lives se tornaram uma maneira rápida de falar e ouvir feedback do consumidor – com lançamentos e eventos transmitidos ao vivo é muito fácil perceber a aprovação (ou ausência) do público. Este canal mais direto também ajuda a fortalecer os laços de relacionamento que as marcas tanto almejam com seus clientes.
Os primeiros aplicativos de live (como Meer-kat e Periscope) surgiram no início de 2015 e após um breve momento de sucesso, viram sua queda com a inauguração do mesmo recurso no Facebook, em agosto do mesmo ano. Mesmo com toda a abrangência de uma rede gigantesca a funcionalidade demorou a cair nas graças do povo: somente 9 meses depois de lançada, a primeira live na rede de Mark Zucker-berg viralizou com a carismática americana Candace Payne, dividindo o entusiasmo dela com a máscara de Chewbacca que havia comprado para seu filho.
Após essa demonstração espontânea do poder de alcance da ferramenta, as pessoas passaram a notar que as próprias redes sociais dão mais visibilidade para as lives em detrimento do funcionamento de seus algoritmos – uma transmissão ao vivo chega a mais pessoas seja quando ainda está acontecendo, ou quando é registrada em formato vídeo, também um queridinho das redes sociais.
Essa visibilidade tem seu lado positivo – vários vídeos de bichinhos fofos ou que provam algum tipo de abuso de autoridade e crime – também tem seu lado bizarro – o youtuber russo que fez uma live direto de um caixão – e sombrio – as irmãs que estavam transmitindo uma viagem de carro e acabaram se envolvendo em um acidente fatal. O que nos leva à reflexão: comunicar-se e encontrar espaços de expressão é cada vez mais importante – mas quais são os limites?
Fonte: http://dialogando.com.br/era-das-lives/?current_page=2; acesso em 06/09/2017
“... dividindo o entusiasmo dela com a máscara de Chewbacca que havia comprado para seu filho”.
Assinale a alternativa correta, considerando a categoria gramatical das palavras:
A gravidez da mulher jovem não é um problema exclusivo do nosso tempo. Isto era um fato comum e cotidiano: nossas avós casavam-se aos 15 ou 16 anos e começavam a procriar, nunca ocorrendo a ninguém daquela época que isso pudesse ser um problema, pois essas gestações eram desejadas. O que se tem constituído em preocupação é isso: o crescente número de gestações indesejadas na adolescência.
VITELLO, Nelson. Pais & teens, ano 2, n. 3 (adaptado).
Apresentamos, abaixo, trechos da entrevista concedida pela assistente social Ângela Maria Pereira, por telefone, em relação à violência
sofrida pela mulher, particularmente sobre a realidade do Rio Grande do Sul. Após a leitura, responda à questão que se segue:
I - Por se tratar de uma entrevista, e, como toda entrevista é formal, justifica-se a desobediência às regras estabelecidas nas gramáticas. II- Os usos dos pronomes relativos e demonstrativos evidenciados no texto denunciam, segundo os linguistas, o processo de renovação da língua, e, sendo próprios da oralidade, não implicam erro, mas uma outra norma linguística. III - A ausência do sinal de crase na primeira frase do texto “atribuo esta realidade a questão da impunidade” e o uso da vírgula em “... muitas delas, buscam a força para fazer valer os seu desejos” caracterizam erro, por serem marcas do registro escrito. IV - Todos os fatos linguísticos sob análise no texto (uso dos pronomes, da crase e da pontuação) devem ser avaliados sob um mesmo parâmetro, desconsiderando o tipo de registro, sob pena de prejudicar a compreensão da norma gramatical.
Do exposto, conclui-se que apenas
Apresentamos, abaixo, trechos da entrevista concedida pela assistente social Ângela Maria Pereira, por telefone, em relação à violência
sofrida pela mulher, particularmente sobre a realidade do Rio Grande do Sul. Após a leitura, responda à questão que se segue:
( ) O uso do pronome em “eu atribuo esta realidade” (linha 3) atende à primeira regra, já que, no processo enunciativo, atualiza-se o fato experienciado pelas mulheres, no caso a violência. ( ) A remissão por meio de “isto” em “acabam perpetuando isto em suas famílias” (linha 10) fere a segunda regra, visto que “resumir/encapsular” a ideia expressa no período precedente favoreceria o uso anafórico do pronome, logo “isso”. ( ) Na frase: “esses homens não conseguem ressignificar esta relação de sofrimento” (linha 11), embora o sintagma em destaque faça remissão a uma informação do período anterior, deve ter prioridade, na aplicação da regra, a relação de proximidade entre os referentes, daí seria inadequado o uso de “essa”. ( ) Em “ainda existem fatores que interferem nesse rompimento do silêncio” (linha 17) há uma falha no uso do demonstrativo, uma vez que foi desconsiderada a proximidade entre “rompendo com este silêncio” e “nesse rompimento do silêncio”, sendo mais apropriado o uso de “este”. ( ) O sintagma “este silêncio” (linha 16) sumariza o conteúdo da pergunta relativa ao “medo de denunciar” (linha 15), evidenciando que a função de retomada não é exclusiva do pronome e que o processo de referenciação não se limita à remissão a “termos”.
Feita a análise das proposições, a sequência que corresponde CORRETAMENTE à questão é
Dinheiro lidera os motivos de brigas entre casais no País
Quando o orçamento está curto, conversar com frequência sobre o assunto é uma boa saída para você sentir que está no controle da situação
Mesmo quando as finanças vão bem, dinheiro é o principal motivo de briga entre casais. Se as contas andam apertadas, então, o terreno é propício para que ambos descontem suas ansiedades um no outro. Mas, com um pouquinho de esforço, dá pra lidar com essa parte chata da vida a dois e barrar as brigas antes mesmo que elas comecem. Em primeiro lugar, é importante que o casal fale a mesma língua quando se trata de dinheiro (na próxima página, montamos um teste para vocês avaliarem se estão mesmo alinhados). Pesquisa mundial feita recentemente mostrou que 72% dos casais se preocupam com os gastos do parceiro. Se um se sacrifica para economizar, e o outro torra a grana, problemas à vista.
Quando o orçamento está curto, conversar com frequência sobre o assunto é uma boa saída para você sentir que está no controle da situação. Só fique esperto para bater este papo no momento certo. “Nunca tente conversar se você estiver muito estressado com suas contas”, sugere o consultor financeiro Jill Gianola. Em vez disso, procure uma hora em que os dois estejam calmos e sem distração.
É importante que o casal esteja alinhado nas decisões de com o quê gastar, como economizar e quanto investir. Se apenas um exerce controle sobre as finanças, o outro pode acabar se sentindo excluído e impotente. É bacana que vocês decidam juntos quem paga o quê – e como. A renda de vocês é unificada ou cada um tem sua conta separada no banco? Vocês consultam um ao outro antes de fazer uma aquisição que comprometa o orçamento da casa? Quem é o responsável pelas contas? Se vocês estão se entendendo do jeito que está, ótimo. Mas, de qualquer forma, a regra de ouro pra não rolar estresse é não esconder do parceiro nenhum tipo de gasto.
Brigas sobre dinheiro são um dos principais motivos que levam um casal ao divórcio. Se você e seu companheiro não conseguem falar sobre o assunto sem que isso vire um pé de guerra, e isso está colocando seu relacionamento em risco, pense em procurar ajuda. Um consultor financeiro pode dar dicas de como administrar as finanças, enquanto uma terapia de casal pode ajudar os dois a resolverem certas diferenças. O segredo é conversar, ter comprometimento e não culpar o outro por fatores que estão fora de seu controle. Pensamento positivo: se vocês souberem lidar com problemas financeiros, isso significa que terão jogo de cintura para enfrentar outras situações difíceis – e sairão dessa fortalecidos.
Texto adaptado – Fonte: http://www.meionorte.com/noticias/jornais-e-revistas/dinheiro-lidera-os-motivos-de-brigas-entre-casais-no
-pais-86284.html
( ) “Para descansar de uma atividade, nos ocupamos com outra” No pronome destacado temos duas marcas de pessoa, uma das quais se encontra também inserida na forma verbal. ( ) “A ordem é consumir, e obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo”. Esse retoma fato relatado anteriormente. ( ) “...ensinamos que o que consumimos é mais importante do que o que somos.” O pronome destacado pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por “aquilo”. ( ) “A ordem é consumir, e obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo.” “Muitas” remete a uma quantidade desconhecida, mas que pode ser facilmente identificada no contexto. ( ) “Quando uma criança de oito anos pede a seus pais um celular e ganha, ensinamos a consumir o que é oferecido” O pronome seus, nesse contexto, provocou uma ambiguidade.
A sequência CORRETA é:
Disponível em: <http://deposito-de-tirinhas.tumblr.com/post/40380801991/por-fernando-gonsales> . Acesso em: 24 jul. 2016.
I. No segmento: “MEU ANALISTA VIVE ME FALANDO ISSO!” (2º quadrinho), o pronome demonstrativo “isso” funciona como elemento catafórico, uma vez que se refere ao que foi proferido anteriormente pelo rato. II. O conectivo conjuncional “mas” (3º quadrinho) indica que a minhoca não compreendeu a fala do analista. III. Há, no segmento “MAS EU NÃO VENÇO!” (3º quadrinho), elipse de um termo, o qual pode ser recuperado pelo contexto.
verifica-se que está(ão) correta(s)
A menina que fez a América
Eu vou morrer um dia, porque tudo que nasce também morre: bicho, planta, mulher, homem. Mas histórias podem durar depois de nós. Basta que sejam postas em folhas de papel e que suas letras mortas sejam ressuscitadas por olhos que saibam ler. Por isso, aqui está para vocês o papel da minha história: uma vida-menina para as meninas-dos-seus-olhos.
Vou contar...
Eu nasci no ano de 1890, numa pequena aldeia da Calábria, ao sul da Itália. E onde fica a Itália?...É só olhar um mapa da Europa e procurar uma terra em forma de bota, que dá um pontapé no Mar Mediterrâneo e um chute de calcanhar no Mar Adriático.
É lá.
Lá, nessa terra entre mares, foi que eu nasci num dia de inverno, quando as flores silvestres que perfumavam o ar puro dos campos da minha aldeia estavam à espera do florescer da primavera. Saracema: este era o nome do lugar pequenino onde eu nasci. Eu disse “era”, embora o lugar ainda existia e tenha crescido, como eu também cresci. Mas, como nunca mais voltei para lá, acho que não pode ser mais o mesmo que conheci e onde vivi até os dez anos de idade. A Saracena de 1890 era aquela sem a comunicação do telefone, os sons do rádio e as imagens da televisão nas casas; sem o eco dos carros e das motocicletas nas estradas ou o ronco dos aviões sobre telhados. A música que andava no ar, nos tempos da minha infância, vinha do canto dos pássaros, do chiar das rodas das carroças, das batidas dos cascos dos cavalos, do burburinho do risco das crianças e do lamento dos sinais das igrejas. Essa era a voz da terra onde começava a minha vida e terminava o meu mundo.
Nunca cheguei a conhecer meu pai, Domenico Gallo. Só em retrato: um homem alto, bonito, de finos bigodes. Dizem que ele ficou muito feliz quando eu e meu irmãozinho Caetano nascemos. Ah, esqueci de dizer que meu nome é Fortunata e que, quando menina, me chamavam de Fortunatella.
(LAURITO, Ilka Brunhilde. A menina que fez a América. São Paulo, FTD)
Sobre os pronomes utilizados nos dois primeiros parágrafos do texto, avalie as afirmações que seguem:
I. O pronome esses (l. 02) refere-se a termo expresso na linha 01.
II. Na linha 05, o pronome isso faz referência ao papel da contabilidade da empresa, expresso entre as linhas 05 e 06.
III. Na linha 07, o pronome que introduz uma oração adjetiva explicativa, referindo-se às formas de evitar as irregularidades.
Quais estão INCORRETAS?
Leia os trechos de texto abaixo:
Trecho 1
“Dias depois roubaram a coroa do rei e este prometeu uma riqueza a quem adivinhasse o ladrão.”
CASCUDO, Luís da Câmara. Facécias. São Paulo: Global, 2006, p. 19.
Trecho 2
“[...] uma estrada se abriu, bem a seus pés, que ia para o fundo das águas.”
REGO, José Lins do. Histórias da Velha Totonha. Rio de Janeiro, 2005, p. 76.
Leia as informações sobre o emprego dos pronomes nos trechos 1 e 2.
I - No trecho 1: “...a coroa do rei e este prometeu uma riqueza...” O pronome demonstrativo “este” retoma anaforicamente a palavra “rei”.
II - No primeiro trecho, o pronome “este” não pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por um pronome relativo.
III - No segundo trecho, o pronome “que” retoma a palavra “estrada”.
IV- No segundo trecho, o pronome “que” pode ser substituído pelo pronome relativo “a qual”.
Está correta a alternativa:
Leia atentamente o texto acima e, de acordo com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirmativas e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) Na expressão “Muito cedo se aprende”, é correto dizer que há dois advérbios: um se liga ao verbo “aprender”, modificando-o e outro se liga ao advérbio “cedo”, intensificando-lhe o sentido.
( ) Se, no trecho “associado à feminilidade”, substituíssemos a palavra “feminilidade” pela palavra “masculinidade”, esse trecho deveria ser reescrito como “associado a masculinidade”, sem o acento grave, indicador de crase, já que se trata de palavra masculina.
( ) O uso do acento gráfico no trecho “Os homens têm dificuldade” justifica-se pela mesma razão do que o uso na palavra “também”, ou seja, são oxítonas terminadas em “em”.
( ) No trecho “geral, isso se dá por meio da violência”, a palavra destacada é um pronome demonstrativo que tem função anafórica, já que retoma uma ideia já enunciada no texto.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
Um choque necessário
Fio remendado, geladeira encostada na parede, ar-condicionado com filtro sujo. O panorama traçado pode ser encontrado com facilidade nos lares cariocas e, além de aumentar o risco de curto circuito e incêndios, contribui para um imenso desperdício na conta de luz. Segundo levantamento feito pela Light, os moradores do Rio poderiam reduzir sua despesa em pelo menos 35% se adotassem medidas simples no dia a dia. Com gasto per capita de eletricidade estimado em 180 quilowatts ao mês, cada morador da cidade desembolsa, em média, 90 reais com o fornecimento de energia, valor que cairia para 58 reais caso o desperdício fosse cortado. Se o excedente de todas as residências fosse poupado durante um ano, o equivalente a 5.300 gigawatts/hora, seria possível abastecer todo o estado do Espírito Santo por doze meses.
Quente e abafado, o clima do Rio contribui diretamente para o alto consumo, causado pelo uso do ar-condicionado, hábito (e necessidade) de muitos cariocas e um grande vilão do gasto doméstico. O aparelho consome a mesma eletricidade que dez ventiladores de teto e, se ligado oito horas por dia durante um mês, o modelo de 7.500 BTUs eleva a conta em 120 reais. O gasto aumenta nos casos em que o aparelho é instalado em aberturas próximas do chão. Como o ar frio é mais pesado do que o quente, ele acaba se concentrando embaixo e mantém a sensação de calor. “As pessoas acham que basta abrir um buraco na parede e colocá-lo ali”, explica o superintendente da Light Mario Romano. “Não é assim que funciona.”
Entre as medidas mais eficazes para reduzir o consumo de energia, poucas têm tanto efeito quanto a escolha correta dos eletrodomésticos. Criado em 1993 pelo governo federal, o selo Procel instalado na parte de trás dos aparelhos identifica, com base em testes em laboratório, os mais econômicos. O produto tem sua performance avaliada através de letras que vão de A a G, sendo a última a dos que esbanjam mais. “Uma máquina com o selo A consome, em média, 15% menos do que as que apresentam qualificação inferior”, atesta Emerson Salvador, da Eletrobrás. “Optar por um modelo certificado é ótimo para o bolso e para o meio ambiente, porque com isso a indústria é incentivada a fazer produtos cada vez mais eficientes”, diz o engenheiro. A evolução na linha de geladeiras mostra como os fabricantes se adaptaram aos novos tempos. Versões lançadas há dez anos gastavam 35 reais por mês, enquanto as novas consomem um terço desse valor. Outro inimigo das finanças é o chuveiro elétrico. Quem permanece vinte minutos diariamente debaixo d’água gasta, mensalmente, 18 reais. Se fossem apenas dez minutos, o valor cairia para 8,75 reais. Atitudes simples poupam recursos preciosos e ainda aliviam o bolso.
Ernesto Neves | 11 de Abril de 2012 | acesso em 12/04/2012 http://vejario.abril.com.br/edicao-da-semana/como-
economizar-conta-luz-681266.shtml [adaptado]