Questões de Português - Pronomes pessoais oblíquos para Concurso
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Tente imaginar esta cena: homens, animais e florestas convivendo em harmonia. Os homens retiram das plantas apenas os frutos necessários e cuidam para que elas continuem frutificando; não matam animais sem motivo, não sujam as águas de seus rios e não enchem de fumaça seu ar. Em outras palavras: as relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem, bem como as influências que uns exercem sobre os outros, estão em equilíbrio. (...)
Nossa preocupação (de brasileiros) não é só controlar a exploração das florestas, mas também evitar uma de suas piores consequências: a morte e o desaparecimento total de muitas espécies animais. Apesar de nossa fauna ser muito variada, a lista oficial das espécies que estão desaparecendo já chega a 86 (dentre elas, a anta, a onça, o mico-leão, a ema e o papagaio).
E a extinção desses animais acabará provocando o desequilíbrio do meio ambiente, pois o desaparecimento de um deles faz sempre com que aumente a população de outros. Por exemplo: o aumento do número de piranhas nos rios brasileiros é consequência do extermínio de seus três inimigos naturais – o dourado, a ariranha e o jacaré.
(Nosso Brasil, 2002)
Compras de Natal
A cidade deseja ser diferente, escapar às suas fatalidades. ______de brilhos e cores; sinos que não tocam, balões que não sobem, anjos e santos que não______estrelas que jamais estiveram no céu.
As lojas querem ser diferentes, fugir à realidade do ano inteiro: enfeitam-se com fitas e flores, neve de algodão de vidro, fios de ouro e prata, cetins, luzes, todas as coisas que possam representar beleza e excelência.
Tudo isso para celebrar um Meninozinho envolto em pobres panos, deitado numas palhas, há cerca de dois mil anos, num abrigo de animais, em Belém.
No ranking de autores com mais textos apócrifos na internet, Rubem Braga dificilmente figura entre os primeiros lugares, onde reinam os imbatíveis Clarice Lispector e Luis Fernando Veríssimo. Logo ele, pai da crônica moderna, e o primeiro a, de fato, consagrar- se com esse estilo tão difícil de definir e tão fácil de reconhecer.
Impossível saber como Braga lidaria com as peculiaridades da internet.
O amigo Zuenir Ventura acha que, se vivo nos dias de hoje, ele dificilmente teria se envolvido com a rede (reza a lenda que, quando conheceu a fita K7, Rubem tentou por horas colocar a caixinha inteira dentro do aparelho, até perceber que tinha de abri- la). Ainda assim é curioso observar como uma de suas tantas crônicas tem ares de profecia ao que vemos hoje no universo virtual.
É “Meu ideal seria escrever...”. Publicada em 1967 no livro “A traição dos elegantes”, ela narra como o autor gostaria de criar uma história que, de boca em boca, fosse mudando a vida das pessoas. A essência dessa história seria o humor. E a autoria dela, o que menos importaria.
A disseminação de histórias desta forma espontânea existe desde que o mundo é mundo, é claro. Mas a maneira como Braga descreve seu desejo, de maneira tão bonita quanto trivial, encontra um paralelo muito feliz com a discussão atual sobre a transformação do conceito de autoria - não só na internet, mas muito potencializada por ela. No mundo virtual, o lance é fazer a ideia virar faísca. O dono dela nem sempre fica em evidência, mostrando que, muitas vezes, a história merece a atenção total. É ela que faz o interlocutor se emocionar, se revoltar ou, simplesmente, dar uma risada no meio de um pesado dia de trabalho.
*Apócrifo: obra falsamente atribuída a um autor.