Questões de Português - Pronomes Indefinidos para Concurso
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SINAIS DE PONTUAÇÃO MIGRAM DO TEXTO ESCRITO PARA O ORAL
Thaís Nicoleti
Os textos escritos cada vez mais cedem espaço aos textos orais. Muita gente, por variadas razões e em diferentes situações, dá preferência a "podcasts" e vídeos, em detrimento da leitura propriamente dita. Mesmo assim, a influência da produção escrita sobre a oral parece evidente, haja vista, entre muitos outros elementos, os sinais de pontuação, que frequentemente comparecem – de modo explícito – no discurso oral.
É esse o caso, sobretudo, das aspas, que, embora, pelo menos em tese, sejam marcas típicas da escrita, aparecem indicadas oralmente. É comum ouvirmos nos noticiários de TV o apresentador dizer, antes da leitura de uma transcrição literal de texto, "Abre aspas" e, ao seu término, "Fecha aspas". Essas são espécies de fórmulas orais que, naturalmente nascidas na convenção do registro escrito, demarcam as citações.
Esse curioso sinal de pontuação tem usos muito diferentes. Além de delimitar citações literais (trechos de textos escritos) e, por conseguinte, declarações igualmente literais (trechos de textos falados), é empregado para indicar algum tipo de deslocamento semântico (uso de termo do registro informal, gíria, vocábulo de baixo calão, estrangeirismo, uso impreciso de uma palavra, ironia, metalinguagem etc.). No texto escrito, basta que usemos as aspas para indicar que fazemos conscientemente esses deslocamentos.
Alguns exemplos podem ilustrar isso. Suponhamos que, em um texto formal, o autor introduza um elemento informal (Tínhamos de reconhecer que a solução foi "da hora"; Esta cláusula do contrato é, como diria certo ministro de Estado, "imexível") ou ainda que faça uso de um termo aproximado (A "lógica" do mecanismo é essa) – em um e outro caso, as aspas contêm uma informação essencial para a correta decodificação do texto. No caso da ironia, em que se diz uma palavra para denotar o seu oposto, as aspas podem ser muito úteis (Seu maior "defeito" era a sua generosidade).
A percepção disso é o que explica que, no discurso oral, muita gente explique que o termo proferido está "entre aspas" – há inclusive quem traduza o sinal por meio de um gesto feito com as duas mãos a simular o desenho das aspas no papel.
Os parênteses também migraram para o discurso oral. Quantas vezes avisamos que vamos introduzir um parêntese, ou seja, uma pequena digressão? Na escrita, em geral, basta usar o sinal. O ponto-final, por sua vez, é usado como metáfora de encerramento do assunto: Vamos pôr um ponto-final nisso. A vírgula, quando dita, indica algum tipo de ressalva ou restrição (Ele é honesto, vírgula!).
Finalmente, o próprio verbo "pontuar" é usado com frequência como metáfora cujo referente é a aplicação de sinais de pontuação em um texto. Por exemplo: Pontuou seu discurso com palavras raras e imagens grandiloquentes – ou seja, distribuiu durante a fala, à maneira de sinais de pontuação, palavras raras e imagens grandiloquentes.
Na comunicação informal, feita nos aplicativos de mensagens, a pontuação parece seguir certas regras de etiqueta. Aparentemente, o ponto de exclamação passa a indicar alegria e interesse pelo interlocutor (Bom dia!!), podendo ser repetido para enfatizar o sentimento, enquanto o ponto-final sugere desejo de encerrar a conversa (donde ser comum deixar as frases sem pontuação final ou terminá-las com um emoji), e as reticências... bem, elas servem para deixar o assunto suspenso, criar um espaço de subjetividade, acionar um segundo sentido.
Como se vê, os sinais de pontuação estão muito vivos na comunicação atual, tanto nos aplicativos, nos quais se submetem a regras de comportamento, como na linguagem oral, à qual são chamados para tornar mais clara a comunicação.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/thais-nicoleti/2023/09/sinaisde-pontuacao-migram-do-texto-escrito-para-o-oral.shtml?utm_source=sharenativo&utm_medium=social&utm_campaign=sharenativo Acesso em: 27 set. 2023.
Em: “A percepção disso é o que explica que, no discurso oral, muita gente explique que o termo proferido está ‘entre aspas’”, o termo destacado é
“Doença do Chapeleiro Maluco”: conheça a condição que inspirou o personagem
Os sintomas envolvem ansiedade, apatia e mudanças de personalidade. Curiosamente, a doença afetava principalmente fabricantes de chapéus do século 18 e 19. Entenda por quê.
A expressão “louco como um chapeleiro” (em inglês, mad as a hatter) já existia bem antes de Lewis Carroll inventar o personagem Chapeleiro Maluco no livro Alice no País das Maravilhas. O ditado começa a surgir na Inglaterra na década de 1820, quarenta anos antes da publicação do romance que consagrou Carroll. O que o autor fez, então, foi personificá-lo no homem que convida Alice para tomar chá.
Mas de onde veio a associação entre loucura e fabricantes de chapéus? Uma hipótese diz que a palavra hatter não significava “chapeleiro”, mas seria uma derivação do verbo to hatter, que pode ser entendido como “perturbar”. Outras teorias buscam a etimologia da palavra em diferentes idiomas e expressões antigas. No entanto, é bem possível que o ditado faça referência aos chapeleiros ingleses do século 18 e 19 – que, não raro, apresentavam comportamentos estranhos.
Na Época, esses fabricantes utilizavam nitrato de mercúrio para juntar e tratar os pelos de animais que iriam no chapéu. Nesse processo, a pelagem era extraída de animais pequenos (principalmente coelhos) e agrupada para formar uma espécie de feltro. Uma substância laranja que continha nitrato de mercúrio era usada para deixar o produto mais macio. Depois, esse feltro era mergulhado em água quente e secado. A técnica ficou conhecida como carroting (derivado de “cenoura”), graças à cor do composto. Geralmente trabalhando em locais fechados, os fabricantes inalavam o vapor de mercúrio liberado no processo. E, com o tempo, o metal se acumulava no corpo dos chapeleiros.
Intoxicação por mercúrio
O uso do nitrato de mercúrio na indústria de chapéus começou na França do século 17, e depois foi adotado pelos ingleses. Mesmo que os riscos de contaminação por mercúrio já·fossem conhecidos, os fabricantes atuavam sem equipamentos de proteção. Não raro os chapeleiros apresentavam tremores, timidez, irritabilidade, fala arrastada, depressão, alucinações e mudanças comportamentais. Hoje sabemos que esses são sintomas de eretismo, síndrome neurológica causada pela intoxicação por mercúrio. Pela associação com os fabricantes de chapéus, a condição ficou conhecida como “doença do chapeleiro maluco”. [...]
Inspiração de Carroll
[...] Os primeiros diagnósticos de intoxicação por mercúrio em fabricantes de chapéus surgiram em 1860 – mesma década em que Alice no País das Maravilhas foi publicado. No entanto, não sabemos se o autor teve contato com essas informações. É possÌvel que Carroll até tenha conhecido um chapeleiro com sintomas de intoxicação, mas pesquisadores concordam que o personagem literário, em si, foi inspirado em um vendedor de móveis excêntrico chamado Theophilus Carter. [...] Ele tinha ideias e invenções bizarras, tal qual o personagem fictício. Num misto de inspirações e coincidências, nasceu o chapeleiro mais famoso da literatura.
“Doença do Chapeleiro Maluco”: conheça a condição que inspirou o personagem (adaptado). Revista Superinteressante. Disponível em: <https://super.abril.com.br/cultura/doenca-do-chapeleiro-maluco-conheca-a-condicao-que-inspirou-o-personagem>
Considere as seguintes sentenças, retiradas do texto:
I. “O que o autor fez, então, foi personificá-lo no homem que convida Alice para tomar chá.”
II. “Hoje sabemos que esses são sintomas de eretismo”.
III.“Outras teorias buscam a etimologia da palavra em diferentes idiomas”
Nas sentenças dadas, observa-se o uso de diferentes tipos de pronomes. Ocorre pronome indefinido apenas em:
Arqueólogos encontram cemitério de civilização anterior ao Império Inca
As descobertas pertencem à civilização Wari, que viveu na região onde hoje é o Peru por volta do ano 500 até 1.000 d.C.
As culturas mesoamericanas e andinas costumam trazer um misto de fascinação e curiosidade. Elas não só tinham uma complexa organização social, mas também tecnologias que precedem a chegada dos europeus, como a escrita e sistemas de distribuição de água. Apesar dos Maias, Incas e Astecas serem as três civilizações pré-hispânicas mais famosas, eles não foram as únicas. Uma nova escavação no Peru, por exemplo, descobriu um cemitério de uma civilização ainda mais antiga do que os próprios Incas.
Localizado na região de Cajamarca, ao norte do país, uma equipe de arqueólogos peruanos e japoneses encontraram um sítio com restos humanos, câmaras funerárias, e outros objetos de cerâmica que datam de 800 até 1.000 anos d.C. Os Incas, por exemplo, foram surgir tempo depois, tendo vivido entre 1438 até 1533.
O lugar do sítio arqueológico encontrado nada mais é do que um cemitério pertencente ao povo Wari (ou Huari), uma antiga civilização andina. Pesquisas anteriores já mostraram, inclusive, que os Wari utilizavam estratégias de poder que fariam Maquiavel ficar com inveja: eles usavam a cerveja e outros alucinógenos para o controle político de povos vizinhos. Essa artimanha, entretanto, não era invencível. Sua influência foi significativa até por volta do ano 1.100 d.C, quando foram conquistados pelo florescente império Inca.
Coordenado pelo Projeto de Investigação Arqueológica (PIA) Terlen-La Bomba, a pesquisa revelou que o complexo funerário consiste em câmaras em dois níveis diferentes.
Em ambas, é possível encontrar objetos de oferendas pendurados nas paredes, como fragmentos de cerâmica e conchas de moluscos. No sítio, os pesquisadores também encontraram vasos cerimoniais e ornamentais, além de alguns instrumentos de sopro.
Para o arqueólogo da Universidade de Nanzan, no Japão, Shinya Watanabe, o centro cerimonial era multicultural, com pessoas de diversas origens vivendo por ali: “É uma grande descoberta porque os arqueólogos procuravam evidências da cultura Wari”, disse à Agência France-Presse. Para os pesquisadores, descobertas como essa são fundamentais para compreender a complexa relação entre os diferentes povos que habitavam a região. O próprio termo “povo” ou “civilização” Inca não é exatamente correto, já que o Império Inca era formado por uma mistura de vários outros povos da região.
Arqueólogos encontram cemitério de civilização anterior ao Império Inca (adaptado). Revista Superinteressante. Disponível em:
<https://super.abril.com.br/ciencia/arqueologosencontram-cemiterio-de-civilizacao-anterior- ao-imperio-inca>
Considere as seguintes sentenças, retiradas do texto:
I. “os pesquisadores também encontraram vasos cerimoniais e ornamentais, além de alguns instrumentos de sopro.”
II. “Sua influência foi significativa até por volta do ano 1.100 d.C”
III. “descobertas como essa são fundamentais para compreender a complexa relação entre os diferentes povos que habitavam a região.”
Em cada uma das sentenças dadas, observa-se o uso de diferentes tipos de pronomes. Ocorre pronome indefinido apenas em:
Identifique o pronome indefinido na seguinte frase:
"Alguém bateu à porta, mas não sei quem é."
As palavras sublinhadas no período acima se classificam, respectivamente, como