Questões de Português - Pronomes pessoais oblíquos para Concurso

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Q761183 Português

As intermitências da morte

(Fragmento) 

    A morte conhece tudo a nosso respeito, e talvez por isso seja triste. Se é certo que nunca sorri, é só porque lhe faltam os lábios, e esta lição anatômica nos diz que, ao contrário do que os vivos julgam, o sorriso não é uma questão de dentes. Há quem diga, com humor menos macabro que de mau gosto, que ela leva afivelada uma espécie de sorriso permanente, mas isso não é verdade, o que ela traz à vista é um esgar de sofrimento, porque a recordação do tempo em que tinha boca, e a boca língua, e a língua saliva, a persegue continuamente. Com um breve suspiro, puxou para si uma folha de papel e começou a escrever a primeira carta deste dia, Cara senhora, lamento comunicar-lhe que a sua vida terminará no prazo irrevogável e improrrogável de uma semana, desejo-lhe que aproveite o melhor que puder o tempo que lhe resta, sua atenta servidora, morte. Duzentas e noventa e oito folhas, duzentos e noventa e oito sobrescritos, duzentas e noventa e oito descargas na lista, não se poderá dizer que um trabalho destes seja de matar, mas a verdade é que a morte chegou ao fim exausta. Com o gesto da mão direita que já lhe conhecemos fez desaparecer as duzentas e noventa e oito cartas, depois, cruzando sobre a mesa os magros braços, deixou descair a cabeça sobre eles, não para dormir, porque morte não dorme, mas para descansar. Quando meia hora mais tarde, já refeita da fadiga, a levantou, a carta que havia sido devolvida à procedência e outra vez enviada, estava novamente ali, diante das suas órbitas atônitas.

    Se a morte havia sonhado com a esperança de alguma surpresa que a viesse distrair dos aborrecimentos da rotina, estava servida. [...] Entre ir e vir, a carta não havia demorado mais que meia hora, provavelmente muito menos, dado que já se encontrava em cima da mesa quando a morte levantou a cabeça do duro amparo dos antebraços, isto é, do cúbito e do rádio, que para isso mesmo é que são entrelaçados. Uma força alheia, misteriosa, incompreensível, parecia opor-se à morte da pessoa, apesar de a data da sua defunção estar fixada, como para toda a gente, desde o próprio dia do nascimento. É impossível, disse a morte à gadanha silenciosa, ninguém no mundo ou fora dele teve alguma vez mais poder do que eu. eu sou a morte, o resto é nada. As intermitências da morte (Fragmento)

SARAMAGO, José. As intermitências da morte. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 139-40


Considerando o contexto em que se produziu a colocação do pronome oblíquo destacado “aproveite o melhor que puder o tempo que LHE resta”, pode-se afirmar, corretamente, que foi assim realizada porque:
Alternativas
Q760292 Português

Texto 1:

A intolerância

Não conseguimos acolher o que nos parece incomum

Lisandra Pioner


A questão refere-se ao texto 1.

Leia as assertivas a seguir. I – O pronome oblíquo “a”, na função de objeto direto, refere-se ao termo “a palavra tolerar” no trecho que segue – “Para começar, a palavra tolerar já pressupõe uma aparente superioridade de quem a profere, pois, se eu preciso suportar algo, passo a ideia de que a minha verdade é mais considerável que a verdade do outro” (linhas 8-9). II – A oração “Só que atos de intolerância e preconceito não são velhas lembranças de um mundo pré-civilizado” (linha 19), que introduz parágrafo novo, estabelece relação de conclusão/consequência com as ideias do período anterior. III – A passagem “Embora estejamos em um mundo extremamente globalizado, no sentido de que informações são compartilhadas em fração de segundos pelo planeta inteiro, estamos, em contrapartida, cada vez mais hostis” (linhas 13-14) pode ser reescrita, mantendo proximidade de sentido, como segue: „Vivemos em um mundo extremamente globalizado, no sentido de que informações são compartilhadas em fração de segundos pelo planeta inteiro; estamos, pois, cada vez mais hostis”. Identifique a opção correta.
Alternativas
Q758320 Português

INSTRUÇÃO: Leia a crônica a seguir escrita pelo poeta Olavo Bilac em 1907 e responda à questão.


Sobre a colocação dos pronomes oblíquos átonos no trecho Não nos faltam jornais: faltam-nos leitores., marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) Na primeira ocorrência, o pronome ocupa posição proclítica devido à palavra não, sentido negativo.

( ) A posição proclítica nas duas ocorrências deve-se à presença de palavra de sentido negativo.

( ) Na segunda ocorrência, o pronome está enclítico, na ordem natural da frase em português, porque um verbo inicia a oração.

( ) Em ambas as ocorrências, o uso proclítico e enclítico, respectivamente, deve-se à presença da palavra não.

Assinale a sequência correta.

Alternativas
Q752641 Português
Assinale a opção em que há três (3) palavras grafadas ou flexionadas INCORRETAMENTE:
Alternativas
Q751804 Português
Marque a oração que apresenta erro quanto ao emprego pronominal.
Alternativas
Respostas
1281: E
1282: A
1283: A
1284: E
1285: D