Questões de Português - Pronomes pessoais oblíquos para Concurso

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Q586915 Português

Texto 1 – Mandamentos do consumismo I

   A publicidade cerca-nos de todos os lados - na TV, nas ruas, nas revistas e nos jornais – e força-nos a ser mais consumidores que cidadãos. Hoje, tudo se reduz a uma questão de marketing. Uma empresa de alimentos geneticamente modificados pode comprometer a saúde de milhões de pessoas. Não tem a menor importância, se uma boa máquina publicitária for capaz de tornar a sua marca bem aceita entre os consumidores. Isso vale também para o refrigerante que descalcifica os ossos, corrói os dentes, engorda e cria dependência. Ao bebê-lo, um bando de jovens exultantes sugere que, no líquido borbulhante, encontra-se o elixir da suprema felicidade.

   A sociedade de consumo é religiosa às avessas. Quase não há clipe publicitário que deixe de valorizar um dos sete pecados capitais: soberba, inveja, ira, preguiça, avareza, gula e luxúria. Capital significa cabeça. Ensina meu confrade Tomás de Aquino (1225-1274) que são capitais os pecados que nos fazem perder a cabeça e dos quais derivam inúmeros males.

   A soberba faz-se presente na publicidade que exalta o ego, como o feliz proprietário de um carro de linhas arrojadas ou um portador de cartão de crédito que funciona como a chave capaz de abrir todas as portas do desejo. A inveja faz as crianças disputarem qual de suas famílias tem o melhor veículo. A ira caracteriza o nipônico quebrando o televisor por não ter adquirido algo de melhor qualidade. A preguiça está a um passo dessas sandálias que convidam a um passeio de lancha ou abrem as portas da fama com direito a uma confortável casa com piscina. A avareza reina em todas as poupanças e no estímulo aos prêmios de carnês. A gula, nos produtos alimentícios e nas lanchonetes que oferecem muito colesterol em sanduíches piramidais. A luxúria, na associação entre a mercadoria e as fantasias eróticas: a cerveja espumante identificada com mulheres que exibem seus corpos em reduzidos biquínis. (Frei Betto, 08/05/2011)

“A publicidade cerca-nos de todos os lados - na TV, nas ruas, nas revistas e nos jornais – e força-nos a ser mais consumidores que cidadãos”.
Se, em lugar do pronome “nós”, empregássemos o pronome “eles”, as formas sublinhadas deveriam ser substituídas, respectivamente, por:
Alternativas
Q586560 Português
Para responder à questão, considere o texto abaixo.

    A gerontologia, palavra cunhada em 1903, é a ciência que estuda a velhice. Como um campo de saber específico, cria profissionais e instituições encarregados da formação de especialistas no envelhecimento. Assim, uma nova categoria cultural é produzida: os idosos, como um conjunto autônomo e coerente que impõe outro recorte à geografia social. A preocupação da sociedade com o processo de envelhecimento deve-se, sem dúvida, ao fato de os idosos corresponderem a uma parcela da população cada vez maior.
    Terceira idade é uma expressão que surge na década de 1970, quando foi criada na França a primeira universidade voltada para pessoas com setenta anos ou mais. Essa expressão não é apenas uma forma de nomear os mais velhos sem uma conotação pejorativa. Sinaliza, antes, mudanças no significado da velhice. Trata-se de celebrar a velhice como sendo um momento privilegiado para o lazer. A invenção da terceira idade, ou "melhor idade", indicaria assim uma experiência inusitada de envelhecimento, em que o prolongamento da vida nas sociedades contemporâneas ofereceria aos mais velhos a oportunidade de dispor de saúde, independência financeira e outros meios apropriados para tornar reais as expectativas de que essa etapa da vida é propícia à satisfação pessoal.
   A visão da velhice como um processo contínuo de perdas e de dependência, responsável por um conjunto de imagens negativas associadas a ela, tem sido substituída pela consideração de que esse é um momento fecundo para novas conquistas. Proliferaram, na última década, programas voltados para a terceira idade, como as universidades e os grupos de convivência.
  Contudo, o sucesso dessas iniciativas é proporcional à precariedade dos mecanismos de que dispomos para lidar com a velhice avançada. A nova imagem do idoso não oferece instrumentos capazes de enfrentar a decadência de habilidades cognitivas e controles físicos e emocionais que são fundamentais, na nossa sociedade, para que um indivíduo seja reconhecido como capaz do exercício pleno dos direitos de cidadania. A dissolução desses problemas nas representações gratificantes da terceira idade fecha o espaço para outras iniciativas voltadas para o atendimento das situações de abandono e dependência que marcam o avanço da idade. As perdas próprias do envelhecimento passam, então, a ser vistas como consequência da falta de envolvimento dos mais velhos em atividades motivadoras ou da adoção de formas de consumo e estilos de vida inadequados.
    É, portanto, ilusório pensar que essas mudanças são acompanhadas de uma atitude mais tolerante em relação às idades. A característica marcante desse processo é a valorização da juventude, que é associada a valores e a estilos de vida, e não propriamente a um grupo etário específico.
(BOTELHO, S. & SCHWARCZ, L. H. Agenda Brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 544-553) 
A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os necessários ajustes, foi feita corretamente no segmento que se encontra em: 
Alternativas
Q586373 Português
A Outra Noite

    Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
    Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal fechado para voltar-se para mim:
    - O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda.
       -Mas, que coisa...
    Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
    -Ora, sim senhor...
    E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
    Rubem Braga 
Substituindo-se os termos destacados em “contei a ele” e “cobriam a cidade” pelos pronomes oblíquos respectivos, teremos:
Alternativas
Q584898 Português
                                           Barbárie e civilização

      Em 1777, o ferino filósofo francês Voltaire escreveu:

     “O mundo começa a civilizar-se um pouco; mas que ferrugem espessa, que noite grosseira, que barbárie dominam ainda certas províncias, sobretudo entre os probos agricultores tão louvados em elegias e éclogas, entre lavradores inocentes e vigários de aldeia, que por um escudo arrastariam os irmãos para a prisão e vos apedrejariam se duas velhas, vendo-vos passar, exclamassem: herege!

      O mundo está melhorando um pouco; sim, o mundo pensante, mas o mundo bruto será ainda por muito tempo um composto de animais, e a canalha será sempre de cem para um. É para ela que tantos homens, mesmo com desdém, mostram compostura e dissimulam; é a ela que todos querem agradar; é dela que todos querem arrancar vivas; é para ela que se realizam cerimônias pomposas; é só para ela, enfim, que se faz do suplício de um infeliz um grande e soberbo espetáculo"

                                                (O preço da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 29-30)
Estão adequadas ambas as construções pronominais indicadas entre parênteses, como alternativas válidas, no contexto, para as expressões sublinhadas em:
Alternativas
Q584313 Português
A questão refere-se ao texto abaixo.

#PARTIU VIVER?

     Sabe o que eu mais acho incrível nas redes sociais? Como as pessoas acabam se tornando diferentes do que são. Diferentes mesmo. Todo mundo é bonito, sai de casa maquiado, com o cabelo certinho, come um prato digno de chef e leva essa vida de comercial de margarina. Eu tenho perfil em quase tudo o que é rede, mas também tenho uma teoria que funciona, pra mim pelo menos: quanto mais ativo você está na internet, mais chato está seu dia a dia. Sério, eu acredito nisso.
    Boa parte das pessoas, nas redes sociais, vive a vida que queria viver. Dá a impressão de que a internet se transformou em um trailer do seu dia a dia. Mas qualquer trailer no cinema parece interessante. Mais do que o filme em si. É só editar e apagar os defeitinhos com um filtro poderoso.
       Eu mesma não vou curtir sair com o cabelo arrepiado em foto, o problema é acreditar que a vida alheia é assim, 100% irretocável e divertida. Qualquer pessoa viva experimenta momentos de tristeza, tédio, preguiça, falta de inspiração, comida feia no prato, cabelo rebelde, olheira, dúvida sobre um tema... Supernormal não ser perfeito, não ter uma opinião formada sobre algo. Anormal mesmo é essa vida plástica que a gente nota pelo Snapchat, Facebook e Instagram.

(Adaptado de Scherma, Mariana, 01/10/2015. Disponível em: <www.cronicadodia.com.br/2015/10/partiu-viver-mariana-scherma.html>. Acessado em: 01/10/2015) 
A colocação pronominal está correta em:
Alternativas
Respostas
1456: D
1457: C
1458: D
1459: E
1460: C