Questões de Concurso
Sobre pronomes demonstrativos em português
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Leia o Texto 3 para responder a questão.
Texto 3
Os cinco sentidos
(Tatiana Cavalcanti.
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2024/01/mulheres-patentearaminventos-no-brasil-quando-ainda-nem-podiam-votar.shtml)
O pronome sublinhado no período acima desempenha papel
A sofisticação das línguas indígenas
Você provavelmente já encontrou pelas redes sociais o famigerado #sqn, aquele jeito telegráfico de dizer que tal coisa é muito legal, “só que não”. Agora, imagine uma língua totalmente diferente do português que deu um jeito de incorporar um conceito parecido na própria estrutura das palavras, criando o que os linguistas apelidaram de “sufixo frustrativo” — um #sqn que faz parte da própria história do idioma.
É exatamente assim que funciona no kotiria, um idioma da família linguística tukano que é falado por indígenas do Alto Rio Negro, na fronteira do Brasil com a Colômbia. Para exprimir a função “frustrativa”, o kotiria usa um sufixo com a forma -ma. Você quer dizer que foi até um lugar sem conseguir o que queria indo até lá? Basta pegar o verbo “ir”, que é wa’a em kotiria, e acrescentar o sufixo: wa’ama, “ir em vão”. Dá para encontrar detalhes surpreendentes como esse em todas as mais de 150 línguas indígenas ainda faladas no território brasileiro. Elas são apenas a ponta do iceberg do que um dia existiu por aqui.
Calcula-se que pelo menos 80% dos idiomas que eram falados no Brasil desapareceram de 1.500 para cá. Mesmo assim, o país continua abrigando uma das maiores diversidades linguísticas do planeta. A propósito, esqueça aquele negócio de “tupi-guarani”, expressão que é meio como dizer “português-espanhol”. O tupi é uma língua; o guarani é outra — e, aliás, existem diversas formas de guarani, nem sempre inteligíveis entre si.
O único emprego correto do substantivo composto “tupi-guarani” é o que serve para designar uma subfamília linguística com esse nome, a qual engloba dezenas de idiomas. Entre seus membros ainda usados no cotidiano estão o nheengatu, os vários “guaranis”, o tapirapé e o guajá. Uma subfamília, como você pode imaginar, faz parte de uma família linguística mais ampla — nesse caso, a família tupi propriamente dita.
Existem pelo menos outras três grandes famílias linguísticas no país, diversas outras famílias de porte mais modesto e, de quebra, várias línguas consideradas isoladas. É mais ou menos o mesmo caso do basco, falado na Espanha e na França — com a diferença de que o basco é um dos únicos casos desse tipo no território europeu.
Essa comparação ajuda a entender o tamanho da riqueza linguística brasileira. Com raríssimas exceções (fora o basco, temos também o finlandês e o húngaro, por exemplo), todos os falares ainda utilizados hoje na Europa fazem parte de uma única família linguística, a do indo-europeu. Pode não parecer à primeira vista, mas é praticamente certo que o alemão, o russo, o grego, o português e o lituano descendem de um único idioma pré-histórico, que hoje chamamos de protoindo-europeu.
Reinaldo José Lopes. Internet. <super.abril.com.br.> (com adaptações).
O texto contextualiza a questão. Leia-o atentamente.
Você é um número
Se você não tomar cuidado vira um número até para si mesmo. Porque a partir do instante em que você nasce classificam--no com um número. Sua identidade no Félix Pacheco é um número. O registro civil é um número. Seu título de eleitor é um número. Profissionalmente falando você também é. Para ser motorista, tem carteira com número, e chapa de carro. No imposto de renda, o contribuinte é identificado com um número. Seu prédio, seu telefone, seu número de apartamento – tudo é número.
Se é dos que abrem crediário, para eles você também é um número. Se tem propriedades, também. Se é sócio de um clube tem um número. Se é imortal da Academia Brasileira de Letras tem número da cadeira.
É por isso que vou tomar aulas particulares de matemática. Preciso saber das coisas. Ou aulas de física. Não estou brincando: vou mesmo tomar aulas de matemática, preciso saber alguma coisa sobre cálculo integral.
Se você é comerciante, seu alvará de localização o classifica também.
Se é contribuinte de qualquer obra de beneficência também é solicitado por um número. Se faz viagem de passeio ou de turismo ou de negócio recebe um número. Para tomar um avião, dão-lhe um número. Se possui ações também recebe um, como acionista de uma companhia. É claro que você é um número no recenseamento. Se é católico recebe um número de batismo. No registro civil ou religioso você é numerado. Se possui personalidade jurídica tem. E quando a gente morre, no jazigo, tem um número. E a certidão de óbito também.
Nós não somos ninguém? Protesto. Aliás é inútil o protesto. E vai ver meu protesto também é número.
A minha amiga contou que no Alto do Sertão de Pernambuco uma mulher estava com o filho doente, desidratado, foi ao posto de saúde. E recebeu a ficha com o número 10. Mas dentro do horário previsto pelo médico a criança não pôde ser atendida porque só atenderam até o número 9. A criança morreu por causa de um número. Nós somos culpados.
Se há uma guerra, você é classificado por um número. Numa pulseira com placa metálica, se não me engano. Ou numa corrente de pescoço, metálica.
Nós vamos lutar contra isso. Cada um é um, sem número. O si-mesmo é apenas o si-mesmo.
E Deus não é número.
Vamos ser gente, por favor. Nossa sociedade está nos deixando secos como um número seco, como um osso branco seco posto ao sol. Meu número íntimo é nove. Só. Oito. Só. Sete. Só. Sem somá-los nem transformá-los em novecentos e oitenta e sete. Estou me classificando como um número? Não, a intimidade não deixa. Veja, tentei várias vezes na vida não ter número e não escapei. O que faz com que precisemos de muito carinho, de nome próprio, de genuinidade. Vamos amar que amor não tem número. Ou tem?
(LISPECTOR, Clarice. Todas as crônicas. 2018.)
Houve uma inadequação do emprego do pronome “esse” quanto ao espaço. Neste caso, isso ocorre porque
Texto para o item.
Quanto aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item.
O pronome demonstrativo “Isso” (linha 7) retoma
o fim da era dos resultados alcançados à base da
pressão, pois sua consequência é a promoção de
vínculos afetivos.
I. Em: “Ansiedade, irritação, dores difusas e uma grande frustração, estão sempre presentes, pois a dificuldade de lidar com a situação são enormes, na grande maioria das vezes o profissional não está preparado, pois não tem sequer conhecimento da síndrome.”, o trecho destacado é um aposto enumerativo.
II. Em: “Ansiedade, irritação, dores difusas e uma grande frustração, estão sempre presentes, pois a dificuldade de lidar com a situação são enormes, na grande maioria das vezes o profissional não está preparado, pois não tem sequer conhecimento da síndrome.”, as duas conjunções destacadas possuem valor explicativo.
III. Em: “Isso faz com que grande parte destes profissionais procurem ajuda, às vezes tardia, quando a síndrome está instalada há muito tempo, e causando sintomas físicos e psíquicos seríssimos, levando a afastamento e aposentadoria precoce.”, o pronome demonstrativo destacado tem as funções simultâneas de aposto resumitivo e de sujeito da oração em que está inserido.
Marque a alternativa correta:
O pronome sublinhado no período acima desempenha, no texto, papel
Darwin já via emoções ligadas à neurologia e à fisiologia
(Luciano Magalhães Melo.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luciano-melo/2023/12/darwin-javia-emocoes-ligadas-a-neurologia-e-a-fisiologia.shtml. 4.dez.2023, com
adaptações.)
Texto para o item.
Com base na leitura do texto, julgue o item.
A expressão “nesta” (linha 2) refere‑se a um período de tempo fora do texto.
I. O pronome oblíquo “nos” foi usado como complemento do verbo “levar”.
II. O termo “que” foi usado para retomar o pronome demonstrativo “aquilo”.
III. O termo “além” foi usado como advérbio, no sentido de “mais adiante”.
IV. A expressão coloquial “a gente” foi usada em correspondência a “nós”.
V. O advérbio “ainda” foi empregado com valor semântico de “até agora”.
Estão CORRETAS as afirmativas
(Fonte: https://portalconteudoaberto.com.br/professor/a-tecnologia-pode-ter-efeitos-negativos-na-educacao/ –texto adaptado especialmente para esta prova)
I. A palavra “que” é uma conjunção integrante, funcionando como elemento que une a oração que introduz à oração anterior – a principal.
II. O vocábulo “fundamental” é um adjetivo e funciona como adjunto adnominal.
III. A palavra “nossa” é um pronome demonstrativo, funcionando na frase como um adjunto adverbial de posse.
Quais estão corretas?
Essa ação não só representa um marco na valorização das línguas nativas, como também fortalece a luta pela garantia dos direitos dos povos originários
I. A construção não só... como também é uma conjunção aditiva. No texto, destaca-se que não é apenas um aspecto que é importante (a valorização das línguas nativas), mas também outro (o fortalecimento dos direitos dos povos originários). II. Essa é um pronome demonstrativo que se refere a algo previamente mencionado no texto e pela é uma contração do pronome por com o artigo definido a.
Pode-se afirmar que:
• Isso inclui premissas como o cuidado com o meio ambiente para uma vida digna... (2o parágrafo)
• Elas mobilizam os agricultores e agricultoras, promovendo trocas de experiência... (3o parágrafo)
Os termos destacados referem-se, correta e respectivamente, a:
Leia o Texto 3 para responder a questão.
Texto 3
As Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, são um paradigma do que se pode chamar literatura de testemunho: nem pura ficção, nem pura historiografia. O fundo histórico é o da ditadura Vargas, mas o testemunho vive e elabora-se numa zona de fronteira: ao percorrer essas memórias, somos levados tanto a reconstituir a fisionomia e os gestos de alguns companheiros de prisão de Graciliano, entre os quais líderes comunistas, como a contemplar a metamorfose dessa matéria objetiva em uma prosa una e única − a palavra do narrador.
BOSI, Alfredo. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras,
2002, p. 222. [Adaptado].